INSEMINAÇÃO HOMÓLOGA PÓSTUMA: A NÃO REGULAMENTAÇÃO E A DIFICULDADE INTERPRETATIVA DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. RESUMO

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1 147 INSEMINAÇÃO HOMÓLOGA PÓSTUMA: A NÃO REGULAMENTAÇÃO E A DIFICULDADE INTERPRETATIVA DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. Joyce Monique de Aguiar 1 Lisiana Zorzi 2 RESUMO O presente estudo faz uma análise sobre as técnicas de reprodução assistida, a necessidade de regulamentação por lei, principalmente da inseminação artificial póstuma, para evitar problemas de sucessão, aos quais o ordenamento jurídico apenas faz uma menção. Analisa ainda, a gênese da inseminação, sua evolução histórica, a legislação vigente no Brasil e em países do MERCOSUL, a proteção constitucional do direito de liberdade pela autonomia de vontade, a importância da bioética nos limites e finalidades da inseminação, a volição dos atores que compõem a tríade parental no planejamento familiar e, por fim, a adequação do ordenamento jurídico no caso concreto. Palavras-Chaves: Direito de Família, Inseminação Póstuma, Autonomia da vontade, Bioética. 1. INTRODUÇÃO Entre as descobertas tecnológicas obtidas pela medicina, nos últimos tempos, está a reprodução humana através da inseminação artificial (reprodução assistida), dentre elas a inseminação póstuma objeto do estudo. A RA é uma técnica que surgiu a fim de ajudar casais que sofrem com a esterilidade proveniente de uma imperfeição de saúde e causador de implicações psicológicas. E embora a infertilidade impedisse a realização de um projeto compartilhado do casal, a vontade superava tal problemática. As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação. Quando outras medidas terapêuticas tenham se revelado ineficazes ou consideradas inapropriadas 3. A inseminação póstuma por sua vez causa um desconforto ético, pelo fato de não haver lei para o caso concreto. A bioética surge, neste cenário, para aprimorar uma reflexão ética sobre o tema, fazendo com que a autonomia da vontade do casal não se abstenha em apenas buscar a 1 Graduada em Direito pelas Faculdades Integradas São Judas Tadeu. 2 Graduada em Direito pelas Faculdades Integradas São Judas Tadeu. 3 RESOLUÇÃO CFM nº 1.957/2010 (Publicada no D.O.U. de 06 de janeiro de 2011, seção I. 79) A Resolução CFM nº 1.358/92, após 18 anos de vigência, recebeu modificações relativas à reprodução assistida, o que gerou a presente resolução, que a substitui in totum.

2 maternidade/paternidade, mas sim incita pela sobriedade em se pensar no sentido de se gerar um novo ser. Para Jorge Biscaia 4 nem tudo o que é tecnicamente possível pode ser eticamente defensável. A bioética traz confrontos e controvérsias entre médicos, filósofos, psicólogos e juristas, buscando através de discussões incansáveis, um consenso generalizado na defesa da dignidade humana 5. No entanto, mesmo afirmando-se que o referido ordenamento jurídico não tenha faltado em mencionar os avanços no campo biotecnológico e tampouco ignorando a filiação nos casos de reprodução assistida, falta-nos ainda uma legislação atual capaz de preencher os artigos do código civil de 2002, que além de permitir lacunas, geram contradições entre si. Mas essa ausência não e um ônus somente do Brasil, percebe-se a falta de comprometimento em buscar normatizar tais questões em todos os países membros do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) INSEMINAÇÃO HOMÓLOGA PÓSTUMA Com o surgimento da Engenharia Genética e o aperfeiçoamento das técnicas de reprodução humana nas recentes biotecnias de manipulação genética, oportunizou-se a inseminação post mortem através da utilização da criopreservação (o congelamento do material genético, no caso, o esperma), permitindo a fecundação após a morte do marido, gerando assim, a possibilidade de conceber um filho sem a presença em vida do pai. Diante das circunstancias de não existir uma lei específica que regule a reprodução assistida no país, podem ocorrer problemas com a sucessão de filhos gerados por meio das técnicas de reprodução assistida. Assim, essa lacuna permite interpretações controversas sobre o direito do filho concebido mediante inseminação artificial post mortem CONCEITUAÇÃO E GÊNESE DA INSEMINAÇÃO E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 4 Jorge Biscaia Problemas éticos da reprodução assistida. Presidente do centro de Estudos de Bioética- Portugal Bioética. Vol. 11 nº Brasília. 5 Art 1, III da CF/88. O conceito de dignidade da pessoa humana não surge na Grécia e sim posteriormente com o cristianismo, onde irá nascer o conceito de pessoa que os gregos e os romanos desconheciam. A filosofia do direito medieval movida precipuamente pelo cristianismo foi muito influenciada por Paulo de Tarso (São Paulo) onde surge o conceito de vontade. São Paulo admitiu a existência de um direito natural inscrito no coração das pessoas (NADER, Paulo. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p.121.)

3 Ab initio, faz-se necessária uma breve introdução sobre o termo Reprodução Assistida (RA), que significa as diversas técnicas de interferência no processo convencional (ato sexual). A RA se destina à implantação artificial de espermatozoides ou embriões humanos no aparelho reprodutor da mulher receptora 6. Dentre as várias técnicas estão, por exemplo 7 : a fertilização in vitro (FIV) e sua variantes; a inseminação artificial homóloga, heteróloga e a post mortem; a doação de óvulos, sêmen e embriões; o empréstimo de útero; o congelamento de embriões; e as pesquisas com embriões. O Conselho Federal de Medicina através de resolução 8 regulamenta Reprodução Assistida: As técnicas de reprodução assistida (RA) têm o papel de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação quando outras terapêuticas tenham se revelados ineficazes ou consideradas inapropriadas. 2 - As técnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e não se incorra em risco grave de saúde para a paciente ou o possível descendente. 3 - O consentimento informado será obrigatório a todos os pacientes submetidos às técnicas de reprodução assistida, inclusive aos doadores (...). A reprodução assistida, basicamente, possui duas modalidades 9 : aquela na qual são introduzidos os espermas no aparelho reprodutor feminino, conhecida como inseminação artificial (IA); e as manipuladas fora do corpo, fertilização que ocorre em tubos de ensaio, chamada fertilização in vitro (FIV), também chamada de bebê de proveta, sendo a técnica mais utilizada no mundo. No que diz respeito às inseminações homóloga e heteróloga, a primeira é aquela na qual se utiliza o material genético do casal, enquanto na heteróloga é utilizado o material genético de outra pessoa, e divide-se em três, tipos conforme ELIZANDRA (2006 apud FERNANDES 2000): 10 a matre, quando o gameta doado for o feminino, a patre, quando se tratar de doação de gameta masculino, ou total, quando os gametas utilizados na fecundação, tanto os masculinos quanto os femininos, são de doadores. 6 CORRÊA. Marilena Cordeiro Dias Villela, Ética e reprodução assistida: A medicalização do desejo de filhos. Bioética 2001 vol. 9 - nº 2. 7 CORRÊA. Marilena Cordeiro Dias Villela, Ética e reprodução assistida: A medicalização do desejo de filhos. Bioética 2001 vol. 9 - nº 2. 8 Normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida no Brasil. RESOLUÇÃO CFM nº 1.957/2010. Disponível em: Acesso em 20/03/ ESPINDOLA. José Sebastião, Contribuição jurídica para a legislação sobre fertilização humana assistida. Bioética 2003 vol.11 nº SILVA. Elizandra Mara da, A Filiação em Face da Reprodução Humana Assistida 371 REVISTA DA ESMESC, v.13, n. 19, Disponível em:

4 A inseminação artificial post mortem possibilita a utilização do material genético após a morte do cônjuge ou companheiro, ocasionando que o material genético ora conservado, seja ele esperma ou óvulo, possa ser utilizado mesmo após seu falecimento, mediante autorização. A inseminação artificial é um método que foi desenvolvido no século XVIII, mas o desejo de procriação é muito antigo, como traduz Thiago Duarte 11 sobre uma passagem bíblica do antigo testamento 12, não propriamente uma técnica de procriação assistida, mas um caso de adultério consentido, que mostra que o desejo de constituir uma família vai além do seu curso natural. A IA é utilizada há muito tempo para a obtenção de animais com determinadas características selecionadas, há relatos de que, no séc. XIV, tribos Árabes fecundavam animais, e, em 1780, Lázaro Spallanzani, um padre italiano, inseminou artificialmente uma cadela. (DIAS, 1990 apud DUARTE, 2003, p. 20). Em 1785, Thouret, decano da faculdade de Medicina de Paris, teria conseguido fecundar sua mulher considerada estéril. Em 1790, John Hunter inseminou artificialmente uma mulher com sêmen de seu marido. A partir do séc. XIX, surgem os métodos conhecidos atualmente de inseminação com esperma doador, congelação de sêmen e fertilização in vitro LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E MERCOSUL 13. No ordenamento jurídico brasileiro, não há uma legislação específica que regule a prática da reprodução assistida, o que ocasiona uma grande lacuna sobre este tema, no caso em tela, a maior preocupação é sobre a inseminação artificial póstuma que, por se tratar de uma vida futura, precisa de normas concretas para sua efetivação. A reprodução assistida no Brasil é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina através da resolução 14 CFM nº 2013/2013 (revogando a Resolução nº 1.957/10) que regulamenta as normas éticas para a utilização das técnicas da RA, e em seu titulo VIII faz uma exigência para a realização do procedimento post mortem. 11 DUARTE. Thiago, IN VITRO VERITAS? A Procriação Medicamente Assistida na Constituição e na Lei. Livraria Almedina Coimbra. Fevereiro p Biblia Sagrada, livro de Génesis cap..xvi, vers. 1-4 e Génesis, cap. XXX, vers O Mercado Comum do Sul denominado MERCOSUL é o programa de integração econômica de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entretanto, em julho de 2006 a Venezuela aderiu ao bloco. 14 Ibis in idem pg. 02.

5 151 VIII REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST MORTEM É possível desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente. A Resolução de nº 2.013/13 trata da segurança da mulher e da defesa dos direitos reprodutivos para todos os indivíduos e traz algumas mudanças como a idade da paciente até 50 anos, o que antes não havia limite; a doação compartilhada; idade limite para doação de espermatozoides, que é de 50 anos; útero de substituição para parentesco até 4º grau, o que antes era de 1º e 2º grau; números de transferência de ócitos e embriões; descarte de embriões. Cristiano Colombo 15 ressalta que o código civil atual não ignorou os avanços tecnológicos no campo da biomedicina e suas consequências sobre o instituto da filiação em face das formas de reprodução assistida, Não há dúvida que o tema alcança importância, na medida em que o Código Civil, em seu artigo 1.597, III, positivou a inseminação homóloga póstuma, ao fundir as clássicas hipóteses de presunção de paternidade, com as inovações tecnológicas, no campo da reprodução assistida. O novo se une ao antigo, incumbindo ao intérprete harmonizar conceitos introduzidos em diferentes épocas, trazidos à legislação por fundamentos diversos. O código civil tentou dar um norte ao transcrever em seu artigo a presunção de paternidade, mas deixando a desejar no restante. Art Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Na legislação dos países do MERCOSUL este tema ainda é muito recente e, aos poucos, estão se criando normas para regulamentação deste avanço tecnológico, neste aspecto, dois países já elaboraram legislação: Chile e Argentina. Na Argentina, foi aprovada, em junho deste ano, a lei 16 sobre fertilização assistida que prevê que os tratamentos de infertilidade tenham seus custos 15 COLOMBO. Cristiano, Da Reprodução Assistida Homóloga Post Mortem e o Direito à sucessão legítima. Porto Alegre: verbo jurídico, p. 16 Legislação sobre Reprodução assistida na Argentina. Disponível em: Acesso em 25/06/2013.

6 cobertos pelo sistema público de saúde e pelos planos privados 17. A Sociedade Argentina de Medicina Reprodutiva abordou o processo de aprovação da lei Argentina, conforme afirmação de Newton Busso 18. Newton destaca ainda que a mobilização da sociedade foi fundamental para a aprovação da lei que garante a casais heteros e homossexuais o acesso universal a procedimentos e técnicas de reprodução 19. No Chile há um documento 20 de conscientização na área de reprodução assistida que contribui com informações e estudos para inclusão de aspectos que ainda não estão incluídos neste documento e possuem implicações éticas e legais, que dificultam ao legislador a criação de leis nesta área. Uma das discussões é o requerimento do vinculo matrimonial para acessar as técnicas de reprodução assistida. 152 La comunidad científica Latinoamericana se siente orgullosa de haber producido um documento de consenso en esta área de la Salud Reproductiva. Sin duda, quedan muchos aspectos que no han sido incluidos. En un futuro, esperamos producir nuevos documentos que contribuyan a educar a la comunidad, facilitando así una reflexión profunda de todos los estamentos que forman nuestra sociedad. 21 O Poder Judiciário tem uma postura fundamental na afirmação dos direitos, mas, para a concretização destes direitos, exige uma consciência social para o cumprimento das leis. No que concerne aos direitos reprodutivos, constata-se que ainda são muito pouco reivindicados no Judiciário, fazendo-se necessária a utilização dessa estratégia para ampliar o acesso à justiça e permitir que os avanços obtidos na lei sejam incorporados à jurisprudência nacional e às políticas públicas. 22 A legislação brasileira se preocupou apenas com a presunção para fins sucessórios, ela assegura a filiação do filho póstumo, mas uma simples presunção não é suficiente para uma decisão tão importante. Esta lacuna gera diversas interpretações que conflitam com alguns direitos Presidente da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da Febrasgo. 19 Lei de fertilização Argentina. Disponível em: Acesso em 23/06/ Regulamento do Chile. Disponível em: 21 Cosenso Latinoamericano em Aspectos Etico-Legales Relativos a Las Técnicas de Reproduccion Asistida Reñaca, CHILE Ventura, Miriam. Direitos reprodutivos no Brasil / Mirian Bibliografia - 1. Direitos Humanos 2. Reprodução Humana 1. Título. Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil. Disponível em: Acessado em: 26/06/2013.

7 AUTONOMIA DA VONTADE E BIOÉTICA O desejo por ter filhos sempre foi o alvo das pessoas inférteis, o que se torna possível com os avanços tecnológicos das técnicas reprodutivas, através da autonomia de vontade sobre um planejamento familiar. A autonomia de vontade é a capacidade de decidir, agir e pensar de modo livre e independente sobre os atos vida. É um princípio constitucional garantido pelo direito de liberdade 23, que protege a dignidade humana. Para o filósofo John Mil 24, o princípio da autonomia é respeitar a autonomia do outro, desde que não resulte em danos aos demais, e que a pessoa respeitada possua um razoável nível de maturidade, Mil ainda escreve que sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente, o individuo é soberano. A bioética 25, por sua vez, tem como objetivo esclarecer limites e finalidades sobre a intervenção do homem na vida, expondo os possíveis riscos desta intervenção, estabelecendo valores éticos 26 e profissionais e promovendo um bom relacionamento entre médico e paciente. A bioética traz confrontos e controvérsias entre médicos, filósofos, psicólogos e juristas, buscando um consenso na defesa da dignidade humana. Essa autonomia traz a ideia de liberdade total sobre o que se deseja, mas, na verdade, essa autonomia é limitada. Essa limitação começa quando os atos ultrapassam os direitos pessoais vindos a interferir em direito alheio. A interferência do estado em certas decisões autônomas fere o princípio da autonomia privada, que limita o poder de decisão da pessoa em casos que precisem de proteção, o chamado paternalismo. Neste sentido traduz ALMEIDA 27 : Em âmbito legal, o paternalismo tem sido definido em termos de coerção do Estado através de leis que interferem nas liberdades de ação dos indivíduos. Essas leis podem ser justificadas pelos argumentos do bem-estar, da felicidade, das necessidades ou dos valores das pessoas. 23 O direito de liberdade é garantido pela constituição federativa do Brasil em seu art. 5º, caput: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade Jonh Stuart Mil filósofo francês em sua obra ensaio sobre liberdade Publicado em A bioética tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações. 26 JUNQUEIRA, Cilene Rennó. Consentimento nas relações assistenciais. In: RAMOS, D. L. P. Bioética e ética profissional. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, Almeida, José Luiz Telles de. Respeito à autonomia do paciente e consentimento livre e esclarecido: uma abordagem principialista da relação médico-paciente. [Doutorado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; p.

8 O parágrafo 7º do art. 226 da Constituição Federal pode ser considerado o conceito normativo dos direitos reprodutivos no ordenamento jurídico nacional: 154 " 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas." 3.1. A VOLIÇÃO DOS ATORES DA TRÍADE PARENTAL A reprodução assistida pode ser considerada como um instrumento disponível para o planejamento da vida reprodutiva, esse planejamento passa por algumas etapas, como preenchimento de requisitos e aspectos médicos até sua conclusão, não podendo ser descartada a necessidade de serem analisados também os aspectos sociológicos, psicológicos e éticos, para que se tenha ciência objetiva da decisão tomada. No caso da inseminação póstuma, a decisão por realizar o procedimento, muitas vezes, é considerada como um ato egoísta da pessoa, pois ela está pensando apenas em si, em sua realização pessoal e na concretização do seu desejo, devido à vulnerabilidade da ocasião. O momento da decisão sobre este procedimento pode tornar a sua autonomia prejudicada pela falta de regulamentação. O direito ultrapassa interesses individuais, zelando pela proteção daqueles considerados vulneráveis 28, neste sentido menciona COLOMBO 29 : o novo direito privado caminha para a solidariedade, identificando sujeitos que devam receber uma maior proteção, em face de se encontrarem em situação de desigualdade. Pode-se verificar a relação da vulnerabilidade com a tríade parental, pela fragilidade dos envolvidos no caso concreto, o marido acometido por uma doença em estágio terminal vindo a falecer, a esposa abatida pela perda do companheiro em conflito com seus sentimentos e o filho póstumo concebido como compensação pela morte do companheiro, que nascerá sem a presença do pai. Há de se analisar o momento dessa volição, já que não se pode separar a inseminação póstuma da morte, esta situação, por si só, já é considerada vulnerável, e como o direito não regula especificamente o prazo para que este procedimento aconteça, esta análise é de extrema 28 MARQUES, Cláudia Lima; MIRAGEM, Bruno. O Novo Direito Privado e a Proteção dos Vulneráveis. São Paulo: Revista dos Tribunais, p COLOMBO. Cristiano. Inseminação Homóloga Póstuma e a Hipervulnerabilidade de Seus Atores: Novos Rumos. (No prelo)

9 importância para que não seja apenas um desejo subjetivo, e que se tenha consciência objetiva da escolha, e que o filho não se torne apenas objeto de substituição. Diferentemente das outras técnicas 30 de reprodução assistida, nas quais o planejamento e conclusão da inseminação são feitos pelo casal que passa por este momento juntos, a presença do pai (mãe) é constante. Na inseminação póstuma, o planejamento pode até ter ocorrido com o cônjuge ainda vivo, mas, na conclusão, ele não estará mais presente, o que vem a impedir que o filho póstumo usufrua de alguns de seus direitos, como os sucessórios A ADEQUAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO NO CASO CONCRETO 155 A necessidade de haver uma lei que coloque normas para casos específicos se faz necessária para evitar futuros problemas, principalmente no caso da inseminação homóloga póstuma, pois se trata de uma vida que será concebida com violações em seus direitos. Apesar de que, para a efetivação da técnica de inseminação póstuma, é preciso que o cônjuge póstumo tenha deixado uma autorização 31 por escrito, há de se regular as circunstancias. No caso do art.1579, III C.C., quando traduz os havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido, este deixa uma dúvida acerca do momento em que ocorreu a concepção, pois não há regulamento sobre o prazo para esta fecundação, apenas uma presunção como cita COLOMBO 32. As peculiaridades do ordenamento jurídico pátrio, que, nos termos do artigo do Código Civil57 ultrapassa o mero estabelecimento da presunção de paternidade, sendo que presume fictamente o momento em que ocorreu a concepção, qual seja, na constância do casamento, estabelecendo, portanto, termo presuntivo ficto de concepção para a hipótese de inseminação artificial homóloga in vivo post mortem, ou seja, momento em que o pai estava vivo. O artigo do C. C. está em desencontro com outros artigos, uma vez que trata da presunção de paternidade dos filhos concebidos na Constância do casamento, e o casamento se extingue com a morte, conforme art. 1571, I, também do C.C., portanto, presume-se que o 30 Técnicas de reprodução assistida: A fertilização in vitro (FIV) e sua variantes; a inseminação artificial homóloga, heteróloga; a doação de óvulos, sêmen e embriões; o empréstimo de útero (a também conhecida barriga de aluguel); o congelamento de embriões; e as pesquisas com embriões. 31 RESOLUÇÃO CFM Nº 2.013/2013. (Publicada no D.O.U. de 09 de maio de 2013, Seção I, p VIII - REPRODUÇÃO ASSISTIDA POST-MORTEM É possível desde que haja autorização prévia específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado, de acordo com a legislação vigente. 32 COLOMBO. Cristiano. Inseminação Homóloga Póstuma e a Hipervulnerabilidade de Seus Atores: Novos Rumos. (No prelo)

10 casamento não mais exista no momento da inseminação póstuma, podendo ocorrer problemas, principalmente, na sucessão. Apesar de assegurado constitucionalmente o direito de liberdade, o sujeito vulnerável merece proteção do legislador. No caso em tela, o nondum conceptus, não pode exigir seus direitos, mas já os tem garantido pelo código civil 2002, em seu art. 2º: "[...] a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Pela complexidade do assunto, alguns países como a Alemanha (onde a inseminação só é permitida por recomendação médica), a Itália e Portugal proíbem a inseminação homóloga póstuma. Em Portugal, um dos fatores que concorrem para a proibição é a ausência do pai, como descrito em seu artigo 22 da lei 33 36/ Artigo 22.º Inseminação post mortem 1 - Após a morte do marido ou do homem com quem vivia em união de facto, não é lícito à mulher ser inseminada com sémen do falecido, ainda que este haja consentido no acto de inseminação. 2 - O sémen que, com fundado receio de futura esterilidade, seja recolhido para fins de inseminação do cônjuge ou da mulher com quem o homem viva em união de facto é destruído se aquele vier a falecer durante o período estabelecido para a conservação do sémen. 3 - É, porém, lícita a transferência post mortem de embrião para permitir a realização de um projecto parental claramente estabelecido por escrito antes do falecimento do pai, decorrido que seja o prazo considerado ajustado à adequada ponderação da decisão. Frente ao que foi exposto, o procedimento de reprodução artificial post mortem, por envolver pessoas que precisam de proteção por parte do legislativo e pela situação de que precede, deveria ser de pronto proibido, já que o ordenamento jurídico abarca lacunas que possibilitam a violação de direitos, trazendo aspectos éticos de cunho negativo perante a sociedade e pelos problemas advindos dela, principalmente, pela autonomia da pessoa em decidir individualmente sobre o assunto. Mas para não violar o direito protegido constitucionalmente à dignidade humana, priorizase, então, a formulação de uma lei que regule de forma precisa todos os fatores decisivos para a segurança jurídica, estipulando um período máximo para realização do procedimento, e, ainda, o acompanhamento psicológico da mãe e do filho. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 Legislação Portuguesa. PORTUGAL. Lei n. 32/2006. Disponível em: Acesso em: 10/07/2013.

11 Concluiu-se, durante a realização deste trabalho, que, embora o avanço tecnológico suprisse as necessidades existentes no ramo da reprodução assistidas, o ordenamento jurídico brasileiro não alcançou tal progresso, deixando lacunas no caso concreto. Este trabalho elucidou alguns aspectos sobre os tipos de inseminações artificiais, sua evolução histórica e suas normas, ressaltando a técnica de inseminação póstuma. Procedeu-se a verificação de que no País não há legislação especifica suficiente para regulamentar o tema da reprodução humana, a qual é regulada por uma resolução que norteia as técnicas médicas e expõe requisitos para sua execução. Para harmonizar a relação médico/paciente, surge a Bioética, regulando os avanços tecnológicos da medicina, preservando os princípios que protegem a dignidade humana através da autonomia de vontade. No que tange a tríade parental, atentou-se para a vulnerabilidade da situação no momento da realização do procedimento da inseminação póstuma, a qual merece um olhar mais cauteloso para com os envolvidos, principalmente, se tratando do filho póstumo que não pode reivindicar seus direitos e merece proteção do Estado. Pode-se concluir que os avanços tecnológicos na área da reprodução assistida mostram o progresso cientifico, mas também mostram as consequências sociais negativas pela falta de regulamentação. Há a necessidade de uma forte mudança no ordenamento jurídico que possa suprir as necessidades no caso concreto, ou, até mesmo, a possibilidade de sua proibição diante da complexidade do caso REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, José Luiz Telles de. Respeito à autonomia do paciente e consentimento livre e esclarecido: uma abordagem principialista da relação médico-paciente. [Doutorado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; p. Disponível em: iso. COLOMBO. Cristiano, Da Reprodução Assistida Homóloga Post Mortem e o Direito à sucessão legítima. Porto Alegre: verbo jurídico, p. COLOMBO. Cristiano, Inseminação Homóloga Póstuma e a Hipervulnerabilidade de Seus Atores: Novos Rumos. CORRÊA. Marilena Cordeiro Dias Villela, Ética e reprodução assistida: A medicalização do desejo de filhos. Bioética 2001 vol. 9 - nº 2.

12 DUARTE. Thiago, IN VITRO VERITAS? A Procriação Medicamente Assistida na Constituição e na Lei. Livraria Almedina Coimbra. Fevereiro p. 18. ESPINDOLA. José Sebastião, Contribuição jurídica para a legislação sobre fertilização humana assistida. Bioética 2003 vol.11 nº 2. BISCAIA. Jorge, Problemas éticos da reprodução assistida. Presidente do centro de Estudos de Bioética- Portugal Bioética. Vol. 11 nº Brasília. JUNQUEIRA. Cilene Rennó, Consentimento nas relações assistenciais. In: RAMOS, D. L. P. Bioética e ética profissional. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, JUNQUEIRA. Cilene Rennó, Bioética: Conceito, fundamentação e princípios. Disponível em: Acesso em: 20/06/2013. Legislação sobre Reprodução assistida na Argentina. Disponível em: Acesso em 25/06/2013. MARQUES. Cláudia Lima; MIRAGEM. Bruno, O Novo Direito Privado e a Proteção dos Vulneráveis. São Paulo: Revista dos Tribunais, SILVA. Elizandra Mara da, A Filiação em Face da Reprodução Humana Assistida 371 REVISTA DA ESMESC, v.13, n. 19, Disponível em: VENTURA. Miriam, Direitos reprodutivos no Brasil / Mirian Bibliografia - 1. Direitos Humanos 2. Reprodução Humana 1. Título. Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil. Disponível em: Acessado em: 26/06/

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