TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO CONSELHEIRO EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO
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- Bárbara Câmara Palma
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1 PROCESSO: CONTRATANTE: FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE RESPONSÁVEIS PELA CONTRATANTE: ARY JAMES PISSINATTO, DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO; MÁRCIA ESTEVES MONTEIRO, RESPONDENDO PELA GERÊNCIA DE SUPRIMENTOS. CONTRATADA: MERCOSUL COMERCIAL E INDUSTRIAL LTDA RESPONSÁVEL PELA CONTRATADA: ANDREA MARTINEZ GIMENEZ SIMONI OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA A AQUISIÇÃO DE MOCHILAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL I, CONFORME ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DEFINIDAS EM ANEXO, E COM ENTREGAS A SEREM REALIZADAS NAS UNIDADES ESCOLARES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO. EM APRECIAÇÃO: TERMO DE RETI-RATIFICAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/1000/08/05-02, FIRMADO EM 28/10/2008; 1º TERMO ADITIVO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/1000/08/05-02, FIRMADO EM 06/07/2009. Vistos. Trata o presente processo da Ata de Registro de Preços nº 36/1000/08/05-02, celebrada em 07/07/2008, para a aquisição de mochilas para o ensino fundamental I, com entregas a serem realizadas nas unidades escolares da Rede Estadual de Ensino. A Ata de Registro de Preços nº 36/1000/08/05-02 e o Pregão Presencial nº 36/1000/08/05 foram julgados regulares pela E. Primeira Câmara, em sessão de 14/07/2009 (v. Acórdão publicado em 12/08/2009). Em apreciação, nesta oportunidade: 1) TERMO DE RETI-RATIFICAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/1000/08/05-02, firmado em 28/10/2008, o qual objetivou retificar o preâmbulo da Ata, a fim de eliminar erro em sua redação; 2) 1º TERMO ADITIVO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 36/1000/08/05-02, firmado 06/07/2009, o qual objetivou prorrogar por mais 12 (doze) meses a validade do registro de preços. O laudo de auditoria, elaborado pela 9ª Diretoria de Fiscalização, concluiu pela regularidade do Termo de Reti-ratificação e pela irregularidade do 1º Termo Aditivo, por entender que a sua prorrogação de prazo não possui amparo legal, diante do artigo 15, 3º, III, da Lei nº 8.666/93.
2 A Procuradoria da Fazenda do Estado propôs o acionamento do artigo 2º, inciso XIII, da Lei Complementar Estadual nº 8.666/93. É o relatório. Decido: Inicialmente, anoto que não se faz necessária a diligência sugerida pela PFE, na medida em que dos autos já constam elementos suficientes para a apreciação desta matéria. No tocante ao termo de reti-ratificação, este promoveu simples correção do texto do preâmbulo da ata, não havendo óbice algum ao procedimento verificado. Em verdade, a matéria controvertida reside no 1º termo aditivo, que promoveu dilação da vigência do registro de preço inicial por mais 12 (doze) meses, justamente pelo contexto de natureza complexa em que insere tal apreciação. Assim é que o 3º, do artigo 15, da Lei Geral de Licitações, prevê uma regulamentação do registro de preços por cada ente federativo, a fim de promover adequação a peculiaridades regionais, bem como estabelece a validade do registro não superior a um ano, consoante o seu inciso III. No âmbito do Estado de São Paulo, que é o ente ao qual pertence a FDE, temos tal regulamentação materializada no Decreto Estadual nº /03, alterado pelo Decreto Estadual nº /07, o qual prevê, no artigo 13, que o prazo máximo de validade do registro de preços será de 12 (doze) meses, contados a partir da data da publicação da respectiva Ata, podendo ser prorrogado por uma única vez por igual período. A propósito, similar previsão pode ser verificada em Provimento editado pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Temos, pois, norma de caráter regulamentar cujo dispositivo em destaque (art.13) não fora invalidado pelo Judiciário e se encontra vigente desde a edição da norma. Pois bem, a conseqüência lógica que se extrai de tal contexto é que a regra geral está fixada pelo artigo 15, 3º, III, da Lei Geral de Licitações, no sentido de que a
3 validade do registro de preços não será superior a um ano; entretanto, a previsão regulamentar acima identificada representa inegável situação de caráter notadamente excepcional, em que a continuidade de um serviço público objetivamente individualizado, por mais um período, mostra-se inequivocamente mais econômico e vantajoso ao erário e ao próprio interesse público. Corte. É assim que se encaminha a jurisprudência desta Ao tratar deste tema, tenho sustentado a adoção de alguns parâmetros objetivos para identificar a validade de eventual caso de natureza excepcional. São eles: 1) Que tenha ocorrido um contexto singular e superveniente, que não tenha sido produzido por omissão ou desídia da Administração, e no qual a viabilização de um período adicional revela-se como uma condição essencial para resguardar a continuidade de determinado serviço público; 2) Que seja realizada tão somente uma prorrogação, em face de sua natureza excepcional, a qual não poderá exceder o período máximo previsto pelo artigo 15, 3º, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93; 3) Que exista uma cotação de preços idônea e atual, proveniente de fonte inequivocamente confiável, que venha a comprovar de forma objetiva que os preços registrados ainda se mostram vantajosos à Administração, nos termos do que preconiza o artigo 3º, caput, da Lei Federal nº 8.666/93; 4) Que exista regulamentação editada nos termos do artigo 15, 3º, da Lei Federal nº 8.666/93, que contenha previsão a respeito desta excepcionalidade. Na instrução do 1º termo aditivo, foram reunidos documentos nestes autos, às fls. 168/205, que permitem enquadrar o caso em apreciação aos parâmetros acima relacionados. Vejamos: Como fato gerador do procedimento, a FDE apresenta a pesquisa de satisfação periodicamente realizada junto aos alunos da rede estadual de ensino, a qual veio a registrar que as mochilas distribuídas durante a vigência da presente ata de registro de preços, com as especificações então utilizadas, vieram a propiciar um significativo aumento do índice de satisfação em relação ao período anterior, onde
4 os conceitos bom e ótimo atingiram 77% dos alunos consultados. Em seqüência, temos cotação de preços que se apresenta idônea e atual em relação ao aditivo, a qual foi realizada junto a 06 (seis) empresas com capacidade de fornecimento, registrando R$ 9,50 (nove reais e cinqüenta centavos) como o menor preço unitário e R$ 12,00 (doze reais) como o maior preço unitário, com preço unitário médio de R$ 10,80 (dez reais e oitenta centavos). No presente caso, a ata de registro de preços havia sido ajustada pelo preço unitário de R$ 6,02 (seis reais e dois centavos), de maneira que a prorrogação promovida pelo aditivo representou a manutenção de tal cifra. De outro lado, pode ser verificado que o 1º termo aditivo promoveu somente uma prorrogação, em período que não excede o máximo previsto pelo artigo 15, 3º, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93. Diante destes fatos, bem como ao considerar a excepcionalidade prevista no artigo 13, do Decreto Estadual nº /03, com a alteração do Decreto Estadual nº /07, ficou evidenciado que o caso em apreciação se amolda perfeitamente aos quatro parâmetros por mim indicados no corpo desta decisão, o que permite validar a situação contemplada no 1º aditivo como de natureza excepcional e com elemento que ampara excepcionar a regra geral tão somente nesta oportunidade, que é o que se verifica nestes autos. Complementarmente, a manutenção de pressupostos de regularidade fiscal também ficou aqui demonstrada. Ante o exposto, JULGO REGULARES o Termo de Reti-ratificação, firmado em 28/10/2008, e o 1º Termo Aditivo, firmado 06/07/2009. Autorizo, desde já, vista dos autos e extração de cópias em cartório. Publique-se a sentença. Aguarde-se o prazo recursal.
5 Após, ao arquivo, com prévio trânsito pelo DSF- II, para anotações. G.C., em 04 de fevereiro de EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO CONSELHEIRO NPG/.
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