PREVALÊNCIA DE DOR LOMBAR NO PÓS-PARTO IMEDIATO EM UM HOSPITAL PRIVADO
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- Matilde Affonso Figueiroa
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1 PREVALÊNCIA DE DOR LOMBAR NO PÓS-PARTO IMEDIATO EM UM HOSPITAL PRIVADO Franciele Cavallin a, Roberta Palaoro b a Acadêmica do curso de fisioterapia da Faculdade da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, RS Brasil, e- mail:francielecavallin@gmail.com b Fisioterapeuta; Responsável pelo serviço de fisioterapia do Hospital do Círculo, Caxias do Sul, RS- Brasil, e- mail: betapalaoro@hotmail.com Informações de Submissão Autor Correspondente Franciele Cavallin, endereço: Rua Governador Euclides Triches, Caxias do Sul - RS - CEP: Palavras-chave: Resumo A gravidez é um período onde ocorrem alterações físicas e emocionais, podendo acarretar no aparecimento de lombalgias que podem permanecer no período puerperal. Objetivo: Verificar a prevalência de dor lombar no pós-parto imediato em um hospital da rede privada de Caxias do Sul- RS. Materiais e métodos: Trata-se de um trabalho descritivo transversal, com abordagem quantitativa. Foi utilizado o Prontuário Hospitalar para descrever o perfil epidemiológico das participantes, um questionário verificando a ocorrência de dor lombar, atividade física, número de gestações, idade e ganho de peso gestacional e Questionário Roland Morris para identificação do nível de incapacidade gerado pela lombalgia. Resultados: Foram avaliadas 114 mulheres com idade média de 30 anos, destas 93,9% realizaram parto cesáreo e 6,1% parto vaginal. A prevalência de dor lombar na semana anterior ao parto foi de 58,8%, sendo que houve uma diminuição deste índice no pós-parto imediato para 13,2%. Conclusão: Identificou-se neste estudo que a lombalgia está presente tanto na ultima semana de gestação quanto no puerpério. Sugere-se a realização de novos estudos a fim de se estabelecer uma abordagem preventiva e terapêutica, além da continuidade deste trabalho com objetivo de verificar a existência de dor lombar nas pacientes que realizaram parto cesáreo após período de sedação. 1 INTRODUÇÃO Conforme Kisner&Colby (2005), a gravidez é um período em que ocorrem alterações físicas e emocionais, com o intuito de adaptar a mulher à sua nova condição de gestante. Do ponto de vista biomecânico, ocorre um deslocamento do centro de gravidade para frente,
2 2 devido ao aumento do abdome, do peso e das mamas, podendo acentuar a lordose lombar e consequente gerar tensão da musculatura paravertebral (MANN at al., 2009). Além de todas estas alterações estruturais, observa-se também o aparecimento de algias posturais, principalmente as lombalgias (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005). A dor lombar ou lombalgia é um sintoma tão frequente em gestantes que acomete cerca de 50% das mulheres (MANN et al., 2009; DE CONTI at al., 2003), sendo que alguns autores chegam a indicar índices mais elevados, entre 70% a 80% (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; PITANGUI; FERREIRA, 2008; NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006). Para Pitangui e Ferreira (2008), a lombalgia geralmente aumenta com o decorrer da gravidez, principalmente a partir do 3 trimestre do período gestacional. Para Ferreira e Nakano (2001), os sintomas de dor lombar geralmente pioram com a fadiga muscular e amenizam com repouso ou mudança de posição, sendo que mulheres com bom preparo físico comumente possuem menos dor lombar durante a gestação. Além disso, a dor lombar ainda pode influenciar de modo negativo a qualidade do sono, disposição física, desempenho no trabalho, vida social, atividades domésticas e lazer (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; CARR, 2003). Segundo Rett et al (2009), o puerpério é o período após o parto, no qual as modificações locais e sistêmicas provocadas no organismo da mulher pela gravidez e parto retornam ao estado pré-gravídico, sendo que este período pode ser dividido em puerpério imediato (do 1º ao 10º dia), tardio (do 10º ao 45º dia) e remoto (após o 45º dia) (REET et al, 2009). De acordo com Novaes et al (2006) e Norén et al (2002), os sintomas da lombalgia podem permanecer em 20% das mulheres no período puerperal e durar até três anos após a gestação. Assim, estipulou-se como objetivo principal deste estudo verificar a prevalência de dor lombar no pós-parto imediato em puérperas de um hospital da rede privada de Caxias do Sul- RS. Os objetivos específicos foram: traçado o perfil epidemiológico das puérperas deste hospital privado, identificar o nível de incapacidade gerado pela dor lombar na semana anterior ao parto e associar a presença de dor lombar aos fatores: idade materna, idade gestacional, via de parto, sedentarismo e ganho de peso no período gestacional. 2 METODOLOGIA
3 3 Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Círculo/ FSG, sob o protocolo número 0235/2012, e está de acordo com as Resoluções 196/96 do Conselho Nacional de Saúde para pesquisas envolvendo seres humanos. Esta pesquisa caracterizou-se como um estudo descritivo transversal, com abordagem quantitativa. Foi utilizada uma amostra não probabilística por conveniência, na qual participaram puérperas internadas no Hospital do Círculo- Caxias do Sul, RS, no período de 22 de março a 24 de abril de A amostra foi composta por 114 mulheres no pós-parto imediato (período entre o 1º e 10º dia) por via vaginal ou cesárea, internadas no Hospital do Círculo, as quais se encontravam em bom estado geral (sinais vitais estáveis), e que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídas deste estudo puérperas que apresentassem doenças infectocontagiosas e/ou comprometimento neurológico que interferisse na compreensão dos procedimentos e questionamentos. Tendo em vista a caracterização sociodemografica das pacientes, coletaram-se os dados de identificação (idade, escolaridade, estado civil e local de residência) em seus prontuários. Posteriormente, a pesquisadora foi ao leito das participantes do estudo para a aplicação de um questionário referente à realização da atividade física, número de partos prévios, idade gestacional, ganho de peso durante a gestação, via de parto e a presença e intensidade da dor lombar. Para atividade física, considerou-se como parâmetro adequado quando a puérpera relatasse ter praticado atividade física por no mínimo 8 meses prévios à internação, e com frequência de três vezes por semana com duração mínima de 30 minutos (COSTA et al, 2009). Este questionário foi complementado com a Escala Visual Numérica de Dor, na qual a participante a visualizava impressa e apontava um número que correspondia ao sintoma referido, em que: 0 significava ausência de dor; 1 a 3, dor leve; 4 a 6, dor moderada; e 7 a 10 correspondia a dor grave (SOUSA, 2002). Neste mesmo momento, foi aplicado o Roland Morris Disability Questionnaire (RMDQ) adaptado para gestantes, com o intuito de verificar quanto a dor lombar incapacitou as participantes da amostra na semana anterior ao parto. Este questionário foi desenvolvido em 1983 por Roland e Morris a fim de avaliar pessoas com lombalgia e têm sido amplamente utilizado na pesquisa e prática clínica por possuir tradução, adaptação e validação para população brasileira (ROLAND; FAIRBAND,2000; NORDIN; ALEXANDRE, CAMPELLO, 2003).
4 4 Os dados coletados foram compilados e analisados através do programa estatístico Social PackageStatistical Science SPSS versão Na análise estatística univariada, as variáveis foram descritas através da análise de frequências simples, média, mínimo e máximo. Em seguida, verificou-se a associação entre desfecho e as variáveis independentes através do teste estatístico Qui-quadrado, assumindo-se como valor estatisticamente significativo p 0,05. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 3.1 Resultados Participaram do estudo 114 puérperas internadas na maternidade do Hospital do Círculo, com idades entre 16 e 42 anos e média de idade de 30 anos. O perfil epidemiológico compreendeu o estado civil, escolaridade e cidade de residência e está descrito na Tabela 1. Tabela 1 - Distribuição das variáveis sociodemográficas Variáveis Nº de participantes % n=114 Idade , , ,5 Estado Civil Solteira 18 15,8 Casada 71 62,3 União Estável 23 20,2 Separada 01 9,00 Divorciada 01 9,00 Escolaridade Ens. Fundamental 09 7,90 Ens. Médio Inc. 03 2,60 Ens. Médio 46 40,4 Ens. Sup. Inc ,2 Ensino Superior 33 28,9 Cidade em que reside Caxias do Sul 91 79,8 Outras cidades da região 23 21,2
5 5 As variáveis obstétricas compreenderam o número de partos, a duração da gestação, o ganho de peso durante a gestação e o tipo de parto realizado, e podem ser visualizadas na Tabela 2. Evidencia-se que a média de peso adquirido pela puérpera durante a gestação foi de 13,390 Kg, sendo que o mínimo foi de 2 Kg e o máximo foi de 30 Kg. Tabela 2 - Variáveis obstétricas Variáveis Nº de participantes % n=114 Via de parto Cesáreo ,9 Vaginal 07 6,10 Nº de gestações , , ,10 4 ou mais 04 3,50 Duração da gestação , ,3 Peso adquirido ,5 > ,7 No que diz respeito ao nível de atividade física, verificou-se que apenas 17,5% das puérperas relataram praticar atividade física dentro do indicado, 2,6 %, acima do indicado, 8,8% realizavam abaixo do indicado e 71,7% permaneceram sedentárias. Em relação à prevalência de dor lombar na semana anterior ao parto, encontrou-se 58,8%, sendo que houve uma diminuição expressiva deste índice no pós-parto imediato, com dor lombar referida por apenas 13,2% das participantes. A média de intensidade da dor lombar no pós-parto imediato foi de 5,46 graus na EVN, com variação de três (moderada) a oito (intensa) graus, não foi mensurada a dor lombar na semana anterior ao parto, pois não houve contato prévio com a amostra. Quanto à incapacidade gerada pela dor lombar na semana anterior ao parto, 76,12% das puérperas que relataram dor lombar (58,8%) apresentaram incapacidade grave, ou seja, um escore maior do que 14 pontos no RMDQ. Através do Teste estatístico Qui-quadrado, buscou-se verificar a associação dos desfechos dor lombar na semana anterior ao parto e dor lombar no pós-parto imediato com as variáveis independentes: idade gestacional, sedentarismo, ganho de peso durante a gestação,
6 6 idade materna, via de parto e número de gestações (Tabela 3 e 4). Apresentou-se como estatisticamente significativa (p 0,005) a associação entre dor lombar na última semana de gestação e atividade física, com p= 0,001. Da mesma forma, houve significância (p=0,004) na associação entre dor lombar no pós-parto imediato e número de gestações. Tabela 3 Associação entre dor lombar na última semana de gestação e variáveis independentes Associação entre dor lombar na última semana de gestação e variáveis independentes Valor de P Dor lombar última semana de gestação * Número de gestações 0,167 Dor lombar última semana de gestação * Idade Gestacional 0,335 Dor lombar última semana de gestação * Prática de Atividade física 0,001* Dor lombar última semana de gestação * Idade materna 0,092 Dor lombar última semana de gestação * Peso adquirido na gestação 0,194 *Teste Qui-Quadrado Tabela 4 Associação entre dor lombar no pós-parto imediato e variáveis independentes Associação entre dor lombar no pós-parto imediato e variáveis independentes Valor de P Dor lombar pós-parto * Número de gestações 0,004* Dor lombar pós-parto * Idade Gestacional 0,127 Dor lombar pós-parto * Prática de Atividade física 0,527 Dor lombar pós-parto * Idade materna 0,319 Dor lombar pós-parto * Peso adquirido durante na gestação 0,176 Dor lombar pós-parto * Tipo de parto realizado 0,213 *Teste Qui-Quadrado 3.2 Discussão A dor lombar é uma queixa clínica comum na população geral e é considerada um sintoma frequente e habitual entre gestantes, principalmente nos últimos meses de gestação. O presente estudo constatou que a prevalência de dor lombar na semana anterior ao parto, foi de 58,8%, o que condiz com dados da literatura brasileira, cuja porcentagem varia de 50 a 80% (MANN et al., 2009; MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; DE CONTI et al., 2003; NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006; MARTINS; SILVA, 2005). Sabe-se que a atividade física proporciona benefícios à gestante, como manutenção do peso e prevenção de problemas posturais, pois contribui para uma melhora na adaptação à nova condição física (DE CONTI et al., 2003; PITANGUI; FERREIRA, 2008; LIMA; OLIVEIRA, 2005). Das mulheres avaliadas, 71,7% não praticavam nenhum tipo de atividade
7 7 física, o que contribuiu para a alta prevalência de lombalgia gestacional na semana anterior ao parto, visto que neste estudo encontrou-se uma forte associação entre a não realização de atividade física e a dor lombar. Embora alguns dados demonstrem que o ganho de peso acima de 12 quilogramas na gestação e a obesidade são fatores de risco para o desenvolvimento da lombalgia (POLIPO et al., 2003; STEPHENSON; O CONNOR, 2003), este aspecto não foi confirmado em nosso estudo. Isso porque não houve associação significativa entre ganho de peso e a prevalência de lombalgia. Evidenciou-se, também, uma diminuição expressiva do índice de dor lombar quando se analisou o período do pós-parto imediato. A dor lombar foi referida por apenas 13,2% das participantes, índice abaixo do indicado pela literatura, que aponta que este sintoma persiste em 20% das mulheres no período puerperal e pode se prolongar por anos (NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006; NORÉN et al., 2002). Este baixo percentual pode estar relacionado ao tipo de parto realizado, já que neste estudo encontrou-se uma prevalência de 93,9% de parto cesáreo. Sabe-se que o uso de medicamentos está fortemente associado ao parto cesáreo e à anestesia peridural (PERINI; MAGALHÃES; NORONHA, 2005). Além disso, estudos mostram que a maior parte das mulheres faz uso de analgésicos e anti-inflamatórios no pós-parto imediato para aliviar os sintomas mais comuns deste período, como por exemplo, a dor na ferida operatória (PERINI; MAGALHÃES; NORONHA, 2005; LAMOUNIER et al., 2002). Provavelmente o efeito destas medicações estende-se a outras algias, como a dor lombar. Sabe-se que a dor lombar geralmente aumenta com o decorrer da gravidez, principalmente a partir do 3 trimestre do período gestacional (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; PITANGUI; FERREIRA, 2008), para tanto este estudo verificou o quanto este sintoma incapacitava estas gestantes na semana anterior ao parto, encontrando um índice relativamente alto em que 76,12% delas apresentavam-se gravemente incapacitadas. Alguns autores (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; DE CONTI et al., 2003; MARTINS; SILVA, 2005) relatam em seus estudos que fatores ocupacionais e atividades de vida diária são limitados em decorrência da lombalgia, um problema severo que afeta a rotina das gestantes, além de gerar-lhes insônia, considerada um problema de saúde pública por gerar grande prejuízo social e econômico. Também conforme alguns autores (MARTINS; PINTO E SILVA, 2005; PITANGUI; FERREIRA, 2008; CARR, 2003; MARTINS; SILVA, 2005; PAHLBÄCK et al., 2003),a lombalgia gestacional afeta as atividades de vida diária das pacientes, sendo motivo para a
8 8 maioria das licenças-maternidade antecipadas, limitando suas atividades e diminuindo-lhes a qualidade de vida. Os resultados apresentados nos estudos referidos acima reforçam os achados desta pesquisa, já que as gestantes referiram limitações em suas atividades diárias e durante o sono, situações identificadas no RMDQ. Neste estudo, encontrou-se uma forte associação entre a dor lombar no pós-parto imediato e número de gestações, já que as primíparas tiveram menor desenvolvimento deste sintoma. Estes dados vão ao encontro de um estudo realizado por Martins e Silva (2005) onde relatam que a dor lombar pode estar relacionada a vários fatores, dentre eles o número de filhos. Retoma-se, pela sua importância, a prevalência de 93,9% de parto cesáreo encontrada no presente estudo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como ideal uma taxa de cesarianas entre 10% e 15%. O Brasil, no entanto, apresenta taxas superiores a estas, superando os 35% em geral e ultrapassando os 70%, quando se considera apenas o serviço privado (MANDARINO et al., 2009; D ORSI et al., 2006; FREITAS et al., 2005). Trevisan et al. (2002) realizou uma pesquisa na mesma cidade do presente estudo, porém em um hospital da rede pública, e verificou que o índice de cesarianas observado foi de 20,1%, o que revela que os altos índices de cesarianas estão ligados a rede privada de saúde. A realização da cesariana é justificada em alguns casos pelo desejo das gestantes de terem um atendimento médico diferenciado ( parto sem dor, ausência de asfixia ao nascimento, sexualidade preservada ), principalmente as de classes sociais mais favorecidas, e para o obstetra pelo maior controle do ato médico e de seu horário de trabalho (D ORSI et al., 2006; FREITAS et al., 2005), portanto os achados do estudo vão ao encontro da literatura. As características sócio demográficas da população estudada mostraram-se similares às observadas por outros autores em maternidades privadas (STEPHENSON; O CONNOR, 2003; LEAL et al., 2004), ou seja, constatou-se predomínio de pacientes casadas, com grau de escolaridade mais elevado, e média de idade próxima aos 30 anos, sendo que 23,5% delas acima dos 35 anos. Evidencia-se, assim, o efeito do deslocamento da maternidade para idades mais tardias nos grupos sociais mais favorecidos, como vem sendo observado em diversas áreas do Brasil (LEAL et al., 2004). Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (referentes ao Censo Demográfico 2010, a fecundidade no Brasil está em constante declínio, sendo que
9 9 em 2000 a média de filhos no sul do país foi de 2,24, caindo para 1,75 em 2011; uma queda de 21,7%, sendo esta média próxima ao encontrado neste estudo. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Identificou-se, neste estudo, que a lombalgia está presente tanto na última semana de gestação quanto no puerpério, incapacitando as mulheres, interferindo no sono e nas atividades de vida diária. Percebeu-se, ainda, que houve uma forte associação entre a dor lombar na semana anterior ao parto com a realização ou não de atividade física, bem como associação entre a dor lombar no pós-parto imediato e o número de gestações. Também foi de extrema importância conhecer a prevalência desta patologia, além de avaliar as limitações físicas impostas e o quanto ela afeta a qualidade de vida destas mulheres. Além disso, os dados obtidos possibilitaram o conhecimento do perfil epidemiológico de puérperas que sofreram de lombalgia, podendo ser úteis para nortear a adequação da dinâmica de funcionamento de serviços e ampliar a circulação de informações entre os profissionais da área. Sugere-se a realização de novos estudos a fim de se estabelecer uma abordagem preventiva e terapêutica eficaz nessa população, já que a incidência de lombalgia na gestação justifica uma intervenção fisioterapêutica tanto no âmbito hospitalar quanto ambulatorial. Além disto, estudos futuros com objetivo de verificar a existência de dor lombar nas pacientes que realizaram parto cesáreo após período de sedação, de forma que não haja interferência ou mascaramento da dor, serão de extrema relevância. 5 REFERÊNCIAS BARACHO E, BARACHO SM, FELISSÍSSIMO M. Atuação do fisioterapeuta no puerpério imediato e tardio. In: Baracho E, editor. Fisioterapia aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos de mastologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; p CARR CA. Use of a maternity support binder for relief of pregnancy-related back pain. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2003; 32: CHIARELLO CM, FALZONE LA, MCCASLIN KE, PATEL MN, ULERY KR. The effects of as exercise program on diastasis recti abdominis in pregnant women. Journal of Women s Health Physical Therapy. 2005;29(1):11-6.
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