PREVISÃO DA BALANÇA COMERCIAL PARA 2017

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1 PREVISÃO DA BALANÇA COMERCIAL PARA 2017 EXPORTAÇÃO * VARIAÇÃO % BÁSICOS 91,705 79, ,8 INDUSTRIALIZADOS 101, ,806 +0,5 - Semimanufaturados 29,265 27,893 +4,9 - Manufaturados 72,090 72,913-1,1 CONSUMO DE BORDO 4,300 4,200 +2,4 TOTAL 197, ,163 +7,2 IMPORTAÇÃO BENS DE CAPITAL 17,679 18,338-3,6 BENS INTERMEDIÁRIOS 91,432 85,878 +6,5 BENS DE CONSUMO 23,032 21,796 +5,7 - Não Duráveis/Semiduráveis 18,127 17,339 +4,5 - Duráveis 4,905 4, ,1 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES 13,445 12,372 +8,7 - Básicos 7,096 6,734 +5,4 - Elaborados 6,349 5, ,6 BENS NÃO ESPECIFICADOS 0,125 0,125 0,0 TOTAL 145, ,509 +5,2 SALDO 51,647 45, ,1 Rio de Janeiro, 14 de dezembro de

2 CENÁRIOS, DADOS, PARTICULARIDADES, REFLEXOS E PROJEÇÕES PARA O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO EM CONSIDERAÇÕES INICIAIS As projeções de comércio exterior para 2017 foram elaboradas considerando-se o cenário vigente neste momento e alguns fatores de incerteza que pairam sobre 2017, mas que ainda não se conhece seu impacto nas economias mundial e brasileira, entre os quais listam-se os seguintes, entre diversos outros: - eleição de Donald Trump e eventuais ações de protecionismo, revisão de acordos comerciais, elevação de juros, atração de capitais financeiros e/ou investimentos produtivos, fortalecimento do dólar, encarecimento das exportações dos EUA e barateamento das importações; - reflexos comerciais e/ou protecionistas decorrentes do reconhecimento, ou não, da China como economia de mercado; - dúvidas se a recente elevação acima de 50% nas cotações de minério de ferro, apurada desde o inicio de novembro, é resultado de especulação ou de razões técnicas; - o efetivo impacto nas cotações de petróleo resultante do corte, a partir de janeiro de 2017, de 1,2 milhões de barris de petróleo anunciado pela OPEP; - como será o relacionamento comercial dos EUA com as Chinas comunista e nacionalista; - a aproximação entre Trump e Putin vai afetar as exportações brasileiras composta por itens idênticos aos produzidos pelos EUA; - qual será o comportamento dos EUA em relação à atuação da OMC; - o Brexit, seus impactos econômico-comerciais e exemplo para outros países e/ou blocos; - a eleição do Trump e eventuais impactos em eleições em outros países, exemplos da França, Alemanha, Holanda e mesmo Itália; - os fatores listados podem ter reflexos diretos e indiretos no Brasil, especialmente sobre as cotações das commodities, que representam cerca de 60% das exportações brasileiras; - o crescimento previsto de 3,5% no PIB da Argentina, caso confirmado, vai aumentar as exportações brasileiras para aquele mercado; - a suspensão e/ou cancelamento de projetos para exportação de serviços de engenharia e a não aprovação de novos projetos vai representar perda na exportação de bens manufaturados. 2 - PROJEÇÕES Para 2017, são projetadas exportações de US$197,360 bilhões, aumento de 7,2% em relação ao montante de US$184,163 bilhões estimados para 2016, enquanto as importações estão previstas em US$145,713 bi, aumento de 5,2% em relação aos US$138,509 bilhões estimados para 2016, e superávit de US$51,647 bi, recorde histórico e maior que os US$45,654 bilhões previstos para Após 6 (seis) anos de queda, o superávit comercial projetado para 2017 deverá ser ajudado pelo aumento das exportações e importações, e conseqüente elevação da corrente de comercio. A insegurança e incerteza vigentes poderão demandar revisão dessas projeções antes de julho, mês tradicional de realização da única revisão anual da balança comercial pela AEB. 3 CENÁRIOS Nas projeções de exportações e importações para 2017 foram considerados os seguintes cenários: 2

3 3.1 Exportação - taxa cambial oscilando entre R$3,20 e R$3,50, influenciada pela elevação dos juros nos Estados Unidos e/ou pelo quadro político-econômico vigente no Brasil; - com este nível de taxa cambial, seu impacto sobre a competitividade das exportações de manufaturados em geral será limitado e/ou inexistente, com a América do Sul devendo continuar a ser o principal mercado para produtos manufaturados brasileiros; - o mercado dos Estados Unidos será um objetivo a ser alcançado, apesar da competitividade limitada dos produtos brasileiros, seja decorrente de elevados custos, seja por taxa cambial inadequada; - exportar manufaturados para a União Européia poderá ficar mais difícil após a desvalorização de cerca de 20% do euro frente ao dólar, torna nossas exportações ainda mais caras; - com relação à China, pelo fato de exportarmos basicamente commodities, a taxa cambial não provocará impacto nos manufaturados, porém, podemos ser afetados negativamente por eventual redução de cotações das commodities; - a estagnação e/ou queda nas exportações brasileiras de manufaturados nos últimos anos afastou o Brasil dos mercados de EUA e Europa, seja por falta de preços competitivos seja por apresentar-se como novo exportador, quadro que demandando tempo para reconquistar mercados atualmente ocupados por fornecedores de outros países. Mesmo assim, a concretização de novas exportações deverá ocorrer somente após o fim dos contratos em vigor, o que pode demorar de 6 meses a 3 anos; 3.2 Importação - elevação do PIB ao redor de 0,5%; - manutenção de baixa demanda interna; - continuidade da queda no consumo das famílias - aumento do índice de desemprego; - leve ampliação do nível de inadimplência de pessoas física e jurídica; - pequena redução média, em relação a 2016, dos custos cambiais e tributários de importação; - leve aceleração da importação para reduzir custos; - redução da taxa SELIC para entre 10% e 11%, forte contingenciamento de gastos públicos, negociações de reformas estruturais, adiamento ou corte de investimentos e inflação ao redor de 5%; - manutenção do forte ajuste na Petrobrás e dos reflexos negativos sobre as atividades econômicas internas desempenhadas por outros segmentos empresariais. 4 DADOS Neste momento, as principais commodities projetam elevação média em suas cotações para 2017, mas, de forma geral, sem previsão de aumento do quantum; Como o índice de crescimento das exportações de commodities será positivo e de manufaturados negativo, a participação das commodities na pauta de exportação deverá passar de 58% para 61%; As programações de exportação de sondas e plataformas de petróleo em 2017 são desconhecidas, dependendo de negociação com a empresa Sete Brasil, responsável pela fabricação e fornecimento à Petrobras, porém sinalizam que não devem ser expressivas como em

4 5 PROJEÇÃO E COMPARAÇÃO DE COTAÇÃO DAS COMMODITIES O quadro abaixo mostra as projeções de cotação médias das commodities para 2017 e os preços médios efetivamente praticados em COTAÇÕES MÉDIAS US$/ton Projetadas 2017 Efetivas 2016 Variação % Minério ferro ,3 Petróleo ,5 Soja em grão ,6 Carne suína ,6 Carne bovina ,8 Açúcar bruto ,4 Café ,2 Celulose ,1 Óleos combustiv ,6 6 - PARTICULARIDADES Soja em grão, pelo terceiro ano consecutivo, continuará sendo o produto líder de exportação, com US$ 21,660 bilhões, decorrente de pequena elevação da cotação e médio aumento do quantum; Após 5 (cinco) quedas, a corrente de comércio projetada de US$343,073 bilhões em 2017, significará aumento de 6,3% sobre a estimativa de US$322,672 bilhões em Destaque-se que, o que gera atividade econômica é a corrente de comércio, e não o superávit comercial. 7 REFLEXOS Em 2011 o Brasil tinha participação de 1.41% nas exportações mundiais; caiu para 1,33% em 2012; foi reduzida para 1,32% em 2013; nova queda para 1,19% em 2014; nova redução para 1,16 % em 2015 e projeção de nova queda para 1,08% em 2016; Depois de ocupar em 2013 a 22ª posição no ranking mundial de exportação, o Brasil caiu para a 25ª em 2014 e permaneceu nessa 25ª posição em 2015, projetando-se queda para a 26ª em 2016; As elevações projetadas de 7,2% nas exportações e de 5,2% nas importações representarão efetiva contribuição positiva do comércio exterior para o PIB de 2017; 8 REFORMAS O elevado superávit comercial a ser obtido em 2016 não deve ser comemorado, pois será resultado de forte queda das importações, e o Brasil continua necessitando de urgentes reformas estruturais nas áreas tributária, previdenciária e trabalhista, investimentos maciços e contínuos em infraestrutura para reduzir custos de logística e acelerar processos de desburocratização, condições indispensáveis para reduzir custos e tornar os produtos exportados competitivos, sem depender de taxa de câmbio. 4

5 VARIAÇÕES PROJETADAS NOS PRINCIPAIS DE EXPORTAÇÃO BÁSICOS * VARIAÇÃO % Soja em grão 57 t x $380 = 21,660 19, ,4 Minério de ferro 375 t x $45 = 16,875 12, ,7 Petróleo em bruto 45 t x $300 = 13,500 10, ,6 Carne de frango 4,2 t x $1,500 = 6,300 5,932 +6,2 Farelo de soja 14,8 t x $350 = 5,180 5,151 +0,6 Café em grão 1,9 t x $2,800 = 5,320 4,881 +9,0 Carne bovina 1,1 t x $4,300 = 4,730 4,331 +9,2 Milho em grão 23 t x $165 = 3,795 3,659 +3,7 Fumo em folhas 0,55 t x $4,500 = 2,475 2, ,1 Minério de cobre 1,1 t x $1,800 = 1,980 1,820 +8,8 Carne suína 0,75 t x $2,300 = 1,725 1, ,7 Algodão em bruto 0,9 t x $1,550 = 1,395 1, ,1 Carnes salgadas de frango 0,19 t x $2,250 = 0,427 0,424 +0,8 Bovinos vivos 0,12 t x $2,000 = 0,240 0,219 +9,6 Miudezas de animais 0,21 t x $1,880 = 0,395 0,399-1,0 Arroz em grão 0,8 t x $390 = 0,312 0, ,3 Pimenta em grão 0,03 t x $8,000 = 0,240 0,245-2,0 Tripas e buchos de animais 0,13 t x $2,250 = 0,292 0,287 +1,7 Trigo em grãos 0,8 t x $160 = 0,128 0, ,3 Minério de alumínio 11 t x $26 = 0,286 0,278 +2,9 Demais produtos 3,700 3,628 +2,0 TOTAL 91,705 79, ,8 SEMIMANUFATURADOS * VARIAÇÃO % Açúcar em bruto 22,5 t x $380 = 8,550 8,307 +2,9 Celulose 14 t x $430 = 6,020 5,531 +8,8 Semimanufat. ferro e aço 8,5 t x $350 = 2,975 2, ,8 Ferro-ligas 0,5 t x $4,500 = 2,250 2,100 +7,1 Couros e peles 0,44 t x $4,800 = 2,112 2,023 +4,4 Ouro em formas 0,05 t x $38,000 = 1,900 2,022-6,0 Óleo de soja em bruto 1,2 t x $730 = 0,876 0, ,0 Ferro fundido / gusa 2 t x $260 = 0,520 0,521-0,2 Catodos de cobre 0,1 t x $4,800 = 0,480 0,454 +5,7 Madeira serrada 1,2 t x $460 = 0,552 0,537 +2,8 Alumínio em bruto 0,3 t x $1,500 = 0,450 0,494-8,9 Borracha sintética e artificial 0,1 t x $1,850 = 0,185 0,173 +6,9 Manteiga e gordura cacau 0,035 t x $7,000 = 0,245 0, ,9 Zinco em bruto 0,07 t x $2,300 = 0,161 0, ,3 Madeiras em estilhas 1,6 t x $82 = 0,131 0,160-18,1 Estanho em bruto 0,008 t x $20,000 = 0,160 0, ,1 Ceras vegetais 0,015 t x $6,500 = 0,098 0,095 +3,1 Demais produtos 1,600 1,540 +3,9 TOTAL 29,265 27,893 +4,9 5

6 VARIAÇÕES PROJETADAS NOS PRINCIPAIS DE EXPORTAÇÃO MANUFATURADOS * VARIAÇÃO % Aviões 4,500 4,159 +8,2 Automóveis 5,000 4, ,8 Óxidos hidróxidos alumínio 8,7 t x $240 = 2,088 2,276-8,3 Autopeças 2,010 1,863 +7,9 Laminados planos 3 t x $580 = 1,740 1, ,5 Motores e partes p/ veículos 1,610 1,595 +0,9 Açúcar refinado 5 t x $430 = 2,150 2,112 +1,8 Polímeros de etileno 1,6 t x $1,150 = 1,840 1,873-1,8 Veículos de carga 2,100 2,056 +2,1 Tubos flexíveis ferro e aço 1,200 1,279-6,2 Motores e geradores 1,270 1,217 +4,3 Máquinas de terraplanagem 1,380 1,368 +0,9 Pneumáticos 1,140 1,138 +0,2 Papel e cartão 1,2 t x $820 = 0,984 0,981 +0,3 Medicamentos 1,020 0,950 +7,4 Suco laranja não-congelado 1,4 t x $550 = 0,770 1,032-25,4 Tratores 1,080,0, ,6 Bombas e compressores 1,030 1,029 +0,1 Calçados 1,050 0,955 +9,9 Óleos combustíveis 3,7 t x $230 = 0,851 0,781 +9,0 Chassis com motor 1,000 0, ,5 Obras mármore e granito 0,800 0,756 +5,8 Suco laranja congelado 0,4 t x $1,650 = 0,660 0,854-22,7 Tubos de ferro fundido 0,480 0,467 +2,8 Torneiras e válvulas 0,560 0,749-25,2 Etanol 1 t x $700 = 0,700 0,876-20,1 Fio máquina 1,2 t x $540 = 0,648 0,656-1,2 Rolamentos e engrenagens 0,570 0,572-0,3 Hidrocarbonetos 0,600 0,551 +8,9 Preparações de carne bovina 0,11 t x $5,550 = 0,610 0,589 +3,6 Móveis e suas partes 0,640 0, ,1 Máquinas aparelhos agrícolas 0,540 0, ,9 Café solúvel 0,08 t x $6,800 = 0,544 0,565-3,7 Partes motores / turbinas avião 0,590 0, ,6 Plataforma de petróleo 1,500 3,647-58,9 Madeira perfilada ou aplainada 0,460 0,446 +3,1 Madeira compensada 0,490 0,472 +3,8 Instrumento aparelho medição 0,500 0,467 +7,1 Compostos nitrogenados 0,440 0,426 +3,3 Preparações de carne frango 0,17 t x $2,500 = 0,425 0,414 +2,6 Demais produtos 24,520 24,302 +0,9 TOTAL 72,090 72,913-1,1 6

7 VARIAÇÕES PROJETADAS NOS PRINCIPAIS DE IMPORTAÇÃO BENS DE CAPITAL * VARIAÇÃO % Bens de capital 15,438 16,087-4,0 Equipamentos transporte industrial 2,241 2,251-0,4 TOTAL 17,679 18,338-3,6 BENS INTERMEDIÁRIOS * VARIAÇÃO % Insumos industriais elaborados 51,792 48,776 +6,2 Insumos industriais básicos 2,415 2,491-3,1 Peças e acessórios para BK 17,430 16,139 +8,0 Peças p/ equipamentos transporte 15,438 14,225 +8,5 Alimentos e bebidas básicos 2,490 2,453 +1,5 Alimentos e bebidas elaborados 1,867 1,794 +4,1 TOTAL 91,432 85,878 +6,5 BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS E SEMIDURÁVEIS * VARIAÇÃO % Bens de consumo não duráveis 7,719 7,539 +2,4 Bens de consumo semiduráveis 4,357 4,136 +5,3 Alimentos e bebidas elaborados 3,810 3,571 +6,7 Alimentos e bebidas básicos 2,241 2,093 +7,1 TOTAL 18,127 17,339 +4,5 BENS DE CONSUMO DURÁVEIS * VARIAÇÃO % Automóveis de passageiros 3,237 2, ,9 Bens de consumo duráveis 1,668 1,539 +8,4 TOTAL 4,905 4, ,1 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES * VARIAÇÃO % Básicos 7,096 6,734 +5,4 Elaborados 6,349 5, ,6 TOTAL 13,445 12,372 +8,7 7