Eliminação de Restrições à Tecnologia Para o Desenvolvimento Agrícola em Moçambique
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- Sérgio Flores Dreer
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1 Eliminação de Restrições à Tecnologia Para o Desenvolvimento Agrícola em Moçambique Douglas Gollin Williams College / Faculdade de Silvicultura e Estudos Ambietais do Yale Univ.) Seminário sobre Crescimento, Tecnologia e Criação de Emprego Maputo, Moçambique 9 a 11 de Fevereiro de 2011 D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
2 Esboço 1 Baixos níveis de produtividade 2 A Revolução Verde e o aumento da produtividade agrícola 3 Estratégias para melhorar a tecnologia 4 Conclusões D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
3 Níveis de produtividade Secção 1 Baixos níveis de produtividade D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
4 Níveis de produtividade O sector agrícola de Moçambique tem baixa produtividade A agricultura representa cerca de 20% a 30% do PIB, mas talvez 60% a 80% da força de trabalho de Moçambique. Isso implica grandes diferenças nos níveis médios de produtividade entre a agricultura e o restante da economia. A produção por trabalhador em actividades não-agrícolas talvez seja de 4 a 15 vezes maior do que na agricultura. A produção por trabalhador na agricultura foi estimada para 2008 pouco abaixo de USD 200. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
5 Níveis de produtividade Por que Moçambique precisa enfocar a agricultura? Se a produtividade agrícola é tão baixa, por que enfocar a agricultura? Em futuro previsível a maioria dos moçambicanos permanecerão na agricultura. A maior parte dos alimentos será produzida e consumida internamente; nenhuma outra alternativa é viável. Há um alcance substancial para melhorar a produtividade da agricultura. Alimentos básicos tradicionais Horticultura e outros cultivos de exportações D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
6 Níveis de produtividade Desaos de uma agricultura de pequenos proprietários Quase todas as propriedades agrícolas em Moçambique são pequenas (99%) e o tamanho médio atingia 1,2 hectare em 2 ha em A maioria das pequenas propriedades agrícolas produz alimentos, em grande parte para o consumo doméstico. Os agricultores enfrentam diversos desaos: Distanciamento Pluviosidade variável Preços sazonais Baixos preços da produção, altos preços da matéria-prima Mas os agricultores não estão fora do mercado. Muitos produzem tabaco, algodão, castanha, etc., para vender nos mercados. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
7 Níveis de produtividade A agricultura de pequena propriedade pode ser produtiva O tamanho da propriedade agrícola não representa necessariamente uma barreira à alta produtividade. Em muitas partes do mundo as propriedades agrícolas são tão pequenas quanto em Moçambique. Mas os agricultores compram matéria-prima e produzem intensamente. O volume das colheitas é alto. A produção por trabalhador pode ser alta. Os agricultores estão orientados para o mercado. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
8 Níveis de produtividade Comparação com outros países e regiões Consideremos os níveis de produtividade em outros países regiões. O tamanho da propriedade agrícola varia muito, mas a produção pode ser alta mesmo nas pequenas propriedades. O tamanho das propriedades agrícolas na Ásia é comparável aos de Moçambique Japão: 1,20 ha (2000) Indonésia: 0,79 ha (2003) Tailândia: 3,16 ha (2003) Vietname: 0,71 ha (2001) América Latina o tamanho médio da propriedades agrícola é grande, mas muitas são pequenas Colômbia: 25,.1 ha (2001), mas 40% abaixo de 3 ha Brasil: 72,8 ha (1996), mas 37% abaixo de 5 ha D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
9 Níveis de produtividade Níveis de colheita dos principais cultivos Figure: Cassava yields in Mozambique relative to agroclimatically similar countries D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
10 Níveis de produtividade Níveis de colheita dos principais cultivos Figure: Maize yields in Mozambique relative to agroclimatically similar countries D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
11 Níveis de produtividade Níveis de colheita dos principais cultivos Figure: Rice yields in Mozambique relative to agroclimatically similar countries D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
12 Revolução Verde Seção 2 A Revolução Verde e o aumento da produtividade agrícola D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
13 Revolução Verde Compreender a Revolução Verde Moçambique nem sempre esteve tão distante comprando-se com os outros países em termos de colheitas e produtividade agrícola. Em 1960, os níveis de rendimento em Moçambique foram semelhantes aos do Sudeste Asiático. Desde então, os rendimentos caram estáveis - ou mesmo declinaram. Ao mesmo tempo, a Revolução Verde na Ásia e na América Latina teve um dramático aumento na produtividade das culturas. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
14 Revolução Verde Tendências do rendimento: milho Figure: Tendências do rendimento: milho, D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
15 Revolução Verde Tendências do rendimento: mandioca Figure: Tendências do rendimento: mandioca, D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
16 Revolução Verde Tendências do rendimento: arroz Figure: Tendências do rendimento: arroz, D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
17 Revolução Verde As causas da Revolução Verde Aumenta o rendimento na Ásia foram baseados em muitos ingredientes (factores). Mas um ingrediente-chave foi a introdução de novas variedades de culturas. As variedades modernas chegaram à África subsaariana depois que outras regiões. Os ambientes de produção em África são muito diversicados. Cultivadas muitas culturas diferentes; mais complicado sistema de cultivo. Adopção de variedades modernas em África tem sido lenta e incompleta. Limitado em parte pela capacidade dos países para fazer uso das tecnologias disponíveis. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
18 Revolução Verde Difusão de variedades modernas do milho Figure: Difusão de variedades modernas do milho (% área) D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
19 Revolução Verde Difusão de variedades modernas do arroz Figure: Difusão de variedades modernas do arroz (% àrea) D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
20 Revolução Verde Contribuições da nova tecnologia A Revolução Verde teve um enorme impacto na produtividade e no desenvolvimento. Maior impacto em arroz e trigo do que em outras culturas. Mais impacto na Ásia e na América Latina do que na África. Ásia aumentou a produção agrícola principalmente através de novas variedades e intensicação de insumos. África expandiu a produção através do aumento da área de cultivo. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
21 Revolução Verde A Revolução Verde a nível das regiões Sources of Growth in Food Crop Production by Region and by Decade, Area Growth Growth Due to Other Inputs Growth Due to MVs 5.00% 4.00% 3.00% 2.00% 3.69% 2.50% 2.02% 1.68% 5.00% 4.00% 3.00% 2.00% 4.44% 0.90% 0.87% 2.03% 1.00% 1.00% 0.00% 1960s 1970s 1980s 1990s Asia 0.00% 1960s 1970s 1980s 1990s Latin America 5.00% 4.00% 3.00% 2.00% 1.00% 0.00% 3.69% 3.34% 2.85% 1.07% 1960s 1970s 1980s 1990s 5.00% 4.00% 3.00% 2.00% 1.00% 0.00% 4.17% 3.28% 3.65% 0.92% 1960s 1970s 1980s 1990s Middle East-North Africa Sub-Saharan Africa D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
22 Revolução Verde Aumento da renda através da mudança tecnológica Para os agricultores com terras limitadas, os ganhos de produtividade são fundamentais para aumentar a renda. Uma estratégia importante para aumentar a renda dos pobres a nível rurais em Moçambique. Superar limitações de tecnologia será crucial. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
23 Revolução Verde Será a baixa produtividade causada por restrições à tecnologia? Quão importância será as restrições à tecnologia em comparação com outros obstáculos? Outros problemas podem levar à baixa produtividade: Infra-estrutura precária Baixa demanda real Baixos preços dos produtos Problemas de marketing Remover as restrições à tecnologia não soluciona necessariamente todos os problemas da baixa produtividade... Mas pode ajudar! D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
24 Estratégias Secção 3 Estratégias para melhorar a tecnologia (a) (b) (c) (d) Fortalecer os sistemas públicos de investigação Apoiar a colaboração regional nas investigações Criar uma infraestrutura para a inovação Remover barreiras à adopção da tecnologia D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
25 Estratégias (a) Fortalecimento dos sistemas públicos de investigação A investigação do sector público de Moçambique não recebe aumentos signicativos de nanciamento desde 2004, embora o número de funcionários especialmente do IIAM tenha aumentado consideravelmente Há menos de 25 cientistas com doutorado em todo o conjunto de investigações em agricultura e pesca. A investigação apoia claramente a ideia de que há altos retornos de investimentos estáveis e sustentáveis na investigação nacional. Enfoque em investigação adaptável. Identicação de problemas e busca de soluções relevantes. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
26 Estratégias A despesa em investigações tem permanecido constante. Figure: Ination-adjusted expenditures on public research D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
27 Estratégias O número de cientistas não tem aumento de forma signicativa. Figure: Shares of sta with dierent academic credentials, 2004 and 2008 D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
28 Estratégias (b) Apoio a colaborações regionais em investigações Nem todo país pode ou deve apoiar um programa abrangente de investigação. A investigação extravasa dum país a outro. A colaboração regional e internacional pode ajudar a aproveitar esse extravasamento. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
29 Estratégias Colaboração regional Exemplo: Programa de Produtividade Agrícola da África Austral Aproveitar as economias de escala Construir melhores instalações Coordenar apoio externo. Apoiar Centros de Excelência sub-regionais D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
30 Estratégias Colaboração internacional Colaboração com instituições do sector público internacional Centros do Grupo Consultivo em Investigações Agrícolas Internacionais (CGIAR) Acordos bilaterais de cooperação em tecnologia ONGs e outras entidades Fundações, universidades e outros parceiros internacionais Acordos de licenciamento e aquisição de tecnologia com empresas privadas D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
31 Estratégias (c) Criação de infraestrutura institucional para inovação A inovação agrícolas ocorre mais facilmente quando as instituições públicas trabalham de modo ecaz. Serviços de extensão e informação Infraestrutura de transportes Marketing As políticas de preços e apoio também podem desempenhar um papel. As políticas de alimentos baratos podem desencorajar os agricultores a adoptar novas tecnologias. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
32 Estratégias Educação, extensão e divulgação A eliminação de restrições à tecnologia também requer melhoria dos uxos de informação para os agricultores e outros actores na cadeia de valores. Muitos actores podem desempenhar um papel neste uxo de informação. Sistemas formas de extensão Revendedores e distribuidores privados ONGs As novas tecnologias possibilitam diferentes modelos de extensão, informação e aprendizagem: Sistemas baseados em padrões mínimos de segurança (SMS) Sistemas informação geográca D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
33 Estratégias Outras formas de remover as restrições tecnológicas Subsidiar elementos (por exemplo, fertilizantes, mecanização) pode fazer sentido em certas situações. Subsídios direccionados é crítico; não é uma boa forma subsidiar o rendimento. É também vital manter limitada a duração dos subsídios. Prestar apoio a produtores comerciais ou orientados para exportações Proteger os direitos de propriedade. Apoiar a infraestrutura e bens públicos. Criar um ambiente propício a novas tecnologias. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
34 Estratégias (d) Remover barreiras à tecnologia e inovação As empresas do sector privado têm incentivos limitados para investir em investigações para Moçambique Há pouca demanda real de sementes e material de plantação, excepto em cultivos de alto valor. Os governos podem reduzir obstáculos à obtenção de sementes por parte do sector privado e das empresas de fornecimento de materiais. Simplicar o registo e teste de espécies. Revisar os regimes de direitos de propriedade intelectual (IPR). O governo retém um importante papel no estabelecimento e cumprimento de padrões, promoção da concorrência, etc. Enfocar restrições e políticas relacionadas com a infraestrutura que desencorajam a importação de maquinaria ou materiais agrícolas. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
35 Estratégias Organismos geneticamente modicados (GMOs) e biotecnologia Os governos precisam formar um juízo próprio a respeito dos benefícios e custos de permitir tecnologias de GMO na agricultura. Trata-se de uma questão que os países africanos já não podem ignorar. Há 2,1 milhões de hectares na África do Sul com cultivo GMO de milho, soja e algodão. Há 0,1 milhão de hectares em Burkina Faso com cultivo GMO de algodão. Há 3,7 milhões de hectares na China com cultivo de GMO de algodão, tomate, pópulo, mamão e pimenta. Não há respostas fáceis para os países africanos D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
36 Estratégias Vantagens e preocupações relacionadas com os GMOs Cultivos biotécnicos quando bem-sucedidos parecem oferecer vantagens produtivas signicativas. Preocupações potenciais Acesso aos mercados internacionais. Impactos potenciais à saúde e meio ambiente. Capacidade institucional para impor zonas de segurança e protocolos de biossegurança Existe perícia adequada e capacidade normativa para administrar adequadamente essas tecnologias? Há disponibilidade de recursos externos para ajudar os pa sies a formular políticas. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
37 Conclusões Secção 4 Conclusions D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
38 Conclusões Resumo e conclusões As restrições à tecnologia são generalizadas e importantes, mas não são o único factor a diminuir o ritmo do desenvolvimento agrícola em Moçambique. Os governos têm um papel crítico a desempenhar na remoção das restrições à tecnologia. Algumas questões-chave para Moçambique: Apoiar os sistemas nacionais de investigação tanto no IIAM/IIP como nas universidades. Procurar oportunidades de colaboração regional (por exemplo, SAAPP). Abordar questões relacionadas com os GMOs e a biotecnologia. Criar a infra-estrutura de apoio tanto física como institucional para a inovação. D. Gollin (Williams/Yale ) Eliminação de Restrições à Tecnologia Maputo - Fevereiro / 38
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