A VALORAÇÃO DO DANO CORPORAL AO ABRIGO DA PORTARIA N.º 377/2008 DE 26 DE MAIO
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- Flávio Martini Castelo
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1 A VALORAÇÃO DO DANO CORPORAL AO ABRIGO DA PORTARIA N.º 377/2008 DE 26 DE MAIO A transposição da Quinta Directiva Automóvel 1 levou à obrigatoriedade de um procedimento de oferta razoável por parte dos seguradores perante os lesados em caso de acidentes de viação abrangidos pelo regime de responsabilidade civil automóvel. A nova necessidade de proceder naqueles termos criou o imperativo de obter valores uniformes e concretos para realizar a oferta razoável, tornando se esta idêntica para todos os lesados, independentemente do segurador. Este imperativo culminou com a publicação da Portaria n.º 377/2008, de 26 de Maio, recentemente alterada pela Portaria n.º 679/2009, de 25 de Junho, que veio estabelecer então os valores de orientação para o cálculo dos danos para efeito de proposta razoável prevista no Decreto Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto. Esta nova ferramenta tornou se de imediato num instrumento do trabalho quotidiano de vários profissionais, entre os quais juristas e advogados. Não obstante ter entrado em vigor no passado dia 30 de Abril de 2008, a presente portaria não é de fácil interpretação e aplicação e suscita ainda algumas dificuldades práticas. Sendo estes valores de aplicação obrigatória para efeito de proposta razoável torna se imperativo o conhecimento e aplicação dos mesmos, apesar do diploma não estar isento de ambiguidades e até contradições Por este motivo continua a afigurar se pertinente a análise dos valores e critérios consagrados na portaria para a avaliação do dano corporal, compreendido no seu objecto. Na senda do que vem sendo hábito do CDL CFO, mais uma vez se promove a divulgação de uma matéria de capital importância para a vida jurídica, económica e social de hoje, indissociável da actuação de todos os profissionais do Direito. 1 Directiva 2005/14/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de Maio de 2005.
2 As indemnizações arbitradas para os danos corporais dispersas por sentenças e acórdãos encontram agora alguma objectivação na presente portaria. Mas será que tal foi suficiente para resolver em definitivo a valoração das indemnizações por danos corporais? Terá o legislador conseguido ser sempre fiel ao critério de justiça e igualdade que o orientou? Será que justiça relativa foi feita aos lesados de acidentes de viação? Quem ficou beneficiado e quem ficou lesado com estes critérios? É na análise da presente portaria que iremos encontrar respostas e estas questões, porque o dano corporal não se esgota em si mesmo, antes se reflecte no panorama e estruturas sociais a cargo de todos os cidadãos. Por tudo isto, exige se do Direito que, com os seus instrumentos, assegure a protecção dos direitos subjectivos dos lesados e evite a transferência ilegal de uma responsabilidade originária individual para uma responsabilidade sucessiva colectiva. É por isso que Nós, operadores de uma face da Justiça, e rostos dessa mesma Justiça, devemos honrá la e realizá la através da aquisição incessante de conhecimentos e do desenvolvimento individual das nossas competências. Pelo exposto, parecem inequívocas as vantagens do conhecimento. Vamos adquiri lo em conjunto em benefício de todos mas, sobretudo, da Justiça. Cátia Marisa Gaspar Maria Manuela Ramalho
3 A Valoração do Dano Corporal AO ABRIGO DA PORTARIA N.º 377/2008 DE 26 DE MAIO 2ª Edição 18 de Janeiro de 2010 Curso on line (formação à distância) CICLO DE CURSOS DE FORMAÇÃO CONTÍNUA Organizado pelo Conselho Distrital de Lisboa Concepção e Tutoria: Dr.ª Cátia Marisa Gaspar e Dr.ª Maria Manuela Ramalho Duração: 1. Enquadramento Curso b learning, de estudo à distância, composto por sessão presencial em formato de workshop e sessões virtuais de acompanhamento, cujas matérias serão ministradas na sessão presencial e as respectivas actividades acompanhadas posteriormente online, através da plataforma CFO, com apoio efectivo de tutores/formadoras, com vista ao aprofundamento de conhecimentos jurídicos e desenvolvimento de competências técnico práticas dos seus destinatários na área específica da temática do curso. Assim, a primeira sessão presencial corresponderá à apresentação da matéria teórica a ser debatida e exercitada ao longo das sessões virtuais. A Tutoria conjunta permitirá a cada formando o acompanhamento necessário ao desenvolvimento da temática, encarregando se as tutoras das seguintes funções: Apresentar as matérias leccionadas no curso; Regular as actividades a desenvolver; Estimular a participação dos formandos; Avaliar os formandos.
4 As tutoras e os formandos manter se ão em contacto pela Internet, através do Centro de Formação On line do Conselho Distrital de Lisboa ( 2. Destinatários Advogados, Advogados Estagiários e Juristas. 3. Pré requisitos Os alunos deverão ter acesso a um PC, com ligação à Internet e ter conhecimentos informáticos na óptica do utilizador. 4. Objectivos O Curso pretende fornecer formação e informação sobre a Avaliação do Dano Corporal, ao abrigo da Portaria n.º 377/2008 de 26 de Maio, que regulamenta os valores mínimos para a proposta razoável a realizar em caso de regularização de sinistro sujeito ao regime da responsabilidade civil decorrente de acidentes de viação. O presente curso visa, assim, proporcionar e conferir a preparação teórico prática nesta área, sendo as competências desenvolvidas de forma dinâmica com a efectiva participação dos formandos no processo ensino aprendizagem. Esta formação pretende também contribuir para a actualização permanente que é exigida a todos os profissionais do direito, em concreto, aos que lidam no quotidiano com questões de seguros. Uma vez concluído o Curso, os formandos deverão estar mais aptos para aplicar a portaria objecto do presente curso, valorando o dano em sede de acidentes de viação, no competitivo mundo profissional.
5 5. Plano Curricular 1. Introdução 1.1. Enquadramento 1.2. Sistematização 1.3. Fontes 2. O dano corporal: conceito e caracterização 2.1. A perspectiva médica 2.2. A perspectiva jurídica 2.3. O dano corporal como dano pessoal 2.4. O conceito tridimensional do dano 2.5. O dano corporal um tertium genus do dano 3. A necessidade de avaliação e o método 4. Os parâmetros da avaliação médico legal 5. As alterações introduzidas pela Portaria ao regime vigente 6. A avaliação em caso de morte 6.1. O dano à vida 6.2. Os danos patrimoniais emergentes 6.3. Os danos patrimoniais futuros 6.4. Os danos não patrimoniais Da vítima Dos herdeiros 7. A avaliação em caso de incapacidade permanente 7.1. O dano biológico 7.2. Os danos patrimoniais emergentes 7.3. Os danos patrimoniais futuros 7.4. Os danos morais O internamento hospitalar O dano estético O quantum doloris A incapacidade permanente A incapacidade permanente absoluta 8. A jurisprudência 9. Vantagens do novo sistema de avaliação do dano corporal
6 10. Desvantagens do novo sistema de avaliação do dano corporal 11. Conclusões 6. Actividades Práticas Sessão presencial em formato de workshop onde será apresentado e exposto o conteúdo do curso (apresentação e introdução ao evento) As actividades práticas serão objecto das sessões virtuais em que serão colocadas questões concretas para resolução pelos formando permitindo praticar a aplicação da tabela e comparar as opções legislativas, privilegiando se a participação em fóruns, a realização da apresentação individual e a elaboração de questionários on line. 7. Materiais de apoio Curriculum do curso Guião de curso Legislação básica Código Civil Legislação especial essencial Decreto Lei n.º 291/2007, de 21 de Agosto Decreto Lei n.º 352/2007, de 23 de Outubro Portaria n.º 377/2008, de 26 de Maio Jurisprudência Glossário Outros elementos a fornecer pelas tutoras via plataforma 8. Metodologia
7 O presente Curso tem uma finalidade predominantemente prática e desenvolve se sobretudo através do debate e avaliação contínua dos formandos, em interactividade permanente, com especial incidência nas sessões virtuais. Para optimização do processo ensino aprendizagem, existirá uma contínua interactividade e comunicação entre as formadoras e os formandos por via do CFO. As actividades são propostas, orientadas e dinamizadas pelas tutoras, que farão comentários e sugestões para a resolução das questões apresentadas. Serão facultados no início do curso os principais elementos de trabalho, com o objectivo de promover a veiculação de conhecimentos. A sessão presencial visa apresentar o tema que será articulado com o desenvolvimento do curso. Neste contexto, a participação pró activa dos formandos será fundamental, quer no estudo individualizado sobre os conteúdos abordados, quer na elaboração e debate das actividades práticas, através dos instrumentos virtuais de comunicação. 9. Avaliação A avaliação será feita de modo contínuo através da participação pró activa dos formandos nos debates e nas actividades propostas. Será emitido certificado de frequência a todos os participantes que com sucesso realizarem as tarefas propostas (participação na única sessão presencial, realização das actividades e dos questionários e elaboração da apresentação individual). 10. Horas de Estudo 20 horas
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