FILOSOFIA CAPÍTULO 3 PROFESSOR: JONAS MARANGONI

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1 FILOSOFIA CAPÍTULO 3 PROFESSOR: JONAS MARANGONI 2015

2 FILOSOFIA MODERNA 1 A filosofia moderna surge com o renascimento cultural na península Itálica e tem como característica principal a luta contra o ideal medieval, voltado para a íntima relação entre religião e filosofia. Assim, a filosofia moderna voltava-se para a cultura clássica, na qual o homem passa a ser o centro da ideia humana. Esta característica ficou conhecida como antropocentrismo. Outra característica marcante da filosofia moderna é a busca pelo cientificismo, uma vez que o homem ao se desvincular de Deus e pensar em si mesmo passa a se preocupar com os fenômenos da natureza que o cerca. Assim, o homem busca nas ciências explicações lógicas e racionais sobre a sua existência e os fenômenos físicos. Ou como afirma Marilena Chaui: MAQUIAVEL A Natureza é pensada como um grande Todo Vivente, internamente articulado e relacionado pelas formas variadas da Semelhança, indo dos minerais escondidos no fundo da terra ao brilho dos astros no firmamento, das coisas aos homens, dos homens a Deus. Essa idéia de totalidade vivente se exprime na frase de Giordano Bruno: "A Natureza opera a partir do Centro" (La Natura opra dal centro). Essa mesma idéia permite distinguir uma história humana e uma história natural no sentido da diferença entre ações humanas, que têm poder de transformação sobre a realidade, e as ações que nada podem sobre a Natureza enquanto obra divina, idéia que se exprime na filosofia da história de Vico. 2 Nicolau Maquiavel é o principal nome da filosofia política renascentista. A sua principal obra O Príncipe completa em 2013 quinhentos anos, uma vez que foi escrita em e marca o ínicio da ciência política moderna.. Maquiavel elaborou uma teoria política fundamentada na prática e na experiência concreta. Assim, ele vai romper com a ideologia medieval de um governante voltado para questões cristãs como a compaixão e a caridade. O governante para Maquiavel deveria ser dotado da virtú e da fortuna, sendo que a virtú era a qualidade do homem que o capacita a realizar grandes obras e feitos e a fortuna com a sorte, ou seja, um bom governante deveria aproveitar-se das 1 Texto do professor mestre Jonas Barradas Marangoni. 2 Chauí, Marilena. Filosofia Moderna. USP, São Paulo. Retirado de: Acesso em: 05/10/2013

3 oportunidades para realizar as ações governamentais necessárias. Maquiavel ainda afirma que o governante deveria ser temido, não amado. Também afirmava que o governante deveria, perante aos seus súditos, dissimular os seus defeitos e simular qualidades que nem sempre possuía. Estas premissas vão nortear O Príncipe, uma vez que Maquiavel acreditava que as cidades e principados italianos estavam enfraquecidos perante aos Estados Nacionais que se consolidavam em outras regiões da Europa e com as guerras internas e por isso vai aconselhar como a família Médici deveria agir para unificar a Itália sob seu domínio. Estas ideias defendidas por Maquiavel levou os seus leitores a acreditarem, que na obra O Príncipe, o autor vai defender a ideia de que os fins justificam os meios, ou seja, que na política tudo é válido. Porém, esta premissa foi mal utilizada e transformou Maquiavel em um ser calculista, ambicioso e sem escrúpulo, ou como se afirma hoje em dia, um ser maquiavélico. Sobre o assunto o sociólogo Paulo Silvino Ribeiro afirma: Assim, essa interpretação maquiaveliana da esfera política foi que permitiu surgir ideia de que os fins justificam os meios, embora não se possa atribuir literalmente essa frase a Maquiavel. Além disso, fez surgir no imaginário e no senso comum a ideia de que Maquiavel seria alguém articuloso e sem escrúpulo, dando origem à expressão maquiavélico para designar algo ou alguém dotado de certa maldade, frio e calculista. Maquiavel não era imoral (embora seu livro tenha sido proibido pela Igreja), mas colocava a ação política (construída pela soma da virtú e da fortuna) em primeiro plano, como uma área de ação autônoma levando a um rompimento com a moral social. A conduta moral e a ideia de virtude como valor para bem viver na sociedade não poderiam ser limitadores da prática política. O que se deve pensar é que o objetivo maior da política seria manter a estabilidade social e do governo a todo custo, uma vez que o contexto europeu era de guerras e disputas. Nas palavras de Welffort (2001), Maquiavel é incisivo: há vícios que são virtudes, não devendo temer o príncipe que deseje se manter no poder, nem esconder seus defeitos, se isso for indispensável para salvar o Estado. Um príncipe não deve, portanto, importar-se por ser considerado cruel se isso for necessário para manter os seus súditos unidos e com fé. Com raras exceções, um príncipe tido como cruel é mais piedoso do que os que por muita clemência deixam acontecer desordens que podem resultar em assassinatos e rapinagem, porque essas consequências prejudicam todo um povo, ao passo que as execuções que provêm desse príncipe ofendem apenas alguns indivíduos (MAQUIAVEL, 2002, p. 208).

4 Dessa forma, a soberania do príncipe dependeria de sua prudência e coragem para romper com a conduta social vigente, a qual seria incapaz de mudar a natureza dos defeitos humanos. 3 Thomas Hobbes: Thomas Hobbes ( ) foi um filósofo inglês que analisou principalmente a política européia do seu tempo, uma vez vivenciou um período de consolidação das monarquias absolutistas e as revoluções na política britânica. A teoria do filósofo está baseada no jusnaturalismo, cujo conceito pode ser definido como: Jusnaturalismo é a teoria do direito natural configurada nos séculos XVII e XVIII a partir de Hugo Grócio ( ), também representada por Hobbes ( ) e por Pufendorf ( ). Essa doutrina, cujos defensores formam um grande contingente de autores dedicados às ciências políticas, serviu de fundamento à reivindicação das duas conquistas fundamentais do mundo moderno no campo político: o princípio da tolerância religiosa e o da limitação dos poderes do Estado. Desses princípios nasceu de fato o Estado liberal moderno. O Jusnaturalismo distingue-se da teoria tradicional do direito natural por não considerar que o direito natural represente a participação humana numa ordem universal perfeita, que seria Deus (como os estóicos julgavam) ou viria de Deus (como julgaram os escritores medievais), mas que ele é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus. Assim, o Jusnaturalismo representa, no campo moral e político, reivindicação da autonomia da razão que o cartesianismo afirmava no campo filosófico e científico. 4 Por tanto, o jusnaturalismo busca a partir da razão prática, definir tudo que é natural ao homem. Para Hobbes o ser humano é naturalmente belicoso e agressivo, ou nas próprias palavras do filósofo, o Homem é o lobo do Homem. Esta estado belicoso se dá, pois todos são livres e iguais e buscam a autopreservação. Para eliminar este estado natural de conflitos, por meio da razão os homens devem ser unir através de um pacto social (contratualismo). Assim, Hobbes vai contra a ideia de Aristóteles que o homem é um animal político e afirma que a convivência social é artificial, ou seja, criada pelo próprio homem para garantir o bem comum. 3 RIBEIRO, Paulo Silvino. Maquiavel e a autonomia da política. Disponível em: Acesso em: 05/10/ ABBAGNANO, Nícola. DICIONÁRIO DE. FILOSOFIA Martins Fontes São Paulo 1998.

5 Seguindo esta linha de raciocínio, na obra Leviatã, Hobbes defende que o contrato social ocorre a partir do momento em que os homens delegam parte da sua liberdade para um único governante, o Rei, que vai deter todo o poder e garantir o bem de todos. Por tanto, o filósofo defende o Estado absolutista, entretanto, não por meio do direito divino e sim do contratualismo. Racionalismo de René Descartes: O movimento filosófico racionalista moderno surge no século XVII e tem como principal nome René Descartes ( ). 5 Segundo a teoria racionalista, a razão humana é responsável por conhecer e estabelecer a verdade, rejeitando qualquer intervenção dos sentidos e das emoções. Para Descartes a filosofia necessita ser útil para a vida humana, assim, ela deve auxiliar o homem em sua busca pelo controle da natureza. Em outras palavras, a filosofia é o instrumento utilizado pelo homem para melhorar a sua vida. A teoria do conhecimento, segundo o filósofo, deveria ser revista, uma vez que apenas aparentava ser verdadeiro. Assim, o cartesianismo busca o conhecimento verdadeiro e para tanto, trabalha com a teoria da dúvida metódica, na qual procura uma verdade que não possa ser questionada como tal (cogito), um princípio que possa lhe dar uma certeza inquestionável. Assim, Descartes encontra o fundamento da sua filosofia através da dúvida, pois, enquanto duvido de tudo não posso duvidar que esteja duvidando, eu sou algo que 5 Nicolas Malebranche ( ), Baruch Espinosa ( ) e Leibniz ( ) são outros nomes do racionalismo moderno.

6 duvida, sou algo que pensa na dúvida, sou algo que existe por pensar, se penso, logo existo. 6 A teoria do conhecimento de Descartes passa pela matemática, que trabalha com números e objetividade e também passa por um processo metodológico em quatro etapas: 1. Verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; 2. Analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples; 3. Sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; 4. Enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento. TEXTO DE APOIO 7 Galileu Galilei ( ) Galileu propõe a renovação da ciência de sua época abandonando a confiança na autoridade, no senso comum e na tradição. Busca uma ciência livre de tudo aquilo que a prende tanto a cultura como a teologia. Para ele os textos da tradição filosófica ou teológica não devem servir para responder as questões científicas. As questões científicas devem ser confirmadas ou refutadas através da experiência e da observação feitas diretamente sobre o objeto que está sendo examinado. Não podemos desprezar o conhecimento que a natureza nos oferece de forma direta em benefício de textos sagrados ou filosóficos que discordam dessa observação. A natureza é o livro da ciência e para ler esse livro necessitamos da experiência direta sobre a natureza, é nessa experiência que encontraremos a verdade. A natureza não nos engana, nós é que podemos nos enganar se não a observarmos de forma correta e com os instrumentos necessários a essa observação. A experiência não é somente a observação da natureza a experiência para conhecer a natureza tem que ser um experimento, uma experiência construída, programada, organizada, com um objetivo 6 MARCONATTO, Arildo Luiz: René Descartes ( ). In: Acesso em 25/10/ MARCONATTO, Arildo Luiz. Galileu Galilei ( ) Disponível em: Acesso em: 05/09/2014

7 próprio, que é o de confirmar ou refutar uma hipótese. A construção do experimento depende de uma teoria que vai fundamentá-lo. Através da razão o homem poderá interpretar e transcrever em forma de conceitos o fenômeno que ele observou na natureza. A matemática é o grande auxílio da razão nesse trabalho de interpretação. Com a colaboração da matemática poderemos formular teorias científicas que explicarão os fatos demonstrados pela experiência. A matemática aplicada à experiência e à demonstração serve para tornar evidente ou refutar as hipóteses formuladas. A matemática é o instrumento de investigação da natureza. A experiência é o limite do nosso conhecimento. A razão não tem a capacidade de conhecer a essência das coisas. A natureza é organizada por uma única estrutura que não muda nunca, para conhecermos essa estrutura sobre a qual se fundamenta a natureza a ciência tem que construir um conjunto de elementos que possam medir essa natureza de forma precisa. Galileu procura também separar ciência da religião. Ciência e fé não interferem uma na outra, pois ambas trabalham em planos diferentes. A fé trabalha e fala de um plano metafísico do mundo, enquanto que a ciência age sobre o mundo físico. Galileu faz a comparação de que no mundo existem dois livros com o objetivo de revelarem a mesma verdade, mas de forma diferente. O primeiro livro á a Bíblia que busca a salvação e a redenção das almas e cujos escritos científicos são simplificados e próprios para o entendimento do povo. A natureza é o segundo livro que para ser interpretado tem que ser lido de forma científica e objetiva. Os dois livros são obras de um único Autor e por isso mesmo não podem ser contraditórios Empirismo Epistemologicamente o empirismo afirma que o conhecimento deriva da experiência. Assim, na filosofia, o empirismo vai negar deduções e explicações e vai trabalhar com as experiências e com o cientificismo. Consequentemente o empirismo confronta-se com a filosofia medieval, baseada na fé. O conhecimento baseado na experiência, segundo o empirismo terá a observação do mundo como ferramenta básica e vai contrapor-se também ao racionalismo e a metafísica. JOHN LOCKE John Locke foi o fundador da filosofia empirista, no século XVII. Baseado na teoria jusnaturalista, o inglês sai do pressuposto que em seu estado natural o s homens são livres e iguais. Desta forma cabe a sociedade a formação do indivíduo. Sociedade

8 que é gerada através de um pacto social, capaz de garantir o bem comum, assim: O estado de natureza tem uma lei da natureza para governá-lo, a que todos estão sujeitos; e a razão, que é aquela lei, ensina a todo o gênero humano... que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deve prejudicar o outro em sua vida, saúde, liberdade ou posses. 8 Criticou a teoria do direito divino dos reis, formulada pelo filósofo Thomas Hobbes, uma vez que defendia que a soberania não reside no Estado, mas sim na população. Desta forma, Locke defendeu o período histórico em que se encontrava a Inglaterra, com a revolução gloriosa e a revolução puritana. Também defende que o saber humano é determinado pelas impressões vindas da sensação, não de um fundamento inteligível inato. Corpo e mente são uma coisa só, não são distintos como em Descartes. 9 FRANCIS BACON Francis Bacon foi o fundador dos métodos de análise e pesquisa da ciência moderna. Em sua reflexão filosófica trabalha com o cientificismo e busca um método para o conhecimento da natureza. Em outras palavras, trabalha com o empirismo e critica a filosofia que não trabalha com questões práticas e palpáveis. Assim, busca no método indutivo a compreensão do mundo, ou como afirma Arildo Luiz Marconatto: Sua reflexão filosófica busca um método para o conhecimento da natureza que possa ser definido como científico e que possa ser repetido. Para ele esse método é o indutivo, mas não na forma entendida por Aristóteles como a enumeração simples da observação de diversos casos e da criação de uma regra geral com base nesses casos. Para Aristóteles, por exemplo, se forem observadas diversas araras e todas elas forem vermelhas, podemos chegar à conclusão por indução de que todas as araras são vermelhas. Para Bacon a coleta simples de informações como as das araras podem nos levar ao erro, pois a informação seguinte pode ser o conhecimento de uma arara azul. 10 Com isso, percebemos que para Bacon, só a observação quantitativa não garante a verdade as ciências, é preciso também evitar erros comuns (muitos destes erros 8 LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo Civil. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, Cap. I. 9 CABRAL, João Francisco P.. O empirismo crítico de John Locke. Disponível em: Acesso em: 25/10/ MARCONATTO, Arildo Luiz. Francis Bacon ( ). Disponível em: Acesso em: 25/10/2013

9 ocorrem graças a fatores culturais e preconceituosos) e comprovar e não apenas postular algo. DAVID HUME O escocês David Hume foi outro importante pensador empirista e defendia as percepções como o início do conhecimento, ou seja, impressões ocasionadas pelos objetos externos geram pensamentos verdadeiros. Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou tipos, que se distinguiram pelos diferentes graus de força e vivacidade. As menos intensas e vivas são comumente designadas pensamentos ou ideias. O outro tipo carece de nome em nossa língua [...] usaremos, pois, de um pouco de liberdade e chamemo-lhes de impressões. 11 Assim, para David Hume as ideias surgem das impressões, que são criadas através das percepções. Em outras palavras, a relevância das impressões esta relacionada a emoção e a sensação que a acompanha e a transforma em algo real, já a ideia está relacionada a memória e por isto menos intensa. Para Hume, os hábitos e costumes também estão presentes no conhecimento, uma vez que o homem depois de fazer a experiência pode guardar sua ideia e quando realiza uma nova ação semelhante tem a capacidade de associá-la à primeira experiência. 12 TEXTO DE APOIO: 13 O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza: A concepção de Hobbes (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar; A concepção de Rousseau (no século XVIII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, 11 HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições 70, p BRAGA, Jackson de Sousa. O empirismo de David Hume. Disponível em: Acesso em: 25/10/ CHAUÍ, Marilena. Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pp

10 desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos. O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro o soberano o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania. Como é possível o contrato ou o pacto social? Qual sua legitimidade? Os teóricos invocarão o Direito Romano "Ninguém pode dar o que não tem e ninguém pode tirar o que não deu" e a Lei Régia romana "O poder é conferido ao soberano pelo povo" para legitimar a teoria do contrato ou do pacto social. Parte-se do conceito de direito natural: por natureza, todo indivíduo tem direito á vida, ao que é necessário à sobrevivência de seu corpo, e à liberdade. Por natureza, todos são livres, ainda que, por natureza, uns sejam mais forte e outros mais fracos. Um contrato ou um pacto, dizia a teoria jurídica romana, só tem validade se as partes contratantes foram livres e iguais e se voluntária e livremente derem seu consentimento ao que está sendo pactuado. A teoria do direito natural garante essas duas condições para validar o contato social ou o pacto político. Se as partes contratantes possuem os mesmos direitos naturais e são livres, possuem o direito e o poder para transferir a liberdade a um terceiro, e se consentem voluntária e livremente nisso, então dão ao soberano algo que possuem, legitimando o poder da soberania. Assim, por direito natural, os indivíduos formam a vontade livre da sociedade, voluntariamente fazem um pacto ou contrato e transferem ao soberano o poder para dirigi-los. Para Hobbes, os homens reunidos numa multidão de indivíduos, pelo pacto, passam a constituir um corpo político, uma pessoa artificial criada pela ação humana e que se chama Estado. Para Rousseau, os indivíduos naturais são pessoas morais, que, pelo pacto, criam a vontade geral como corpo moral coletivo ou Estado. A teoria do direito natural e do contrato evidencia uma inovação de grande importância: o pensamento político já não fala em comunidade, mas em sociedade. A ideia de comunidade pressupõe um grupo humano uno, homogêneo, indiviso, que compartilha os mesmos bens, as mesmas crenças e ideias, os mesmos costumes e que possui um destino comum. A ideia de sociedade, ao contrário, pressupõe a existência de indivíduos independente e isolados, dotados de direitos naturais e individuais, que decidem, por uma ato voluntário, tornarse sócios ou associados para vantagem recíproca e por interesses recíprocos. A comunidade é a ideia de uma coletividade natural ou divina, a sociedade, a de uma coletividade voluntária, histórica e humana. A sociedade civil é o Estado propriamente dito. Trata-se da sociedade vivendo sob o direito civil, isto é, sob as leis promulgadas e aplicadas pelo soberano. Feito o pacto ou o contrato, os contratantes transferiram o direito natural ao soberano e com isso o autorizam a transformá-lo em direito civil ou direito positivo, garantindo a vida, a liberdade e a propriedade privada dos governados. Estes transferiram ao soberano o direito exclusivo ao uso da força e da violência, da vingança contra os crimes, da regulamentação dos contatos econômicos, isto é, a instituição

11 jurídica da propriedade privada, e de outros contratos sociais (como, por exemplo, o casamento civil, a legislação sobre a herança, etc.). John Locke e a teoria liberal No pensamento político de Hobbes e de Rousseau, a propriedade privada não é um direito natural, mas civil. Em outras palavras, mesmo que no estado de natureza (em Hobbes) e no estado de sociedade (em Rousseau) os indivíduos se apossem de terras e bens, essa posse é o mesmo que nada, pois não existem leis para garanti-la. A propriedade privada é, portanto, um efeito do contrato social e um decreto do soberano. Essa teoria, porém, não era suficiente para a burguesia em ascensão. De fato, embora o capitalismo estivesse em via de consolidação e o poderio econômico da burguesia fosse inconteste, o regime político permanecia monárquico e o poderio político e o prestígio social da nobreza também permaneciam. Para enfrentá-los em igualdade de condições, a burguesia precisava de uma teoria que lhe desse uma legitimidade tão grande ou maior do que o sangue e a hereditariedade davam à realiza e à nobreza. Essa teoria será a da propriedade privada como direito natural e sua primeira formulação coerente será feita pelo filósofo inglês Locke, no final do século XVII e início do século XVIII. Locke parte da definição do direito natural como direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação de ambas. Esses bens são conseguidos pelo trabalho. Como fazer do trabalho o legitimador da propriedade privada enquanto direito natural? Deus, escreve Locke, é um artífice, um obreiro, arquiteto e engenheiro que fez uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse e, ao expulsá-lo do Paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esse motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural. O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito natural da propriedade. Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos nobres, mas também como superior aos pobres. De fato, se Deus fez todos os homens iguais, se a todos deu a missão de trabalhar e a todos concedeu o direito à propriedade privada, então, os pobres, isto é, os trabalhadores que não conseguem tornar-se proprietários privados, são culpados por sua condição inferior. São pobres, não são proprietários e são obrigados a trabalhar para outros seja porque são perdulários, gastando o salário em vez de acumulá-lo para adquirir propriedades, seja porque são preguiçosos e não trabalham o suficiente para conseguir uma propriedade. O ILUMINISMO FRANCÊS O século XVII marca com o empirismo e o racionalismo o rompimento com o pensamento medieval na filosofia. Estas correntes filosóficas serviram de base para a

12 filosofia do século XVIII, principalmente o iluminismo, que vai popularizar as ideias filosóficas iniciadas no século anterior. A corrente iluminista vai se confundir com o século XVIII, que vai passar a ser denominado como o Século das Luzes. Este termo, vai deixar claro a oposição do pensamento iluminista ao pensamento medieval. Além desta característica já citada, o Iluminismo tem como característica base a busca pela racionalidade. assim, o iluminismo vai exaltar a maioridade do pensamento voltado para relações sociais baseadas principalmente na igualdade e na liberdade oriundas da racionalidade (a fraternidade seria uma consequência dos dois fatores citados anteriormente). Em outras palavras, o iluminismo critica a sociedade e a política moderna baseada em um Estado absolutista, com forte influência clerical. Por isso, uma nova classe social, a burguesia, vai se aproveitar do iluminismo para tentar mudar o status quo e deixar de ser uma classe subalterna ao primeiro e segundo estamento. As ideias iluministas vão ser difundidas pela Europa durante o século XVIII, mas foi na França que a sua relevância foi mais sentida, principalmente por que ela foi a base teórica para a Revolução Francesa de O movimento iluminista se popularizou na França, a partir da Enciclopédia criada a partir de 1751 por Diderot e D' Alambert e que levou o conhecimento difundido por esta corrente filosófica até as casas das pessoas, facilitando o acesso ao conhecimento filosófico do século XVIII. Além, dos enciclopedistas, outros pensadores iluministas se destacaram com os seus pensamentos racionais e críticos ao modelo social, cultural, político e econômico em que se encontrava a França. Entre estes pensadores podemos citar Rousseau, Montesquieu e Voltaire, que serão explicados no texto de apoio. TEXTO DE APOIO: 14 Rousseau Em sua obra Do contrato social Rousseau estabeleceu os princípios da democracia moderna. Em sua obra defende que os homens através de um 14 Retirado de: Acesso em 24/09/2014.

13 pacto se organizam numa comunidade política, e que essa comunidade deve ser, portanto, a expressão da vontade geral. O povo é soberano e é a sua vontade de deve prevalecer; se isso não acontecer, o povo não apenas pode, mas deve substituí-lo. Apesar de ser considerado um iluminista Rousseau escreveu uma obra chamada Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, onde defendia que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Para Rousseau, nos primórdios na existência humana os homens viviam de forma natural e tinham poucas necessidades, que facilmente eram satisfeitas. Esse foi à época de ouro para os seres humanos, em que não havia desigualdade entre os homens, que viviam em paz e com liberdade. Contudo, o estabelecimento da propriedade privada teria tornado os homens gananciosos mesquinhos, avarentos, invejosos. A desigualdade entre os homens foi estabelecida, portanto com a propriedade privada, quando o primeiro homem teve a audácia de cercar determinado local e disser-se dono de tudo. Nesse sentido, apesar de ser considerado um iluminista, Rousseau criticava o iluminismo e as conquistas da civilização e dizia que os homens se aperfeiçoam somente para o mal. Voltaire Um dos principais pensadores do iluminismo Voltaire ficou conhecida pela escrita bem-humorada e afiada e pelas inúmeras e contundentes críticas aos reis absolutistas, em especial na França. Em uma palavra Voltaire defendia o liberalismo, seja ele econômico, político, ou religioso. Um exemplo da postura de Voltaire pode ser apreendido em uma das mais famosas expressões a respeito da liberdade de expressão em todos os tempos: Posso não concordar com nenhuma palavra do que você disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo. Voltaire, ao contrário de Rousseau defendia o progresso das ciências e dar artes e o avanço da suposta civilização européia. Os dois grandes pensadores do iluminismo, que eram contemporâneos chegaram a travar discussões; numa delas, em tom provocativo, Voltaire convidou Rousseau a seguir os conselhos de seu livro, e retornar ao estado natural. Para tanto Voltaire oferecia inclusive suas propriedades, onde Rousseau poderia ruminar com companhia de seus bois. Montesquieu "Só o poder freia o poder". O francês Montesquieu é responsável pela teorização a respeito da famosa divisão dos três poderes. Para ele a concentração do poder na mão de uma única pessoa proporcionará inevitavelmente o abuso de poder. Assim, o correto seria dividir esses poderes em parcelas, que seriam o

14 poder Executivo (para administrar o país e executar as leis), o Legislativo (elaborar e aprovar leis) e o Judiciário (fiscalizar o cumprimento das leis e julgar os casos de conflito). A autonomia dos três poderes, segundo Montesquieu garantiria o bom funcionamento da sociedade, num processo de fiscalização mútua. Contudo, deve-se destacar que Montesquieu não defendia a ideia de que o povo devesse tomar o poder, ao contrário, defendia o sistema monárquico. Num Estado, isto é, numa sociedade em que há leis, a liberdade não pode consistir senão em poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangido a fazer o que não se deve desejar. EXERCÍCIOS: 1. (UEBA) No período do Iluminismo, no século XVIII, o filósofo Montesquieu defendia: a. divisão da riqueza nacional. b. divisão dos poderes executivo, legislativo e judiciário. c. divisão da política em nacional e internacional. d. formação de um Poder Moderador no Congresso Nacional. e. implantação da ditadura moderna. 2. (FGV-SP) O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...) A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções. J.J. Rousseau, Do contrato social. in: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 22. A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar: a. Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social.

15 b. Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de submissão semelhante à escravatura. c. Filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão praticada na América, ao longo do século XIX. d. Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado deve ser abolido e a sociedade, governada por autogestão. e. Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito sagrado que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens. 3. (Fatec) As grandes revoluções burguesas do século XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos filósofos iluministas, dentre as quais podemos destacar a que a) apontou a necessidade de limitar a liberdade individual para impedir que o excesso degenerasse em anarquismo. b) acentuou que o Estado não possui poder ilimitado, o qual nada mais é do que a somatória do poder dos membros da sociedade. c) visou defender a tese de que apenas a federalização política é compatível com a democracia orgânica. d) mostrou que, sem centralização e dependência dos poderes ao Executivo, não há paz social. e) procurou salientar que a sociedade industrial somente se desenvolverá a partir de minucioso planejamento econômico. 4. (Fuvest) Sobre o chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que a) foi um fenômeno comum a todas as monarquias europeias, tendo por característica a utilização dos princípios do Iluminismo. b) foram os déspotas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão das ideias iluministas elaboradas pelos filósofos da época. c) foi uma tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias europeias reformarem estruturalmente seus Estados. d) foram os burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de modernização proposto pelos filósofos iluministas. e) foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem alterá-las, as estruturas vigentes.

16 5. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparecem as principais ideias de Jean Jacques Rousseau em sua obra O CONTRATO SOCIAL. a) Cada homem é inimigo do outro, está em guerra com o próximo e por esta razão cria o Estado para sua própria defesa e proteção. b) O Estado é uma realidade em si e é necessário conservá-lo, reforçá-lo e eventualmente reformá-lo, reconhecendo uma única finalidade: sua prosperidade e grandeza. c) O governante deve dar um bom exemplo para que os súditos o sigam. Através da educação e de rituais, os homens de capacidade aprenderiam e transmitiriam os valores do passado. d) Que as classes dirigentes tremam ante a ideia de uma revolução! Os trabalhadores devem proclamar abertamente que seu objetivo é a derrubada violenta da ordem social tradicional. e) A única esperança de garantir os direitos de cada indivíduo é a organização da sociedade civil, cedendo todos os direitos à comunidade, para que seja politicamente justo o que a maioria decidir. 6. (Mackenzie) O Despotismo Esclarecido, regime de governo adotado em alguns países da Europa no século XVIII, caracterizava-se por: a) equilibrar o poder da burguesia financeira com a nobreza feudal. b) impor o poder parlamentar sobre o poder monárquico. c) tentar conciliar os princípios do absolutismo com as ideias iluministas. d) difundir monarquias constitucionais em todos os reinos europeus, segundo os princípios liberais. e) atribuir ao povo a participação no poder político. 7. (Mackenzie) Sobre o iluminismo, é correto afirmar que: a) defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes. b) propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da balança de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade. c) criticava o mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada, o absolutismo e a desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos. d) acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais. e) consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, através da educação. 8. (Uece) Identifique, nas sentenças a seguir citadas, aquela que expressa o pensamento de Montesquieu: a) "É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder, tende a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder". b) "(...) é preciso (...) encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associação, de qualquer força comum, e pela qual, cada um, não obedeça senão a si mesmo, ficando assim tão livre quanto antes." c) "O Estado está obrigado a proporcionar trabalho ao cidadão capaz, e ajuda e proteção aos incapacitados. Não se pode obter tais resultados a não ser por um Poder Democrático." d) "A única maneira de erigir-se um poder, capaz de defendê-los contra a invasão e danos infligidos, uns contra os outros (...) consiste em conferir todo o poder e força a um só homem." e) O homem é o único animal racional, porém, o único que comete absurdos.

17 9. (Uel) "A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teria grande repercussão no mundo inteiro. 'Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. Os homens nascem e vivem livres e iguais perante a lei, dizia seu primeiro artigo; mas também prevê a existência de distinções sociais, ainda que somente no terreno da utilidade comum'..." Assinale a alternativa que identifica um dos artigos da Declaração que prevê a distinção a que o texto se refere. a) "A propriedade privada é um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável." b) "Os cidadãos de conformidade com suas posses devem contribuir com as despesas da administração pública." c) "A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de força pública que deve ser instituída em benefício de todos..." d) "A lei só tem direito de proibir as ações que sejam prejudiciais à sociedade." e) "Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, mesmo religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública...". 10. (Ufmg) Leia o texto."se existem ateus, a quem devemos culpar senão os tiranos mercenários das almas que, provocando em nós a nossa revolta, contra as suas velhacarias e hipocrisias, levam alguns espíritos fracos a negarem o Deus que esses monstros desonram? Quantas e quantas vezes essas sanguessugas do povo não levaram os cidadãos oprimidos a revoltarem-se contra o seu próprio rei?" Esse texto é de autoria de a) Descartes, no DISCURSO DO MÉTODO, em que apontava a fé como um empecilho ao conhecimento. b) Erasmo de Roterdã que, em O ELOGIO DA LOUCURA, condena a leviandade com que o clero conduz os assuntos sagrados. c) John Locke, em O SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL, em que defendeu o direito à rebelião contra um governo tirânico. d) Spinoza que, em sua obra TRACTUS THEOLOGICO-POLITICUS, investe contra a intolerância religiosa e apregoa o livre pensamento. e) Voltaire, que faz do seu DICIONÁRIO FILOSÓFICO um libelo anticlerical com fortes críticas à conduta dos sacerdotes. 11. Maquiavel contradiz a visão de política dos pensadores mais antigos afirmando como princípios que regulam as ações de um príncipe os conceitos de Virtú (virtude) e Fortuna (sorte). Sobre essa questão, ASSINALE o que for CORRETO: (01) A virtú não consiste num conjunto fixo de qualidades morais opostas à fortuna. Virtú é a capacidade do príncipe para ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna. (02) Virtú e Fortuna significam, simultaneamente, a justiça e a busca do bem comum. (04) Um príncipe deve mudar com a fortuna, deve ser volúvel, inconstante. Dependendo das circunstâncias, será cruel ou generoso, mentirá ou será honrado, deverá ceder à vontade dos outros ou ser inflexível. (08) Tanto Virtú quanto Fortuna obedecem a lógica racional da justiça. (16) A fortuna é sempre favorável para quem deseja agarrá-la. É a sorte que se oferece como presente para quem é ousado e está disposto a vencê-la.

18 12. A respeito da Teoria Política de Maquiavel em sua obra O Príncipe, CONSIDERE o que for CORRRETO: (01) Para formular sua teoria política, Maquiavel partiu da experiência real de seu tempo. (02) Maquiavel afirmou que o príncipe ao agir deve considerar os princípios éticos e morais que regulam a nova concepção política (04) Concebia a natureza humana como egoísta, ambiciosa, ingrata, volúvel, movida pelas paixões e desejos insaciáveis. (08) O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder. (16) O príncipe precisa ter virtú, ou seja, as qualidades para tomar e permanecer no poder, mesmo que use a violência, a mentira, a astúcia e a força. 13. Nicolau Maquiavel ( ) assim se expressara em sua obra O Príncipe: (...) O mesmo acontece com a fortuna, que demonstra sua força onde não encontra uma virtú (virtude) ordenada, pronta para resistir-lhe e volta seu ímpeto [impulso; força] para onde sabe que não foram erguidos diques ou barreiras para contê-las. Se considerares a Itália, que é sede e origem dessas alterações, verás que ela é um campo sem diques e sem qualquer defesa; caso ela fosse convenientemente ordenada pela virtú, como a Alemanha, a Espanha e a França, ou esta cheia não teria causado as grandes mudanças que ocorrem, ou estas nem sequer teriam acontecido. (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973 p. 109.) Sobre o conceito de Virtú, peça chave para se entender as ações de um governante (ou príncipe), CONSIDERE as assertivas abaixo: I A virtú é a qualidade dos oportunistas, que agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam, exclusivamente, sua vantagem pessoal. II O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito. III Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-la a seu favor. IV Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a virtú como algo que não depende dos fatores históricos. ASSINALE a ÚNICA alternativa que contém as assertivas verdadeiras: (A) I, II, III (B) II e III (C) II e IV (D) II, III e IV (E) I, II e IV

19 14. (FUVEST 2009) Nicolau Maquiavel, em 1513, na Itália renascentista, escreveu: Um príncipe não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. ( ) O príncipe não precisa possuir todas as qualidades (ser piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso), bastando que aparente possuí-las. Um príncipe, se possível, não deve se afastar do bem, mas deve saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado. (Adaptado de Nicolau Maquiavel. O Príncipe. ) Indique qual das afirmações está claramente expressa no texto: a. Os homens considerados bons são os únicos aptos a governar. b. O príncipe deve observar os preceitos da moral cristã medieval. c. Fidelidade, humanidade, integridade e religiosidade são qualidades indispensáveis ao governante. d. O príncipe deve sempre fazer o mal, para manter o governo. e. A aparência de ter qualidades é mais útil ao governante do que possuí-las. 15. (UEL 2004) O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade. (BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, p. 14.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é: a) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito político. b) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida em sociedade. c) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja. d) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e necessariamente. e) Independente das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado. 16. (UFU) Com base na teoria de Hobbes e no texto abaixo, marque a alternativa correta. O que Hobbes quer dizer falando de guerra de todos contra todos, é que, sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza, este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram. BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, p. 36. A) O estado de natureza e o estado de guerra estão relacionados apenas a alguns homens. B) Hobbes caracteriza a guerra de todos contra todos como algo que pode sempre existir. C) A guerra de todos contra todos independe de condições para existir. D) O estado de natureza caracteriza-se pela ausência de guerra.

20 17 (UEL) Para Hobbes, [...] o poder soberano, quer resida num homem, como numa monarquia, quer numa assembléia, como nos estados populares e aristocráticos, é o maior que é possível imaginar que os homens possam criar. E, embora seja possível imaginar muitas más conseqüências de um poder tão ilimitado, apesar disso as conseqüências da falta dele, isto é, a guerra perpétua de todos homens com os seus vizinhos, são muito piores. (HOBBES, T. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, capítulo XX, p.127.) Com base na citação e nos conhecimentos sobre a filosofia política de Hobbes, assinale a alternativa correta. A) Os Estados populares se equiparam ao estado natural, pois neles reinam as confusões das assembleias. B) Nos Estados aristocráticos, o poder é limitado devido à ausência de um monarca. C) O poder soberano traz más consequências, justificando-se assim a resistência dos súditos. D) As vantagens do estado civil são expressivamente superiores às imagináveis vantagens de um estado de natureza. E) As consequências do poder soberano são indesejáveis, pois é possível a sociabilidade sem Estado. 18. (UFSJ) Referindo-se à liberdade dos súditos, Thomas Hobbes diz que a Liberdade é A) vivenciar a Política no espaço público, respeitando as diversas espécies de governo por Instituição e da sucessão do poder soberano. B) fazer tudo o que nos apraz, sem considerar o domínio paterno e despótico. C) em sentido próprio, a ausência de oposição, entendendo por oposição os impedimentos externos do movimento. D) vivenciar as potencialidades da existência humana estendendo-a para o campo da Política. 19 (UFSJ) Em Hobbes, a geração de um Estado é justificada A) pelos limites impostos ao poder do soberano. B) pela condição política dos homens, que é inerente ao espaço da ágora na vida da pólis. C) pelo Leviatã na sua identificação como monstro maléfico da guerra civil. D) pelo estado de natureza dos homens, que necessita ser controlado por meio de um pacto 20 (UFU) Leia atentamente o texto abaixo.

21 A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de ideias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, p A primeira ideia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das meditações é A) a ideia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe. B) a ideia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto. C) a ideia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar. D) a ideia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical. 21. (UEL) É amplamente conhecido, na história da filosofia, como Descartes coloca em dúvida todo o conhecimento, até encontrar um fundamento inabalável; uma espécie de princípio de reconstituição do conhecimento. Neste processo, Descartes elege uma regra metodológica que o orientará na busca de novas verdades. A regra geral que orientará Descartes na busca de novas verdades é A) a possibilidade do mundo externo. B) a possibilidade de unirmos corpo e alma. C) a clareza e distinção. D) a certeza dos juízos matemáticos. E) a ideia de que corpo e alma são entidades distintas 22. (UFU 2008) Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, p. 75. Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. A) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedimento da inferência. B) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação.

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