Ata da Sessão Pública para debater sobre doenças transmissíveis

Transcrição

1 Ata da Sessão Pública para debater sobre doenças transmissíveis Aos (08) oito dias do mês de abril de 2013, às dez horas (10h), sob a Presidência da vereadora Tereza Nelma, reuniu-se a Câmara Municipal de Maceió, situada a Praça Marechal Deodoro, número 376 (trezentos e setenta e seis) nesta capital, com as presenças dos vereadores: Tereza Nelma (propositora da sessão), Dudu Ronalsa, Eduardo Canuto, Heloisa Helena e Silvânia Barbosa. Dado início aos trabalhos a presidenta, leu em plenário a relação das pessoas convidadas e agradeceu a presença de todos. Explicou que a realização dessa audiência pública tem como finalidade apresentar à população mecanismos de combate as doenças negligenciadas. A seguir, convidou para compor a mesa dos trabalhos Dr ª Michelline Tenório (membro do Ministério Público), Dr º Celso Tavares (coordenador da secretária municipal de saúde), Sandra Canuto (representante da secretária estadual de saúde), Maurício Sarmento (Conselho Municipal de saúde), Pedro Ricardo (representante o SINDAS), Drº Fernando Pedrosa (presidente do conselho regional de medicina). A presidenta relatou o aumento dos casos de dengue em nossa cidade, mencionou que esteve recentemente fazendo exames na cidade de São Paulo onde assistiu várias matérias na TV sobre a preocupação de diversos estados com essa problemática. Leu sobre dados da vigilância nacional, onde trata do aumento de 82% dos casos de dengue em Alagoas. Citou também outras doenças a exemplo da tuberculose, hanseníase, meningite discorrendo sobre a questão, onde leu quanto às doenças transmissíveis que estão mais concentradas em nossa capital. Salientou quanto a disponibilidade que o secretário municipal de saúde João Marcelo, sempre dispõe a sua pasta. Convidou a primeira oradora Drª Sandra Canuto cumprimentou a Mesa dos trabalhos na pessoa da vereadora Tereza Nelma, bem como a todos os presentes. Explanou sobre a dengue, onde é assunto de mídia de dia a dia e que todos precisam saber como combater, porém é complicado seu controle, mas felizmente Alagoas não está no quadro epidemiológico, para 2013 houve epidemia por não haver defesa contra o vírus quatro da dengue. Citou que o carro fumacê, atua nas áreas mais propensas a infestação alta cujo principal foco está nas

2 residências com caixa d água e os índices de infestação predial nos bairros da ponta verde, pajuçara, ponta da terra e jacintinho I e II, apresentou um mapa onde destaca esses bairros supracitados com maior transmissão de dengue, afirmou que os agentes de saúde têm a preocupação de informar os bairros que estão com essa problemática. Citou que o carro fumacê é disponibilizado pelo estado onde há uma programação para o carro ir até a região que tem aumento de casos de dengue e que o mesmo está mais no litoral devido ao aumento do índice nos bairros mencionados, disse também que o carro não combate a muriçoca e que o mesmo só combate ao mosquito adulto da dengue fêmea que atua nas primeiras horas do dia e no fim da tarde. Lamentou a degradação do meio ambiente o que acarreta na proliferação de baratas e escorpiões, informou que foram compradas 62 bombas dedetizadoras de uso de agentes que serão distribuídos aos municípios. Discorreu que o cuidado da casa deve ser exclusivamente do dono, sabendo que a irregularidade no abastecimento d água e a falta de coleta de lixo regular também resultam no aumento da proliferação do mosquito e que só a saúde não pode ter uma resposta de combate a dengue. Comentou sobre a hanseníase afirmando que mesma é transmitida inclusive pela respiração onde as pessoas que moram com uma pessoa acometida pela doença fica mais susceptível à contrair-la é necessário que a população analise se há alguma mancha avermelhada no corpo. Mencionou que a secretária de estado vem capacitando os técnicos, médicos, enfermeiros desde Citou também quanto a tuberculose, que tem média de cura de 73%, pois ainda é considerado baixa. A tuberculose e hanseníase são consideradas as doenças da pobreza e que a turbeculose mata, lamentou que 30 % dos casos novos foram diagnosticados em hospitais o que não deveria, pois este diagnostico deveria ter sido detectado na atenção básica. Explanou também sobre a transmição das meningites que se dá mais em lugares fechados e que a vacina é a melhor forma de prevenir, citou que em Maceió a meningite está em todos os bairros, alertando que existe tratamento e a mesma não está concentrada em um único lugar por isso não requer tanta preocupação e que o hospital Elvio Audo é tido como referência para cuidado da doença citada. Reportou-se quanto a picada com bicho peçonhento, exemplificando quanto a um paciente picado por escorpião, entre janeiro até hoje, Maceió já teve 921 pessoas acometidas por picada de

3 bicho peçonhento e destes 888 foi por escorpião onde deve se cuidar do lixo, pois o mesmo fica abrigado em entulho de construção e madeira, geralmente onde se há muitas baratas há escorpião. Teceu explicações sobre a leptospirose nos bairros Jacarecica, Antares, Cidade Universitária e Santa Lúcia, que tem os maiores índices da doença em questão. A presidente disse está preocupada com esses números e que se tem de fazer uma ação de combate. Comentou que sua filha já teve dengue hemorrágica e que foi o Drº Marcelo Const que diagnosticou e solicitou que sua filha fosse imediatamente internada. Drº Celso Tavares (coordenador municipal de epidomologia) apresentou um slide sobre as doenças em questão, lendo um poema de Ferreira Gullar. Comentou que a secretária ficou apagada por um tempo devido à falta dos prestadores de serviços e que relutou muito a ficar a frente da coordenação de epidomologia, pois sabia que seria muito difícil, onde as leis parecem ser criadas para favorecerem os bandidos e que tem resolvido tudo na cara e na coragem. Lamentou que a população é a grande culpada pela omissão dos direitos. Comentou que existem pessoas que ganham dinheiro na secretária de saúde sem irem trabalhar bem como os fornecedores de Maceió, não querem vender ao município porque não receberam. Explicou sobre os slides apresentados que tratam das doenças hanseníase, tuberculose, leptospirose e meningite. Retratou sobre a cada dois anos estamos passando por eleições e quem sofre com isso é a população, pois os políticos ficam trabalhando exclusivamente para se manter no poder. Discorreu que quase toda a população já teve algum contato com vírus. Apresentou um gráfico onde destacou o aumento do número de pessoas acometidas pela dengue, no programa de combate o dengue, tem que se trabalharem oito horas. Apresentou slides sobre as mortes que houve em 2011, por pacientes que receberam de um a seis atendimentos. Citou a necessidade de capacitação dos profissionais. Lamentou que nas gestões anteriores fosse repassado o mínimo para coordenação e que muitos funcionários estão a frente de pastas porém o gestor não é qualificado para está função. Maurício Sarmento (conselho municipal de saúde) saudou a Mesa dos trabalhos e afirmou que o tema dessa sessão é muito importante. Citou que hoje pela manhã ouviu uma entrevista na TV sobre a ouvidoria SUS, onde se preocupou de imediato, pois ouvidoria não é órgão de controle social mais sim uma ferramenta.

4 Indagou sobre os agentes de saúde de Maceió, que muitos deixaram de trabalhar por culpa da gestão do prefeito atual, pois 50% desses trabalhadores não estão indo à campo devido a falta de fardamento, disse que fez uma pesquisa de campo, porém não concluíram porque existe uma portaria que impede que os agentes de saúde falem sobre os problemas internos que os mesmos passam, dentro dessa pesquisa foi citado a falta de condições de trabalho e a violência quando o agente está atuando no campo e até de assedio moral com abertura de processo administrativo o que gera o nível de insatisfação desses profissionais. Pedro Ricardo (representante do SINDAS) cumprimentou à todos em especial as mulheres deste poder. Apresentou um vídeo que mostra os pontos de apoio que se encontram caóticos e sem a menor condição de trabalho, relatando que é difícil trabalhar com endemias em Maceió e com toda problemática os agentes tentam fazer seu trabalho. Afirmou que a dengue mata, citando que viveu isso na pele, com seu sobrinho de três anos que foi diagnosticado com dengue hemorrágica. Lamentou que a maioria dos vereadores não compareceram a está sessão e que espera que o Ministério Público faça algo pois os agente estão há dois anos com apenas uma farde, declarando um absurdo, pois o agente enfrenta dias de chuvas e dias de sol. Solicitou que uma comissão faça apenas uma visita aos pontos de apoio dos agentes citados, acredita que essa gestão do prefeito Rui Palmeira e que o secretário municipal de saúde João Marcelo disse que o prisma da sua gestão será a atenção básica. Por fim, pediu ao Drº Celso Tavares que observe com atenção quando ao problema de escorpião em Maceió, solicitando que se faça novamente o programa de remoção de escorpião. Drº Fernando Pedrosa (presidente do conselho regional de medicina) parabenizou o tema abordado e a todos os presentes. Relatou que como infectologista essa área também é bastante importante, o dengue tem como prevenir atuando em combate ao vetor transmissor (melhoria nas condições dos trabalhos dos agentes de saúde) e treinando e capacitando os médicos e profissionais da atenção básica. Informou que não é qualquer profissional médico que pode ficar no plantão dengue. Indagou que a população de Maceió é crescente não pelo desenvolvimento social mais sim pelo êxodo rural, lamentando que a população é pouco estruida e que se deve modificar alguns pensamentos sociais. Culpou a falta de mão de obra qualificada se deve aos concurseiros

5 que fazem o certame ingressam no funcionalismo público, porém não querem exercer a profissão. Solicitou que os salários dos agentes não sejam tão diferentes que um agente administrativo. Citou a cidade do Rio de Janeiro tem o maior índice de tuberculose no Brasil, quanto ao combate da hanseníase o país deve ter um controle maior e determinar programas específicos. Discorreu sobre o programa de vermes em índices escolares é um erro, pois não se fazem um exame de especifico antes e logo medicam a criança, considerando um equivoco do Ministério da saúde, lamentando que os programas de saúde são feito por pessoas com pouco conhecimento cientifico da doença. Aberto a palavra para o pleno foi facultada a palavra ao líder comunitário do bairro Bom Parto Fernando, solicitando que as promessas que o prefeito fez seja cumpridas. Reportou-se a falta de assistência básica no bairro citado e que não permitirão que os vereadores que não estão presentes batam a porta daquela população só afim de voto pois o que a comunidade pede é tão pouco, lamentou não tem acesso ao prefeito que hoje está blindado. A presidenta da audiência comentou que foi informada que há aproximadamente um mês o prefeito esteve no bairro do Bom Parto na companhia desta vereadora fazendo levantamento das necessidades do referido bairro. Facultada palavra a professora Clodes disse que esse momento é histórico em Maceió, pois a discussão das doenças negligenciadas e que abraça a causa da hanseníase desde muitos anos. Comentou que o primeiro hospital para tratar da doença citada foi no século XVIII em Recife, pelo alto índice epidemiológico na cidade citada. Criaram recentemente o programa MORHAN(movimento de integração das pessoas atingidas pela hanseníase) que existe em Maceió há cinco anos e que reivindicam a melhoria no atendimento dos acometidos pela doença citada, pois a mesma não mata muito, porém maltrata os pacientes. Facultada a palavra ao representante dos agentes de saúde José Salviano, cumprimentou a Mesa dos trabalhos pela sessão de hoje, disse que solicitou a liberação dos agentes de saúde de Maceió, pois os mesmos deveriam estar presentes nessa sessão, discorreu que não é dado condições mínimas aos agentes, nem sequer crachá os mesmos possuem, onde esses profissionais adentram na casa das pessoas sem a comprovação de sua função. Fez um apelo ao ministério público, quanto às condições de trabalho dizendo que quando são acidentados não tem nenhuma assistência à saúde.

6 Citou o pronunciamento do Drº Celso Tavares que o mesmo disse que existem muitos agentes com desvio de função solicitando que se abra um processo administrativo, para averiguação da questão, fazendo um relatório com uma sindicância e que não compactua com esse crime. Questionou que há mais de dezesseis anos não se investe nos agentes de saúde e que os mesmos trabalham na captura do fleibote e não em salas confortáveis, afirmou que o mais prejudicado são os pacientes do SUS. Finalizando, informou que os agentes sofrem quanto aos assaltos na cidade de Maceió no exercício de sua função e que defende o bom trabalhador, pedindo que o prefeito de Maceió se pronuncie quanto à questão, agradeceu a luta que a vereadora Tereza Nelma teve em efetivar os agentes de saúde. Facultada a palavra ao Almir dos Santos agradeceu as vereadoras presentes e lamentando a ausência dos demais vereadores. Esclareceu que se tornou agente de saúde no ano de 2000 e que naquela época era bem remunerado e não sabia em comparativo com os dias atuais, disse que faltam investimentos para os agentes e qualificação. Comentou que formou uma associação para mostrar a atual situação do campo e levou ao gestor e o mesmo na época disse que não queria vê problemas e sim solução daí os mesmos foram atrás de solucionar o problema e se encaminharam a Universidade Federal de Alagoas onde foi feito um relatório e quando levaram ao secretário o mesmo disse que não tinha viabilidade do projeto desenvolvido, espera que hoje possamos viver outra realidade, pois se considera uma pessoa otimista. Facultou à palavra a radialista Edinaura Wanderley, informou que todas as semanas estão sendo agendada uma visitação do prefeito nos bairros. Comentou que teve tuberculose e que senti pena de alguns médicos por diagnósticos errados e que se prepara muito antes de entrevistar uma pessoa em seu programa, indagou sobre a sequência do tratamento que fez, onde levou dois anos de sua vida tomando fortes medicações chegando a pesar 38kg o que para sua estrutura física é inaceitável. Salientou que muitos médicos não são tão profissionais e deveriam perder seu certificado. Facultado a palavra ao representando do bairro da Levada Francisco de Macedo, comunicou que há muitos roedores e escorpiões em seu bairro e que espera que nessa nova gestão sejam investidas em ações de combate efetivo as endemias. Solicitou que a região sul da cidade necessita muito do carro fumacê. Colocou a disposição

7 associação do bairro citado aos agentes de saúde. Pediu que fosse revistas a questão dos mercados públicos, tanto quanto ao lixo e aos animais peçonhentos que existe no referido local. Usou da palavra a vereadora Heloisa Helena, saudou a todos os presentes. Fez uma explanação sobre a falta de detecção precoce de diversas doenças o que faz com que a população podre sofra cada dia mais, apesar de termos a constituição mais avançada do mundo. Fez um apelo quanto à emenda do orçamento para a previsão orçamentária, a fim de garantir a melhoria dos mecanismos objetivos deste setor de agentes de saúde bem como outras áreas. Discorreu que toda vez acontece isso os vereadores em sua maioria não vem à sessão pública. A vereadora Silvânia Barbosa, parabenizou o tema desta audiência e a todos que reivindicaram seus problemas, disse que considera essas audiências uma aula, pois fez algumas anotações quanto aos pedidos e que tinha a secretária de saúde como um lugar desconhecido, pois nunca teve seus pedidos atendidos na gestão passada e que fará um oficio para saber os motivos de terem 116 agentes de saúde afastados. Afirmou que se preocupa com aprovação do orçamento, pois muitas atribuições estão paradas pela falta da aprovação do citado orçamento. Comentou sobre um problema que teve com uma senhora que precisava de auxilio para uma cirurgia e a pessoa se deslocou à secretária municipal de saúde e foi prontamente atendida e que depois está vereadora vai agradecer pessoalmente ao secretário da pasta citada. Lamentou que no colégio Hélio Lemos a piscina abandonada é um foco de dengue. Finalizando reiterou que está apostando nessa nova gestão do prefeito Rui Palmeira. Solicitou que a sociedade deve efetivamente participar dos debates desta Casa e que os problemas de Maceió os vereadores devem ir as ruas para estarem próximos da comunidade. Dra Michelline Tenório, parabenizou a vereadora Tereza Nelma pela iniciativa desta sessão e que o tema é bastante importante, pontuou todas as questões que foram abordadas aqui hoje e que o Ministério Público está fazendo uma fiscalização programada e integrada com a SEMAS, SLUM, CREA e outros, todos que tem ao fim e ao acabo que o interesse para que essa situação da dengue seja melhorada. Falou sobre a questão dos pontos de atendimento dos agentes de saúde bem como a falta de uniformes para os mesmos que são inconcebíveis, a discussão do orçamento é premente. Informou que a fiscalização programada é presidida

8 pelo Drº Alberto Fonseca e que o Ministério Público é parceiro até o momento que lhe cabe parceria e que os agentes que não estão no exercício da função irão ter que se pronunciarem. Passando para as considerações finais usaram da palavra a Drª Sandra Canuto, Francisco Macedo, Drº Celso Tavares e vereadora Heloisa Helena, Fernando do Bom Parto e Maurício Sarmento para tratarem sobre soluções efetivas para melhoria do quadro epidemiológico apresentado. A presidente agradeceu a todos os presentes nessa audiência pública ao tempo que convidou a todos para uma audiência pública da próxima sexta feira para debater sobre o mal de parkson. Discorreu que está em seu terceiro mandato e que acredita muita nessa nova gestão e no bem coletivo e que dará sempre um voto de confiança no prefeito Rui Palmeira. Nada mais havendo a tratar foi encerrada a presente sessão. Do que, para constar, dato e assino. Maceió, 08 de abril de Fabíola Marinho Barbosa Redatora de atas e Debates.