Aula 13 A Energia de Gibbs

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Aula 13 A Energia de Gibbs"

Transcrição

1 Aula 13 A Energia de Gibbs 1. Introdução: Um dos problemas ao se considerar a entropia já deve ter ficado claro: temos que trabalhar com duas variações de entropia, a variação no sistema e a variação nas vizinhanças e então verificar o sinal da soma entre elas. O grande teórico americano J.W. Gibbs ( ), responsável pela fundamentação da termodinâmica química no fim do século XIX, descobriu como combinar esses dois cálculos num único. 2. Funções do Sistema: A variação de entropia total que ocorre devido a um processo é dada por: = + (1) onde S é a variação de entropia do sistema; para uma transformação espontânea, S > 0. Se o processo ocorrer à pressão e temperatura constantes, podemos usar a equação = para expressar a variação da entropia das vizinhanças em função da variação de entalpia do sistema, H. Assim temos: = (2) A grande vantagem dessa equação é que ela expressa a variação da entropia total, do sistema e das suas vizinhanças, em função somente das propriedades do sistema. A única restrição é que a pressão e a temperatura devem permanecer constantes no decorrer do processo. 120

2 Vamos agora, primeiro, introduzir a energia de Gibbs, G, que é definida como: = (3) como H, T e S são funções de estado então G também é uma função de estado. A variação da energia de Gibbs, G, a temperatura constante, surge devido às variações da entalpia e da entropia e é dada por: A temperatura constante: = (4) Comparando as equações 2 e 4, vemos que A temperatura e pressão constantes: = (5) Logo, a temperatura e pressão constantes, a variação da energia de Gibbs de um sistema é proporcional à variação global de entropia, do sistema mais a das suas vizinhanças. 3. Propriedades da Energia de Gibbs A diferença em sinal entre G e S Total implica que a condição para um processo ser espontâneo muda de S Total > 0, em termos de entropia total (que é sempre verdade), para G < 0, em termos de energia de Gibbs (para processos que ocorrem a temperatura e pressão constantes). Isto é: numa transformação espontânea, a temperatura e pressão constantes, e energia de Gibbs diminui. (ver figura 1) 121

3 Figura 1: O critério para uma transformação ser espontânea é o aumento da entropia do sistema, e das vizinhanças. Limitando-nos a trabalhar a pressão e temperatura constantes, podemos nos restringir apenas às propriedades do sistema. Nessas condições, expressamos o critério de espontaneidade como uma tendência do sistema de se deslocar para um estado com uma energia de Gibbs menor. Nunca devemos esquecer que ao dizer que um sistema tende a se deslocar para uma energia de Gibbs menor estamos apenas dizendo de um modo diferente que um sistema e suas vizinhanças tendem, juntos, para uma entropia total maior. O único critério de espontaneidade numa transformação é a entropia total, ou seja, a soma da entropia do sistema e das suas vizinhanças; a energia de Gibbs é apenas outra maneira de expressar a variação da entropia total em função somente das propriedades do sistema. Essa nova forma de se exprimir a espontaneidade só é válida para processos que ocorrem à temperatura e pressão constantes. Todas as reações químicas espontâneas em condições de temperatura e pressão constantes, incluindo as responsáveis pelos processos de crescimento, aprendizagem e reprodução, são reações que ocorrem no sentido da diminuição da energia de Gibbs. Uma segunda característica da energia de Gibbs é que o valor de G para um processo é igual à quantidade máxima de trabalho, diferente do trabalho de expansão, que pode ser extraído do processo a temperatura e pressão constantes. Chamamos todas as formas de trabalho diferentes daquele que surge da expansão do sistema de trabalho de não expansão, w'. Pode ser o trabalho elétrico, se o processo ocorrer dentro de uma célula eletroquímica ou uma célula biológica, ou outros tipos de trabalhos mecânico, como a compressão de uma mola ou a contração de um músculo. 122

4 Agora podemos observar que a energia de Gibbs é uma medida das reservas de trabalho de não-expansão das reações químicas: se conhecermos G, então sabemos o trabalho máximo de não-expansão que podemos, a princípio, aproveitar de uma reação. Em alguns casos, o trabalho de não-expansão é extraído como energia elétrica. Este é o caso quando a reação ocorre numa pilha eletroquímica; a pilha combustível é um tipo especial de pilha eletroquímica. Em outros casos, a reação pode ser usada na síntese de outras moléculas. Este é o caso nas células biológicas, onde a energia de Gibbs disponível pela hidrólise do ATP (trifosfato de adenosina) formando ADP é usada na síntese de proteínas a partir de aminoácidos, para a contração muscular e para fazer funcionar os circuitos neurais em nossos cérebros. Exemplo 1: Admita que certo pássaro, pequeno, tenha massa de 30g. Qual é a massa mínima de glicose que ele tem que consumir para voar para um galho que está situado 10 m acima do solo? A variação da energia de Gibbs proveniente da oxidação de 1,0 mol de C 6 H 12 O 6 (s) formando dióxido de carbono e água, a 25ºC, é 2828 kj. O trabalho a ser feito é: w' = (30 x 10-3 kg) x (9,81 m.s -2 ) x (10 m) w' = 3,0 x 9,81 x 1,0 x 10-1 J lembrem-se que: 1 kg.m 2.s -2 = 1 J O número de moles de glicose, n, que deve ser oxidado para gerar uma variação da energia de Gibbs com esse valor, admitindo que 1 mol dê 2828 kj, é: =,,,,,,,. = moles, 123

5 Portanto, como a massa molar, M, da glicose é 180 g.mol -1, a massa, m, de glicose que deve ser oxidada é: =. =,,,, 180. =1,9 10 Isto é, o pássaro tem que consumir pelo menos 0,19 mg de glicose para o esforço mecânico. Alguma informação sobre o significado de G vem da sua definição como H TS. A entalpia é uma medida da energia que pode ser obtida do sistema como calor. O termo TS é uma medida da quantidade de energia armazenada no movimento aleatório das moléculas que compõem a amostra. Trabalho, como vimos, é a energia transferida de modo ordenado, assim não podemos esperar obter trabalho da energia armazenada aleatoriamente. A diferença entre a energia total e a energia armazenada aleatoriamente, H TS, que é a energia de Gibbs, está disponível para que trabalho seja feito. Em outras palavras, a energia de Gibbs é a energia armazenada no movimento ordenado das moléculas no sistema e na sua distribuição. 124

6 Exercícios Lista 9 1º) Admita que quando você se exercita, você consome 100g de glicose e que toda a energia liberada como calor permanece em seu corpo a 37 o C. Qual a variação de entropia do seu corpo? (considere c H = kj.mol -1. 2º) Numa determinada reação biológica, que ocorre no seu corpo a 37 o C, a variação de entalpia é -125 kj.mol -1 e a variação de entropia é -126 J.K -1.mol -1. (a) Calcule a variação da energia de Gibbs. (b) A reação é espontânea? (c) Calcule a variação total de entropia, do sistema e das vizinhanças. 3º) A variação da energia de Gibbs devido a oxidação da glicose, C 6 H 12 O 6 (s), formando dióxido de carbono e vapor de água, a 25 o C, é kj.mol -1. Quanta glicose uma pessoa com um peso de 65kg precisa consumir para subir 10 m de altura? 4º) A formação da glutamina, a partir de glutamato e íons amônio, nescessita de 14,2 kj.mol -1 de energia. Essa energia é fornecida pela hidrólise do ATP a ADP na presença da enzima glutamina sintetase. (a) Dado que a variação da energia de Gibbs para a hidrólise do ATP corresponde a G = -31kJ.mol -1, nas condições típicas de uma célula, pode a hidrólise fornecer a energia necessária para a formação da glutamina? (b) Quantos moles de ATPdevem ser hidrolisados para formar 1 mol de glutamina? 5º) Na hidrólise do fosfato de acetila, G = -42kJ.mol -1, em condições biológicas típicas. Se o fosfato de acetila fosse sintetizado acoplado com a hidrólise do ATP, qual o número mínimo de moléculas de ATP que estariam envolvidas? Respostas 1º) -5,07 kj.k -1 2º) a) -85,9 kj.mol -1 ; b) Sim, pois o G é negativo; c) +280 J.K -1.mol -1 3º) 0,406 g 4º) a) q = + 31 kj.mol -1 > 14,2 Resposta: Sim b) 0,46 mols 5º) 8,15 x moléculas 125

Profª Eleonora Slide de aula. Revisão: Termodinâmica e Bioenergética

Profª Eleonora Slide de aula. Revisão: Termodinâmica e Bioenergética Revisão: Termodinâmica e Bioenergética Revisão:Termodinâmica As leis da termodinâmica governam o comportamento de s bioquímicos As leis da termodinâmica são princípios gerais aplicados a todos os processos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ INSTITUTO DE QUÍMICA IQG127. Termodinâmica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ INSTITUTO DE QUÍMICA IQG127. Termodinâmica UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ INSTITUTO DE QUÍMICA IQG127 Termodinâmica Prof. Antonio Guerra Departamento de Química Geral e Inorgânica - DQI Energia e Trabalho Energia A capacidade de realizar

Leia mais

Universidade de São Paulo Instituto de Física Energia em Sistemas Biológicos Edi Carlos Sousa

Universidade de São Paulo Instituto de Física Energia em Sistemas Biológicos Edi Carlos Sousa Universidade de São Paulo Instituto de Física Energia em Sistemas Biológicos Edi Carlos Sousa edisousa@if.usp.br Metabolismo Celular Cada reação que ocorre em um organismo vivo requer o uso de energia

Leia mais

Fisica do Corpo Humano ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B01. Temperatura Aula 5 e 1/2 da 6

Fisica do Corpo Humano ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B01. Temperatura Aula 5 e 1/2 da 6 Fisica do Corpo Humano (4300325) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B01 Temperatura Aula 5 e 1/2 da 6 1. Existem em torno de uma centena de átomos 2. Cada átomo

Leia mais

Provas de Química Orgânica e Físico-Química

Provas de Química Orgânica e Físico-Química CPF/PASSAPRTE: 1 Instruções: PRCESS DE SELEÇÃ E ADMISSÃ A CURS DE PARA SEMESTRE 2016/02 EDITAL PPGQ Nº 001/2016 Provas de Química rgânica e Físico-Química 1) candidato deverá identificar-se apenas com

Leia mais

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula

Introdução ao Metabolismo. Profª Eleonora Slide de aula Introdução ao Metabolismo Profª Eleonora Slide de aula Metabolismo Profª Eleonora Slide de aula Relacionamento energético entre as vias catabólicas e as vias anabólicas Nutrientes que liberam energia Carboidratos

Leia mais

QB70C:// Química (Turmas S71/S72) Termodinâmica. Prof. Dr. Eduard Westphal ( Capítulo 8 Atkins (5ª ed.

QB70C:// Química (Turmas S71/S72) Termodinâmica. Prof. Dr. Eduard Westphal (  Capítulo 8 Atkins (5ª ed. QB70C:// Química (Turmas S71/S72) Termodinâmica Prof. Dr. Eduard Westphal (http://paginapessoal.utfpr.edu.br/eduardw) Capítulo 8 Atkins (5ª ed.) Entalpia Em um sistema rígido (onde não exista outra forma

Leia mais

Termodinâmica em Bioquímica

Termodinâmica em Bioquímica Instituto de Química de São Carlos IQSC Universidade de São Paulo Termodinâmica em Bioquímica Disciplina: Bioquímica I Docente: Profa. Dra. Fernanda Canduri Sugestão de leitura: Cap. 1 do Lehninger A vida

Leia mais

Aula 14 Equilíbrio de Fases: Substâncias Puras

Aula 14 Equilíbrio de Fases: Substâncias Puras Aula 14 Equilíbrio de Fases: Substâncias Puras 1. A condição de estabilidade Inicialmente precisamos estabelecer a importância da energia de Gibbs molar na discussão das transições de fase. A energia de

Leia mais

PROFª. KAÍZA CAVALCANTI

PROFª. KAÍZA CAVALCANTI Processos Químicos Quando ocorre uma alteração qualitativa do sistema, dos tipos de substâncias presentes ou de suas proporções. Processos Físicos Quando ocorre uma alteração qualitativa do sistema, dos

Leia mais

Termoquímica. Iniciação à Química II. Prof. Edson Nossol

Termoquímica. Iniciação à Química II. Prof. Edson Nossol Termoquímica Iniciação à Química II Prof. Edson Nossol Uberlândia, 20/10/2017 Energia de ligação (dissociação): energia necessária para romper a ligação H (entalpia de ligação): variação de calor que acompanha

Leia mais

BCL Transformações Químicas

BCL Transformações Químicas Transformações Químicas ANDERSON ORZARI RIBEIRO Anderson.ribeiro@ufabc.edu.br Bloco B, 10º andar - Sala 1043 Transformações Químicas AULA 6 Energia Livre de Gibbs CAPÍTULO 6 e 7 Peter Atkins, Loretta Jones,

Leia mais

Físico-Química Farmácia 2014/02

Físico-Química Farmácia 2014/02 Físico-Química Farmácia 2014/02 1 2 Aspectos termodinâmicos das transições de fase A descrição termodinâmica das misturas Referência: Peter Atkins, Julio de Paula, Físico-Química Biológica 3 Condição de

Leia mais

Segunda Lei da Termodinâmica

Segunda Lei da Termodinâmica Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Segunda Lei da Termodinâmica Espontaneidade das reações químicas Entropia Terceira Lei da Termodinâmica Primeira Lei da Termodinâmica Estabelece que as transformações

Leia mais

BE066 - Fisiologia do Exercício BE066 Fisiologia do Exercício. Bioenergética. Sergio Gregorio da Silva, PhD

BE066 - Fisiologia do Exercício BE066 Fisiologia do Exercício. Bioenergética. Sergio Gregorio da Silva, PhD BE066 Fisiologia do Exercício Bioenergética Sergio Gregorio da Silva, PhD Objetivos Definir Energia Descrever os 3 Sistemas Energéticos Descrever as diferenças em Produção de Energia Bioenergética Estuda

Leia mais

Entropia e energia livre de Gibbs. Prof. Leandro Zatta

Entropia e energia livre de Gibbs. Prof. Leandro Zatta Entropia e energia livre de Gibbs Prof. Leandro Zatta 1 Segunda e a terceira leis Ideias importantes Sentido Natural Desordem Medido por Energia livre de Gibbs 2 Chave para compreensão da ocorrência ou

Leia mais

Introdução ao Metabolismo Celular Nutrição

Introdução ao Metabolismo Celular Nutrição Introdução ao Metabolismo Celular Nutrição Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto MAR/2011 Energética básicab Energia é a capacidade de realizar trabalho, que ocorre quando uma força age sobre

Leia mais

DIRECIONAMENTO TERMODINÂMICO DA LIGAÇÃO PEPTÍDICA E DA LIGAÇÃO FOSFODIÉSTER

DIRECIONAMENTO TERMODINÂMICO DA LIGAÇÃO PEPTÍDICA E DA LIGAÇÃO FOSFODIÉSTER DIRECIONAMENTO TERMODINÂMICO DA LIGAÇÃO PEPTÍDICA E DA LIGAÇÃO FOSFODIÉSTER Bioquímica II Professor Dr. Júlio César Borges Letícia Furlan Rufato Luana Rodrigues Pedro Henrique Damada Sylvia Frida Szterenfeld

Leia mais

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP MÓDULO 2 - METABOLISMO Bianca Zingales IQ-USP INTRODUÇÃO AO METABOLISMO CARACTERÍSTICAS DO SER VIVO 1- AUTO-REPLICAÇÃO Capacidade de perpetuação da espécie 2- TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA O ser vivo extrai

Leia mais

Termodinâmica. Termodinâmica é o estudo das mudanças de energia que acompanham os processos físicos e químicos. QUÍMICA GERAL Fundamentos

Termodinâmica. Termodinâmica é o estudo das mudanças de energia que acompanham os processos físicos e químicos. QUÍMICA GERAL Fundamentos Termodinâmica é o estudo das mudanças de energia que acompanham os processos físicos e químicos 1 Calor e Trabalho Calor e trabalho são formas relacionadas de energia Calor pode ser convertido em trabalho

Leia mais

BCL 0307 Transformações Químicas

BCL 0307 Transformações Químicas BCL 0307 Transformações Químicas Prof. Dr. André Sarto Polo Bloco B S. 1014 ou L202 andre.polo@ufabc.edu.br Aula 06 http://pesquisa.ufabc.edu.br/pologroup/transformacoes_quimicas.html Ciclo termodinâmico

Leia mais

Aula 7 Entalpia e Lei de Hess

Aula 7 Entalpia e Lei de Hess Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia Aula 7 Entalpia e Lei de Hess Dr. Tiago P. Camargo Entalpia Termodinâmica Num sistema de paredes rígidas V const.

Leia mais

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Ramo da biologia próximo da bioquímica que

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Ramo da biologia próximo da bioquímica que O que é Bioenergética? BIOENERGÉTICA Ramo da biologia próximo da bioquímica que estuda as transformações de energia pelos seres vivos. (dicionário Houaiss) Prof. Renato Barroso renato.barroso@terra.com.br

Leia mais

Profª Eleonora Slide de aula. Introdução ao Metabolismo

Profª Eleonora Slide de aula. Introdução ao Metabolismo Introdução ao Metabolismo Nutrientes que liberam energia Carboidratos Gorduras Proteínas Catabolismo Produtos finais pobres em energia CO 2 2 O N 3 Energia química ATP NADP Metabolismo Macromoléculas celulares

Leia mais

TERMODINÂMICA (Parte 1)

TERMODINÂMICA (Parte 1) TERMODINÂMICA (Parte 1) Estudo das transformações da energia. Baseia-se em duas leis: 1ª Lei: acompanha as variações de energia e permite o cálculo da quantidade de calor produzida numa reação. 2ª Lei:

Leia mais

Diagramas de Energia

Diagramas de Energia Diagramas de Energia 1.1- Análise Gráfica Reação exotérmica Reação endotérmica (a) Energia de ativação (Ea) para a reação inversa (b) Energia de ativação (Ea) para a reação direta (c) ΔH 1.2- Entropia

Leia mais

ENSINO MÉDIO QUÍMICA

ENSINO MÉDIO QUÍMICA ENSINO MÉDIO QUÍMICA TERMOQUÍMICA TERMOQUÍMICA Termoquímica é a parte da química que estuda o calor associado a uma reação química. A unidade usada para medir a energia liberada ou absorvida por um sistema

Leia mais

QUÍMICA GERAL Termodinâmica

QUÍMICA GERAL Termodinâmica QUÍMICA GERAL Termodinâmica Prof. Dr. Anselmo E. de Oliveira Instituto de Química, UFG anselmo.quimica.ufg.br anselmo.disciplinas@gmail.com 18 de Setembro de 2018 Agronomia Sistemas, Estados e Energia

Leia mais

QUÍMICA GERAL Termodinâmica: 2a e 3a Leis

QUÍMICA GERAL Termodinâmica: 2a e 3a Leis QUÍMICA GERAL Termodinâmica: 2a e 3a Leis Prof. Dr. Anselmo E. de Oliveira Instituto de Química, UFG anselmo.quimica.ufg.br anselmo.disciplinas@gmail.com 14 de Setembro de 2018 Agronomia Entropia 1 Entropia

Leia mais

O processo de dissolução

O processo de dissolução SOLUBILIDADE Sabemos que um soluto altera as propriedades do solvente. Solução sólida: silício dopado com fósforo eletrônica. indústria Sal sobre o gelo abaixa o ponto e congelamento se a temperatura é

Leia mais

Dois exercícios desta lista entrarão na primeira prova teórica

Dois exercícios desta lista entrarão na primeira prova teórica Dois exercícios desta lista entrarão na primeira prova teórica 01. Quais são os três estados físicos da matéria? Quais as diferenças entre eles do ponto de vista de movimentação de moléculas e interações

Leia mais

FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA

FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA FCAV/ UNESP NOÇÕES DE TERMODINÂMICA Profa. Dra. Luciana Maria Saran 1 1.TERMODINÂMICA Compreende o estudo da energia e suas transformações. Em grego, thérme-; calor, dy namis, energia. Termoquímica: área

Leia mais

objetivo Ciclo da uréia Pré-requisito Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Entender as etapas de formação da uréia.

objetivo Ciclo da uréia Pré-requisito Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Entender as etapas de formação da uréia. Ciclo da uréia A U L A 18 objetivo Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: Entender as etapas de formação da uréia. Pré-requisito Conhecimentos adquiridos na Aula 17. BIOQUÍMICA II Ciclo da uréia

Leia mais

A Primeira Lei da Termodinâmica. Energia. U = variação na energia de um sistema U = U final -U inicial

A Primeira Lei da Termodinâmica. Energia. U = variação na energia de um sistema U = U final -U inicial Química Aplicada à Engenharia Civil Termodinâmica Química Continuação Profa. Geisamanda Pedrini Brandão Athayde Revisão Calor Sistema ganha calor Æ q > 0 Æ Processo Endotérmico Sistema perde calor Æ q

Leia mais

Conceitos Básicos. Lei zero da Termodinâmica. Termodinâmica. Primeira lei da Termodinâmica. Trabalho e Calor

Conceitos Básicos. Lei zero da Termodinâmica. Termodinâmica. Primeira lei da Termodinâmica. Trabalho e Calor Conceitos Básicos Termodinâmica Lei zero da Termodinâmica Primeira lei da Termodinâmica Trabalho e Calor Calor sensível Essa medição irá nos informar a quantidade de calor (cal) que uma quantidade de massa

Leia mais

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Trabalho Biológico

BIOENERGÉTICA. O que é Bioenergética? ENERGIA. Trabalho Biológico O que é Bioenergética? BIOENERGÉTICA Ramo da biologia próximo da bioquímica que estuda as transformações de energia pelos seres vivos. (dicionário Houaiss) Prof. Mauro Batista Parte da fisiologia que estuda

Leia mais

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA Termodinâmica é a ciência que estuda as transformações de energia nas quais as variações de temperatura são importantes. A maioria das transformações químicas resulta em alterações

Leia mais

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Curitiba

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Curitiba Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Câmpus Curitiba Lista de Exercícios Termodinâmica Curso: Data: / / Nome: Turma: Disciplina: Química (QB70D) - Profª Loraine 1. Defina:

Leia mais

Capítulo 18 Entropia, Energia de Gibbs e Equilíbrio

Capítulo 18 Entropia, Energia de Gibbs e Equilíbrio Capítulo 18 Entropia, Energia de Gibbs e Equilíbrio As Três Leis da Termodinâmica Processos Espontâneos Entropia A Segunda Lei da Termodinâmica Energia de Gibbs Energia de Gibbs e Equilíbrio Químico Termodinâmica

Leia mais

Termodinâmica Química

Termodinâmica Química Termodinâmica Química Prof. Alex Fabiano C. Campos, Dr Naturezas de Energias Energia cinética é a energia do movimento (translacional, vibracional e rotacional). Energia potencial é a energia que um objeto

Leia mais

Primeira Lei da Termodinâmica Trabalho, Calor e Energia Entalpia

Primeira Lei da Termodinâmica Trabalho, Calor e Energia Entalpia Química Geral e Inorgânica QGI0001 Eng a. de Produção e Sistemas Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Primeira Lei da Termodinâmica Trabalho, Calor e Energia Entalpia Sistemas Em termodinâmica, o universo é formado

Leia mais

Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I. Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja!

Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I. Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja! Aula: 09 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte I Na aula de hoje, irei abordar o metabolismo das principais biomoléculas. Veja! Respiração Celular: Parte do metabolismo celular ocorre

Leia mais

Termoquímica Entalpia e Lei de Hess

Termoquímica Entalpia e Lei de Hess Química Geral e Inorgânica QGI0001 Eng a. de Produção e Sistemas Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Termoquímica Entalpia e Lei de Hess Sistemas a Pressão Constante Quando o volume do sistema não é constante,

Leia mais

BIOQUÍMICA GERAL BIOQUÍMICA. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 1 Introdução à Bioquímica. Então, vamos compreender...

BIOQUÍMICA GERAL BIOQUÍMICA. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 1 Introdução à Bioquímica. Então, vamos compreender... Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos BIOQUÍMICA GERAL FRANCISCLEUDO BEZERRA DA COSTA PROFESSOR Aula 1 Introdução

Leia mais

Introdução à Cinética e Termodinâmica Química. Ariane Nunes-Alves

Introdução à Cinética e Termodinâmica Química. Ariane Nunes-Alves Introdução à Cinética e Termodinâmica Química Ariane Nunes-Alves Objetivos Determinar se uma reação é espontânea Determinar a velocidade da reação Como determinar se uma reação é espontânea? Características

Leia mais

Físico-Química I. Profa. Dra. Carla Dalmolin. Misturas Simples. Físico-Química, cap. 5: Transformações Físicas de Substâncias Puras

Físico-Química I. Profa. Dra. Carla Dalmolin. Misturas Simples. Físico-Química, cap. 5: Transformações Físicas de Substâncias Puras Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Misturas Simples Físico-Química, cap. 5: Transformações Físicas de Substâncias Puras Misturas Simples Misturas de substâncias que não reagem Modelo simples para

Leia mais

Fisica do Calor ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B03. Primeira Lei da Termodinâmica

Fisica do Calor ( ) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B03. Primeira Lei da Termodinâmica Fisica do Calor (4300159) Prof. Adriano Mesquita Alencar Dep. Física Geral Instituto de Física da USP B03 Primeira Lei da Termodinâmica Data Programa do curso August 9 August 12 August 16 August 19 August

Leia mais

b) Quando dissolvido em água, o CO causa diminuição do ph da mesma. Escreva a equação da dissociaçãao do ácido responsável pelo fenômeno.

b) Quando dissolvido em água, o CO causa diminuição do ph da mesma. Escreva a equação da dissociaçãao do ácido responsável pelo fenômeno. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO A produção de energia nas usinas de Angra 1 e Angra 2 é baseada na fissão nuclear de átomos de urânio radioativo U. O urânio é obtido a partir de jazidas minerais, na região

Leia mais

Aula 10 Fotossíntese

Aula 10 Fotossíntese Aula 10 Fotossíntese A fotossíntese é um importante processo nutritivo, que ocorre desde os seres vivos mais simples, como as algas unicelulares e cianobactérias, até os organismos complexos. O processo

Leia mais

Aula 8 Entropia e espontaneidade

Aula 8 Entropia e espontaneidade Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia Aula 8 Entropia e espontaneidade Dr. Tiago P. Camargo Reações químicas e espontaneidade Ocorrer ou não ocorrer...

Leia mais

estuda a transferência,conversão e utilização da energia em sistemas biológicos exemplos: conversão de moléculas dos nutrientes em outras moléculas

estuda a transferência,conversão e utilização da energia em sistemas biológicos exemplos: conversão de moléculas dos nutrientes em outras moléculas estuda a transferência,conversão e utilização da energia em sistemas biológicos exemplos: conversão de moléculas dos nutrientes em outras moléculas Obter energia química por degradação de nutrientes formar/degradar

Leia mais

Primeira Lei da Termodinâmica

Primeira Lei da Termodinâmica Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Primeira Lei da Termodinâmica Definição de energia, calor e trabalho Trabalho de expansão Trocas térmicas Entalpia Termodinâmica Estudo das transformações de

Leia mais

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia. Aula Interlúdio molecular

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia. Aula Interlúdio molecular Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Química e Biologia Aula Interlúdio molecular Energia Interna somatório de energias (cinética + potencial) Energia cinética relacionada

Leia mais

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA Termodinâmica é a ciência que estuda as transformações de energia nas quais as variações de temperatura são importantes. A maioria das transformações químicas resulta em alterações

Leia mais

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA

TERMODINÂMICA TERMOQUÍMICA Termodinâmica é a ciência que estuda as transformações de energia nas quais as variações de temperatura são importantes. A maioria das transformações químicas resulta em alterações nas temperaturas e,

Leia mais

11ª LISTA - EXERCÍCIOS DE PROVAS Energia Livre

11ª LISTA - EXERCÍCIOS DE PROVAS Energia Livre Pg. 1/5 1ª. Questão Considere o processo de sublimação (eq. 1) e a reação de dissociação (eq. 2) do iodo e responda o que se pede. Sublimação do iodo: I 2 (s) I 2 (g) eq. 1 Reação de dissociação do iodo:

Leia mais

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP

MÓDULO 2 - METABOLISMO. Bianca Zingales IQ-USP MÓDULO 2 - METABOLISMO Bianca Zingales IQ-USP INTRODUÇÃO AO METABOLISMO CARACTERÍSTICAS DO SER VIVO 1- AUTO-REPLICAÇÃO Capacidade de perpetuação da espécie 2- TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA O ser vivo extrai

Leia mais

11/6/2013. Estrutura celular: eucarionte e procarionte. Modo de nutrição: ingestão, fotossíntese e absorção

11/6/2013. Estrutura celular: eucarionte e procarionte. Modo de nutrição: ingestão, fotossíntese e absorção CARACTERÍSTICAS DOS ORGANISMOS VIVOS: UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA DISCIPLINA: BIOQUÍMICA GERAL PROFESSOR: Adriana Silva Lima São estruturalmente complicados e

Leia mais

Entropia, Energia Livre e Equilíbrio Capítulo 17. Copyright The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display.

Entropia, Energia Livre e Equilíbrio Capítulo 17. Copyright The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. Entropia, Energia Livre e Equilíbrio Capítulo 17 Copyright The McGraw-Hill Companies, Inc. Permission required for reproduction or display. 1 Processos Físicos e Químicos Espontâneos Uma cascata corre

Leia mais

MÓDULOS 37 E 38 QUÍMICA. Termodinâmica I e II. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. 1. Trabalho de expansão à pressão constante

MÓDULOS 37 E 38 QUÍMICA. Termodinâmica I e II. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. 1. Trabalho de expansão à pressão constante Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias QUÍMICA MÓDULOS 37 E 38 Termodinâmica I e II 1. Trabalho de expansão à pressão constante Vamos considerar um gás aprisionado em um cilindro com pistão

Leia mais

Gliconeogênese. Gliconeogênese. Órgãos e gliconeogênese. Fontes de Glicose. Gliconeogênese. Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia

Gliconeogênese. Gliconeogênese. Órgãos e gliconeogênese. Fontes de Glicose. Gliconeogênese. Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia Gliconeogênese Metabolismo dos aminoácidos Ciclo da Uréia Gliconeogênese Alexandre Havt Gliconeogênese Fontes de Energia para as Células Definição Via anabólica que ocorre no fígado e, excepcionalmente

Leia mais

TERMODINÂMICA SEGUNDA LEI

TERMODINÂMICA SEGUNDA LEI TERMODINÂMICA SEGUNDA LEI Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais A. C. Neiva 1 (apostila: pág. 13 e seguintes) Segunda aula Segunda Lei da Termodinâmica. Entropia

Leia mais

Termoquímica. Química 10/08/2015. Enem 15 Semanas. 1. Observando o diagrama a seguir, é correto afirmar que:

Termoquímica. Química 10/08/2015. Enem 15 Semanas. 1. Observando o diagrama a seguir, é correto afirmar que: Termoquímica 1. Observando o diagrama a seguir, é correto afirmar que: [Dadas as massas molares (g/mol): H=1 e O=16] a) para vaporizar 18g de água são liberados 10,5 kcal. b) o calor de reação, na síntese

Leia mais

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas 2.3.1 Energia de ligação e reações químicas Adaptado pelo Prof. Luís Perna Reações químicas As reações químicas são transformações em que determinadas substâncias (reagentes) originam outras (produtos

Leia mais

Entropia. Energia de Gibbs e Equilíbrio

Entropia. Energia de Gibbs e Equilíbrio Entropia Energia de Gibbs e Equilíbrio Mestrado integrado em Engenharia Biológica Disciplina Química II, 2º semestre 2009/10 Professsora Ana Margarida Martins TRANSFORMAÇÕES ESPONTÂNEAS Uma reacção diz-se

Leia mais

Capítulo by Pearson Education

Capítulo by Pearson Education QUÍMICA A Ciência Central 9ª Edição Termodinâmica química David P. White Processos espontâneos A termodinâmica está relacionada com a pergunta: uma reação pode ocorrer? A primeira lei de termodinâmica:

Leia mais

1. TERMODINÂMICA. PQI3110 Aula 2 Augusto Neiva

1. TERMODINÂMICA. PQI3110 Aula 2 Augusto Neiva APOSTILA PQI3110 Aula 2 Augusto Neiva 1. TERMODINÂMICA 1.1 INTRODUÇÃO 1.1.1 Balanço de Massa 1.1.2 Quociente de Pressões 1.1.3 Grau de avanço correspondente ao equilíbrio 1.2 PROPRIEDADES DE ESTADO 1.3

Leia mais

Universidade de São Paulo

Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos Tema 17: Direcionamento Termodinâmico para a Síntese da Ligação Peptídica e Fosfodiéster SQM0416- Bioquímica II Prof. Dr. Júlio César Borges

Leia mais

PROPRIEDADES DE ÍONS EM SOLUÇÃO

PROPRIEDADES DE ÍONS EM SOLUÇÃO PROPRIEDADES DE ÍONS EM SOLUÇÃO Prof. Harley P. Martins filho Propriedades termodinâmicas de substâncias em solução I. Entalpias de formação de substâncias em solução Formação de solução de 1 mol de NaCl

Leia mais

Termodinâmica de Sistemas Biológicos

Termodinâmica de Sistemas Biológicos Aula de Bioquímica I Tema: Termodinâmica de Sistemas Biológicos Prof. Dr. Júlio César Borges Depto. de Química e Física Molecular DQFM Instituto de Química de São Carlos IQSC Universidade de São Paulo

Leia mais

Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos)

Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos) Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Física Disciplina: Física II-A (FIT122) 2018.2 Data: 03/10/2018 Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos) 1. Um cilindro fechado por um êmbolo

Leia mais

Química II 1º Exame B 4 de Junho de ª Parte

Química II 1º Exame B 4 de Junho de ª Parte Química II 1º Exame B 4 de Junho de 2018 Nome nº MEQ MEBiol Sala Duração: 3h 1: 2: 3: 4: 5: 6: 7: 8: 9: 10: Total: Responda às perguntas 1B a 5B na folha do enunciado Responda às perguntas 6B a 16B em

Leia mais

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas

2.3.1 Energia de ligação e reações químicas 2.3.1 Energia de ligação e reações químicas Reações químicas As reações químicas são transformações em que determinadas substâncias (reagentes) originam outras (produtos da reação). Ao escrever uma reação

Leia mais

Termodinâmica. Estudo das formas de energia que afetam a matéria. Sistemas (moléculas + solutos) X ambiente (sistema - universo)

Termodinâmica. Estudo das formas de energia que afetam a matéria. Sistemas (moléculas + solutos) X ambiente (sistema - universo) Termodinâmica Estudo das formas de energia que afetam a matéria Sistemas (moléculas + solutos) X ambiente (sistema - universo) Possibilita prever se processos bioquímicos são possíveis Aplicações: conformação

Leia mais

2ª Lei da Termodinâmica. Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a. que tem maior aplicação na construção de máquinas e

2ª Lei da Termodinâmica. Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a. que tem maior aplicação na construção de máquinas e 2ª Lei da Termodinâmica Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata diretamente do rendimento das máquinas

Leia mais

TERMOQUÍMICA Folha 3.2 Prof.: João Roberto Mazzei 01- (ufrs-2004) Considere as seguintes reações, na temperatura de 25 C.

TERMOQUÍMICA Folha 3.2 Prof.: João Roberto Mazzei 01- (ufrs-2004) Considere as seguintes reações, na temperatura de 25 C. 01- (ufrs-2004) Considere as seguintes reações, na temperatura de 25 C. H (g) + 1/2 O (g) ë H O(Ø) (ÐH) H (g) + 1/2 O (g) ë H O(s) (ÐH) A diferença entre os efeitos térmicos, (ÐH) - (ÐH), é igual a) a

Leia mais

EXERCÍCIOS DE ENTROPIA E ENERGIA LIVRE

EXERCÍCIOS DE ENTROPIA E ENERGIA LIVRE QUÍMICA Prof. Jorginho EXERCÍCIOS DE ENTROPIA E ENERGIA LIVRE 1. (Uespi) A sacarose, C 1 H O 11, também conhecida como açúcar de mesa ou açúcar comum comercial, é encontrada na cana de açúcar e na beterraba.

Leia mais

Físico-Química I. Profa. Dra. Carla Dalmolin. Misturas Simples. Termodinâmica das Misturas Propriedades das Soluções Atividade

Físico-Química I. Profa. Dra. Carla Dalmolin. Misturas Simples. Termodinâmica das Misturas Propriedades das Soluções Atividade Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Misturas Simples Termodinâmica das Misturas Propriedades das Soluções Atividade Misturas Simples Misturas de substâncias que não reagem Modelo simples para posteriormente

Leia mais

Metabolismo e Bioenergética

Metabolismo e Bioenergética Metabolismo e Bioenergética METABOLISMO Mas o que é metabolismo? Metabolismo é o nome que damos ao conjunto das reações químicas que ocorrem dentro das células. O fato é que todas as reações químicas que

Leia mais

Termoquímica Pa P rte t 2

Termoquímica Pa P rte t 2 Termoquímica Parte 2 Entalpiasde mudançade de estado físico O calor necessário para mudar o estado físico de uma substância é conhecido como: Entalpia de fusão H fus ; ENDOTÉRMICO Entalpia de vaporização

Leia mais

COMENTÁRIO DA PROVA DE QUÍMICA

COMENTÁRIO DA PROVA DE QUÍMICA COMENTÁRIO DA PROVA DE QUÍMICA Comparada com anos anteriores, a prova abordou mais conteúdos, porém ignorou conceitos importantes ao ensino médio como funções inorgânicas, atomísticas, tabela periódica,

Leia mais

TERMODINÂMICA QUÍMICA. Espontaneidade e Equilíbrio

TERMODINÂMICA QUÍMICA. Espontaneidade e Equilíbrio TERMODINÂMICA QUÍMICA Espontaneidade e Equilíbrio Calculando a variação de entropia do Universo... Critério de espontaneidade: ΔS universo > 0 processo espontâneo ΔS universo = 0 equilíbrio ΔS universo

Leia mais

FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2

FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2 FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2 [texto baseado nas seções 3.5, 3.6 e 3.9 de Physical Chemistry, P. Atkins e J. de Paula, Freeman 2006] As energias livres de Helmholtz

Leia mais

Segunda e Terceira Lei da Termodinâmica Entropia Energia Livre de Gibbs

Segunda e Terceira Lei da Termodinâmica Entropia Energia Livre de Gibbs Química Geral e Inorgânica QGI0001 Eng a. de Produção e Sistemas Prof a. Dr a. Carla Dalmolin Segunda e Terceira Lei da Termodinâmica Entropia Energia Livre de Gibbs Primeira Lei da Termodinâmica U = q

Leia mais

BIOQUÍMICA GERAL. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 10 Metabolismo Geral FUNÇÕES ESPECÍFICAS. Definição

BIOQUÍMICA GERAL. Prof. Dr. Franciscleudo B. Costa UATA/CCTA/UFCG. Aula 10 Metabolismo Geral FUNÇÕES ESPECÍFICAS. Definição Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos BIOQUÍMICA GERAL Campus de Pombal Pombal - PB Definição Funções específicas

Leia mais

Profª. Drª. Ana Cláudia Kasseboehmer Monitor: Israel Rosalino

Profª. Drª. Ana Cláudia Kasseboehmer Monitor: Israel Rosalino Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos Departamento de Físico-Química Laboratório de Investigações em Ensino de Ciências Naturais Profª. Drª. Ana Cláudia Kasseboehmer claudiaka@iqsc.usp.br

Leia mais

Com base nos dados acima, responda as questões propostas (cuidado com as unidades):

Com base nos dados acima, responda as questões propostas (cuidado com as unidades): Curso: Farmácia Atenção, dois dos exercícios da lista entrarão na P1. Concentrações: 01. Em uma rápida pesquisa pela internet é possível achar diversas receitas relacionadas à preparação de alguns cosméticos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE QUIMICA DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICAII

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE QUIMICA DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICAII UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE QUIMICA DISCIPLINA: FÍSICO-QUÍMICAII ALUNA: VALDICLÉA MOTA DOS SANTOS PROFESSORA: CLAUDIA BRAGA SEMINÁRIO DE FISICO

Leia mais

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS GLICÓLISE Transporte da Glicose para dentro das Células: Glicose não difunde diretamente para

Leia mais

Energia Livre. Antonio C. Roque Bio:sica I FFCLRP USP

Energia Livre. Antonio C. Roque Bio:sica I FFCLRP USP Energia Livre Antonio C. Roque 5910179 Bio:sica I FFCLRP USP Entalpia e Energia Livre Em situações práhcas, tem- se mostrado úhl o uso de outras variáveis para caracterizar o estado de um sistema além

Leia mais

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos

Profª Eleonora Slide de aula. Metabolismo de Carboidratos Metabolismo de Carboidratos Metabolismo de Carboidratos Profª Eleonora Slide de aula Condições de anaerobiose Glicose 2 Piruvato Ciclo do ácido cítrico Condições de anaerobiose 2 Etanol + 2 CO 2 Condições

Leia mais

Entropia ou Função S de Clausius

Entropia ou Função S de Clausius Entropia ou Função S de Clausius A entropia ou função S foi introduzida em 1865 por Clausius e é uma grandeza termodinâmica que mede a organização de um sistema. Um sistema organizado apresenta baixa entropia

Leia mais

Termodinâmica de Sistemas Biológicos

Termodinâmica de Sistemas Biológicos Aula de Bioquímica I Tema: Termodinâmica de Sistemas Biológicos Prof. Dr. Júlio César Borges Depto. de Química e Física Molecular DQFM Instituto de Química de São Carlos IQSC Universidade de São Paulo

Leia mais

Via das pentoses-fosfato

Via das pentoses-fosfato Via das pentoses-fosfato A U L A 24 objetivos Nesta aula, você vai conhecer a via das pentoses-fosfato, um desvio da via glicolítica necessário às células que realizam reações de biossíntese redutoras.

Leia mais

Aula 15 Diagramas de Fase

Aula 15 Diagramas de Fase Aula 15 Diagramas de Fase 1. Introdução O diagrama de fases de uma substância é um mapeamento que mostra as condições de temperatura e pressão em que as diferentes fases são termodinamicamente mais estáveis.

Leia mais

TERMODINÂMICA QUÍMICA

TERMODINÂMICA QUÍMICA TERMODINÂMICA QUÍMICA Processos Espontâneos 1ª Lei da termodinâmica: Energia de um sistema é conservada ΔE = variação da energia interna q = calor absorvido pelo sistema w = trabalho realizado pela vizinhança

Leia mais

Introdução à Termodinâmica

Introdução à Termodinâmica Introdução à Termodinâmica Miguel Almeida 1 Primeira lei da termodinâmica A primeira lei da Termodinâmica nada mais é que o princípio da conservação da energia mecânica particularizado a este estudo. A

Leia mais

QUÍMICA. Professores: Andréia, Herval, Thiago

QUÍMICA. Professores: Andréia, Herval, Thiago QUÍMICA Professores: Andréia, Herval, Thiago Comentário Geral A prova de química deste ano foi abrangente, porém, infelizmente, faltaram alguns assuntos relevantes: atomística, tabela periódica, hibridação

Leia mais

Entalpia. O trabalho realizado por esta reação é denominado trabalho de pressão-volume (trabalho PV)

Entalpia. O trabalho realizado por esta reação é denominado trabalho de pressão-volume (trabalho PV) Entalpia As reações químicas podem absorver ou liberar calor e também podem provocar a realização de trabalho. Quando um gás é produzido, ele pode ser utilizado para empurrar um pistão: Zn(s) + 2H + (aq)

Leia mais

ELETROQUÍMICA. 1. Introdução

ELETROQUÍMICA. 1. Introdução ELETROQUÍMICA 1. Introdução Em geral, uma célula eletroquímica é um dispositivo em que uma corrente elétrica o fluxo de elétrons através de um circuito é produzida por uma reação química espontânea ou

Leia mais