CONCEITO DE SAÚDE DOENÇA NO PERCURSO HISTÓRICO EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA Professor Esp. André Luís Souza Stella
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- Antônia Dreer Martinho
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1 CONCEITO DE SAÚDE DOENÇA NO PERCURSO HISTÓRICO EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA Professor Esp. André Luís Souza Stella
2 CONCEITO SAÚDE DOENÇA Constituem a antiga face da Saúde Pública que remontam a preocupação das instituições sociais com o nocivo, tendo como finalidade o estabelecimento de regras para modelar comportamentos que podem resultar em riscos e danos à saúde da coletividade 2
3 Saúde-doença e Sociedade Determinantes da saúde-doença Dahlgren e Whitehead, 1992 Condições socioeconômicas, culturais e ambientais Condições de vida e trabalho Suporte social e comunitário Estilo de vida Idade, sexo e fatores hereditários
4 Saúde-doença e Sociedade É preciso conceber um contínuo entre saúde e doença, em que o fenômeno doença é apenas uma parte (e não restrita a fatores biológicos), além de ser apenas um episódio da vida de um indivíduo no qual a variável contínua passa a ser condições de saúde. É importante compreender que os indivíduos não são saudáveis ou doentes, mas apresentam diferentes graus de saúde ou doença nas suas condições de vida. E, que estes níveis de condição de saúde podem variar dependendo da quantidade, da combinação, da importância e do significado de fatores que o determinam (que é singular) e, ainda, das condições dos indivíduos de enfrentá-los. WAGNER, G. Saúde é um fenômeno clínico e sociológico vivido culturalmente. MINAYO, M.C.
5 PRÉ-HISTÓRIA DESCOBERTA DO FOGO Eram nômades, caçadores, viviam em bandos e a sobrevivência estava associada à disponibilidade de água e alimento. As doenças e agrava que não podiam ser entendidos como resultado do cotidiano era vistos como influência do sobrenatural, deuses, demônios e espíritos malignos. Pensamento mágico-religioso Esse é responsável pelo desenvolvimento inicial da prática médica. 5
6 PERÍODO NEOLÍTICO Pastor e/ou agricultores Fixaram-se próximos a rios e vales férteis. Originou os aldeamentos; houve a domesticação dos animais para o trabalho ou para alimentação Isso ocasionou novas doenças. EX: varíola e tuberculose do gado para o homem; gripe do porco e aves e resfriado comum do cavalo. Esses pequenos aglomerados de pessoas havia armazenamento de alimentos e acúmulo de dejetos aproximando os vetores do ser humano. 6
7 EXPLICAÇÕES RACIONAIS - HIPOCRATES A civilização Grega representa o rompimento com a superstição e com as práticas mágicas e surge as explorações mais racionais. Gregos: Panteístas Os médicos também eram filósofos Além de cuidar da saúde procuravam entender as relações do homem com a natureza. Procuravam interpretar a saúde e a doença como resultados de processos naturais e não sagrados 7
8 ROMA AVANÇOS SANEAMENTO Grandes avanços na Engenharia Sanitária e na administração. Sexto Júlio Aqueduto da Cidade Romana descreve os benefícios para a saúde adquiridos com a implantação dos aquedutos. Banhos romanos extensivos atos de higiene e saúde. Sistema de esgoto Cloaca Máxima. 8
9 IDADE MÉDIA GRANDES EPIDEMIAS Caí o Império Romano e ascende o Período Feudal Significa Declínio da cultura urbana; decadência da organização e das práticas de saúde pública. Ascensão e Fortalecimento da Igreja Católica. Período de muitas Epidemias. 9
10 IDADE MÉDIA GRANDES EPIDEMIAS Catolicismo Afirmava a existência de uma conexão entre doença e pecado. Mundo Lugar de expiação. Doença = Pecado / expiação de um mal cometido / possessão demoníaca / castigo de Deus. 10
11 IDADE MÉDIA CURAS Realizadas pelos religiosos ou invés dos filósofos-médicos. Ao invés de chás, ervas, exercícios, repouso, banhos; eram prescritas rezas, penitências, invocações aos Santos, exorcismos e unções. Função: Purificar a Alma. Para a Igreja os estudos da medicina eram uma blasfêmia que deveria ser julgada pela inquisição. 11
12 IDADE MÉDIA DOENÇAS Período onde as doenças assolavam toda a população: Ex: varíola, tuberculose, sarampo, difteria, influenza, escabiose, eripsela, lepra e peste bulbônica. Lepra = impureza diante de Deus Quem a possuísse deveria ser retirado do convívio social e enviado para os leprosários. Peste bulbônica = deu origem ao nome do período, Idade das Trevas. 12
13 IDADE MÉDIA DOENÇAS 13
14 IDADE MÉDIA HOSPITAIS Serviam para abrigar os pobres e doentes que ficavam nas ordens monásticas e sob sua direção. Foi Instituído o período de quarentena com o objetivo de deter o avanço das doenças Experiência obtida com o isolamento dos leprosos. Continuava em voga a Teoria Miasmática, apesar da nítida natureza comunicável das doenças Por imposição da Igreja. 14
15 IDADE MÉDIA VISÃO DO PERÍODO Aglomeração de pessoas convivendo junto com os animais; Deposição de dejetos humanos e de animais nas ruas; Cheiro de matéria em putrefação misturado a urina e fezes; Contaminação e poluição das fontes de água; Ausência de esgoto; Péssimas condições de higiene. 15
16 IDADE MÉDIA DOENÇAS Ações de Saúde Pública: Suprimento de água para beber e cozinhar 16
17 IDADE MÉDIA TENTATIVAS Criação dos Códigos Sanitários: Normatização da localização dos chiqueiros e matadouros; Normatização para o despejo de restos e dejetos oriundos da população; Normas para o recolhimento do lixo; Pavimentação das ruas; Canalização dos dejetos para poços cobertos. Entretanto: A população mantendo os mesmos hábitos tornou inócuas as medidas 17
18 RENASCIMENTO Teoria dos Germes de Contagio Girolano Fracastoro 1530 com a obra De Contagione - Descreve sobre a hipótese de contágio da sífilis. Hipotetizava sobre agentes específicos para cada doença. No campo da Saúde = grandes avanços em anatomia, fisiologia, descrição individual das doenças baseada na observação clínica e epidemiológica. 18
19 RENASCIMENTO Chamou-se "Renascimento em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. 19
20 RENASCIMENTO Obra de Andreas Vesalio, Suíço De Corporis Humani Fabrica Os crentes acreditavam que era sua função observar a obra da criação, incluindo a dissecção humana. 20
21 ROTAS COMERCIAIS Descoberta do Novo Mundo Isso levou a introdução de novos agentes infecciosos nos Ameríndios 21
22 A DESCOBERTA DA CÉLULA Robert Hook (1665) - Inglaterra Observou uma fatia de cortiça com um conjunto de lentes de aumento; Observou uma estrutura emaranhada com unidades repetitivas as quais denominou cela ou célula.
23 A DESCOBERTA DOS MICROORGANISMOS Anton van Leeuwenhoek ( ) Holanda Lente de aumento acoplada a uma chapa com um anteparo para se observar gotículas de líquidos como água da chuva e saliva. Observou filamentos de diversos tamanhos, pequenas esferas e filamentos as quais denominou animálculos.
24 O MICROSCÓPIO DE LEEUWENHOEK
25 ESTUDOS DE LEEUWENHOEK : observações relatadas à Sociedade Real de Londres
26 O DESCOBRIMENTO DA VACINAÇÃO Edward Jenner : varíola - Europa: pessoas e animais apresentavam varíola; Vacas que apresentavam a doença e regeneravam, nunca mais desenvolviam a doença novamente; Retirou uma Pústula de uma vaca e inoculou em seu filho de 8 anos; Diferente do que todos imaginavam, seu filho não desenvolveu a doença e não a adquiriu; Postulado da Vacinação; Vaccinia em latim = vacinação; derivado de vacas;
27 SEC. XV XVI Revalorização do saber técnico; Conhecimento da natureza; Conhecimento da realidade através da observação dos fenômenos; Valorização da pesquisa empírica. Época da Publicação de inúmeros tratados Favoreceu a aproximação do saber científico e o técnico artesanal. Cooperação entre cientistas e técnicos. Ciência e indústria. Formou a Base do Pensamento Científico 27
28 SEC. XIX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE Até século XIX, o controle das doenças era feito através do isolamento e quarentena. Louis Pasteur com o microscópio demonstra a existência de microrganismos e passa a enfatizar a importância de práticas higiênicas como: ferver ou filtrar a água, lavar e armazenar adequadamente os alimentos, evitando a contaminação por bactérias patogênicas. Louis Pasteur
29 SEC. XIX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE Em meados do século XIX, por ocasião de uma epidemia de cólera em Londres, John Snow (1854), considerado o pai da epidemiologia, concluiu pela existência de uma associação causal entre a doença e o consumo de água contaminada por fezes de doentes, rejeitando a hipótese de caráter miasmático* da transmissão, então em voga. *Segundo a teoria, as doenças teriam origem nos miasmas: o conjunto de odores fétidos provenientes de matéria orgânica em putrefação nos solos e lençóis freáticos contaminado John Snow
30 SEC. XX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE A descoberta da penicilina se deu de forma acidental, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming, em Pesquisando substâncias capazes de combater bactérias em feridas, esqueceu seu material de estudo sobre a mesa enquanto saía de férias. Ao retornar, observou que suas culturas de Staphylococcus aureus estavam contaminadas por mofo e que, Alexander Fleming nos locais onde havia o fungo, existiam halos transparentes em torno deles, indicando que este poderia conter alguma substância bactericida.
31 SEC. XX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE Ao estudar as propriedades deste bolor, identificado como pertencente ao gênero Penicillium, Fleming percebeu que ele fornecia uma substância capaz de eliminar diversas bactérias, como as estafilococos: responsáveis pela manifestação de diversas doenças, tanto comuns quanto mais graves. A substância recebeu o nome de penicilina. Alexander Fleming 31
32 SEC. XX Descoberta dos vetores, hospedeiros intermediários e o papel dos portadores sadios para a transmissão das doenças e manutenção da cadeia epidemiológica. Princípios da Imunidade Ativa e Passiva. Criação de Laboratórios de Microbiologia e Imunologia. Diminuição da mortalidade. Melhoria nas condições de vida, saneamento e sanitárias. Virus da dengue Agente Transmissor/ Vetor Agente Etiologico/ Causador Hospedeiro 32
33 SEC. XIX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE Os adventos da Era Bacteriológica definitivamente mudaram a concepção dos conceitos de Saúde e Doença. 33
34 SEC. XX BACTERIOLOGIA e CAUSALIDADE Houve o desenvolvimento das investigações no campo das doenças infecciosas e na área da microbiologia, cujo resultado foram novas medidas de controle. EX: vacinação. 34
35 CONCEITO DE SAÚDE DOENÇA NO PERCURSO HISTÓRICO BRASILEIRO EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA Professor Esp. André Luís Souza Stella
36 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL No mundo apesar das transformações por causa do Renascentismo serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política, religião, artes, filosofia e nas ciências, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais. No Brasil ainda vê-se um período medieval.
37 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - BRASIL COLÔNIA No início, no Brasil colônia, não havia vigilância, não havia nada. A saúde praticamente inexistiu nesses tempos. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, a medicina dos jesuítas e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma ideia, em 1789, havia no Rio de Janeiro apenas quatro médicos e ninguém falava em vigilância em saúde.
38 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - BRASIL COLÔNIA A sociedade nesta época é caracterizada pelos Europeus, povo hegemônico, escravizando os índios. O Brasil era um lugar a ser explorado e seus habitantes eram os índios, nome dado pelos portugueses as várias etnias existentes aqui. Com a colonização iniciou-se a mistura de sangue: Branco com o Índio = Caboclo Caboclo 38
39 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - BRASIL COLÔNIA Mais tarde, século XVI, vieram os escravos, negros trazidos da África: Branco com o Negro = Mulato Negro com o Índio = Mameluco ou Cafuzo Mulato Cafuzo
40 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - BRASIL IMPÉRIO Em 1808, com a chegada da família real portuguesa, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina no país: O Colégio Médico Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador; A Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. Foram essas as únicas medidas governamentais até a República.
41 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA No século XIX, a vigilância tinha como função evitar a propagação de doenças no meio urbano. A execução desta atividade, exclusiva do Estado, por meio da polícia sanitária, tinha como finalidade observar o exercício de certas atividades profissionais, coibir o charlatanismo, fiscalizar embarcações, cemitérios e áreas de comércio de alimentos. Com a evolução no entendimento sobre a origem das doenças, principalmente pelo advento da bacteriologia (meados do século XIX), novas medidas de controle das doenças foram iniciadas A sociedade encontrava-se bastante mestiça entre os portugueses, índios e negros. E, agora, o Brasil encontra-se com um grande número de imigrantes vindos de outros países, italianos, espanhóis, alemães, japoneses, chineses, etc.
42 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA
43 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA O panorama sanitário era muito desfavorável, o saneamento era precário, a mortalidade infantil em importantes cidades brasileiras situava-se em torno de 150 óbitos por nascidos vivos. O Brasil também enfrentava frequentes epidemias de doenças, como varíola e febre amarela, que determinavam elevadas taxas de mortalidade e um impacto negativo no desenvolvimento econômico.
44 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Fazer frente a tal conjuntura constituiu o desafio de uma brilhante geração de sanitaristas, da qual se destacam: CARLOS CHAGAS ADOLPHO LUTZ OSWALDO CRUZ EMILIO RIBAS VITAL BRASIL
45 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Oswaldo Gonçalves Cruz foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro. Foi pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores no Rio de Janeiro. O presidente Rodrigues Alves ( ), responsável pela primeira medida sanitária no Brasil, nomeou Oswaldo Cruz para resolver o problema das doenças (varíola, malária, febre amarela) que assolavam o país.
46 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Oswaldo Cruz, convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina. A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou prédios, extinguiu focos de larvas, limpou calhas e telhados, ralos e tinas. Lavou caixas automáticas e registos, caixas d água, 173 sarjetas, retirando baldes de lixo e dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando litros de petróleo.
47 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Com ação de polícia, casas foram invadidas, roupas e colchões queimados. Entretanto, sem nenhum tipo de ação educativa. A população foi ficando cada vez mais indignada. O auge do conflito foi a instituição da vacinação obrigatória antivaríola. Iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.
48 O BRASIL E A VIGILÂNCIA O mineiro Carlos Justiniano Ribeiro Chagas foi um médico sanitarista, cientista e bacteriologista brasileiro, que trabalhou como clínico e pesquisador. Atuante na saúde pública do Brasil, iniciou sua carreira no combate à malária. Destacou-se ao descobrir o protozoário Trypanosoma cruzi (cujo nome foi uma homenagem ao seu amigo Oswaldo Cruz) e a tripanossomíase americana, conhecida como doença de Chagas. Ele foi o primeiro e até os dias atuais permanece o único cientista na história da medicina a descrever completamente uma doença infecciosa: o patógeno, o vetor (Triatominae), os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia.
49 O BRASIL E A VIGILÂNCIA Adolpho Lutz foi um médico e cientista brasileiro, pai da medicina tropical e da zoologia médica no Brasil. Pioneiro na área de epidemiologia e na pesquisa de doenças infecciosas. Foi o primeiro cientista latino-americano a estudar e confirmar os mecanismos de transmissão da febre amarela pelo Aedes aegypti, reservatório natural e vetor da doença. Responsável pela identificação do blasto micose sul-americana. Sua dedicação à saúde pública fez com que lutasse e pesquisasse sobre várias epidemias de diversas regiões do Brasil, como a cólera, peste bubônica, febre tifóide, malária, ancilostomíase, esquistossomose e leishmaniose.
50 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Emílio Marcondes Ribas foi um sanitarista brasileiro. Trabalhou no combate a epidemias e endemias, tendo criado o Instituto Butantã entre outros órgãos públicos de saúde pública. Guiado apenas pela intuição, Emílio Ribas combateu a febre amarela, exterminando com êxito o mosquito transmissor da doença (hoje conhecido por Aedes aegypti). Sofreu forte oposição dos que acreditavam que a doença era transmitida por contágio entre pessoas e para provar que esta tese estava errada, deixou-se picar pelo inseto contaminado, junto com os colegas Adolfo Lutz e Oscar Moreira. Foi a partir da contaminação de Ribas que Oswaldo Cruz empreendeu a eliminação dos focos de mosquito no Rio de Janeiro.
51 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - REPÚBLICA Vital Brasil foi um importante médico cientista, imunologista e pesquisador biomédico brasileiro, de renome internacional. Participou das brigadas de combate à febre amarela e à peste bubônica em várias cidades no Estado de São Paulo. Desenvolveu materiais de informação, especialmente voltados para a população do campo, sobre como se proteger das cobras e outros animais peçonhentos. Criou uma caixa de madeira, barata e segura, para que os fazendeiros pudessem capturar as cobras; firmou convênios com as estradas de ferro, para transportá-las, pois eram essenciais à fabricação do soro. Foi o criador do Instituto Butantan, em São Paulo, que foi instalado em uma fazenda antiga e distante da cidade, comprada pelo governo do estado de São Paulo para que lá funcionasse um laboratório para a produção de vacinas.
52 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - ERA VARGAS Fundado em 1942, o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) funcionou como uma agência bilateral brasileiroamericana, com um estatuto jurídico especial que lhe garantia ampla autonomia em relação ao Ministério da Educação e Saúde. O motivo original para a organização do SESP está diretamente ligado ao interesse norte-americano em fomentar políticas sanitárias em determinadas regiões do Brasil, com o objetivo de melhorar a produção de matérias-primas, como a borracha e o minério, para os Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
53 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - Décadas de 60/70 O governo brasileiro iniciara a fase de ataque de sua campanha contra a varíola, com vacinação em massa, cobrindo 88% da população brasileira; organização de uma rede de vigilância epidemiológica; a criação, na Fiocruz, de um laboratório de referência para apoiar o programa de erradicação. Em 1970, o Brasil era o único país do continente americano a registrar casos de varíola. No ano seguinte, descobriu-se um foco no Rio de Janeiro, no subúrbio de Olaria, com 20 casos. O último caso, detectado em 19 de abril, foi também o derradeiro caso nas Américas. Dois anos depois, após intensa vigilância sem que nenhum novo caso tenha sido registrado, a OMS declarou a varíola erradicada do continente americano.
54 SAÚDE-DOENÇA NO BRASIL - Décadas de 90/ I Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Campinas; Criação do CENEPI Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia IV Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil.
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