Medicina Dentária Militar «Somos quase uma família»
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- Eliza Santana Maranhão
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1 Medicina Dentária Militar «Somos quase uma família» É um nicho de trabalho onde quase todos se conhecem. Existem, em todo o país, menos de três dezenas de médicos dentistas que trabalham, apenas, para os diferentes ramos das Forças Armadas. É, por isso, um meio pequeno e familiar e que existe para colmatar uma necessidade de profissionais num sector da sociedade com regras e hierarquias diferentes daquelas que são seguidas pela população civil. Aqui fica o relato de alguns desses médicos dentistas militares. stá um dia quente de Outono e centenas de E alunos, aspirantes a pilotos da Força Aérea, praticam exercício físico de botas e farda, correndo em torno da Base Aérea da Ota.A par de Sintra, esta é a única unidade onde se treinam militares deste ramo das Forças Armadas. Em regime de internato, os mais de 1300 alunos fazem deste local a sua segunda casa.vivem, estudam, dormem e comem nas instalações que o Governo quer transformar no Aeroporto Internacional de Lisboa. Num dos casebres, Ana Martins Ferrão, 32 anos, trata dos dentes de todos os alunos, funcionários e professores de altas patentes que por ali passam e necessitam de cuidados médicos dentários. Formada em 1999, ela faz parte de um grupo de 25 médicos dentistas militares. Considerados por alguns como «privilegiados», por estarem inseridos num sistema estatal de Saúde, os médicos dentistas das Forças Armadas não levam uma vida fácil.além de clínicos, têm uma outra profissão que acumulam com a primeira: são militares e, por isso, devem fidelidade à bandeira nacional, usam farda, respeitam hierarquias, são A Medicina Dentária Militar permanece desconhecida entre a classe, mas a aposta na formação deverá mudar o actual cenário. Há já jovens que se candidatam à Academia Militar com o intuito de serem médicos dentistas das Forças Armadas SO Novembro-Dezembro
2 sujeitos a exigentes treinos físicos e psicológicos e devem estar preparados para cenários de guerra, onde trabalham em condições mínimas, sob risco de vida. É claro que este é um limite último que não faz parte dos actuais horizontes da Defesa Nacional, mas que tem de estar na mente destes profissionais. Para Ana Martins Ferrão, a possibilidade não a assusta. «Convivo bem com esse risco», afirma, com um sorriso. «Apesar de não ter ninguém na família que fizesse parte das Forças Armadas, achava que este era um ramo que me permitiria exercer outro tipo de Medicina Dentária que não a de clínica privada». No final do curso, considerava que «a profissão gozava de uma imagem pouco favorável, com a maioria da população a achar que, por cobrarmos preços elevados nas consultas, éramos uma classe rica. Por isso, tento não pensar no lado monetário. Foi também nesse sentido que me inscrevi na Ajuda Médica Internacional (AMI)». Trabalhar em meio hospitalar Esse sonho, para já, está posto de parte, embora reconheça que era capaz de abandonar a carreira para seguir uma missão no estrangeiro. «Não estou nada desiludida com o meu trabalho, mas sinto que me falta a parte humanitária», desabafa. Já colocou a hipótese de participar na Associação Mundo a Sorrir (associação de médicos dentistas, sem fins lucrativos, com fins humanitários e sociais), mas a Força Aérea restringe-a. «Tenho responsabilidades a cumprir, preciso de avisar com antecedência, além disso tenho uma filha, como tal, não é de ânimo leve que tomo uma decisão dessas». Porém, não descarta a possibilidade de um dia poder trabalhar na Medicina Dentária pelo simples gosto de ajudar os outros, apesar de na Força Aéreas as missões serem menos frequentes que no Exército, por exemplo. Por isso, vai vivendo calmamente, entre as paredes do seu posto na Ota e o consultório no Entroncamento, onde mora e exerce nas horas livres. Para João Mendes, 36 anos, chefe do serviço de Medicina Dentária no Hospital Principal do Exército, em Lisboa, o objectivo de entrar nas Forças Armadas foi mais claro: trabalhar em meio hospitalar. «A minha apetência pelo mundo das armas era nula». Apesar de não o assustar, também não algo que o atraía. Após terminar o curso de Medicina Dentária, no Instituto Superior de Ciências da Saúde Sul, em 1995, foi cumprir o serviço militar obrigatório que vinha a adiar por causa dos estudos. Foi nessa altura que, por coincidência, abriu um concurso público nacional para duas vagas para médicos dentistas no Exército. «Fiz os dois exames necessários e acabei por entrar no ramo, em 1996, directamente para o Hospital Militar». A partir daí, quaisquer receios que pudessem persistir tornaram-se infundados. «O trabalho em equipa num Hospital, a relação que temos com os pacientes e as experiências que vivemos fora do nosso gabinete são uma mais-valia desta profissão», elogia. João Mendes recorda, com saudade, o trabalho que As mulheres ainda estão em minoria dentro da Medicina Dentária Militar, mas no caso de Ana Martins Ferrão, nunca houve problemas de discriminação. «Apesar de ser mulher e da maioria dos meus colegas ser do sexo masculino, nunca me senti discriminação nem fui sobrevalorizada, bem pelo contrário»
3 desempenhou, no final do século passado, em Angola, onde trabalhou num hospital de campanha. «Atendíamos todo o tipo de militares da Organização das Nações Unidas (ONU), numa missão de paz internacional. Foi uma experiência gratificante. Durante três meses vivemos e dormimos em tendas, com meios escassos, fracas condições de segurança e menos meios clínicos que habitualmente temos num consultório». Regressou em 2000, para desempenhar a actual função no Hospital Militar e aí se mantém, com uma ténue esperança de que, um dia, possa viver uma experiência idêntica. Até lá, «vamos tendo os treinos anuais», que também decorrem no campo, mas em território nacional, sob um ambiente controlado. A sorte de fazer parte do SNS Para Carlos José Coelho Cardoso, de 52 anos, as Forças Armadas foram «uma acidente de percurso». Estomatologista e cirurgião, responsável pelo serviço de Cirurgia Maxilo-facial e Medicina Dentária do Hospital da Marinha, em Lisboa, licenciou-se em 1978 na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Por convite de um colega, acabou por aceitar o desafio de se candidatar ao concurso público aberto na altura. «Fiquei na vaga de cirurgia e acabei por ficar na Marinha. Fiz toda a carreira militar normal, aliando a actividade clínica. Fui, primeiro, assistente hospitalar e cheguei a chefe de serviço, em 1993». Reconhece que é uma profissão que exige «algumas contingências e obrigações», nada que o deixe amedrontado. «Podemos ser mobilizados para exercícios de guerra, temos que respeitar hierarquias, usamos farda, mas já faz parte do meu feitio ser organizado, ponderado e disciplinado». Porém, garante que as diferenças ficam por aí. «Sinceramente, acho muito idêntico o trabalho que faço no Hospital da Marinha e na minha clínica privada. O que mais nos restringe em termos profissionais talvez sejam as contenções orçamentais que sentimos dentro das Forças Armadas. Se quero fazer algum trabalho de maior envergadura e que requeira, por exemplo, suporte laboratorial ou de aquisição de materiais, existem limites que podem impossibilitar que um determinado tratamento se concretize. Nesses casos, tentamos encontrar outras soluções ou encaminhamos para hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que acaba também por acontecer nos outros ramos». Apesar das dificuldades económicas, a Marinha acaba por ser a que mais cirurgias realiza. «Como sempre fomos incentivando a Estomatologia e a Cirurgia Maxilo-facial [inexistentes no Exército e na Força Aérea], os outros ramos acabam por nos enviar os casos O facto de as consultas não serem pagas pode contribuir para uma actuação clínica mais favorável. «Os pacientes mostram mais disponibilidade e não têm tanto receio de vir ao consultório. Há também mais consultas de prevenção e rastreio, o que é ainda raro na clínica privada», adverte João Mendes Poucos mas bons Ao todo, não deverão ser mais de 25 os médicos dentistas que trabalham em todos os três ramos das Forças Armadas. No caso do Exército, oito estão nos quadros e alguns são contratados. Há uma carência desta especialidade dentro Exército, por isso a Academia Militar está a apostar na formação. Na Marinha, existem dois estomatologistas, um cirurgião maxilo-facial e um grupo de menos de uma dezena de médicos dentistas que trabalham nas unidades espalhadas pelo país. Na Força Aérea, seis clínicos de Medicina Dentária exercem nas unidades de Sintra e Ota. Quem estiver interessado, deve consultar o centro de recrutamento mais próximo e as listas com concursos públicos em curso. «Depois, é só preencher os papéis e esperar», diz Ana Martins Ferrão, médica dentista na Base Aérea da Ota. SO Novembro-Dezembro
4 que não conseguem resolver. Vamos terminar este ano com mais de 200 intervenções realizadas. Um facto inédito nas Forças Armadas», assevera Carlos José Coelho Cardoso. Os casos de colocação de implantes ou próteses são encaminhados para clínicas convencionadas. Mesmo assim, o médico dentista militar não se queixa: «temos óptimas condições técnicas, hospitalares e de internamento que nos permitem efectuar um excelente trabalho». Ser-se médico dentista militar é, igualmente, uma vantagem em termos profissionais.todos os médicos reconhecem que estão numa situação privilegiada. «As críticas de muitos clínicos em incluir a Medicina Dentária no SNS é uma luta que nos passa ao lado», sintetiza João Mendes. Mas por ser um meio tão pequeno e, nitidamente, sem as mesmas vantagens financeiras, «nem todos se aventuram nesta profissão». «A maioria dos meus colegas sempre quis montar uma clínica privada, ao contrário de mim», conta o médico dentista do Hospital Principal do Exército. Contudo, a Marinha pode estar a contribuir para que a tendência se inverta. «Como temos um pendor clínico sobretudo direccionado para a patologia e cirurgia, muitos finalistas de Medicina Dentária escolhem estagiar no nosso Hospital e, quando abrem vagas, acabam por gostar e ficar», revela Carlos José Coelho Cardoso. Entrar por concurso público Entrar nas Forças Armadas como médico dentista não é, todavia, tão fácil assim. Como fazem parte do Estado, os três ramos contratam estes especialistas através de concursos públicos. As vagas só surgem conforme as necessidades. No caso do Exército, existem três vias: entrar directamente para a Academia Militar; através de vagas para o quadro, que são bastante raras; ou, com mais sorte, concorrendo às vagas para contratados, «para suplantar certas necessidades», explica João Mendes. Mas, o médico dentista considera que devem existir cautelas: «no meu caso, tentei informa-me para perceber se os aspectos negativos poderiam ser inibidores da minha escolha». Acabou por descobrir que nada nas Forças Armadas interfere na prática clínica que executa. Ana Martins Ferrão acredita mesmo que o trabalho é mais agradável, porque «não existe a componente financeira do lado do paciente», e deixa o seu testemunho: «as pessoas vêm de forma mais descontraída, porque não pagam, tornando-se a consulta mais calma, sem tensão». Reconhece, porém, que a maneira como lida com cada pessoa «é diferente», porque existe uma hierarquia imposta dentro da Força Aérea, enquanto na sociedade civil não. João Mendes, no Hospital Militar, vive uma situação caricata, porque acaba por atender poucos militares. «A maioria dos doentes são reformados e familiares». Um facto que advém da descentralização de serviços. «Os militares quando procuram ajuda dirigem-se à unidade do campo militar onde estão concentrados.aqui, recebemos os casos mais complicados, já que em Lisboa há
5 As hierarquias nas Forças Armadas A existência de hierarquias é uma das maiores diferenças entre a Medicina Dentária Militar e a convencional. Aqui fica a lista dos cargos militares existentes em Portugal: Presidente da República: comandante supremo das Forças Armadas, seja civil ou militar. Ostenta seis estrelas prateada se não há nenhum pavilhão (bandeira) que se lhe sobreponha. Ministro da Defesa: tem direito a cinco estrelas prateadas (quando fardado) e ao seu pavilhão hasteado em navio, em quartel, em carro, em acampamento fixo para indicar a sua presença. Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. É um general de quatro estrelas prateadas e o comandante das Forças Armadas, que coordena os três ramos: Exército, Armada, Força Aérea. Pode ser designado como "comandante das FA", ou "comandante das Forças Armadas", ou chefe do EMGFA. Armada Fuzileiros que estão nos navios de superfície, navios submarinos. Infantaria de marinha. Chefe do Estado-Maior da Armada: é um almirante (quatro estrelas prateadas). O almirantado reside na Armada e é constituído por todos os almirantes de três estrelas. No ramo Armada só há um almirante com quatro estrelas, que é o chefe do Estado-Maior da Armada. Pode ainda haver um almirante de quatro estrelas, se for presidente do Supremo Tribunal Militar Comodoro: posto facultativo que só existe, em termos de nomenclatura, quando a marinha portuguesa se integra em frota naval sob comando de comodoro. Oficiais-generais: Contra-almirante; vice-almirante; almirante. Oficiais superiores: capitão-tenente; capitão-de-fragata; capitão-de-mar-e-guerra (equivalente a coronel). Os oficiais subalternos começam em guarda-marinha (aspirante). Seguem-se subtenente, segundo-tenente, tenente. Sargentos e praças: sargento-mor, sargento-chefe, sargento-ajudante, primeiro-sargento, segundo-sargento, cabo, primeiro-marinheiro, segundo-marinheiro, grumete. Exército O ramo Exército tem, além de outras unidades (Engenharia, por exemplo) e departamentos, duas brigadas de combate: Brigada Aerotransportada Independente, constituída por pára-quedistas, por exemplo, e Brigada Mecanizada Independente. Chefe do Estado-Maior do Exército. Marechal (oficial-general). Major a tenente-coronel e coronel (oficiais superiores). Capitão: um oficial intermédio; comanda uma companhia; pode comandar um batalhão se estiver aprovado no curso de oficiais superiores e de Estado-Maior. Oficiais subalternos são: aspirante a oficial; alferes; tenente. Sargentos e praças: sargento-mor, sargento-chefe, sargento-ajudante, primeiro-sargento, segundo-sargento, furriel, subfurriel (só no Exército, equivalente ao antigo cabo miliciano), primeiro-cabo, segundo-cabo, soldado. Força Aérea Chefe do Estado-Maior da Força Aérea. A designação dos postos é igual ao Exército. No entanto, ao contrário do que acontece no Exército, o furriel (pertencente à classe de sargentos) é obrigatoriamente do quadro. O capitão é considerado um oficial subalterno e o major é um oficial intermédio. Fonte: EMGFA SO Novembro-Dezembro
6 poucas unidades militares». Trabalhando na Base Aérea da Ota,Ana Martins Ferrão tem uma experiência exactamente oposta. «Ainda existe muito um medo em relação aos médicos dentistas militares, que são considerados piores que os outros. Os mais velhos contam-me histórias de serem atendidos por pessoas muito severas, que não davam anestesias. Mas esse é um receio que já não existe nos mais novos». Até porque, como reconhece, «o progresso tecnológico que aconteceu no mundo também chegou aos consultórios das Forças Armadas». Pelas suas mãos passam, sobretudo, jovens em formação e isso reflecte-se no trabalho que executa. «Os principais pedidos abrangem a dentisteria e há uma maior incidência de erupções dos sisos, porque a faixa etária nesta unidade ronda os 18 a 21». Nas restantes doenças, a prevalência é igual ao que acontece no resto da população. «Mas como é um serviço gratuito, há muita propensão para procurar o médico dentista para simples consultas de rastreio e de prevenção, o que é mais raro quando se tem de pagar por uma consulta». Uma das grandes razões da existência da especialidade dentro das Forças Armadas é a atenção dada ao pessoal navegante: altas patentes, aviadores, marinheiros, ou seja, cargos que exijam concentração redobrada e responsabilidade acrescida. Nesses casos, o check-up médico incluiu a vistoria à dentição. Nas actuais missões em que Portugal colabora, João Mendes revela que «todos os militares enviados sujeitam-se a este processo Os médicos dentistas que trabalham nos três ramos das Forças Armadas não deverão ultrapassar os 25 profissionais
7 As Forças Armadas garantem serviços dentários não só aos militares, nas unidades, como aos familiares e aposentados dos ramos, nos hospitais militares. A prótese e os implantes não existem em alguns ramos, mas nestes casos, os pacientes são direccionados para clínicas com as quais existem convenções de rastreio de doenças bucais». Surpreendentemente, Ana Martins Ferrão revela que a maioria dos jovens que passam pelo seu consultório na Ota nunca foi ao médico dentista e têm óptimas dentições. São casos espantosos de pessoas que souberam cuidar muito bem dos dentes». O risco de ir para a guerra Ir para a guerra é, talvez, o maior receio do cidadão comum quando pensa nas Forças Armadas. Mas para os médicos dentistas que contactámos, esse é um receio real, é certo, mas pouco assustador, «até porque nunca seríamos enviados para as frentes de batalha», explica Ana Martins Ferrão. Em termos práticos, existem três níveis de prontidão médica, em caso de combate. «Há os hospitais de primeira linha, que tratam os traumas de guerra; os de segunda linha, onde se insere a Medicina Dentária, o que revela a importância deste ramo da Saúde; e, finalmente, as unidades de rectaguarda», explica João Mendes. Nos últimos são internados os doentes de maior gravidade. Um destes cenários é, «para já, pouco provável», adianta o médico dentista, mas «é uma hipótese que temos de ter sempre em mente, até porque Portugal tem compromissos internacionais com organizações como a NATO». João Mendes já teve a sua experiência em Angola e Ana Martins Ferrão esteve lá perto. Depois de terminar o curso, inscreveu-se na AMI e acabou por ser chamada para uma missão. «Só que estava a fazer o treino e ia jurar bandeira, por isso tive que adiar esse sonho».até lá, vai ter que pensar na sua carreira dentro das Forças Armadas. Com a revisão legislativa em curso, Ana Martins Ferrão ainda não sabe se deixará de estar numa situação de contrato. É o único ramo que ainda não tem médicos dentistas inseridos no quadro, mas as regras estarão em mudança, como aliás aconteceu com a Marinha e o Exército. Uma alteração que, segundo João Mendes, faz parte do interesse da tutela, que quer apostar nesta área da Saúde. «Já temos Medicina Dentária na Academia Militar. Ou seja, há alunos que concorrem à nossa escola para serem médicos dentistas militares. Completam um ano zero e depois seguem para uma Faculdade estatal, fazendo o percurso de cinco anos como alunos internos da Academia». Já foram formados dois estudantes SO Novembro-Dezembro
8 Todos os médicos dentistas fazem treino militar como qualquer outro soldado. É mais uma responsabilidade a acrescentar. «Só mesmo para quem gosta», como diz Coelho CardosoTodos os médicos dentistas fazem treino militar como qualquer outro soldado. É mais uma responsabilidade a acrescentar. «Só mesmo para quem gosta», como diz Coelho Cardoso nestas condições. Apesar de «sermos quase como uma família», nem todos os médicos dentistas militares convivem entre si. «Conhecemo-nos porque fomos colegas de Faculdade, porque são poucos os eventos ou reuniões de médicos dentistas militares». O Congresso de Medicina Dentária Militar, por exemplo, realizou-se pela última vez em 2002, inserido no Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD). «Era importante que se promovessem mais eventos deste tipo», pede Ana Martins Ferrão. «Era sempre uma forma de nos encontrarmos, trocarmos experiências, até porque existem assuntos específicos, a nível da barodontalgia, por exemplo, que merecem discussão». Fica o repto.
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