UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO OESTE CEO CURSO DE ZOOTECNIA BRUNO BARZOTTO ABDALLA

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO OESTE CEO CURSO DE ZOOTECNIA BRUNO BARZOTTO ABDALLA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: FERTILIZA EMBRYO TECNOLOGIA EM EMBRIÕES LTDA E EMBRAPA GADO DE CORTE CHAPECÓ, SC

2 BRUNO BARZOTTO ABDALLA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: FERTILIZA EMBRYO TECNOLOGIA EM EMBRIÕES LTDA E EMBRAPA GADO DE CORTE Relatório de Estágio Curricular Supervisionado de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Zootecnia, do Centro de Educação Superior do Oeste, da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Diego de Córdova Cucco CHAPECÓ, SC

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4 A toda minha família, pelo incentivo e suporte que me deram em todas as etapas dessa caminhada, e ao meu Avô Lírio que iluminou cada passo dado nessa jornada e continuará sempre me iluminando ao lado de Deus. 4

5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por guiar os meus passos todos os dias e me mostrar os caminhos da vida. Aos meus pais Tarcísio e Gisela por darem apoio em todos os momentos da minha vida, serem pacientes nas horas difíceis, me apoiar e dar suporte em todas as decisões e terem dedicado toda suas vidas para o meu sucesso. Sem eles eu não teria chegado até aqui. A minha namorada e amiga Érika por ser uma das pessoas mais incentivadoras para que eu atingisse meus objetivos, e por estar ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha caminhada, sendo compreensível em todos os momentos. A toda minha família que sempre se preocupou e sempre me motivou a seguir a diante, quaisquer fossem as dificuldades. A todos os meus amigos pelo apoio e torcida pela minha formação, em especial ao irmão Vinícius Agostini que sempre estendeu a mão nos momentos que eu mais precisei. A empresa Fertiliza Embryo pela oportunidade de estágio, aos médicos veterinários Jorge Souza e Wilson Bishop e a embriologista Ione Cruz por todo conhecimento e experiência me repassado. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA pela ótima oportunidade de estágio concedida. A todo pessoal da EMBRAPA que me passou todo conhecimento possível, contribuindo para minha formação. Em especial ao meu supervisor de estágio Dr. Gilberto Menezes, aos pesquisadores responsáveis pelo melhoramento genético bovino, a toda equipe do GENEPLUS, aos amigos João, Lucas, Patrícia e Vinicíus (Pajé), aos estagiários do confinamento, a todos os estagiários das outras áreas de forma geral, aos companheiros de futebol e aos peões de campo. A família Barzotto que me acolheu de forma excepcional e me cedeu estadia durante o período de estágio na cidade de Campo Grande/MS, propiciando um carinho imenso. A todos os professores da Universidade do Estado de Santa Catarina que contribuíram para minha formação acadêmica e que mais que professores, 5

6 foram amigos, auxiliando-me em todos os momentos e mantendo um vínculo de amizade muito forte. Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Diego de Córdova Cucco, em especial por todos os auxílios prestados, por ter confiado no meu trabalho, por todas as oportunidades me concedidas, por todo conhecimento me repassado tanto para formação profissional como pessoal e por todo tempo gasto na minha orientação. Enfim, a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização deste trabalho. Meu muito obrigado! 6

7 IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO Estágio I Área de estágio: Biotecnologias da Reprodução Animal. Supervisor de estágio: M.V. Wilson Bishop. Professor orientador: Prof. Dr. Diego de Córdova Cucco. Empresa: Fertiliza Embryo Tecnologia de Embriões LTDA. Endereço: Rua Egito, 20E. Centro, Chapecó/SC. Período: 28 de julho a 28 de agosto de Carga horária: 192 horas. Estágio II Área de estágio: Melhoramento Genético de Bovinos de Corte. Supervisor de estágio: Zoot. Dr. Gilberto Romeiro. Professor orientador: Prof. Dr. Diego de Córdova Cucco. Empresa: Embrapa Gado de Corte - CNPGC. Endereço: Avenida Rádio Maia, 830. Zona Rural, Campo Grande/MS. Período: 08 de setembro a 10 de outubro de Carga horária: 200 horas. 7

8 RESUMO O estágio de conclusão de curso proporciona ao acadêmico a vivência prática e a aplicação dos conceitos adquiridos durante a graduação, além de aproximá-lo do mercado de trabalho. O estágio teve duração de 392 horas e foi realizado nas áreas de biotecnologias da reprodução animal e melhoramento genético animal, sendo que essas áreas possuem relação direta e são de extrema importância para o desenvolvimento da pecuária nacional. O primeiro período foi realizado na empresa Fertiliza Embryo Tecnologia em Embriões, localizada na cidade de Chapecó/SC. Foram acompanhadas todas as atividades e procedimentos técnicos relacionados à produção in vitro de embriões (PIVE), como aspiração folicular (OPU); manipulação de oócitos; fertilização in vitro (FIV); transferência de embriões (TE); preparo de doadoras e receptoras; diagnóstico de prenhez e sexagem fetal. O segundo período foi realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA, no Centro Nacional de Pesquisas em Gado de Corte CNPGC, localizada em Campo Grande/MS. No estágio foram acompanhadas principalmente as atividades do Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte GENEPLUS, como visitas técnicas às fazendas clientes; coleta de dados; avaliações do rebanho; manipulação dos dados; rodagem de acasalamentos via software. Também foram acompanhados alguns experimentos relacionados ao cruzamento de raças bovinas, nutrição animal, qualidade de carne e estrutura de populações. Foi possível a realização de minicursos como do software Invernada - Embrapa para formulação de dietas para bovinos de corte e do software R de análises estatísticas. Por fim houve a participação no 26 Curso de Melhoramento de Gado de Corte do GENEPLUS. O estágio foi de fundamental importância para formação complementar do acadêmico, proporcionando um maior conhecimento e experiência prática e podendo relacionar as áreas de biotecnologias da reprodução animal e melhoramento genético animal com a melhoria na produtividade animal. Palavras-chave: bovinos, melhoramento genético, produção animal, reprodução animal 8

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Bomba de vácuo com aquecedor de tubos e aparelho de ultrassonografia Figura 2. Baixa condição corporal das vacas doadoras Figura 3. Esquematização da metodologia de Ovum pick-up (OPU) Figura 4. Oócitos conforme sua classificação Figura 5. Transportador de oócitos Figura 6. Esquema da palheta contendo o embrião Figura 7. Transportador de embriões com as palhetas e os inovuladores acondicionados em seu interior Figura 8. Gráfico gerado pelo software Geneplus - Médias anuais da DEP de Conformação Frigorífica a Desmama Figura 9. Pontos de avaliação dos escores de conformação frigorífica do animal Figura 10. Locais das medidas de ultrassonografia Figura 11. Medição do grau de marmoreio via ultrassom Figura 12. Capa do sumário de touros da raça Nelore Figura 13. Sumário online de touros da raça Senepol 2014 classificados pelo ranking de IQG Figura 14. Predição dos acasalamentos via software Geneplus Figura 15. Medida de força de cisalhamento Figura 16. Avaliação subjetiva do grau de marmoreio Figura 17. Prática de avaliação de escore de conformação frigorífica Figura 18. Software Invernada

10 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Demonstrativo das atividades realizadas durante o período de estágio na Fertiliza Embryo Tabela 2. Protocolo de sincronização utilizado em fêmeas com aptidão leiteira pela Fertiliza Embryo Tabela 3. Protocolo de sincronização utilizado em fêmeas com aptidão para corte pela Fertiliza Embryo Tabela 4. Grupos genéticos utilizados no experimento Tabela 5. Composição de ingredientes da dieta do confinamento

11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AOL CFD CFS CNPGC COC DEP ECC EGS EM Área de olho de lombo Conformação frigorífica à desmama Conformação frigorífica ao sobreano Centro Nacional de Pesquisas em Gado de Corte Complexo cumulus-oócito Diferença esperada na progênie Escore de condição corporal Espessura de gordura subcutânea Efeito materno EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FD FIV GPD IPP MAR ml OPU P120 PES PIVE PN PS PVD RA TE TM120 TMD Folículo dominante Fertilização in vitro Ganho de peso pós-desmama Idade ao primeiro parto Marmoreio Mililitros Ovum pick-up Peso aos 120 dias Perímetro escrotal ao sobreano Produção in vitro de embriões Peso ao nascer Peso ao sobreano Peso da vaca à desmama Regime alimentar Transferência de embriões Total materno aos 120 dias Total materno à desmama 11

12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS FERTILIZA EMBRYO TECNOLOGIA EM EMBRIÕES LTDA ATIVIDADES REALIZADAS Produção in vitro de embriões (PIVE) Preparo das receptoras Transferência de embriões Diagnóstico de prenhez e sexagem fetal RESULTADOS OBSERVADOS COM A PIVE EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA ATIVIDADES REALIZADAS Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte GENEPLUS Projeto de pesquisa - Integração de recursos nutricionais e genéticos para a produção de carne bovina de qualidade no sistema precoce Estudo da estrutura de população da raça Senepol no Brasil Participação em cursos/minicursos CONSIDERAÇÕES FINAIS

13 1. INTRODUÇÃO O agronegócio foi uma das primeiras atividades a serem desenvolvidas no Brasil e há muito tempo desempenha um papel de grande importância na economia nacional, respondendo por 22,74% do produto interno bruto nacional (PIB) no ano de 2013 (CEPEA, 2013). No Brasil, a geração e aplicação de conhecimentos científicos na pecuária são justificadas, já que o País possui o segundo maior rebanho efetivo do mundo, com 212 milhões de cabeças, sendo este o maior rebanho comercial mundial (MAPA, 2013), ocupa o segundo lugar em produção e exportação de carne bovina (IBGE, 2013) e a quarta colocação na produção mundial de leite (FAO, 2012). Em 2013 o abate de bovinos no Brasil alcançou pelo segundo ano consecutivo, recorde histórico na série anual, com a marca de 43,3 milhões de cabeças abatidas (ABIEC, 2013). A produção de leite também aumentou, com um taxa média de crescimento de 1,3% no período de 1997 a 2013 (IBGE, 2013). Atualmente, a bovinocultura no País passa por um grande incremento tecnológico que visa à melhoria do processo produtivo como um todo. Todos esses aspectos da agropecuária brasileira têm despertado atenção no cenário mundial, em função do grande potencial de crescimento, disponibilidade de recursos naturais e clima favorável para a produção de grãos, commodities agrícolas e produtos de origem animal. Assim o melhoramento genético do rebanho, auxiliado pelas biotecnologias reprodutivas são fundamentais para o avanço produtivo. Objetivou-se com o estágio o aprimoramento do conhecimento nas áreas de reprodução e melhoramento genético aplicado a bovinocultura. Para isso foram escolhidas duas empresas distintas, com renome em suas atividades e grande experiência profissional. O primeiro período de estágio foi realizado na empresa Fertiliza Embryo Tecnologia de Embriões LTDA. A empresa trabalha com a produção in vitro de embriões (PIVE) e transferência de embriões (TE), sendo essas biotécnicas reprodutivas potenciais aceleradoras do processo de melhoramento genético de rebanhos, aumentando o ganho genético por geração. 13

14 O segundo período de estágio foi realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EMBRAPA, na unidade da Embrapa Gado de Corte localizada em Campo Grande/MS. A Embrapa é a maior empresa de pesquisa agropecuária no Brasil, responsável pela inovação tecnológica focada na geração de conhecimentos e tecnologias para agropecuária brasileira. A Embrapa Gado de Corte trata-se de uma unidade descentralizada responsável pela aplicação de pesquisas em todas as áreas que envolvem a bovinocultura de corte, viabilizando soluções tecnológicas sustentáveis para a cadeia produtiva da pecuária de corte em benefício da sociedade brasileira. 1.1 OBJETIVO GERAL Vivenciar na prática os conhecimentos que foram adquiridos durante o período de graduação, e poder relacioná-los e aplicá-los ao melhoramento genético e reprodução animal, a fim de adquirir experiência profissional para aproximar e tornar o acadêmico apto ao mercado de trabalho. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Aprimorar os conhecimentos de biotécnicas reprodutivas em bovinos; Conhecer as técnicas de produção de embriões; Aprimorar os conhecimentos em melhoramento genético bovino; Conhecer os programas brasileiros de melhoramento genético de bovinos; Vivenciar a prática do programa Geneplus Embrapa; Conhecer a realidade produtiva das diferentes regiões do País. 14

15 2. FERTILIZA EMBRYO TECNOLOGIA EM EMBRIÕES LTDA As biotécnicas reprodutivas têm como objetivos favorecer o aumento rápido do rebanho a partir de matrizes com alto valor genético devido ao maior número de exemplares de alta qualidade obtidos em um espaço de tempo menor do que nas técnicas de reprodução convencionais. Porém para que esses resultados sejam verdadeiros e satisfatórios, deve ser implementada de maneira correta. Os avanços obtidos nas biotécnicas reprodutivas ao longo dos anos permitiram maior participação da fêmea bovina no processo de melhoramento genético do rebanho, visto que o número de descendentes deixados por uma única fêmea ao longo de sua vida reprodutiva aumentou significativamente com o aperfeiçoamento das técnicas de transferência e produção in vitro de embriões (GONÇALVES et al., 2007). O Brasil lidera a produção mundial de embriões in vitro, sendo que em 2011 produziu cerca de embriões/ano, o que responde por quase um terço da produção mundial (VIANA et al., 2012). As raças zebuínas ainda respondem pela maioria absoluta dos embriões produzidos no Brasil, principalmente zebus de corte. Segundo Pontes et al. (2011), a expansão da FIV no Brasil apresenta uma forte correlação com o plantel nacional e predomínio da Raça Nelore, que além de obter ótimos resultados com a técnica, tem seus embriões bem valorizados pelo mercado. Como a expansão das raças zebuínas ocorre no Centro-oeste brasileiro, a FIV já vem sendo utilizada a mais de 10 anos no Estado do Mato Grosso do Sul, porém a expansão da atividade leiteira no Sul do País fez com que a biotécnica também se expandisse. A empresa Fertiliza Embryo foi fundada na cidade de Chapecó/SC no ano de 2013, a partir da necessidade percebida pelos Médicos Veterinários em possuir algum laboratório na região que trabalhasse com a produção in vitro de embriões bovinos, visto que a procura pelos produtores de leite era grande. A empresa é formada pela sociedade entre dois Médicos Veterinários que atuam juntamente, sendo um deles responsável pela aspiração folicular ou OPU (ovum pick-up) e outro responsável pela TE. Ainda conta com a participação de uma bióloga/embriologista responsável pelas técnicas 15

16 laboratoriais de FIV. A empresa presta assistência nas áreas de OPU e PIVE, contando com um laboratório equipado localizado no centro da cidade de Chapecó. A empresa não realiza procedimentos de produção de embriões in vivo, para posterior transferência. Os trabalhos da empresa são realizados nos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. 2.1 ATIVIDADES REALIZADAS Ao longo do período de estágio foi possível acompanhar todas as técnicas para PIVE, sendo: aspiração folicular (OPU), manipulação de oócitos, fertilização in vitro (FIV), cultivo de embriões, transferência de embriões, congelamento de embriões, preparo de sêmen, manejo e preparo de vacas doadoras e receptoras, preenchimento de relatórios e higienização de equipamentos. Também foram realizadas pelo estagiário atividades como a formulação de dietas para vacas em lactação, a fim de melhorar a produção e qualidade de oócitos das vacas doadoras. Durante o estágio 13 propriedades foram atendidas, sendo que 12 trabalhavam com bovinocultura de leite e 1 (uma) com bovinocultura de corte. No acompanhamento das atividades de OPU vários animais foram aspirados, totalizando um grande número de oócitos viáveis e embriões produzidos das raças Angus, Braford, Hereford, Holandês e Jersey. As principais atividades desenvolvidas durante o período de estágio estão demonstradas na Tabela 1: Tabela 1. Demonstrativo das atividades realizadas durante o período de estágio na Fertiliza Embryo. Atividade Quantidade (N ) Aspirações foliculares (OPU) 104 Oócitos viáveis 977 (100%) Embriões produzidos 309 (31,6%) Embriões transferidos 137 (14%) 16

17 2.1.1 Produção in vitro de embriões (PIVE) Entende-se por embriões produzidos in vitro como aqueles obtidos pela manipulação dos gametas fora do organismo materno, ou seja, em condições laboratoriais. Essa tecnologia consiste na combinação de vários processos interdependentes, que vão desde a colheita de ovócitos imaturos, os quais são aspirados diretamente dos folículos ovarianos por punção folicular, à transferência dos embriões para as fêmeas receptoras, as chamadas barrigas de aluguel, passando pelas etapas de maturação e fecundação in vitro dos ovócitos e cultivo in vitro dos embriões. Esse trabalho quando empregado em rebanhos selecionados pode contribuir para o melhoramento genético das raças. Gonçalves et al. (2002) ressalta que as vantagens da PIVE estão relacionadas a: determinação e controle do sexo dos produtos; aumento da eficiência dos programas de produção; rápidas e melhores possibilidades para executar programas de cruzamento; rápida multiplicação de raças; facilidade de importação e exportação de material genético da fêmea; formação de bancos de gametas congelados; e estudo e desenvolvimento de outras biotécnicas reprodutivas a partir da micromanipulação de gametas e embriões. A PIVE possui boa aplicabilidade em animais velhos, acima de 25 anos, em fêmeas gestantes de até 120 dias, e naquelas com problemas reprodutivos adquiridos. Animais que ficaram com problemas em decorrência da intensa aplicação de hormônios (cistos, aderências, obstruções, piometrias, metrites) podem produzir embriões normalmente através da PIVE (COELHO et al., 1998). Também possibilita a produção de embriões através de fêmeas ainda imaturas à reprodução e de fêmeas recém-mortas (máximo 1 hora após a morte) através da punção do ovário post-mortem. Os registros indicam que Brackett et al. (1982) obtiveram o nascimento do primeiro bezerro produzido após fecundação in vitro. No Brasil, em 1994 nasceram dois bezerros Nelore produzidos pela mesma técnica (PEIXER et al., 1994). Existem vários fatores que podem interferir no resultado da PIVE. Um deles está relacionado com a escolha do touro a ser utilizado, devido à variação na produção de embriões a partir do sêmen de diferentes touros 17

18 existentes no mercado. As diferenças entre touros podem ser manifestadas, tanto na capacidade fecundante, como na competência de desenvolvimento embrionário (COELHO et al., 1998). Outro ponto é a estrutura necessária do laboratório e a experiência dos profissionais que executam a técnica. O laboratório deve ter acesso restrito de pessoas, ambiente controlado, espaço físico para separação das salas de lavagem de materiais, armazenamento de materiais, fertilização, armazenamento de meios de cultura e armazenamento de sêmen. O acesso às salas do laboratório deve ser feito somente após ser realizada a lavagem de mãos e antebraços com sabonete antisséptico, aplicação de álcool gel nas mãos e utilizar as vestimentas adequadas, como jaleco, propé e gorro Aspiração Folicular (Ovum pick-up - OPU) A aspiração folicular transvaginal consiste na coleta dos óvulos imaturos, chamados oócitos, diretamente da superfície dos ovários das fêmeas bovinas. A retirada das células é feita através de uma agulha especial acoplada a uma guia de aspiração, juntamente com uma probe de ultrassom acoplada a um suporte vaginal, contando ainda com o auxílio de uma bomba de vácuo com aquecimento dos tubos e um aparelho de ultrassonografia (Figura 1). A OPU apresenta maior flexibilidade em relação a TE, pois permite a obtenção de oócitos de fêmeas a partir dos 6 meses de idade (ainda com resultados inferiores nessa idade), e de vacas prenhes até que se consiga manipular o ovário das mesmas. Geralmente considera-se até o terceiro mês de gestação. 18

19 Figura 1. Bomba de vácuo com aquecedor de tubos e aparelho de ultrassonografia. Fonte: do autor A técnica também é conhecida como recuperação de oócitos, visto que a grande maioria dos folículos produzidos pela fêmea bovina não são utilizados ao longo de sua vida, e considera-se que menos de 0,1% dos folículos atinjam a ovulação (GUILBAULT et al., 1991). Dessa forma, a aspiração desse material gera um grande aproveitamento reprodutivo da fêmea. Para a aspiração folicular devem ser selecionadas vacas doadoras de qualidade, com boa fertilidade, sem distúrbios reprodutivos, livres de estresse e em estado nutricional adequado (ANDRADE et al., 2012). Durante a realização do estágio os resultados com a colheita de oócitos estavam abaixo da média da empresa no ano anterior, visto que as vacas doadoras encontravam-se em um estado nutricional crítico (Figura 2), muitas vezes devido a grande pluviosidade que atingiu a região Oeste catarinense há alguns meses. Segundo Diskin et al. (2003) tanto a restrição nutricional crônica quanto a aguda comprometem o desenvolvimento folicular, interferindo quanto a taxa de crescimento e o tamanho do folículo dominante (FD) ovulatório. Em um estudo de Bossis et al. (2000) foi verificado que a restrição nutricional de novilhas de corte levou à perda de peso e anestro com redução no diâmetro do FD e menor taxa de crescimento do mesmo, menor tamanho do corpo lúteo e menor concentração de progesterona e estradiol. 19

20 Figura 2. Baixa condição corporal das vacas doadoras. Fonte: do autor A partir dessa situação, foi solicitado pelos responsáveis da empresa que os auxiliassem para a elaboração de dietas para vacas em lactação, de acordo com a situação de sua respectiva propriedade rural, a fim de melhorar a condição nutricional das vacas doadoras, e também das receptoras. O acadêmico então passou a cada visita as propriedades, analisar a condição nutricional das vacas, os alimentos disponíveis na propriedade e ajustar a dieta para cada realidade. Para a formulação das dietas foi utilizado o software Nutrient Requirements of Dairy Cattle (NRC). Percebeu-se que em muitas das propriedades as dietas eram fornecidas em baixa quantidade e ainda eram de má qualidade, muito aquém das exigências requeridas para os animais em lactação. Algumas possuíam a supervisão de algum técnico para formulação das dietas, porém mesmo assim as mesmas estavam desbalanceadas. Foi constatado um caso de uma propriedade em que o produtor fornecia uma elevada quantidade de uréia para as vacas, o que ocasionou a morte de alguns animais e o aborto de 4 fetos. Em revisão feita por Muller e D Yvoy (2000) observou-se que o aumento nos teores de proteína na dieta (valores acima de 19%) foi prejudicial à fertilidade das vacas leiteiras. 20

21 Para realização do procedimento de OPU era aplicada uma anestesia local nas vacas, sendo 4 ou 5 ml (conforme o tamanho do animal) de lidocaína a 2%, via epidural, no espaço sacrococcígeo, a fim de causar o relaxamento retal do animal, para melhor manipulação. Após a cauda do animal estar relaxada, o Médico Veterinário realizava uma palpação retal para localização dos ovários. O ovário era então segurado com a mão esquerda e com a mão direita introduzia-se a probe setorial convexa de 5,0 MHz, acoplada em um suporte vaginal, equipado com uma guia de aspiração (Figura 3). A sonda era posicionada de forma correta conforme se visualizava a posição da mesma na tela do aparelho de ultrassom (SSD-500, Aloka Co., Tókio). A bomba de vácuo de fluxo contínuo (3v WTA ) era ligada pelo estagiário, e iniciava-se a aspiração dos folículos visíveis, em uma pressão < 80mmHg, com auxílio de uma agulha de aspiração (18 gauge). Figura 3. Esquematização da metodologia de Ovum pick-up (OPU). Fonte: PENITENTE FILHO; TORRES; OLIVEIRA (2014). Bols et. al. (1996) ao estudarem a relação entre os diferentes diâmetros de agulha e a recuperação e qualidade de oócitos concluíram que diâmetros de 18 e 19 gauge apresentavam os melhores resultados. Ainda segundo Bols et. al (1996) recomendam pressões na bomba de vácuo entre 50 e 120 mmhg, visto que valores inferior a esse tem menor eficiência de aspiração, e valores superiores danificam os oócitos coletados. 21

22 Os complexos cumulus-oócito (COC s) coletados eram direcionados para um tubo cônico de 50 ml estéril, ligado no sistema de vácuo. Os demais tubos reservas ficavam sendo aquecidos pelo sistema da bomba de vácuo, a uma temperatura de 36 C (próxima à temperatura natural do útero). A agulha de aspiração era lavada entre um animal e outro, em meio de lavagem. O tubo contendo os COC s era levado pelo estagiário até o laboratório improvisado montado em uma sala da propriedade onde estava sendo realizada a OPU, sempre mantendo o tubo aquecido e protegido da radiação solar. A OPU, em geral, não promove danos ao sistema reprodutor feminino, embora em alguns casos já tenha sido relatada a predominância de tecido conjuntivo no parênquima ovariano de vacas doadoras que estavam sendo submetidas a sessões de aspiração quinzenais (RODRIGUES e GARCIA, 2000). Porém, Stubbings e Walton (1995) não verificaram prejuízos relacionados à saúde e fertilidade de animais aspirados duas vezes por semana. A periodicidade das aspirações pode variar desde a realização de sessões esporádicas até regulares, a intervalos de duas semanas, durante várias semanas ou meses. Os Médicos Veterinários da empresa recomendam e realizam a OPU em intervalos de 15 dias Classificação de oócitos Após a chegada dos tubos plásticos ao laboratório improvisado instalado na propriedade, o conteúdo dos tubos era passado em um filtro específico, onde era aplicada solução fisiológica a fim de limpar e clarear o conteúdo, para que fossem retidos no filtro apenas os oócitos e a visualização dos mesmos ficasse facilitada. O conteúdo retido pelo filtro era então colocado em uma placa de petri sobre uma lupa estereoscópica, onde eram rastreados e classificados. Os complexos cumulus-oócito (COC s) eram separados em quatro categorias, de acordo com as características baseadas na compactação e transparência das células do cumulus e homogeneidade e transparência do ooplasma, utilizando o sistema de classificação descrito por Leibfried e First (1979). 22

23 Grau I: Oócitos com cumulus compacto e mais de três camadas de células. Ooplasma com granulações finas e homogêneas, preenchendo o interior da zona pelúcida e de coloração marrom (Figura 4A). Grau II: Oócitos com menos de três camadas de células do cumulus. Ooplasma com granulações distribuídas heterogeneamente, podendo estar mais concentradas no centro e mais claras na periferia ou condensadas em um só local aparentando uma mancha escura. O ooplasma preenche todo espaço interior da zona pelúcida (Figura 4B). Grau III: Oócitos que possuem apenas uma camada do cumulus presente. Nesse grau é também avaliado o citoplasma do oócito, e classificado em: denso, homogêneo e irregular (Figura 4C). Grau IV: Oócitos desnudos sem células do cumulus, citoplasma com cor e granulação anormais ou com células expandidas. (Figura 4D). Os oócitos também eram classificados em: atrésicos, desnudos, degenerados, expandidos e viáveis. Figura 4. Oócitos conforme sua classificação. Fonte: STRINGFELLOW e GIVENS, 2010, apud PENITENTE FILHO; TORRES; OLIVEIRA, 2014, p. 7. Durante o período de estágio notou-se frequentemente que em animais de raças leiteiras, os oócitos geralmente eram classificados como Grau III. Isso se explica pelo fato que esses animais estão em constante atividade produtiva e sofrem muita variação externa (ambiental), principalmente da nutrição, clima, época do ano e manejo. Embora essas influências externas também acometam animais de raças de corte, as mudanças na quantidade recuperada e qualidade de oócitos são menos evidentes nesses últimos. 23

24 Em relação ao número de oócitos viáveis coletados, e média da empresa estava em 10 oócitos por vaca no caso de raças leiteiras. Segundo Martins (2010), em um animal da raça Holandês podem ser aspirados em média 11 oócitos viáveis, enquanto que, em vacas zebuínas os valores médios são de 15,2 oócitos viáveis por vaca, sendo que essa média pode variar de acordo com a época do ano. Isso pode ser explicado pelo fato de que fêmeas zebuínas possuem um maior recrutamento folicular no início da onda (ALVAREZ, 2000). Após a classificação, os oócitos viáveis eram coletados com o auxílio de uma pipeta de Pasteur e transferidos para criotubos com meio de transporte tamponado, os quais eram colocados em um equipamento específico para transporte de oócitos (Figura 5), que mantinha os mesmos a uma temperatura de 36 C, para conservar os mesmos até a chegada ao laboratório. Figura 5. Transportador de oócitos. Fonte: do autor. 24

25 Maturação in vitro de oócitos De acordo com Gonçalves et al. (2008) a maturação in vitro é uma técnica que consiste na obtenção, sob condições artificiais, da maturação de oócitos, preparando-os para a fecundação e subsequente desenvolvimento embrionário. De acordo com Gonçalves et al. (2007), durante todo o seu desenvolvimento, o oócito se encontra no estágio diplóteno da prófase I. In vivo o reinício da meiose, ou maturação, tem início após o pico pré-ovulatório de LH durante o estro. In vitro a simples retirada do oócito do contato com as células foliculares já é suficiente para que haja um reinício da maturação folicular. A maturação nuclear do oócito compreende a progressão do estágio diplóteno prófase I até a fase de metáfase II. O período de maturação in vitro varia de 18 a 24 horas em atmosfera controlada contendo 5% de CO 2 em ar e umidade saturada. Quando são aspirados oócitos de folículos considerados muito pequenos (diâmetro menor que 2 mm) muitas vezes estes não são capazes de reiniciar a meiose ou não conseguem sustentar o desenvolvimento embrionário. Por isso, segundo Gonçalves et al., (2008) as taxas de blastocisto, prenhez e criopreservação de oócitos maturados e fecundados in vitro são inferiores do que in vivo. Porém, também ocorrem diferenças na maturação entre animais zebuínos e taurinos, sendo que a competência de maturação em zebuínos é adquirida mais cedo, inclusive com diâmetros menores de folículo comparados com taurinos (DODE et al., 2000). Por outro lado, folículos com diâmetro maior que 8 mm podem estar em atresia, o que compromete sua viabilidade. Após a chegada ao laboratório, os oócitos aspirados e classificados como viáveis eram transferidos dos criotubos com meio de transporte para uma placa de petri com meio de maturação. A placa era levada até estufa incubadora, onde era realizada a maturação, com atmosfera de 5% de CO2, a 39 C, por 24 horas. A maturação envolve mudanças nucleares e citoplasmáticas que devem ocorrer simultaneamente e que conferem aos oócitos a capacidade de serem fecundados, descondensarem a cabeça do espermatozoide, formarem os prónúcleos e terem desenvolvimento 25

26 embrionário normal (DODE et al., 2000). Após 24 horas, os oócitos que maturaram eram identificados pela expansão das células do cumulus Fecundação in vitro Os oócitos maturados eram lavados em uma gota de meio de fertilização com o auxílio de uma micropipeta e então transferidos para placa de petri onde ocorria a fertilização. O sêmen utilizado no acasalamento era escolhido pelo produtor de acordo com seus objetivos e necessidades produtivas, com auxílio dos Médicos Veterinários da empresa. O produtor poderia fornecer a dose de sêmen que seria utilizada, ou então pagava por uma dose de sêmen que o laboratório já possuía. No caso em que o produtor desejasse fornecer uma palheta de sêmen de seu próprio botijão, a mesma era transportada pelos Médicos Veterinários até ao laboratório no interior de uma garrafa térmica com certa quantidade de nitrogênio líquido. Muitas vezes a escolha da dose de sêmen utilizada para fertilização era feita através de uma experiência prévia com a utilização do sêmen de determinado touro, sendo a escolha feita pelo fato de que o touro possuía melhores resultados utilizando seu sêmen para FIV. Mesmo que essa decisão fosse tomada baseando-se em um catálogo de central de inseminação que possuía avaliação genética dos touros, não era dada a devida importância a essa avaliação genética, utilizando-a em segundo plano. Nesse caso pode não estar utilizando-se das biotécnicas reprodutivas como ferramentas auxiliares para o melhoramento genético animal. A dose de sêmen era descongelada em banho-maria a 37 C por aproximadamente 30 segundos e em seguida era realizada a técnica de separação por gradiente de Percoll, a qual separa o sêmen viável por densidade através da centrifugação. A motilidade espermática era avaliada com o auxílio de um microscópio. Nas propriedades de criação de gado de corte a utilização do sêmen convencional é mais usual, visto que os pecuaristas necessitam tanto machos como fêmeas para produtos e o custo do sêmen sexado de corte ainda é muito elevado, o que não se traduz em um bom custo-benefício. Porém nas propriedades de criação de gado leiteiro vem sendo utilizado com maior 26

27 frequência o sêmen sexado, uma vez que o nascimento de fêmeas é mais desejado devido à alta importância econômica da mesma no rebanho. Apesar da dose de sêmen sexado de raças de leite também possuir um custo maior comparado à dose de sêmen convencional, na FIV cada dose tem seu uso maximizado, o que gera melhores resultados, uma vez que com uma única dose de sêmen sexado pode ser utilizada em até cinco gotas de oócitos, e cada gota pode conter até 30 oócitos. Após esses processos, o sêmen é então colocado em contato com os oócitos para que ocorra fecundação. A FIV ocorria dentro da estufa incubadora de 5% de CO2 em ar atmosférico a 39 C por 10 a 18 horas, sendo considerado o dia da fecundação como o dia zero (D 0) Cultivo in vitro de embriões O cultivo in vitro corresponde à etapa de desenvolvimento do embrião até o estágio de blastocisto. É durante este período de desenvolvimento préimplantação que ocorrem eventos como ativação do genoma embrionário, divisão celular (clivagem), compactação dos blastômeros no estágio de mórula e início da diferenciação embrionária com a formação da blastocele (GARCIA et al., 2004). Após 18 horas da FIV os prováveis zigotos eram lavados em 5 gotas de meio de cultivo e então eram transferidos para placa de petri. O tempo de cultivo in vitro varia de 7-9 dias, em temperatura de 39ºC com atmosfera controlada (5% de CO2) e umidade saturada. A avaliação da clivagem era realizada 48 horas após a inseminação e também era trocado o meio de cultivo. Nesse período, encontram-se embriões com duas, quatro e oito células. 24 horas antes da transferência era realizada a etapa de previsão, na qual era realizada uma contagem dos possíveis embriões que seriam transferidos à fresco ou congelados no dia posterior. Novamente era trocado o meio de cultivo. O embrião passava por diferentes estágios de desenvolvimento (Figura 7) durante esse período, de acordo com o Manual da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões - IETS (STRINGFELLOW e SEIDEL, 1998, apud DA SILVA 2007, p ): 27

28 Mórula - Mo - Apresenta-se como uma massa de células com separação nítida entre os blastômeros, e ocupa quase a totalidade do espaço perivitelino. Mórula Compacta - Mo - Os blastômeros estão agregados entre si, formando uma massa compacta de células e ocupam cerca de 70% do espaço perivitelino. Blastocisto Inicial - Bi - Nesta fase pode ser observado o início da blastocele. Começa a ocorrer a diferenciação entre trofoblasto e botão embrionário. Blastocisto - Bl - Ocorre uma evidente diferenciação entre células do trofoblasto e botão embrionário. Blastocisto Expandido - Bx - O embrião ocupa todo o espaço perivitelino. O líquido da blastocele empurra o trofoblasto contra a membrana pelúcida. Blastocisto em Eclosão - Bn - Início da saída da membrana pelúcida. Blastocisto Eclodido - Be - O embrião esta completamente livre da membrana pelúcida. Figura 7 Estágios de desenvolvimento do embrião. Fonte: (STRINGFELLOW e SEIDEL, 1998, apud DA SILVA 2007, p ) Criopreservação de embriões A criopreservação de embriões trata-se de uma técnica que permite a utilização dos embriões excedentes da PIVE, realizando-se uma congelação lenta dos mesmos. De acordo com Dode; Leme; Sprícigo (2013) existem dois métodos para criopreservação de embriões, sendo o congelamento lento e a vitrificação. O 28

29 autor cita que no primeiro método a queda da temperatura é controlada mantendo-se uma curva constante até atingir a temperatura de -32 C, quando as palhetas contendo os embriões são mergulhadas no nitrogênio líquido. Esse método usa baixas concentrações de crioprotetores, entretanto permite a formação de cristais de gelo, que, em maior ou menor escala, resultarão em lesões às membranas e organelas. O método da vitrificação tem como objetivo a redução das lesões celulares. Na vitrificação se utilizam altas concentrações de crioprotetores, os quais formam uma solução viscosa que, durante o resfriamento, faz com que a água da célula se solidifique em estado vítreo, sem a formação de cristais de gelo (Vajta e Nagy, 2006). Infelizmente durante o período de estágio não foi possível acompanhar nenhuma técnica de criopreservação de embriões Preparo das receptoras Num programa de transferência de embriões as vacas receptoras são de extrema importância, uma vez que são elas que farão que o embrião implantado se desenvolva durante o período de gestação. Segundo Gonçalves (2002), as receptoras constituem a parte fundamental da TE, pois necessitam conceber e levar a gestação a termo. As receptoras precisam ser boas reprodutoras e estar em plenas condições de receber o embrião, livre de anomalias no trato genital, com boa fertilidade e ciclos regulares, bom estado sanitário, boa condição corporal, boa estrutura esquelética, altura e conformação a fim de evitar problemas de distocias no parto, ou seja, a receptora deve ser de estrutura compatível com a raça do embrião que irá receber. Além disso, principalmente em raças de corte, a receptora deve possuir boa habilidade materna e ser capaz de produzir uma boa quantidade diária de leite a fim de garantir o máximo desenvolvimento da cria nesse período de amamentação, visto que as receptoras tem um efeito direto no desenvolvimento da cria, efeito esse considerado como efeito ambiental, ou seja, não é de origem genética. 29

30 Após a seleção das vacas receptoras disponíveis na propriedade, o Médico Veterinário realizava uma avaliação clinico - ginecológica para atestar que se encontravam em plenas condições de reprodução. De acordo com Hafez (2004), a taxa de prenhez após a transferência de embrião é grandemente influenciada pelas condições e pela preparação das receptoras. Recomenda-se usar como receptoras novilhas que estejam ciclando, pois na maioria das vezes a utilização de novilhas é mais eficaz quando comparadas a vacas por não apresentarem endometrites (GONÇALVES et al., 2008). Nada impede que sejam usadas vacas, porém deve-se atentar para o histórico de problemas reprodutivos. As vacas possuem a vantagem de ter uma melhor habilidade materna. As receptoras precisam passar por um programa de sincronização, pois é importante que haja uma sincronia entre o cio da doadora e da receptora, sendo que a diferença não deve ser superior a 48 horas, mas os melhores resultados são obtidos com no máximo 24 horas de assincronia (PALMA, 2001). De acordo com Do Valle (1991) basicamente existem dois meios para o controle do ciclo estral em bovinos. O primeiro consiste na regressão prematura do corpo lúteo (luteólise) mediante a aplicação de compostos à base de prostaglandina F2 (PGF2. O segundo meio de controle consiste em ministrar compostos à base de progesterona, de modo a suprimir o cio e a ovulação, até que o corpo lúteo de todos os animais do grupo tenha regredido. Após a retirada do estímulo (progestágeno), os animais retornam ao cio. Na empresa, as receptoras utilizadas eram do próprio cliente, ou seja, a empresa não possui até o momento uma central de receptoras para disponibilizá-las ao cliente, porém esta procurando parcerias e formas de criar uma central de receptoras em breve. O Médico Veterinário escolhia o programa de sincronização de acordo com a propriedade em que estava sendo realizado o trabalho, adequando-se a realidade da mesma. O protocolo de sincronização se diferenciava de acordo com a aptidão da fêmea receptora, ou seja, corte ou leite, e também se diferenciava para novilhas ou vacas. O protocolo de sincronização para animais com aptidão leiteira e com aptidão para corte estão representados na Tabela 2 e 3, respectivamente. 30

31 Tabela 2. Protocolo de sincronização utilizado em fêmeas com aptidão leiteira pela Fertiliza Embryo. DIA 0 NOVILHAS Colocação de implante intra-vaginal + 2,0ml benzoato de estradiol VACAS Colocação de implante intra-vaginal + 2,0ml benzoato de estradiol DIA 7 Aplicação de 2,0ml de prostaglandina Aplicação de 2,0ml de prostaglandina DIA 9 Retirar implante + 1,0ml ECG + 1,0ml benzoato de estradiol Retirar implante + 2,0ml prostaglandina + 0,5ml ECP DIA 10 Aspiração das DOADORAS Aspiração das DOADORAS DIA 18 Transferência dos embriões Transferência dos embriões Tabela 3. Protocolo de sincronização utilizado em fêmeas com aptidão para corte pela Fertiliza Embryo. DIA 0 NOVILHAS ou VACAS SOLTEIRAS Colocação implante intra-vaginal + 2,0ml benzoato de estradiol VACAS COM CRIA Colocação Implante intra-vaginal + 2,0ml benzoato de estradiol DIA 7 1,0ml ECG + 2,0 ml prostaglandina 2,0ml ECG + 2,0 ml prostaglandina DIA 9 Retirar implante + 1,0ml benzoato de estradiol Retirar implante + 1,0ml benzoato de estradiol DIA 10 Aspiração das DOADORAS Aspiração das DOADORAS DIA 18 Transferência dos embriões Transferência dos embriões Geralmente o trabalho de sincronização das receptoras comecava 18 dias antes da TE, visto que após 9 dias do início do protocolo o implante era 31

32 retirado, no dia 10 realizava-se a aspiração das doadoras e no dia 18 a transferência dos embriões Transferência de embriões (TE) Antigamente o processo de TE, também conhecida como implantação de embriões, precisava ser realizado por meio cirúrgico, através de uma incisão no flanco. Atualmente com o aperfeiçoamento das técnicas disponíveis o procedimento pode ser realizado por meio não cirúrgico, semelhante ao procedimento de inseminação artificial, utilizando os seguintes materiais: palhetas de 0,25 mm, aplicador com bainhas para palheta 0,25 mm, camisa sanitária, seringa de 10 ml e agulha 40x16 para anestesia epidural, além da luva de inseminação artificial utilizada pelo Médico Veterinário que realiza o procedimento. Somente embriões classificados com grau I a III eram transferidos (conforme previsão feita no dia anterior). O embrião era previamente acomodado ainda no laboratório pela embriologista, no centro de uma palheta de 0,25 mm, conforme mostra a Figura 6: Figura 6. Esquema da palheta contendo o embrião. Fonte: PENITENTE FILHO; TORRES; OLIVEIRA (2014). Na palheta temos o meio de transporte adequado para sobrevivência do embrião e duas colunas de ar separam o embrião das extremidades da palheta e da bucha, a fim de proteger para que o mesmo não sofra danos e/ou fique aderido na bucha. As palhetas contendo o embrião, após estarem prontas, eram colocadas em um transportador específico de embriões (Figura 7), o qual mantinha uma temperatura constante de 36 C (próxima à temperatura natural do útero da fêmea que recebera o embrião). O transportador ainda possuía um local para que fossem colocados os aplicadores (inovuladores) para que 32

33 também fosse mantida uma temperatura próxima a 36 C nesses equipamentos. Os Médicos Veterinários da empresa recomendavam que os embriões fossem transferidos no máximo até 8 horas após o envase, a fim de manter sua qualidade. Figura 7. Transportador de embriões com as palhetas e os inovuladores acondicionados em seu interior. Fonte: do autor. Antes de ser realizada a transferência, as receptoras passavam por uma avaliação com o objetivo de avaliar se as mesmas responderam ao protocolo de sincronização, ou seja, se haviam ovulado. A mesma era feita através da palpação ovariana feita pelo Médico Veterinário, em que se detectava a presença ou não de corpo lúteo (CL), uma vez que a presença de CL no ovário é indicativa de ovulação. As receptoras que não possuíam CL presente eram descartadas e as que possuíam CL eram utilizadas para transferência, porém o Médico Veterinário responsável não realizava uma classificação de tamanho do CL, como é realizada em alguns casos de transferência. O profissional relatou que não classifica, pois não vê necessidade, visto que para manter uma gestação é necessária a produção de apenas 9 nanogramas de progesterona, sendo que essa produção ocorre independente do tamanho do CL. Já Marques et al. (2004) relataram que a área do CL está associada à concentração plasmática de progesterona e a taxa de concepção em receptoras Bos indicus x Bos taurus. Também Cucco (2005) relatou que a classificação do CL de acordo com o seu tamanho em relação ao ovário busca identificar receptoras 33

34 com um CL maior e por consequência com melhor atividade hormonal, possibilitando melhores índices de prenhez. As receptoras que respondiam bem ao protocolo de sincronização recebiam uma anestesia epidural (lidocaína 2%) para facilitar a manipulação do útero, pois diminui as contrações retais. Não era realizada uma lavagem no posterior da receptora, apenas limpava-se a região vulvar com papel toalha. O preparo dos equipamentos para execução da técnica era realizado pelo estagiário, com a montagem da palheta na bainha, e colocação do aplicador. A técnica da TE ou inovulação propriamente dita consistia na deposição do embrião no terço médio-final do corno uterino ipsilateral ao corpo lúteo. O Médico Veterinário utilizava um aplicador com camisa sanitária semelhante ao utilizado na inseminação artificial, passava a cérvix da receptora e realizava a inovulação o mais cranialmente possível, na luz do corno uterino ipsilateral ao CL. A receptora precisava estar bem contida para evitar danos no trato reprodutivo, nos equipamentos e principalmente no embrião e também garantir uma maior eficiência da técnica. Eram tomados cuidados básicos com a higiene e o uso de materiais limpos, estéreis e descartáveis, a fim de garantir a sanidade da receptora Diagnóstico de prenhez e sexagem fetal O diagnóstico de prenhez era realizado 30 dias após ter sido realizada a TE. O mesmo era realizado com o auxílio de um aparelho de ultrassonografia, que permitia a visualização da vesícula embrionária nas vacas prenhes. Até a data da confirmação de prenhez a responsabilidade pelos embriões continuava sendo da empresa, após essa data em que era confirmada a prenhez, a responsabilidade passava a ser do cliente, visto que a empresa cobrava do produtor apenas as prenhezes confirmadas. O preço médio cobrado por prenhez era de R$ 600,00, além do custo de quilômetro rodado, que variava conforme a propriedade. Após 30 dias da realização do diagnóstico de prenhez e 60 dias após a transferência dos embriões é feita mais uma visita à propriedade para sexagem fetal, conforme tratado no início do serviço. A sexagem era realizada com 34

35 auxílio do aparelho de ultrassonografia, na imagem visualizava-se a posição do tubérculo genital. Se o mesmo estiver posicionado caudamente indica ser fêmea, e se estiver na região ventral, próxima ao umbigo indica ser macho. 2.2 RESULTADOS OBSERVADOS COM A PIVE Foi possível observar durante o estágio uma variação nos resultados obtidos com a PIVE. Os sócio-proprietários também relataram uma diminuição de resultados positivos no ano atual, comparativamente ao ano anterior, em que os resultados obtidos tinham sido melhores. Os mesmos estavam buscando explicações para a queda nos resultados, como checagem de equipamentos e melhor controle dos dados. Porém acreditavam que essa diminuição fosse referente ao alto índice pluviométrico desse ano, associado a pouca diminuição da temperatura no inverno e consequentemente pastagens e silagens de menor qualidade para os animais, refletindo diretamente nos resultados da empresa. As médias dos resultados avaliados até o mês de agosto de 2014 indicavam uma aspiração média de 8 a 10 oócitos viáveis por fêmea de raças leiteiras, sendo que 23% desses oócitos viáveis foram capazes de produzir um embrião. A taxa de prenhez média da empresa encontrava-se em 35%. As variações nas taxas de gestação segundo Garcia et al. (2004) podem ser devido à qualidade dos embriões, pois há interferências das condições de cultivo, dos meios usados durante todas as fases da PIVE, da avaliação subjetiva e seleção dos embriões para a transferência, além do estado reprodutivo e nutricional das receptoras. 3. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma instituição pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A Embrapa foi criada em 26 de abril de 1973 com o desafio de desenvolver em conjunto com o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), tecnologias, conhecimentos e informações técnico- 35

36 científicas voltadas para a agricultura e a pecuária brasileira. A Embrapa tem como missão viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira". A Embrapa possui uma sede na cidade de Brasília/DF com 17 unidades centrais localizadas na mesma cidade, e uma estrutura organizacional baseada em unidades de pesquisas descentralizadas, formada por 46 unidades espalhadas pelo Brasil, além de 16 escritórios localizados no País e mais 3 na América Latina e África. Conta com pesquisadores, sendo 84% deles com doutorado e/ou pós-doutorado. A empresa é uma das líderes mundiais na geração de conhecimento, tecnologia e inovação para produção sustentável de alimentos, fibras e agroenergia. Assim, além de benefícios econômicos, gera benefícios de cunho social e ambiental para toda sociedade brasileira. A Embrapa além de transferir tecnologia e gerar conhecimento tem papel fundamental na transmissão e disseminação desse conhecimento. Não só gerando benefícios a população brasileira, a empresa mantêm acordos bilaterais de cooperação técnica com inúmeros países e instituições, bem como acordos multilaterais com organizações internacionais, o que envolve principalmente a pesquisa em parceria. A Embrapa Gado de Corte é uma das unidades descentralizadas da Embrapa, criada em 1977 na cidade de Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul. A unidade é conhecida como Centro Nacional de Pesquisas em Gado de Corte (CNPGC), a qual possui sua sede em uma área de hectares, além de um campo experimental denominado de fazenda Modelo com hectares, localizada a 20 km da sede, no município de Terenos/MS. Essa unidade descentralizada é referência mundial em soluções tecnológicas para pecuária de corte tropical, a qual atua em linhas de pesquisas básicas e aplicadas com foco no desenvolvimento de tecnologias, produtos, processos e serviços para aumento da produtividade e rentabilidade da pecuária de corte brasileira de modo sustentável. A unidade ainda realiza um grande trabalho de transferência de tecnologias, realizando ações como: capacitação de multiplicadores, organização e/ou participação em eventos com o objetivo de integrar a pesquisa-extensão-produtor, a atuação conjunta via 36

37 convênios de cooperação técnica, com empresas públicas e privadas de extensão rural e a comunicação institucional para transferência de tecnologia. A unidade conta com diversos pesquisadores e uma gama de profissionais que trabalham de forma mutua em diferentes áreas de conhecimento, as quais abrangem: nutrição animal e pastagens, sanidade, melhoramento animal e vegetal, reprodução e manejo, gestão e administração de propriedades e produção de tecnologias para melhorar a qualidade da produção animal e vegetal na cadeia de bovinocultura de corte. 3.1 ATIVIDADES REALIZADAS Durante o período de estágio no CNPGC foi possível à realização de várias atividades, principalmente as relacionadas ao Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte - GENEPLUS. Foi possível conhecer o funcionamento de um dos maiores programas de melhoramento genético de bovinos de corte do Brasil e acompanhar todo trabalho realizado pela equipe de profissionais responsáveis, além de acompanhar as visitas a campo dos técnicos credenciados ao programa, sendo executado o trabalho de avaliações dos rebanhos e coleta de dados nas fazendas clientes. Também foi possível o acompanhamento de alguns experimentos relacionados ao cruzamento de bovinos de corte para produção de carne, sendo incluido todo manejo relacionado aos animais, como pesagens, medicação, amochamento, ultrassonografia de carcaças, arraçoamento no confinamento etc., além das análises laboratoriais de qualidade de carne. Foi possível participar de um experimento de mestrado em que se estudava a estrutura da raça Senepol no Brasil, a fim de melhor compreender sua formação e evolução desde a chegada ao Brasil, vindo a fornecer desta forma subsídios para programas de conservação, seleção e expansão da raça, estimando parâmetros relacionados à estrutura da população. Outra grande oportunidade foi à participação em minicursos de utilização de alguns softwares, como o software Invernada - Embrapa para cálculo de dietas para bovinos, o software R de análises estatísticas e por fim a participação no 26 Curso de Melhoramento de Gado de Corte GENEPLUS. 37

38 A seguir serão descritas de forma detalhada as atividades realizadas bem como a importância de cada uma para o aprendizado e ganho de experiência Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte GENEPLUS Nos últimos anos a pecuária brasileira se consolidou como importante produtora de alimentos e se inseriu no mercado internacional como ator competitivo, alternando entre a primeira e segunda colocação entre os maiores exportadores de carne. Os avanços na pecuária são proporcionados graças ao também avanço na tecnologia que a cerca, desde nutrição, reprodução, bemestar animal, manejo e melhoramento genético. Segundo Euclides Filho (2013) apesar desse avanço, melhorias nos aspectos gerenciais e nos índices zootécnicos e econômicos ainda se fazem necessárias para garantir a manutenção da competitividade. Com o crescimento da pecuária nacional, os selecionadores passaram a demandar por informações mais detalhadas sobre seus rebanhos. A Embrapa Gado de Corte atua no melhoramento genético de bovinos de corte desde sua fundação, em 1977, sendo pioneira juntamente com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), na criação e lançamento de sumários nacionais de touros. Calçada na experiência adquirida, a Embrapa Gado de Corte, em parceria com a Geneplus Consultoria Agropecuária Ltda., colocou a disposição da cadeia produtiva no ano de 1996, o Programa Geneplus - Embrapa. O Programa de Melhoramento de Gado de Corte Geneplus - Embrapa foi desenvolvido com o intuito de prestar assessoria aos criadores que desejam obter um ganho genético dentro da sua população ou raça. Em função de cada pecuarista ter um objetivo particular e cada fazenda ter uma realidade distinta, o Programa oferece a flexibilidade para adequar-se a cada caso, sendo que pode ser aplicado a seleção de animais elite, como reprodutores com alto valor genético para posterior venda, ou a produção de animais comerciais que visa a produção de carne. 38

39 Desde então o Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte Geneplus vem a ser utilizado por um número crescente de produtores interessados na promoção da melhoria genética de seu rebanho. Atualmente o Programa se encontra presente em rebanhos de 17 Unidades da Federação, além de Bolívia e Paraguai e envolve 14 raças bovinas, sendo elas: Braford, Brangus, Brahman, Canchim, Caracu, Guzerá, Hereford, Limousin, Nelore, Nelore Mocho, Santa Gertrudres, Senepol, Tabapuã e Tropicana. Para os criadores de plantéis de seleção, produtores de reprodutores e matrizes, o Programa Geneplus fornece informações de valor genético de todos os indivíduos do rebanho de forma a subsidiar o trabalho de seleção e as operações de comercialização dos produtos a serem oferecidos a seus clientes. De acordo com Nobre (1989) os selecionadores devem comercializar produtos que, transmitindo a metade do seu genoma à descendência, possibilitem ao produtor um ganho adicional nas características sob seleção. Afinal, os produtores de carne vendem quilogramas de carne, não o valor genético. É notório o déficit de reprodutores geneticamente superiores para atender a demanda dos rebanhos comerciais de gado de corte no Brasil (PEREIRA, 2004; ROSA et al., 2013a). Por outro lado observa-se nos últimos anos, um interesse crescente dos criadores de plantéis de seleção por programas de melhoramento genético. Para o sucesso do programa de melhoramento genético, a identificação e escolha dos pais da futura progênie consistem, em uma primeira fase, da recomendação feita pelos profissionais que prestam assessoria aos produtores, e, em um segundo momento, do poder de decisão e da responsabilidade do produtor em manter ou descartar o indivíduo. O foco principal é aumentar a frequência dos alelos desejáveis nos indivíduos que serão pais nas próximas gerações Implantação e utilização da tecnologia Geneplus O funcionamento do Programa envolve a Embrapa Gado de Corte, a Geneplus Consultoria Agropecuária Ltda. e o pecuarista. Essa tecnologia se 39

40 caracteriza como um serviço cujo objetivo é o atendimento personalizado ao criador, ou seja, uma assessoria direta ao produtor de gado de corte na utilização dos recursos genéticos disponíveis em seu rebanho. A formalização entre as partes é realizada através de um contrato, que tem como alternativa ser realizado por associações de criadores de raças, por conjunto de produtores ou através de técnicos de assessoria do programa Geneplus - Embrapa com fazendas em particular. Os custos mensais pagos pelo pecuarista para manutenção do Programa dependem do número de matrizes que o associado possui em sua fazenda e do preço da arroba (@) de boi gordo na praça de Campo Grande/MS, de acordo com o site no primeiro dia útil do mês em questão (Anexo 1). Para adesão ao programa, um contrato deve ser formalizado entre as partes envolvidas. Após a assinatura do contrato de prestação do serviço, a etapa seguinte é a implantação do Programa. Nesta oportunidade, um técnico credenciado se fará presente na fazenda e avaliará as condições de infraestrutura e mão de obra, o grupo de animais e os objetivos do criador. O técnico também apresenta ao pecuarista e aos funcionários de campo os objetivos e metas a serem cumpridos, o cronograma de coleta de dados e a metodologia do trabalho, dentre outras informações, de modo a integrar todas as pessoas em um trabalho de equipe. Após o conhecimento de todos os recursos genéticos da fazenda e os objetivos de seleção propostos, o técnico propõe um plano de trabalho com a definição das características a serem monitoradas, em um cronograma com o momento em que tais características deverão ser mensuradas ao longo do processo. É necessário um completo envolvimento do pecuarista, o qual deve ter habilidade para obter o comprometimento de todos os participantes, coordenar seus funcionários na execução do projeto, a fim de que os dados coletados sejam de confiabilidade. Para um programa de melhoramento genético ser funcional e eficiente, é necessário que seja devidamente estruturado do ponto de vista de avaliação genética, o que implica na necessidade de se ter escrituração zootécnica e coleta de dados devidamente planejados, ou seja, quanto melhor for o controle da fazenda, mais eficiente será o Programa. Os pesquisadores responsáveis 40

41 pelo Geneplus recomendam ainda que, antes de adentrar no Programa, a fazenda já deve possuir todas as outras atividades em amplo desenvolvimento, por exemplo, sanidade, manejo, nutrição etc. Quanto maior for o volume e a qualidade dos dados, maior será a probabilidade e a precisão da identificação de indivíduos geneticamente superiores, candidatos a pais das futuras gerações Estrutura do Programa Resumidamente o Programa Geneplus se baseia na coleta de dados referente aos indicadores de desempenho de todo rebanho da fazenda, a fim de que sejam avaliadas essas característica pelos profissionais da Embrapa que trabalham com melhoramento genético animal e sejam estimados os valores genéticos de cada animal. É muito importante que nas avaliações sejam desconsiderados ao máximo os efeitos ambientais, a fim de que fique estabelecido apenas o valor genético do animal. O Geneplus conta com uma equipe de 17 profissionais responsáveis por diferentes trabalhos e diversos técnicos com graduação em Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, credenciados ao Programa e espalhados por todo País, que realizam o apoio técnico aos pecuaristas e o trabalho de campo. Os técnicos além de estabelecer o plano de trabalho e fazer o cronograma para cada fazenda, tem a função de auxiliar nas fases de coleta de dados. Não é obrigatório que o pecuarista solicite a presença do técnico em sua fazenda em cada fase de coleta de dados, apenas é recomendado a presença do mesmo nas fases de desmama, sobreano e acasalamentos. Quando o técnico é solicitado, o mesmo cobra uma diária pré-estabelecida pelo seu serviço e o deslocamento até a fazenda. Um diferencial do Programa Geneplus é o fornecimento de dois softwares. O primeiro trata-se do Software Geneplus de Coleta de Dados, fornecido aos pecuaristas clientes para que cadastrem seus animais e registrem os dados coletados. Vale destacar que não se trata de um software de gerenciamento de propriedades, mas sim de melhoramento genético, portanto os pecuaristas clientes podem fazer o uso de outros sistemas 41

42 operacionais para gerir seu rebanho e repassar esses dados à equipe técnica do Geneplus - Embrapa, a qual se responsabiliza em organizar os dados fornecidos, independente do formato de arquivo disponibilizado, para que sejam realizadas as análises genéticas preconizadas pelo programa de melhoramento genético. Embora disponível, não há obrigatoriedade no uso do software. O segundo software trata-se do Sistema Geneplus de Resultados (SGPR) (Anexo 2) que foi desenvolvido pela equipe de profissionais da ciência da computação, integrantes de equipe do Geneplus. O mesmo tem a função de facilitar a troca de informações com os criadores e a possibilidade de execução de várias atividades de seleção via software, o qual permite que o pecuarista avalie melhor o desenvolvimento de seu rebanho a partir de gráficos interativos (Figura 8) e realize uma previsão das progênies futuras através da avaliação de acasalamentos simulados. Figura 8. Gráfico gerado pelo software Geneplus - Médias anuais da DEP de Conformação Frigorífica a Desmama. Fonte: do autor. 42

43 Dados coletados Um dos maiores gargalos na condução de um programa de melhoramento genético se refere à coleta de dados, pois existem as mais variadas formas de resultados a serem obtidos. O programa será mais eficientemente conduzido com base nas características da coleta dos dados. Em função da capacidade de variação, as respostas são genericamente denominadas de variáveis (SAMPAIO, 2007). Uma proposta básica do Programa Geneplus para a coleta de dados, a partir de um cronograma pré-estabelecido, envolve cinco fases: acasalamento, nascimento, maternal, desmama e sobreano, nas quais se incluem as características que serão monitoradas. A partir da definição de uma estação de monta, as demais fases são definidas como consequência, vindo a facilitar o trabalho e a composição dos grupos de manejo. Progênies do mesmo grupo de manejo (por exemplo, do mesmo sexo, nascidos no mesmo período, mesmo regime alimentar, condições idênticas de tratamento) devem ser manejadas no mesmo ambiente e avaliadas na mesma oportunidade até a fase final da coleta de dados. Com base nessas informações serão definidos os grupos de contemporâneos, os quais são formados pela sequência de grupos de manejo. A constituição desses grupos é de extrema importância, pois permite a correção dos diversos efeitos não genéticos, ou ambientais (fazenda, época de nascimento, sexo, regime alimentar, manejo etc.), possibilitando a estimação das Diferenças Esperadas na Progênie (DEP s) comparáveis mesmo com animais nascidos em diferentes épocas, fazendas e condições de criação. A DEP é estimada com base nas informações do próprio indivíduo e/ou de seus parentes. Conforme Brinks (1990), a DEP é a diferença esperada na média das performances das progênies futuras de determinado touro, em relação à média das diferenças esperadas das progênies futuras de todos os animais que participam da mesma avaliação. A DEP é expressa na unidade de medida da característica em questão. Devemos ressaltar que a DEP, sendo uma estimativa, não é um valor estático, isto é, pode mudar em função da variação do número de informações tomadas em qualquer um de seus parentes. 43

44 Em cada uma das fases propostas pelo calendário citadas acima, se incluem as características próprias do Programa dentro de seu grupo, ou seja: produtivas, reprodutivas, de biótipo e de carcaça, sendo essa última incluída apenas em algumas raças participantes do programa. Todas as características mensuradas podem variar conforme a raça participante do Programa Geneplus. Também é importante que se adote uma avaliação rotineira dos caracteres relacionados aos aprumos, padrão racial e características sexuais, de modo a atender os padrões preconizados pelas associações de raças. A Embrapa faz algumas recomendações gerais para coleta de dados: 1. Identificar os animais com segurança; 2. Utilizar equipamentos adequados e em boas condições; 3. Nunca estimar dados; 4. Coletar os dados referentes a todos os animais pertencentes a um grupo de manejo; 5. Na desmama coletar os dados de todos os animais, mesmo daqueles que tiverem que ser descartados; 6. As avaliações de características visuais (escores) devem ser feitas por pessoal tecnicamente habilitado. O levantamento de dados se inicia com o cadastro de cada animal da fazenda no banco de dados do Geneplus, com sua respectiva genealogia paterna e materna, além de informar dados reprodutivos das matrizes e touros. Com esses dados os técnicos geram os acasalamentos a partir da utilização do software Geneplus. Após analisar os acasalamentos via software e repassar os resultados ao pecuarista, é recomendado como já citado, que o pecuarista solicite a presença do técnico na fazenda para que o mesmo avalie visualmente os animais que serão direcionados ao acasalamento, a fim de que realizar o se chama de acasalamento visual, ou seja, acasalar os animais a fim de corrigir os defeitos que foram identificados visualmente e desconsiderar os acasalamentos que foram gerados pelo software, mas que os animais não se encontram em boas condições para reprodução. A seguir estão descritas demais fases da coleta de dados, com as respectivas características mensuradas. 44

45 NASCIMENTO Além das informações coletadas a respeito do animal nascido, é importante a identificação dos touros e matrizes. Se necessário deve-se incluir informações sobre receptoras utilizadas ao se tratar de programas de FIV ou TE, tais como identificação, data de nascimento e grupo genético. Quando o animal é produto de FIV ou TE, os dados da matriz não conseguem ser contabilizados, portanto são mensurados os dados da receptora, mas descartados, sendo que apenas os dados da fase de desmama em diante passam por avaliação. Recentemente os dados das receptoras estão sendo coletados e mantidos no banco de dados, pois nesse ano, a equipe do Geneplus está fechando um acordo para aluguel de um software, o qual irá permitir cálculos mais precisos, e assim conseguirá incluir os dados de avaliação genética da vaca como receptora. Os dados coletados são: Identificação do animal nascido; Sexo: M (macho), F (fêmea); Data de nascimento; Peso ao nascer; Touro - identificação do pai do animal nascido (nome e RGD); Vaca - identificação da mãe biológica do animal nascido (Nome e RGD); Receptora (em caso de FIV/TE): identificação da vaca receptora / composição racial da receptora (grupo genético)/ data de nascimento da receptora. FASE MATERNAL A avaliação era feita em animais com idade próxima dos 120 dias (4 meses). Somente são aproveitados dados de animais com idade no intervalo entre 75 dias (2,5 meses) e 165 dias (5,5 meses). As avaliações são feitas nessa fase a fim de avaliar o efeito materno sobre a produção do bezerro. O efeito materno compreende o efeito genético da matriz, porém a consequência desse efeito ao bezerro relaciona - se ao ambiente. O peso durante essa fase 45

46 implica tanto na avaliação do efeito materno, que se refere à habilidade da matriz em proporcionar um ambiente adequado, como a produção de leite, proteção do bezerro, e efeito direto, que remete a capacidade de crescimento do próprio animal (MEYER, 1994; CABRERA et al., 2001). Os dados coletados são: Identificação do animal; Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea); Data da pesagem; Peso do animal na fase maternal; Regime alimentar (RA) que deve ser identificado como: 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado). DESMAMA A avaliação era feita, naturalmente no momento da desmama, em animais com idade próxima dos 240 dias (8 meses). Para a avaliação genética desta fase, são aproveitados somente dados de animais com idade no intervalo entre 195 dias (6,5 meses) e 285 dias (9,5 meses). Os dados coletados são: Identificação do animal; Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea); Data da pesagem; Peso do animal na desmama; Conformação frigorífica do animal à desmama (CFD): escore de conformação frigorífica = 1 e 2 (fundo), 3 e 4 (meio), 5 e 6 (cabeceira). Regime alimentar (RA): deve ser identificado com = 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado); Peso da vaca à desmama; Escore de condição do corporal (ECC) da vaca à desmama: 1 e 2 (magra), 3 e 4 (média), 5 e 6 (gorda). Segundo Menezes et al. (2013), a conformação frigorífica é constituída, basicamente, por três componentes principais da anatomia: estrutura, musculosidade e precocidade de acabamento. A estrutura envolve as 46

47 dimensões de comprimento do corpo, profundidade e arqueamento das costelas. A musculosidade pode ser avaliada pela observação de massas musculares do traseiro (coxão), entrepernas e dianteiro (paleta). A precocidade de acabamento é indicada pela deposição de gordura na carcaça e pode ser apreciada pela observação do fio do lombo até a inserção da cauda, cobertura de costelas e parte ventral do animal. Os técnicos do Programa Geneplus recomendam que a avaliação da conformação frigorífica seja feita avaliando-se, comparativamente, todos os animais de um determinado grupo de manejo, os quais serão classificados nas categorias: fundo, meio e cabeceira, cada uma das quais com os seus limites inferior e superior, o que totaliza, portanto, uma escala de seis pontos. Independente do rebanho inteiro, naquela população do grupo de contemporâneos, terá que existir um animal com escore 6, e outro com escore 1. Nas mensurações da fase de desmama, já são descartados do rebanho animais com escore de conformação frigorífico baixo, sendo limite de escore 1 para fêmeas, e 1 e 2 para os machos. Também se recomenda o descarte de animais com defeitos raciais, ou seja, que não se encaixam no padrão exigido para registro genealógico, portanto, deixarão de ter importância nos programas de seleção. SOBREANO Feita em animais com idade próxima dos 450 dias (15 meses). Para a avaliação genética desta fase, são aproveitados somente dados de animais com idade no intervalo entre 375 dias (aproximadamente 13 meses) e 595 dias (aproximadamente 19 meses). Deve-se ressaltar que dados fora deste intervalo não são aproveitados e a diferença de idade entre o animal mais novo e o mais velho do lote a serem avaliados juntos não deve ultrapassar 90 dias. Os dados coletados são: Identificação do animal; Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea); Data da pesagem; Peso do animal no sobreano; 47

48 Circunferência escrotal (CE) do animal ao sobreano; Conformação frigorífica do animal ao sobreano (CFS) - escore de conformação frigorífica: 1 e 2 (fundo), 3 e 4 (meio), 5 e 6 (cabeceira). Regime alimentar (RA) que deve ser identificado como: 1 (pasto), 2 (suplementado) e 3 (confinado/estabulado). No caso da raça Senepol ainda são incluídas as seguintes avaliações: U - escore (nota) de umbigo do animal ao sobreano - 1 (colado), 2 (curto), 3 (normal), 4 (penduloso), 5 (muito penduloso); A - escore de aprumo do animal ao sobreano - 1 (correto), 2 (defeito de dianteiro), 3 (defeito de traseiro), 4 (defeito em ambos); P - escore de pelo do animal ao sobreano - 1 (pelo zero), 2 (pouco pelo), 3 (pelo mediano), 4 (muito pelo); Essas medidas são incluídas, pois na raça Senepol essas características estão sendo preconizadas e sentiu-se a necessidade de seleção para as mesmas. Em outras raças, conforme a demanda, características diferentes também podem ser mensuradas. ULTRASSONOGRAFIA DE CARCAÇA A avaliação via ultrassonografia será realizada próxima à avaliação de sobreano. Algumas raças participantes do Programa ainda não realizam as avaliações de ultrassonografia de carcaça. As informações a serem coletadas são: Identificação do animal; Sexo - sexo do animal: M (macho), F (fêmea); Data de nascimento; Touro - identificação do pai do animal; Vaca - identificação da mãe biológica do animal; Área de olho de lombo (cm²) (AOL); Espessura de gordura subcutânea (mm) (EGS); Marmoreio (%) (MAR). 48

49 Para coleta nas fazendas ou fases em que o técnico não for solicitado para coleta de dados, o responsável pela coleta de dados deverá passar por um treinamento a fim de aprender a fazer todas as avaliações, e principalmente atribuir às notas corretas quando se tratam de avaliações de escore. Deve ser preconizado que seja sempre a mesma pessoa responsável pela coleta de dados na fazenda, para diminuir os efeitos. Os dados coletados pela fazenda nas diferentes fases são enviados para a Embrapa, seja por forma de planilhas eletrônicas ou via softwares de gerenciamento próprio da fazenda. Os dados então são analisados e tabulados pelos técnicos credenciados pelo Programa. O banco de dados de cada fazenda precisa ser enviado para a Embrapa em dois períodos definidos, sendo o primeiro em fevereiro (após a estação de nascimentos) e o outro em setembro, para que os técnicos possam programar a estação de monta da fazenda que ocorre geralmente em outubro, novembro e dezembro. A partir das informações recebidas, a equipe do Geneplus agrupa o banco de dados recebidos com todo banco de dados da raça em questão, e então realiza as avaliações genéticas do rebanho Avaliação genética A avaliação genética visa à identificação dos indivíduos geneticamente superiores de tal modo que, usados na reprodução, legue aos seus descendentes sua superioridade, o que altera dessa forma a média da população (MARTINS, 2013). Para análise genética é utilizada a Metodologia de Modelos Mistos (HENDERSON, 1953), sendo adotado o Modelo Animal Completo, que considera a matriz de parentesco entre os animais e inclui os efeitos genéticos aditivos diretos, aditivo materno e de ambiente permanente e os efeitos fixos de grupo de contemporâneos. As estimativas dos componentes de covariâncias são obtidas por meio do software REMLF90. O software que possibilita a obtenção de estimativas das DEP s foi desenvolvido e disponibilizado à equipe do Geneplus pelo professor Dr. Lawrence R. Schaeffer (University of Guelph, 49

50 Canadá), considerando-se os efeitos diretos e maternos para todas as características analisadas. As avaliações genéticas retornam para o criador em forma de Diferença Esperada na Progênie (DEP), que são um suporte para a definição da seleção ou descarte, assim como a projeção dos acasalamentos através das DEP s preditas. Aos clientes da tecnologia Geneplus são disponibilizados, duas vezes ao ano, os resultados da avaliação genética das matrizes e produtos pertencente ao seu rebanho, além da apresentação completa dos resultados de todos os touros da base de dados. Os resultados são fornecidos para o cliente na forma online através do software do SGPR, o qual utiliza-se do aplicativo PARADOX for Windows (Corel Corporation, 1999). Também para cada DEP são calculadas as suas respectivas acurácias, que se refere ao grau de confiança depositada na precisão da estimativa da DEP. A acurácia estima a correlação entre o valor estimado e o valor real da DEP do animal. O valor da acurácia pode variar entre 0,0 e 1,0, sendo que acurácias entre 0,7 e 1,0 indicam que a DEP não deve variar drasticamente, devido à alteração no número de informações relativas a determinado animal (DA SILVA; NIETO; ROSA, 2006). As DEP s calculadas pelo Programa Geneplus e disponibilizadas ao pecuarista serão descritas a seguir. Serão utilizadas como base as DEP s calculadas para a raça Nelore, visto que é a raça que possui uma maior quantidade de características mensuradas. Antes de apresentar as DEP s mensuradas é preciso esclarecer os conceitos de efeito direto, efeito materno e total maternal. De acordo com Torres Junior et al. (2013) o efeito direto é aquele em que o touro de DEP alta passa os alelos favoráveis para o bezerro que cresce sob a influência desses alelos, e apresenta um peso superior ao desmame, por exemplo. O efeito materno representa o efeito de outro genótipo, o da vaca, principalmente pela produção de leite, mas também pelo ambiente que a mesma propicia ao desenvolvimento da cria. Quando um touro é avô materno, seus netos recebem a metade da DEP direta do touro, e também recebem a influência da produção leiteira de suas mães, determinadas pela DEP maternal transmitida pelo touro. A DEP maternal de um touro possibilita a seleção do touro para produção de fêmeas de qualidade. Portanto, a qualidade do bezerro produzido depende de 50

51 duas DEP s (direta e materna). Para isso foi estabelecida uma combinação de metade da DEP direta mais a DEP maternal, que passou a ser chamada de Total Maternal. O Total Materno é, portanto, resultado da soma da ½ DEP direta + toda a DEP materna da característica. PESO AO NASCER (PN) Efeito Direto: Indicador utilizado como forma de eliminar ou evitar problemas de dificuldade de parto, ou partos distócicos. É um indicador importante principalmente em raças europeias. O touro tem grande influencia sob o peso ao nascimento do bezerro (MAGNABOSCO et al., 1994), em função disso a seleção para o acasalamento necessita de cautela, para que não ocorra aumento do peso ao nascer. Para isso indica-se o uso de touros com DEP de baixa magnitude ou até mesmo negativa para peso ao nascer, a fim de evitar problemas de parto. Touros com DEP negativa para peso ao nascer indicam que os filhos do touro irão nascer mais leves que os filhos dos outros touros com DEP peso ao nascer positiva daquela população. Deve-se tomar cuidado com uma seleção muito rígida para menor peso ao nascer, visto que tem uma alta correlação com os pesos na fase adulta. Boligon et al. (2009) ao estudar correlações entre pesos do nascimento à idade adulta em rebanhos da raça Nelore concluíram que as correlações genéticas estimadas entre os pesos foram positivas e de moderadas a altas magnitudes, o que indica que a seleção para peso em qualquer idade deverá promover mudança genética nos pesos nas demais idades. PESO AOS 120 DIAS OU MATERNAL (P120 OU PM) - Efeito materno: Avalia a habilidade da mãe (efeito materno) em desmamar bezerros pesados. Essa característica apresenta correlações positivas com pesos às idades subsequentes. De acordo com Lira; Rosa; Garnero (2008) a correlação entre peso aos 120 dias com peso ao sobreano apresenta estimativa de 0,44. TOTAL MATERNAL AOS 120 DIAS (TM120): É o resultado da soma da ½ DEP direta + toda a DEP materna da característica de peso aos 120 dias. Consegue mensurar, portanto a capacidade genética de desenvolvimento transmitido do pai aos netos via filha (efeito direto) e também o efeito do ambiente em que a mãe proporciona ao bezerro. 51

52 PESO A DESMAMA (PD) Efeito direto: Semelhante ao peso maternal (aos 120 dias). De acordo com Lira; Rosa; Garnero (2008) a correlação entre peso a desmama com peso ao sobreano apresenta estimativa de 0,90. Considera-se este peso, ajustado para idade-padrão de 240 dias, para efeito de cálculo do ganho de peso na fase pré-desmama. O peso a desmama é muito utilizado para pecuaristas comerciais que vendem o bezerro desmamado, uma vez que recebe pelo peso vivo do animal. TOTAL MATERNO A DESMAMA (TMD): Também é o resultado da soma da ½ DEP direta + toda a DEP materna da característica, porém agora de peso a desmama. Consegue mensurar, portanto a capacidade genética de desenvolvimento transmitido do pai aos netos via filha (efeito direto) e também o efeito do ambiente em que a mãe proporciona para desmamar bezerros pesados ou não. PESO DA VACA A DESMAMA (PVD): É uma característica mensurada na raça Nelore a fim de que seja feita uma seleção para vacas de tamanho médio e que desmamem um bezerro com aproximadamente 50% de seu peso, uma vez que vacas muito pesadas são de alto custo para mantença e dificilmente irão desmamar um bezerro com 50% de seu peso vivo. Essa característica é mensurada na raça Nelore, pois a raça enfrenta grandes problemas com o tamanho das matrizes. PESO AO SOBREANO (PS): Esta medida reflete a capacidade própria do individuo em ganhar peso após a desmama. Tem uma ampla utilização como critério de seleção por ser aferido em uma idade mais próxima da fase reprodutiva ou do abate. Um dos problemas da seleção para maiores pesos em idades jovens é que pode promover aumento do peso adulto dos animais, e consequentemente, maiores custos de manutenção das matrizes, diminuindo com isso as vantagens econômicas obtidas pelo maior peso ao abate (BULLOCK, K. D.; BERTRAND, J. K.; BENYSHEK L. L., 1993). 52

53 GANHO DE PESO PÓS-DESMAMA (GPD): O uso de cálculos de ganhos de peso nas diferentes fases vem substituindo, em parte, a medida de peso, pois possibilita a escolha dos animais mais precoces e evita a seleção por um tamanho muito grande (BERGMANN, 2003). O ganho de peso pós-desmama permite avaliar o potencial do próprio indivíduo, visto que esse potencial sofre menos o efeito materno. PERÍMETRO ESCROTAL AO SOBREANO (PES): De acordo com Siqueira; Guimarães; Pinho (2013), o perímetro escrotal é uma característica que possui herdabilidade de moderada a alta, e é correlacionada com o ganho de peso (peso ao nascimento, peso ao desmame e peso ao sobreano), as características reprodutivas das fêmeas (idade ao primeiro parto, probabilidade de prenhez, número de dias para o parto e intervalo entre partos) e as características reprodutivas dos machos (volume testicular, formato testicular e defeitos espermáticos). Também é uma característica determinante na quantidade de sêmen que pode ser produzido pelo touro. Porém devemos ressaltar que a seleção para perímetro escrotal não garante a fertilidade, a qual deve ser aferida pelo exame andrológico. O principal objetivo dessa seleção é obter animais mais precoces sexualmente. Porém apesar dessa medida constituir um bom critério de seleção como indicadora de precocidade reprodutiva, segundo Nieto; Alencar; Rosa (2013) existe a necessidade de definir para cada raça, o perímetro escrotal mínimo aceitável ou desejável, de modo que a ênfase para a seleção direta para essa característica não venha a competir prejudicialmente com outros critérios de seleção. Outro ponto é que se o exame andrológico do touro não for bom, o mesmo também deve ser descartado dos programas de seleção. IDADE AO PRIMEIRO PARTO (IPP): A redução da idade ao primeiro parto determina uma redução no tempo de permanência de categorias improdutivas, diminui o intervalo entre gerações, aumenta a produção de bezerros, acelera o processo de melhoramento genético e reduz o custo energético por unidade de produto (BERETTA et al., 2001). 53

54 Podemos destacar a facilidade de aferição dessa característica, visto que é preciso apenas o registro da data de nascimento da vaca e de sua primeira parição. Um dos problemas é que essa seleção geralmente não gera progressos imediatos, visto que se trata de uma característica de baixa a média herdabilidade, em torno de 0,01 e 0,46 (PEREIRA; ELER; FERRAZ, 2000). Outro gargalo é quanto à entrada das matrizes na estação de monta é atrasada, vindo a constituir assim um viés na avaliação. Os técnicos do Programa recomendam ao pecuarista que fêmeas que não emprenharam até os 26 meses sejam descartadas do programa de seleção. CONFORMAÇÃO FRIGORÍFICA A DESMAMA (CFD): A seleção por conformação apresenta pelo menos duas razões para serem envolvidas no processo de escolha de animais: atender a demanda de valorização pelo mercado de um determinado tipo de animal e obter, em parte, resposta indireta para produtividade (JOSAHKIAN, 2013). O objetivo é identificar animais que cumpram seu objetivo eficientemente e em menos tempo. A metodologia utilizada pelos técnicos é a avaliação visual dos animais e atribuição de escores de 1 a 6, sendo 6 a nota máxima. A avaliação engloba aspectos de conformação, precocidade e musculatura (CPM). Conformação: Prediz visualmente a área que o animal abrange, visto de lado, olhando-se basicamente para o comprimento corporal e profundidade, e visto de frente, o arqueamento de costelas. Precocidade: As maiores notas recaem para os animais com maior profundidade de costelas em relação à altura de seus membros. O objetivo é identificar indivíduos que irão depositar gordura de acabamento mais precocemente. A observação de pontos específicos como inserção da cauda, maçã do peito, paleta e coluna vertebral são elementos adicionais que auxiliam na observação dessa característica. Verifica-se que animais com maior profundidade de costelas e caixa torácica, perfil convexo, virilhas encorpadas, com princípio de deposição de gordura na base da cauda, são mais precoces. Já animais mais altos, 54

55 delgados, enxutos e sem uma proporção boa de caixa torácica, tendem a ser mais tardios (KOURY FILHO, 2005). Musculosidade: Avaliada através da evidência de massas musculares, ou seja, quantidade e forma de massa muscular que preenche a estrutura do animal. Animais mais musculosos e com os músculos bem distribuídos pelo corpo, além de pesarem mais, apresentam melhor rendimento e qualidade de carcaça, o que reflete diretamente na eficiência econômica do sistema de produção (JOSAHKIAN, 2013). Para atribuição dos escores para essas três características, geralmente se imagina o corpo do animal como uma caixa, tendo uma concepção espacial do mesmo. A característica de conformação estima a área que o animal abrange lateralmente e que irá formar um retângulo. Essa mesma característica analisada em conjunto com a precocidade irá indicar as proporções do lado desse retângulo. Ao ser incluído a característica de musculosidade obtém-se uma terceira dimensão do conjunto, conforme mostra a Figura 9. Figura 9. Pontos de avaliação dos escores de conformação frigorífica do animal. Fonte: Koury Filho (2005) *Legenda: E = Estrutura ou conformação; P = Precocidade; M = Musculosidade. 55

56 Para avaliação e atribuição dos escores, os técnicos credenciados ao Programa ou a pessoa treinada deve observar em um primeiro momento o lote de grupo de contemporâneos como um todo, para se ter uma ideia geral da conformação do lote a fim de que a avaliação siga uma curva de distribuição normal. Ou seja, a avaliação é baseada apenas naquele grupo de contemporâneos, e não em todo lote da fazenda, sendo que naquele grupo irão ter animais com nota máxima (6), e animais com nota mínima (1), porém 60% dos animais se encontraram no meio da curva de distribuição, com notas de 3 a 4. Posteriormente os animais são avaliados em trios para facilitar a visualização. Os mesmos devem ser rodados dentro do curral com paciência para uma boa análise. É obrigatório que a avaliação de todos os animais seja feita pela mesma pessoa, a fim de evitar o viés da avaliação. CONFORMAÇÃO FRIGORÍFICA AO SOBREANO (CFS): A avaliação dessa característica segue exatamente os mesmos passos da avaliação de CFD, diferindo apenas a idade dos animais no momento da avaliação. Geralmente na avaliação de CFS um técnico da associação de registro genealógico da raça em questão acompanha a atividade do técnico do Geneplus, para que aproveite o trabalho e sejam avaliados os animais para registro genealógico. Na maioria dos casos o próprio técnico do Geneplus também é um técnico da associação de raça, fazendo os dois trabalhos juntamente, o que facilita para o pecuarista. ÁREA DE OLHO DE LOMBO (AOL): A área de olho de lombo é a medida obtida a partir da imagem da seção vertical do músculo Longissimus dorsi, na região entre a 12ª e 13ª costelas. A medida é obtida no animal vivo com o auxílio de um aparelho de ultrassonografia, ou post-mortem através da secção na área referida. A AOL é expressa em cm² e possui correlações favoráveis com o grau de musculosidade do animal em toda carcaça, taxas de crescimento e rendimento de carcaça (BERTRAND et al., 2001). Por esse motivo é considerada uma importante característica de seleção para os produtores de carne. 56

57 ESPESSURA DE GORDURA SUBCUTÂNEA (EGS): A EGS é aferida no animal in vivo na mesma região em que a AOL com o auxílio de um aparelho de ultrassonografia, e post-mortem com uma secção no músculo e medição com um paquímetro. A EGS indica o grau de acabamento do animal. É expressa em milímetros (mm) e tem correlações favoráveis com a precocidade sexual e com o acabamento da carcaça. A EGS possui correlação negativa com o tamanho do animal a maturidade (BERTRAND et al., 2001). É uma medida importante para escolha dos animais com potencial de abate, e principalmente para selecionar os animais mais precoces e bem acabados. Cucco (2010) ao avaliar características de animais da raça Nelore encontrou herdabilidades de 0,25 0,27 para AOL e de 0,15 0,17 para EGS. Em relação à gordura que recobre a carcaça, Müller (1987) citou que a sua deficiência prejudica o aspecto visual da carcaça, pois ocorre durante o resfriamento o escurecimento da face externa dos músculos que recobrem a carcaça, o que deprecia seu valor comercial. Ainda ocorre aumento da quebra de peso durante o processo de resfriamento pela maior perda de água (COSTA et al., 2002) e pode ocorrer o encurtamento das fibras musculares pelo frio, o que prejudica a maciez da carne (LAWRIE, 2005). MARMOREIO (MAR): O marmoreio é definido como o acúmulo de gordura intramuscular, ou entremeada, no músculo e é considerada a principal característica sensorial para a carne bovina. O grau de marmoreio é aferido no animal in vivo por ultrassonografia na mesma região em que a AOL, o que difere é a posição da probe do ultrassom (Figura 10 e Figura 11). 57

58 Figura 10. Locais das medidas de ultrassonografia. Fonte: Sainz e Araújo (2002). Figura 11. Medição do grau de marmoreio via ultrassom. Fonte: do autor De acordo com Bertrand et al. (2001) o marmoreio é um importante critério de seleção para melhoria da qualidade da carne, visto que é associado a suculência e sabor da carne. Assim como as outras medidas de qualidade de carcaça, o marmoreio possui elevados valores de herdabilidade. Crews Junior et al. (2003) encontraram estimativa de herdabilidade de 0,54 para a marmorização em bovinos, fato que comprova que a ultrassonografia pode auxiliar na identificação de cruzamentos superiores. 58

59 OUTRAS CARACTERÍSTICAS QUE PODEM SER AVALIADAS PELO PROGRAMA: Intervalo entre partos; Duração da gestação; Habilidade de permanência no rebanho; Probabilidade de prenhez aos 14 meses; Maciez da carne; Resistência a parasitas; Temperamento; Eficiência alimentar; Produtividade acumulada (Kg de bezerro desmamado pela fêmea) Utilização das informações geradas Como citado anteriormente, as avaliações genéticas de todos os animais do rebanho (reprodutores, matrizes e produtos) são disponibilizadas ao pecuarista cliente. Além da divulgação dos resultados na forma de DEP s, os animais são ranqueados de acordo com um índice criado pelo Programa, chamado de Índice de Qualificação Genética (IQG) e alocados em classes de percentis. Devemos ressaltar que a DEP deve ser utilizada como critério de seleção ou de descarte dos indivíduos e o plano de acasalamentos deve ser feito com base nas DEP s preditas dos produtos gerados por aquele acasalamento. A acurácia é a indicadora de intensidade da utilização da DEP, ou medida de risco. A expressão matemática utilizada para cálculo da acurácia no Programa Geneplus é a recomendada para gado de corte pelo Beef Improvement Federation (BERTRAND et al., 2002) dos Estados Unidos. 59

60 Índice de Qualificação Genética (IQG) O IQG tem por objetivo agregar em um único valor classificatório as estimativas dos valores genéticos dos indivíduos, expressas em DEP s, ponderadas pelos respectivos graus de importância na composição do objetivo geral da seleção (NOBRE et al., 2013). O IQG é expresso em unidades de desvios-padrão. As classes de percentis são usadas para facilitar uma rápida indicação da posição do indivíduo para uma determinada DEP envolvendo o número total de indivíduos avaliados. Um diferencial do Programa Geneplus é a apresentação de dois percentis, sendo que um classifica o animal dentro de toda população e no outro o animal é classificado dentro da população de animais ativos. Os animais ativos referem-se aqueles nascidos nos últimos 5 anos. Dessa forma, o segundo percentil gera uma classificação mais rigorosa e adequada para fins de seleção, visto que o indivíduo é classificado dentro de um grupo de animais geneticamente superiores, com médias de valores genéticos superiores aos da população, e desconsideram-se os animais de gerações anteriores. O IQG básico inclui características relacionadas aos desempenhos produtivos e reprodutivos, ponderadas por seus respectivos graus de importância ou pesos. O IQG é formado de acordo com a raça em questão, e também pode ser alterado pelo pecuarista utilizando o software Geneplus (SGPR), uma vez que de acordo com a raça ou o pecuarista, as características de interesse mudam, assim como seus respectivos pesos. Abaixo segue o IQG para raça Nelore: IQG =(5%*TMM)+(15%*PD)+(15%*TMD)+(15%*PS)+(20%*GPD)+(10%*CFS)+ (10%*PES)+(10%*IPP), onde: TMM = total maternal do peso aos 120 dias; PD = peso a desmama; TMD = total materno do peso a desmama; PS = peso ao sobreano; GPD = ganho de peso pós-desmama; 60

61 CFS = conformação frigorífica ao sobreano; PES = perímetro escrotal ao sobreano; IPP = idade ao primeiro parto De acordo com os resultados do IQG os animais ainda são divididos em classes, sendo E = elite; S = superior, R = regular e I = inferior. Um diferencial exclusivo para a raça Nelore é que, além do IQG básico, foram criados IQG para a fase de cria (IQGc), IQG para fase de recria (IQGrc) e IQG para fase de reprodução (IQGrp), cada qual com seu objetivo específico. Os dados com as DEP s e com os IQG s são divulgados pelo Geneplus/Embrapa anualmente através dos Sumários, tanto na forma impressa (Figura 12), nos quais possuem apenas as avaliações dos 240 primeiro touros no ranking da raça e também via software Geneplus (SGPR) (Figura 13) onde se encontram o Sumário de Touros, Matrizes e Produtos. Os Sumários de Touros incluem várias características que dizem respeito aos animais avaliados, como: nome e registro genealógico do touro, de seu pai e seu avô materno; data de nascimento; disponibilidade de sêmen; número de filhos avaliados e o número de rebanhos; IQG e respectivo percentil; ranking; classe; DEP s; acurácias; percentis; médias gerais para cada característica. Figura 12. Capa do sumário de touros da raça Nelore Fonte: geneplus.com.br 61

62 Figura 13. Sumário online de touros da raça Senepol 2014 classificados pelo ranking de IQG. Fonte: do autor. Os resultados apresentados anualmente auxiliam o produtor na tomada de decisão. Cabe ao criador juntamente com o auxílio do técnico credenciado, identificar quais indivíduos serão utilizados no processo reprodutivo, qual a participação deles e como serão combinados. Para isso o software Geneplus possui uma ferramenta de avaliação de acasalamentos, onde é possível selecionar os touros que o pecuarista deseja utilizar, e as suas matrizes. O software então a partir dos dados cadastrados em seu banco avalia todas as possibilidades de cruzamento e gera uma DEP predita para a progênie que aquele acasalamento irá gerar, conforme podemos visualizar na Figura

63 Figura 14. Predição dos acasalamentos via software Geneplus. Fonte: do autor Para fins de exemplo foram selecionados os 4 touros mais bem colocados no ranking do IQG, representados na figura na linha horizontal pelos seus respectivos números. O mesmo foi feito com as matrizes, porém selecionadas um número de 20 matrizes, representadas na linha vertical da figura. As DEP s preditas das progênies podem ser visualizadas na tabela. Como para esse exemplo foi utilizado os melhores touros e as melhores matrizes, percebe-se que a maioria das progênies geradas ficou com percentil 0,5% a 1%. Porém, é possível realizar esses acasalamentos na prática também, basta o pecuarista tomar a decisão correta. O software ainda permite que sejam evitados a geração de acasalamentos em que a consanguinidade seja alta, o que permite uma filtragem dos resultados. Não é correto depositar toda confiança nos resultados do software, o técnico deve ir até a fazenda e avaliar visualmente os touros e matrizes escolhidas, a fim de perceber algum problema que possa ocorrer, ou mudar o 63

64 acasalamento de determinado touro com determinada matriz para que se corrija algum problema fenotípico, por exemplo, comprimento de umbigo. Com a seleção anual e o melhoramento do rebanho, o pecuarista pode avaliar o desenvolvimento de seu programa de melhoramento nos gráficos interativos, como já citado. Assim o Programa Geneplus usa a avaliação genética como uma ferramenta de trabalho na condução de um programa de melhoramento genético. O Programa é definido na busca por uma maior produção de quilogramas de carne por hectare, em determinado tempo e com menores custos. Com isso, o Programa beneficia tanto os produtores de genética, quantos os multiplicadores dessa genética, e os produtores comerciais que utilizam dos reprodutores de valores genéticos superiores, e obtém animais de melhor qualidade para venda Projeto de pesquisa - Integração de recursos nutricionais e genéticos para a produção de carne bovina de qualidade no sistema precoce O projeto intitulado Integração de recursos nutricionais e genéticos para a produção de carne bovina de qualidade no sistema precoce trata-se de um trabalho de pesquisa de grande amplitude, no qual abrange diversas áreas relacionadas à produção animal. O mesmo visa atender diversos objetivos e integrar diferentes setores do CNPGC. O projeto foi delineado para avaliar a integração de estratégias nutricionais envolvendo diferentes tipos de suplementação e aditivos alimentares, e de recursos genéticos, que envolvem diferentes raças adaptadas às condições do Brasil Central, e visa encontrar alternativas para o aumento da eficiência produtiva e da sustentabilidade econômica do sistema precoce de produção. O principal objetivo do mesmo é contribuir com a melhoria na qualidade de carne bovina e com o uso das tecnologias e recursos de maneira eficiente, e assim contribuir para o fortalecimento da pecuária brasileira. A pesquisa ainda tem como objetivos específicos: avaliar o desempenho e características de carcaça de bovinos cruzados através do uso da virginiamicina como aditivo único ou combinada com monensina em 64

65 suplementos, tanto para estação seca como das águas; comparar também o uso da primeira versus um suplemento proteico-energético; avaliar o desempenho e características de carcaça de novilhos e novilhas de diferentes grupos genéticos, assim como a qualidade da carne. Tive a oportunidade de acompanhar a fase de terminação dos animais em confinamento, abate e análises de carne, sendo que as primeiras etapas já haviam sido realizadas. O experimento esta sendo conduzido na sede da Embrapa Gado de Corte, na cidade de Campo Grande/MS, utilizando-se 100 animais, sendo 50 machos e 50 fêmeas. A safra de animais cruzados referente foi oriunda da inseminação de matrizes Nelore, ½ Angus + ½ Nelore e ½ Caracu + ½ Nelore com touros Caracu, Canchim e Braford, em estação de monta de verão, formando assim os grupos genéticos apresentados na Tabela 4: Tabela 4. Grupos genéticos utilizados no experimento. Sigla Grupo Genético NEL NELCAR NELCAN NELBRA CARNEL CARNELCAN CARNELBRA ANGNELCAR ANGNELCAN ANGNELBRA Nelore ½ Nelore x ½ Caracu ½ Nelore x ½ Canchim ½ Nelore x ½ Braford ¾ Caracu x ¼ Nelore ¼ Caracu x ¼ Nelore x ½ Canchim ¼ Caracu x ¼ Nelore x ½ Braford ¼ Angus x ¼ Nelore x ½ Caracu ¼ Angus x ¼ Nelore x ½ Canchim ¼ Angus x ¼ Nelore x ½ Braford Vale ressaltar que essa mesma pesquisa já se repete a alguns anos, sendo que em cada ano as raças utilizadas nos cruzamentos são alteradas. As matrizes foram mantidas em pastagens de Braquiária brizantha cv. Marandu e Panicum maximum de boa qualidade e receberam suplementação mineral. Na inseminação foram utilizados ao menos cinco touros de cada uma das raças, sob avaliação, de forma a ter uma representatividade maior das mesmas. 65

66 Após a desmama os animais foram encaminhados para recria em uma área de pastagem composta por 8 piquetes de 8 hectares (ha) cada, num total de 64 ha. Os piquetes foram formados por Brachiaria brizantha cv. Marandu e possuíam comedouros e bebedouros. Os animais foram distribuídos nos piquetes com o cuidado de se formar grupos que continham indivíduos de todos os cruzamentos avaliados. O método de pastejo adotado foi o de lotação contínua. Os animais receberam manejo sanitário adequado, conforme calendário sanitário da região, assim como as matrizes. Ao final do período de seca os machos foram castrados cirurgicamente. Ao longo desse período de recria os animais foram submetidos a diferentes estratégias nutricionais (tratamentos), englobando a estação das secas e das águas, sendo virginiamicina no sal mineral, no sal proteinado, e virginiamicina combinada com monensina. Ao final do período de recria todos os animais foram encaminhados para o confinamento, caracterizando o início da fase de terminação. No confinamento os animais foram alojados em baias individuais com dimensões de 2 m x 15 m, parcialmente cobertas e concretadas ao longo da linha de cocho. Foi realizado um período de adaptação à dieta de confinamento e ao local (21 dias), através do incremento gradual do nível de concentrado em três passos, com fornecimento ad libitum. A dieta foi formulada no software Invernada Embrapa, de forma a apresentar 13% de proteína bruta e 71% de nutrientes digestíveis totais estimado, numa proporção volumoso:concentrado de 35:65 (Tabela 5). Tabela 5. Composição de ingredientes da dieta do confinamento. Ingrediente g/kg de MS Silagem de sorgo 355 Casca de soja 200 Milho grão seco 383 Farelo de soja 45% 36 Calcita 10 Núcleo mineral 7 Sulfato de amônia 0,8 Ureia 8 66

67 A dieta era fornecida duas vezes por dia, às 8:30 h e às 14:00 h. A oferta foi ajustada diariamente em função das sobras observadas, para garantir sobras de aproximadamente 5%. Os animais foram pesados a cada 28 dias, com jejum prévio de água e sólidos totais de 16 horas. A partir das medições foi possível determinar o ganho de peso médio diário dos animais, o consumo de matéria seca e a conversão alimentar. Também foram realizadas medidas de ultrassonografia de carcaça. A medida da espessura de gordura subcutânea (EGS) foi usada para determinar o ponto de abate, o qual foi definido como a data em que os animais atingirem 5 mm de EGS. Os animais que atingiram 5 mm de gordura foram abatidos em frigorífico comercial, com sistema de inspeção federal (S.I.F), de acordo com procedimentos humanitários, conforme exigido pela legislação brasileira. Durante o período de estágio a maioria dos animais foram abatidos (47 cabeças) e restaram no confinamento um total de 18 cabeças que não atingiram os 5 mm de EGS. Após a morte do animal foi realizada a esfola, evisceração, divisão e lavagem das carcaças. As carcaças foram pesadas (peso de carcaça quente), identificadas e resfriadas a 2 C por 24h. O ph do músculo Longissimus dorsifoi tomado antes (ph0) e após o resfriamento da carcaça (ph24). O músculo Longissimus dorsi foi seccionado na região entre as 12ª e 13ª costelas, onde foram realizadas mensurações da área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e marmoreio. Os cortes do músculo Longissimus dorsi foram levados até o frigorífico particular da Embrapa Gado de Corte (desativado para abates por motivos de segurança do trabalho). O estagiário então auxiliou na coleta de amostras, limpeza, medição do ph e cor, identificação das amostras, cortes de bifes na região da 5 e 12 costelas, embalagem e armazenamento. Foram realizadas também análises de perdas por cozimento, perdas de exsudato, maciez (força de cisalhamento Figura 15), além do marmoreio avaliado subjetivamente (USDA Quality Grade, 1999) (Figura 16), todas aos 0 e 7 dias de maturação. 67

68 Figura 15. Medida de força de cisalhamento. Fonte: do autor Figura 16. Avaliação subjetiva do grau de marmoreio. Fonte: do autor. Na semana posterior ao encerramento do período do estágio iriam ser realizadas novas medidas de ultrassonografia, a fim de observar a EGS dos animais restantes em confinamento, os quais se atingissem os 5 mm iriam ser abatidos. Após término das análises dos animais que restaram, os dados começarão a ser tabulados para posterior publicação dos resultados. Os resultados começarão ser divulgados a partir de 2015, através de artigos 68

69 publicados em revistas, resumos enviados a congressos, mas principalmente a divulgação direta em textos técnicos para pecuaristas e através das associações de raças dos animais envolvidos na pesquisa. O projeto gerará conhecimentos sobre o uso de recursos genéticos animais e uso estratégico de suplementação visando melhorar a qualidade da carne bovina. Com isso, fornecerá alternativas de sistema de produção e de utilização de recursos genéticos, para redução do ciclo de produção e aumento da eficiência, assegurando a produção de carne de maior qualidade com competitividade e sustentabilidade. A pesquisa envolveu cerca de 10 a 15 estudantes de graduação e pósgraduação, vindos de diversas instituições parceiras, caracterizando uma contribuição significativa do projeto na formação de recursos humanos Estudo da estrutura de população da raça Senepol no Brasil A pesquisa trata-se de um experimento de mestrado, com o principal objetivo de estudar a estrutura da população Senepol do Brasil. A estrutura populacional foi analisada em termos de nível de integridade de pedigree, coeficiente de endogamia individual, relacionamento médio, intervalo de gerações, taxa de endogamia, tamanho efetivo populacional, número efetivo de fundadores, ancestrais e de genomas equivalentes. Os estudos da estrutura das populações por meio de informações de pedigree podem ser úteis para identificar importantes circunstâncias que afetam o histórico genético das populações (VALERA et al., 2005). Para Oliveira et al. (2011) a estrutura de uma população deve ser bem conhecida de modo que se possa direcionar o desenvolvimento de estratégias para um gerenciamento adequado dos recursos genéticos para a preservação e o aproveitamento da máxima diversidade. Os dados que estão sendo utilizados no projeto são referentes ao registro genealógico completo da raça Senepol do Brasil, mantidos pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) e Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte Geneplus. 69

70 As informações utilizadas são de pedigree de bovinos nascidos entre os anos de 1955 e 2013, visto que além dos animais nascidos no Brasil, existem animais nascidos em outros países e totalizam registros de animais Puros de Origem, sendo fêmeas e machos. O trabalho desenvolvido pelo estagiário neste projeto era o de pesquisar toda genealogia referente à raça Senepol, através do banco de dados existente na Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB) e no Geneplus. A genealogia era pesquisada através dos seguintes endereços eletrônicos: e A partir dos dados de genealogia de cada animal pertencente ao banco de dados, era formada a árvore genealógica completa do mesmo, até que se chegasse aos animais fundadores da raça. Como o experimento ainda encontrava-se em andamento na fase de levantamento de dados, não foi possível ao estagiário acompanhar as demais análises de estrutura populacional. Os aplicativos computacionais ENDOG (v. 4.6) (GUTIÉRREZ E GOYACHE, 2005), Poprep (GROENEVELD et al., 2009) e CFC (SARGOLZAEI et al., 2006) seriam utilizados para a análise do pedigree Participação em cursos/minicursos A Embrapa disponibiliza semanalmente em suas dependências alguns minicursos, com o objetivo de expandir o conhecimento entre seus colaboradores e também a comunidade externa. O estagiário teve a oportunidade de acompanhar o 26 Curso de Melhoramento de Gado de Corte do GENEPLUS, além de dois minicursos, sendo um do software Invernada - Embrapa, e outro do Software R de análises estatísticas Curso de Melhoramento de Gado de Corte do GENEPLUS A 26 edição do curso aconteceu nas dependências de Embrapa Gado de Corte e contou com palestras de diversos profissionais da área de produção animal, principalmente relacionados ao melhoramento genético. Profissionais 70

71 esses, de renome internacional e referências em pesquisas sobre melhoramento genético bovino. O curso teve duração de aproximadamente 32 horas, com alternância entre palestras e práticas a campo de avaliação de escores corporais de matrizes e avaliação de escores de conformação frigorífica (Figura 17). As palestras trataram de diversos temas atuais de interesse na área de melhoramento genético animal, e seguiram o roteiro dos capítulos do livro intitulado Melhoramento Genético Aplicado em Gado de Corte Programa Geneplus Embrapa (ROSA et al., 2013b). O curso foi de extrema importância para o estagiário, sendo uma ótima oportunidade para aprofundar os conhecimentos na área, e mais que isso, aprender detalhadamente o conteúdo acompanhado durante o estágio no Programa Geneplus. Figura 17. Prática de avaliação de escore de conformação frigorífica. Fonte: do autor Minicurso Software Invernada - Embrapa O software Invernada (Figura 18) é um sistema de apoio ao planejamento da produção de bovinos de corte, através da formulação de 71

72 dietas com várias opções de otimização. Permite a formulação de dietas de custo mínimo, a fim de maximizar o lucro do pecuarista. O software também dispõe de ferramentas auxiliares que permitem analisar o sistema de produção e comparar cenários. O sistema incorpora um banco de dados de clima e de alimentos, e permite a simulação do crescimento de pastagens, do pastejo e do crescimento dos animais. O minicurso foi disponibilizado aos estagiários que estavam participando do projeto Integração de recursos nutricionais e genéticos para a produção de carne bovina de qualidade no sistema precoce, uma vez que os animais foram confinados em determinado estágio do experimento. Através do curso foi possível conhecer uma ferramenta criada no Brasil e adaptada às condições do País para formulação de dietas para bovinos de corte, visto que a pouca quantidade de softwares disponíveis para essa função são de origem estrangeira e de difícil manipulação. Figura 18. Software Invernada Fonte: cpac.embrapa.br Minicurso Software R O R trata-se de um software gratuito de computação estatística. O programa oferece uma variedade de modelos e testes estatísticos. O R trabalha com um conjunto de pacotes, que podem ser baixados online de 72

73 acordo com a função ou área de estudo específica. A linguagem R é amplamente utilizada para análise de dados estatísticos em pesquisas agropecuárias. Uma das dificuldades do programa é o conhecimento de todos os códigos que precisam ser executados para a utilização do programa, através do uso de uma interface de linha de comando. A Embrapa CNPGC resolveu realizar um minicurso sobre o software R em função da sua ampla utilização pelos pesquisadores da área de melhoramento genético animal. Durante o minicurso foi apresentado o software, sua interface de comando, e realizado alguns comandos e análises básicas para demonstração de exemplos. 73

74 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O crescimento da atividade pecuária no País aliada ao grande crescimento populacional, faz com que seja cada vez mais necessária uma gama de profissionais capacitados e com experiência prática, que trabalhem para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, de forma a utilizar as tecnologias disponíveis no mercado para que seja atendida a grande demanda de carnes do mercado consumidor. Os estágios realizados ao longo da graduação são de extrema importância para que o estudante se torne capacitado a atuar nesse mercado em desenvolvimento e principalmente alie os conhecimentos adquiridos na Universidade com a prática de campo, ou seja, com o real mercado de trabalho em que irá se inserir. O estágio também permite o conhecimento de diferentes realidades e observação de diversas culturas espalhadas por cada região do País, tornando assim o acadêmico mais apto a enfrentar qualquer tipo de desafio, seja qual for a região em que irá trabalhar. O estágio realizado em dois locais distintos permitiu o conhecimento da diversificação de regiões e foi de extrema importância, uma vez que as atividades realizadas nos dois locais se complementaram contribuindo para um maior conhecimento do acadêmico. Em um primeiro momento foi possível conhecer de forma aplicada as biotécnicas reprodutivas utilizadas para bovinos e permitiu o acompanhamento prático das técnicas juntamente com os Médicos Veterinários responsáveis pela empresa. Em um segundo momento, o estágio em um centro nacional de pesquisas em gado de corte possibilitou um leque de conhecimentos nas mais diversas áreas da pecuária e também o conhecimento de uma realidade distinta da encontrada até então. A Embrapa oportunizou a participação em cursos, palestras, dias de campo, e tornou possível o contato com um gama de profissionais, produtores e pesquisadores da área de bovinocultura de corte, facilitando a troca de experiências. Por fim, ao relacionar os conhecimentos adquiridos nas biotécnicas reprodutivas, foi possível associá-las ao melhoramento genético animal, proporcionando uma experiência profissional fundamental para atuação no mercado de trabalho. 74

75 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIEC Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. Balanço da Pecuária Disponível em: < jpg>. Acesso em 03 out ALVAREZ, P. et al. Ovarian and endocrine characteristics during an estrous cycle in Angus, Brahman and Senepol cows in a subtropical environment. Jornal of Animal Science, v. 78, p , ANDRADE, G. A. et al. Fatores que afetam a taxa de prenhez de receptoras de embriões bovinos produzidos in vitro. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 36, p , BERETTA et al. Produtividade e eficiência biológica de sistemas pecuários de cria diferindo na idade das novilhas ao primeiro parto e na taxa de natalidade do rebanho no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 30. P , BERGMANN, J. A. G. Objetivos e critérios de seleção. In: WORKSHOP SELEÇÃO EM BOVINOS DE CORTE, 2003, Salvador. Anais...Disponível em: < %20e%20criterios%20de%20selecao.pdf>. Acesso em 03 out BERTRAND, J. K. et al. Genetic evaluation for beef carcass traits. Journal of Animal Science, v. 79, p , BERTRAND, J. K. et al. R.E National Cattle Evaluation. In: BEEF IMPROVEMENT FEDERATION. Guidelines for uniform beef improvement programs. 8 Ed. Athens, GA, p , Disponível em < Acesso em 03 out BOLIGON, A. A. et al. Herdabilidades e correlações entre pesos do nascimento à idade adulta em rebanhos da raça Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 12, p , Disponível em: < Acesso em 03 out BOSSIS, I. et al. Nutritionally induced anovulation in beef heifers: Ovarian and endocrine function during realimentation and resumption of ovulation. Biology of Reproduction, v. 62, p , BRACKETT, R.G. et al. Normal development following in vitro fertilization in the cow. Biology of Reproduction, v. 27, p , BRINKS, J. S. Expected progeny differences. Don-Arts Printers, Colorado, 38 f.,

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82 ANEXOS Anexo 1 Valor da tecnologia Geneplus Embrapa utilizando como referência o valor da arroba do mês de setembro, na praça de Campo Grande/MS: Tabela de Valores da Tecnologia Geneplus N @/v/a R$/m R$/v/m Arrobas por vaca por ano; R$/m Valor em reais por mês; R$/v/m Valor em reais por vaca por mês. em 1 de setembro de 2014 = 124,00 82

83 Anexo 2 Software Geneplus: 83

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