vigilância electrónica acompanhamento individualizado e controlo ADVOGADOS INFORMAÇÃO 2011 : vigilância electrónica

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1 vigilância electrónica acompanhamento individualizado e controlo ADVOGADOS INFORMAÇÃO 2011 : vigilância electrónica

2 breve enquadramento histórico A complexificação das relações sociais nas sociedades urbanas modernas tem implicado um aumento da criminalidade, fenómeno que obrigou a um constante e intensivo aumento de gastos com o sistema prisional pois a pena de prisão mantém-se, ainda, como paradigma da reacção penal. Todavia, a evolução tecnológica permitiu que fossem encontradas soluções alternativas que contrariassem o estrangulamento da sobrelotação prisional que se havia tornado problema comum a todos os sistemas penitenciários e Estados na segunda metade do século XX. No início dos anos 80 começaram a ser usados meios de vigilância electrónica (VE), primeiro nos EUA e depois na Europa, visando aliviar a pressão sobre os sistemas prisionais. Nas últimas décadas, a VE afirmou-se como um instrumento indispensável à realização da justiça. À sua disseminação não é estranho o nível de controlo elevado e rigoroso que proporciona, os baixos custos comparativos com a solução prisional e o potencial reabilitador que contém. Portugal A VE foi introduzida no ordenamento jurídico português com a alteração do CPP de 1998, associando-a à fiscalização da medida de coacção de obrigação de permanência na habitação (OPH) prevista no artº 201º, com o objectivo de estabelecer uma alternativa à prisão preventiva. A credibilidade e os bons resultados obtidos num programa experimental (em territórios limitados, de 2002 a 2004, tendo sido minuciosamente monitorizado e avaliado) permitiram a sua generalização a todo o território nacional. Com a criação de uma rede especializada de serviços de VE, o sistema passou a estar disponível e plenamente funcional em todo o País no âmbito da fiscalização da obrigação de permanência na habitação. Em 2007, a revisão da legislação penal associou a VE à execução da pena de prisão na habitação e à adaptação à liberdade condicional bem como à fiscalização da proibição de contactos entre agressor e vítima de violência doméstica, regime este alargado em Com a aprovação do código de execução das penas e medidas privativas da liberdade em 2009, a VE passou a poder fiscalizar a modificação da execução da pena de prisão para certos casos de reclusos portadores de doenças ou deficiências ou de idade avançada. A VE é, assim: um instrumento colocado ao dispor dos tribunais para a prossecução da política criminal um meio credível para a execução de penas e medidas um contributo para a modernização da justiça portuguesa acompanhamento individualizado e controlo 1 /10

3 1 UM SERVIÇO DE REINSERÇÃO SOCIAL Os serviços de reinserção social são definidos pelo binómio de acompanhamento e controlo. Estes dois pólos desenvolvem-se em simultâneo e são a base da actividade corrente. Os serviços de VE são parte dos serviços de reinserção social, partilhando a cultura e a estratégia da DGRS, actuando debaixo daqueles mesmos princípios. A VE está orientada para a satisfação das exigências cautelares na fase anterior ao julgamento e para a reinserção social na fase de execução das penas. 2 OBJECTIVO, VANTAGENS SOCIAIS E ECONÓMICAS objectivo O objectivo da vigilância electrónica é a fiscalização por meios de controlo à distância de uma determinada decisão judicial, no caso presente relativamente à presença ou ausência de um arguido / condenado na sua habitação. Este é um contributo para: controlar de modo rigoroso e permanente o cumprimento de certas decisões judiciais reduzir a reincidência criminal através da supervisão intensiva inerente à VE e da retirada do arguido / condenado de meios criminógenos proporcionar novos instrumentos ao serviço da ressocialização dos delinquentes reduzir a pressão sobre o sistema prisional e os seus custos acompanhamento individualizado e controlo Os serviços de VE concebem a execução das penas e medidas de modo integrado. Por este motivo, asseguram simultaneamente as tarefas de um rigoroso controlo e uma intervenção individualizada orientada para as necessidades do vigiado. evitar o contágio da prisão A VE é uma solução vantajosa porque não tem o efeito criminógeno das prisões, permitindo ao arguido ou condenado a preservação ou retoma da liberdade e dos seus laços familiares e sociais, aspectos que poderão ser mais valias sociais importantes na modelação de comportamentos e na prevenção de recidivas. flexibilidade A VE possibilita soluções flexíveis e ajustadas às decisões dos tribunais, oferecendo igual rigor na verificação do confinamento, seja ele permanente ou parcial, agindo nos comportamentos disfuncionais dos vigiados e, na execução das penas, intervindo nos factores criminógenos. elevada contenção + elevada ressocialização O rigor da fiscalização da medida de coacção de OPH pela VE permite-lhe ser uma alternativa à prisão preventiva para alguns casos, evitando o contágio prisional. Na execução de penas assegura de modo adequado as necessidades punitivas de prevenção geral através de um elevado nível de controlo e contenção pode atenuar de modo adequado o excesso de permanência na prisão de alguns casos com os prejuízos daí resultantes assegura de modo adequado um trabalho individualizado com o vigiado proporciona mais valias sociais ao permitir que o vigiado não quebre ou retome vínculos sóciofamiliares contribui para a reconstrução pessoal do vigiado pode garantir a autonomia do vigiado (se autorizado a trabalhar) favorece a reabilitação social através da frequência de programas escolares, de formação profissional ou outros. acompanhamento individualizado e controlo 2 /10

4 Assim, a VE tanto pode contribuir para atenuar o excesso de permanência na prisão como evitar o ingresso no sistema prisional. fiscalização rigorosa A VE permite a fiscalização permanente do cumprimento pelo vigiado de obrigações judiciais que impliquem a sua permanência na habitação nos períodos fixados pelo tribunal, detectando imediatamente os incumprimentos e permitindo desencadear os procedimentos necessários para os corrigir. Havendo autorizações de saída, o vigiado será igualmente controlado (embora já não permanentemente) com vista a saber se as finalidades da saída são cumpridas. A acção de controlo é bem percepcionada e interiorizada pelos indivíduos vigiados, o que se torna à partida um factor inibitório de violações. As elevadas taxas de cumprimento das decisões judiciais comprovam a funcionalidade do sistema de VE. controlo e contenção de comportamentos estruturação do quotidiano O objectivo dos serviços de reinserção social é reduzir o crime e a reincidência criminal. Em particular quando associada a uma intervenção psicossocial qualificada, a VE é um mais instrumento estruturador que contribui para a organização do quotidiano dos delinquentes, sendo aconselhada para os casos com padrão claro de delinquência tanto em função do tipo de crime como em função de períodos do dia ou locais específicos em que os crimes são cometidos. vantagens económicas Independentemente do enquadramento processual, todas as experiências mostram que a VE permite diminuição de custos relativamente à solução prisional, devido a não necessitar de infra-estruturas pesadas, recursos humanos intensivos e elevados encargos de funcionamento, o que cria menor exigência orçamental ao Estado libertando recursos para outras finalidades. 3 REGIME JURÍDICO legislação aplicável medida de coacção de obrigação de permanência na habitação ão: artº 201ª; artº 203, nº 2 CPP penas de prisão e remanescentes até 2 anos: artº 44º CP; artº 487º CPP adaptação à liberdade condicional: artº 62º CP; artºs 484º, 485º e 487º CPP violência doméstica: artº 35º Lei nº 112/2009, 16Set modificação da execução da pena de prisão: artº 118º e 216º e seguintes da Lei nº 115%2009 de 12Out lei que regula a utilização da VE: Lei nº 33/2010, 02Set 3.1 aspectos comuns A Lei nº 33/2010 regula estas matérias com grande pormenor. consentimento A utilização da VE depende: de consentimento do arguido e dos coabitantes acompanhamento individualizado e controlo 3 /10

5 iniciativa A iniciativa pode ser medida de coacção de obrigação de permanência na habitação (OPH): do juiz, do MP ou do arguido pena de prisão em regime de permanência na habitação (PPH): MP; pode haver sugestão do advogado adaptação à liberdade condicional (ALC): requerimento do condenado dirigido ao director do estabelecimento prisional juntamente com as declarações de consentimento dos coabitantes modificação da execução da pena de prisão: a requerimento do condenado dirigido ao director do estabelecimento prisional juntamente com as declarações de consentimento dos coabitantes; quando em sede de julgamento, dirigido ao juiz requisitos consentimento do arguido / condenado à utilização dos meios de VE, dado perante o juiz ou expresso no requerimento do próprio para ser sujeito a VE consentimento dos coabitantes recolhido pela DGRS (excepto na adaptação à liberdade condicional) que o reencaminha para o tribunal energia eléctrica regularizada Informação prévia As decisões judiciais são instruídas por uma Informação prévia elaborada pela DGRS que fornece dados sobre a adequabilidade do caso do candidato a VE medida de coacção de obrigação de permanência na habitação A associação da VE à medida de coacção de obrigação de permanência na habitação (OPH) visa essencialmente: reforçar a aplicação desta medida de coacção não detentiva, menos gravosa que a prisão preventiva fiscalizar de modo rigoroso esta medida de coacção, dando condições para diminuir as taxas de prisão preventiva A utilização da VE pode ser decidida a todo o tempo até ao trânsito em julgado e a decisão compete sempre ao juiz. A iniciativa pode ser: do juiz, oficiosamente (excepto durante o inquérito), ouvido o Ministério Público. do Ministério Público por promoção do arguido, por requerimento. 3.3 pena de prisão e remanescentes até 2 anos em regime de permanência na habitação A pena de prisão em regime de permanência na habitação (PPH) está obrigatoriamente associada à VE, meio único de a controlar. A ponderação por esta opção é antecedida por uma Informação prévia por parte da DGRS em que é apresentado um parecer. O limite máximo da pena até 1 ano pode ser elevado até 2 quando à data da condenação haja circunstâncias de natureza pessoal e social (doença, gravidez, idade, ascendentes ou descendentes a cargo, características pessoais, situações particulares), que desaconselhem a privação da liberdade em estabelecimento prisional. vocação A vocação desta pena é contrariar a tendência de reincidência para a criminalidade de baixo/médio risco mas persistente (furto formigueiro, pequeno tráfico, crimes contra as pessoas, crimes estradais, etc.). Apresenta vantagens relativamente a outras soluções penais (por exemplo, prisão por dias livres, entre outras) por proporcionar simultaneamente um controlo elevado e por incluir uma intervenção social orientada para a reabilitação regime de progressividade Nos termos do artº 20º da Lei nº 33/2010 de 02Set, o tribunal pode determinar que a pena seja cumprida debaixo de um regime de progressividade segundo uma avaliação do mérito, do desempenho, da oportunidade e da mais valia das saídas da habitação. Este regime pode ficar contemplado na sentença ou ser introduzido mais tarde e visa permitir uma melhor modelação de comportamento. Por outro lado, consagra a grande plasticidade da VE na execução da pena, que pode assumir características eminentemente probatórias ou detentivas. acompanhamento individualizado e controlo 4 /10

6 3.4.4 adaptação à liberdade condicional A adaptação à liberdade condicional (ALC) em tudo obedece a tramitação da concessão da liberdade condicional, antecipando apenas o calendário habitual até 1 ano. A DGRS apresenta um relatório para a adaptação à liberdade condicional que inclui uma Informação prévia relativa à VE um plano de readaptação social que orientará a intervenção no sentido da medida ser bem sucedida É igualmente aplicável o regime de progressividade acima referido. Após o período de adaptação à liberdade condicional executado pela Equipa de VE, o condenado passará a ser seguido por uma equipa de reinserção social. 3.5 modificação da execução da pena de prisão A modificação da execução da pena de prisão (MEPP) Este regime aplica-se a reclusos portadores de doença grave, evolutiva ou irreversível ou de deficiência grave e permanente ou de idade avançada. É extensível, com as necessárias adaptações, ao momento da condenação. Os meios de controlo à distância podem ser uma adequada fiscalização do cumprimento da decisão judicial. 3.6 violência doméstica proibição de contactos O combate à violência doméstica passa, nomeadamente, por proporcionar maior protecção às vítimas. Para esse efeito, a lei prevê a proibição de contactos entre agressor e vítima, que pode ocorrer numa medida de coacção numa injunção no âmbito da suspensão provisória do processo numa obrigação inerente à suspensão da execução da pena de prisão numa pena acessória. Os meios de controlo à distância são um contributo para uma melhor fiscalização dessa proibição de contactos. 4 O PAPEL DOS ADVOGADOS requerer Tal como o Ministério Público pode promover a utilização da VE em qualquer fase do processo (dentro dos parâmetros aplicáveis), também o arguido / o condenado e seu advogado o podem fazer. O requerimento destes deve ser explícito sobre os fundamentos e as eventuais necessidades de saídas regulares e previsíveis, de modo a evitar incidentes processuais. Toda a informação é averiguada e avaliada pelos serviços de reinserção social. Na OPH poderá ser oportuno requerer quando do 1º interrogatório ou fases seguintes, quando da revisão trimestral da medida de coacção de prisão preventiva aplicada, ou quando do fim de um ciclo (por exemplo, após a acusação). Na PPH poderá ser oportuno requerer antes de e decisão ser proferida, ou em sede de recurso caso tenha havido condenação a pena em estabelecimento prisional. NA ALC poderá ser oportuno requerer até 1 ano antes dos marcos de apreciação da liberdade condicional. acompanhamento individualizado e controlo 5 /10

7 Na MEPP poderá ser oportuno requerer em sede de julgamento caso o arguido reúna os requisitos legais ou, estes sejam supervenientes durante a execução da pena de prisão em estabelecimento prisional. esclarecer Apesar das vantagens que esta proporciona, nem todos têm condições de natureza pessoal para ficar sujeitos ao regime de supervisão intensiva e grande rigor da VE. Aos advogados cabe esclarecer sobre as possibilidades e exigências inerentes à VE. Na verdade, ficar sujeito a VE é algo muito exigente e que requer colaboração e responsabilidade por parte do vigiado. O esclarecimento deve incidir sobre os requisitos para ser sujeito a VE as características do regime de supervisão intensiva e grande rigor as vantagens da VE 5 A INTERVENÇÃO DOS SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA ELECTRÓNCIA competência da DGRS e os seus recursos A DGRS tem a competência de preparar e executar a VE através da: rede de Equipas de reinserção social - para a elaboração da Informação prévia à decisão rede de Equipas de VE - para executar penas e medidas com VE. 5.1 intervenção das Equipas de reinserção social Informação ou relatório prévio à decisão de VE São as Equipas da DGRS que respondem aos pedidos de Informação ou relatório prévio à decisão. A Informação ou relatório esclarece sucintamente sobre as condições sociais e familiares do arguido ou condenado e da sua compatibilidade com as exigências da VE. No caso da fase de execução de penas é também referida a mais valia da VE para a ressocialização do delinquente. À Informação ou relatório são sempre anexadas as declarações de consentimento ou não consentimento dos coabitantes (nos termos da lei, excepto na ALC). 5.2 intervenção das Equipas de d VE funcionamento permanente dos serviços de VE O dispositivo de VE tem um funcionamento permanente, 24h por dia, 365 dias por ano, que cobre todo o território nacional e assegura todos os procedimentos inerentes à execução das medidas e penas com VE. instalação dos equipamentos e início da execução O acto de instalação e activação dos equipamentos é da responsabilidade das Equipas de VE e só pode ser feito com a presença do vigiado na habitação, durando cerca de 1 hora incluindo a prestação de esclarecimentos sobre: o funcionamento do sistema e suas regras os direitos e deveres do vigiado. Por regra, ocorre até ao termo do dia seguinte ao da recepção da decisão judicial de aplicação da VE. Para as regiões autónomas poderão existir prazos mais dilatados, em função das especificidades locais. O início da execução da pena ou medida corresponde à activação dos equipamentos e é comunicada ao tribunal. acompanhamento individualizado e controlo 6 /10

8 política de tolerância zero A DGRS adopta uma política de tolerância zero na elaboração da Informações prévias, com uma avaliação o mais rigorosa possível sobre quem tem ou não indicação para estar em VE na execução da VE, em que se procura que todas as anomalias tenham uma reacção junto dos arguidos ou condenados, de modo adequado ao caso concreto, à sua situação pessoal, à fase processual e ao risco que o incumprimento potencialmente representa. reacção a alarmes Sempre que constate ou seja alertado para qualquer ocorrência passível de ser considerada incumprimento, as Equipas de VE reagem de imediato para apurar as suas causas e circunstâncias, bem como para verificar se a ocorrência configura incumprimento passível de ser imputada ao vigiado. Em função da natureza e das características da ocorrência, tais diligências incluem deslocações ao local de vigilância e/ou contactos telefónicos ou outras consideradas adequadas. Perante a emergência de uma crise/incumprimento, as Equipas de VE procuram sempre restabelecer a comunicação com o vigiado com vista a repor a normalidade na execução da decisão judicial. Caso se verifique incumprimento que seja interpretado como o vigiado estar a eximir-se à VE, as Equipas de VE podem informa o OPC competente para que o detenha e apresente ao juiz, caso a decisão judicial assim o indique ou considerem haver risco de actividade criminosa. supervisão intensiva A VE é, por natureza, um meio de controlo que pressupõe uma supervisão intensiva. Durante a execução das medidas ou penas com VE, as Equipas de VE desenvolvem uma supervisão intensiva dos casos quer no âmbito do controlo quer na vertente da intervenção psicossocial. A proporção destes dois pólos é variável conforme se trate de medida de coacção ou de execução de penas. No primeiro, em função da fase processual, a dimensão psicossocial é mais mitigada; no segundo há uma evolução para que os dois pólos estejam equiparados. autorizações excepcionais de ausência da habitação O tribunal, ou as Equipas de VE de acordo com os termos da decisão judicial, autorizam saídas de natureza excepcional e ocasional, considerando as necessidades do vigiado e sempre sem prejuízo da segurança da comunidade e do controlo da execução da medida ou pena. verificação das saídas Independentemente de quem autoriza, as equipas de VE verificam previamente os pressupostos invocados para os pedidos de ausências avaliando a sua razoabilidade e oportunidade. Durante e após a sua concretização, o cumprimento das suas finalidades e os horários praticados são assertivamente fiscalizadas pelas equipas de VE. A estratégia de fiscalização não é do conhecimento do vigiado e pode incluir acções presenciais, com meios electrónicos ou não, telefonemas ou outros meios. violação e reacção relatórios de incidentes Se os pressupostos da responsabilidade e colaboração são violados, haverá reacções e, em certos casos, consequências para os incumpridores. É muito importante a permanente atenção das equipas de VE à monitorização de todos os casos, combinando pedagogia com a reacção rápida aos incumprimentos. Quando estes são graves ou reiterados, são reportados aos tribunais. relatórios periódicos de execução As equipas de VE enviam ao tribunal relatórios periódicos na OPH: trimestralmente nas penas: nos termos da lei ou da decisão judicial termo da medida e desinstalação dos equipamentos A desinstalação dos equipamentos de VE é efectuada até às 24h do dia em que é recebida a decisão, sendo o tribunal informado logo que a mesma tiver sido executada. acompanhamento individualizado e controlo 7 /10

9 6 TECNOLOGIAS o sistema de rádio frequência Esta tecnologia a vigilância de determinada pessoa em local previamente definido. O vigiado é portador de um dispositivo de identificação pessoal, (DIP) vulgo pulseira electrónica, que transmite sinais em rádio frequência, a intervalos de tempo curtos. É o seu bilhete de identidade electrónico, enquanto sujeito à VE. Os sinais são captados pela unidade de monitorização local (UML) instalada na habitação, na qual é descarregado um ficheiro informático com os dados da decisão judicial referentes aos horários, de modo a poder ser feita a aferição do comportamento do DIP. Por esta razão, ela é o guarda electrónico privativo de cada vigiado. A captação do sinal do DIP pela UML confirma se o vigiado está ou não na habitação. As violações detectadas e outros dados apurados são transmitidos através de uma rede de telecomunicações para os meios computacionais centrais que os disponibilizam em escassos minutos às Equipas de VE da DGRS. Em resumo, este sistema de VE permite permanentemente verificar se o vigiado: sai ou entra na habitação e, portanto, se está ou não na habitação danifica, tenta danificar ou retira a pulseira e a UML desloca a UML ou a desliga da energia eléctrica ou da rede de telecomunicações Todas as ocorrências que o sistema detecta e reporta de imediato, originam alguma reacção por parte das Equipas de VE. Em caso de anomalia ou incumprimento são tomadas rapidamente as medidas necessárias para tentar repor a normalidade na execução da decisão judicial. o sistema de geo-localizaç localização O sistema de geo-localização é um meio tecnológico robusto para fiscalizar a proibição de contactos entre agressor e vítima de violência doméstica. O objectivo é elevar a protecção da vítima. Consiste na utilização de equipamentos por parte do agressor que permitem a sua geo-localização através da ligação às redes de comunicações móveis e a uma rede de satélites; também a vítima possui um equipamento de geo-localização. São definidas áreas de exclusão para o agressor que, sendo violadas, geram alarmes nas máquinas de que as partes são possuidoras, bem como nos serviços de vigilância electrónica que agem de acordo com protocolos Para mais informações, por favor consultar o folheto sobre esta matéria segurança dos sistemas As questões de segurança são aspectos muito sensíveis; por isso, são frequentes as perguntas sobre a fiabilidade e vulnerabilidade dos sistemas de VE. As tecnologias em uso possuem elevada sofisticação, sendo amplamente experimentadas, não havendo indicação de intrusão ou violação do sistema quando são seguidos os procedimentos indicados pelos fabricantes. Destaca-se: o sistema nacional de vigilância electrónica tem um funcionamento permanente a integridade dos equipamentos e das transmissões são salvaguardadas por sucessivos mecanismos de segurança defensiva e reactiva verificação de voz está igualmente preparada para detectar falsificações a tecnologia em uso durante o presente contrato é fornecida pela empresa 3M - acompanhamento individualizado e controlo 8 /10

10 7 PERGUNTAS MAIS FREQUENTES como posso ajudar o meu m constituinte? Há vários modos de ajudar: 1. explicando o que é e como funciona a VE, ajudando a perceber as vantagens e as exigências da permanência na habitação. O confinamento à habitação, especialmente quando é total (sem saídas) pode revestir-se de algumas dificuldades pelo, apesar das vantagens, deve ser bem ponderado o recurso à VE. 2. aconselhando a adoptar comportamentos consonantes com a pena ou medida 3. orientando no sentido de sempre que haja dúvidas relativamente aos serviços de reinserção social, elas serem também discutidas pelo constituinte com o seu técnico de reinserção social (nome e contacto no guia para o vigiado, entregue no acto da instalação dos equipamentos de VE. Em caso de dúvida, pode contactar o coordenador da Equipa de VE mais próxima. quem fica sujeito a VE? Quem esteja: 1. sujeito à medida de coacção de OPH 2. a cumprir PPH até um ano (nalguns casos até dois) 3. sujeito a ALC 4. sujeito a MEPP 5. sujeito a proibição de contactos com a vítima (violência doméstica) há critérios de elegibilidade para VE? Os critérios de elegibilidade legal são os constantes na lei. Para além destes, há critérios indicativos de natureza social ou de oportunidade que são usados pela DGRS. há custos da VE para o meu constituinte? A VE é gratuita. o meu constituinte nte pode sair de casa? Nos termos da lei, os indivíduos sujeitos a penas ou medidas com VE com obrigação de permanência na habitação só podem sair da habitação com autorização judicial ou das Equipas de VE. As autorizações são sempre concedidas com objectivos bem determinados e as saídas são assertivamente fiscalizadas pelos serviços. Exceptuam-se casos de emergência médica com o próprio ou descendente menor (desde que não possa ser acompanhado por terceiros) devendo ser consultada a linha de saúde pública. A saída é sempre fiscalizada pelas Equipas de VE. Nos casos de geo-localização, não há impedimentos. o meu constituinte pode vir ao meu escritório? Nos casos de obrigação de permanência na habitação, sim desde que tenha autorização judicial ou dos serviços de reinserção social para esse efeito, sendo que a deslocação terá que ser previamente acordada. As declarações de presença nos escritórios de advogados são obrigatórias e deverão ser sempre exactas na indicação do horário de entrada e de saída. Outros meios de fiscalização poderão ser usados. Nos casos de geo-localização, não há impedimentos. como é que as Equipas de VE fiscalizam as saídas da habitação? Existem várias modalidades de fiscalização do cumprimento dos objectivos das saídas. Pode haver verificações sistemáticas ou aleatórias, sempre inopinadas, por meios móveis de monitorização electrónica, telefónicas, presenciais e por verificação biométrica de voz, via telefone (rede fixa). As Equipas de VE procuram sempre ter um interlocutor no local de trabalho, estudo ou outro que mantenha os serviços informados sobre o comportamento do vigiado. A fiscalização é muito exigente e não são toleradas falhas. o que acontece se o meu constituinte tuinte violar os termos da decisão judicial? O vigiado sabe que deve cumprir os termos da decisão judicial e que se não o fizer, corre o risco de ser preso, informação transmitida com clareza ao vigiado no início da execução da pena ou medida. acompanhamento individualizado e controlo 9 /10

11 Se se tratar de violação grave (que ponha em causa os termos da decisão judicial ou a natureza da pena ou medida) ou se se tratar de violação recorrente, é de imediato elaborado um relatório de incidentes para o tribunal. A colaboração das polícias para detenção e apresentação ao juiz pode ser solicitada. No caso da OPH ser violada, pode haver lugar a prisão preventiva. quem acede à informação inserida no sistema informático de VE? Nos termos da lei, a informação é apenas acedida pelos técnicos das Equipas de VE. Sempre que legitimamente solicitada, os serviços fornecem informação para efeitos de investigação criminal às autoridades judiciárias e aos OPCs. como e quando posso contactar os serviços de VE Os Coordenadores das Equipas de VE são os seus interlocutores. Pode contactá-los por escrito ou por telefone sempre que considere necessitar de informação ou precisar de trocar impressões sobre a VE: 1. em abstracto, para conhecer o tipo de intervenção que os serviços realizam, critérios de elegibilidade, legislação, localização dos serviços, prazos, etc. 2. em concreto, para procurar esclarecimento sobre a intervenção dos serviços, ou procurar ou dar informação sobre um determinado indivíduo vigiado. Veja também os folhetos informativos sobre cada uma das intervenções realizadas com VE para conhecer as suas potencialidades. 8 CONTACTOS Sempre que necessário, os advogados podem contactar telefonicamente ou por fax os coordenadores das Equipas de VE com vista a obter esclarecimentos sobre a VE em geral ou sobre situações de vigiados em particular. lista de contactos Equipa de VE Coordenador/a telefone fax 01 Lisboa Dr. Jorge Romão Porto Dra. Susana Pinto Coimbra Dr. Fernando Fernandes Setúbal Dra. Conceição Mourato Mirandela Dr. Salomão Abreu Guarda Dra. Paula Madeira Évora Dra. Conceição Mourato Loulé Dr. Carlos Silva Funchal Dr. Samuel Freitas P. Delgada Dr. Nuno Ferreira em caso de dúvida, por favor queira contactar correio.vigilanciaelectronica@dgrs.mj.pt.mj.pt h por dia linha permanente de apoio e esclarecimento para operadores judiciários acompanhamento individualizado e controlo 10 /10

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