OS LIMITES DO PLANEJAMENTO DA OCUPAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA
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- Aníbal Castanho Clementino
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1 OS LIMITES DO PLANEJAMENTO DA OCUPAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ZONA COSTEIRA BRASILEIRA I SIMPÓSIO DA REDE DE ALTOS ESTUDOS EM ESTADO E INSTITUIÇÕES CAPACIDADES ESTATAIS E TRANSFORMAÇÕES INSTITUCIONAIS NAS AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO Luciana Fernandes Coelho Mestranda em Direito, Estado e Constituição Especialista em Direito Público Bacharel em Direito
2 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS O que é a zona costeira? Zona costeira é o espaço de interação entre ar, mar e terra incluindo os recursos renováveis ou não, que se estende em uma faixa terrestre e uma faixa marítima (Parágrafo único, Art. 2º, Lei 7.661/88); "I - faixa marítima: espaço que se estende por doze milhas náuticas, medido a partir das linhas de base, compreendendo, dessa forma, a totalidade do mar territorial;" "II - faixa terrestre: espaço compreendido pelos limites dos Municípios que sofrem influência direta dos fenômenos ocorrentes na zona costeira (lista atualizada pelo MMA); Atualmente: 395 Municípios, 17 Estados Segundo o 4º, art. 225, CF/88, a Zona costeira faz parte do patrimônio nacional;
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4 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS O que é a orla marítima? Art. 22. Orla marítima é a faixa contida na zona costeira, de largura variável, compreendendo uma porção marítima e outra terrestre, caracterizada pela interface entre a terra e o mar. Art. 23. Os limites da orla marítima ficam estabelecidos de acordo com os seguintes critérios: I - marítimo: isóbata de dez metros, profundidade na qual a ação das ondas passa a sofrer influência da variabilidade topográfica do fundo marinho, promovendo o transporte de sedimentos; II - terrestre: cinqüenta metros em áreas urbanizadas ou duzentos metros em áreas não urbanizadas, demarcados na direção do continente a partir da linha de preamar ou do limite final de ecossistemas, tais como as caracterizadas por feições de praias, dunas, áreas de escarpas, falésias, costões rochosos, restingas, manguezais, marismas, lagunas, estuários, canais ou braços de mar, quando existentes, onde estão situados os terrenos de marinha e seus acrescidos. (Decreto 5.300/2004)
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6 PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS O que é a praia? Art. 10. As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica. 3º. Entende-se por praia a área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subseqüente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema. (Lei 7.661/88) (Decreto 5.300/2004)
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8 ALGUMAS INCONGRUÊNCIAS Pouca coordenação entre a gestão da zona costeira e a gestão das bacias hidrográficas Gestão da ZC: unidade de gestão é o Município; Gestão da RH: unidade de gestão é a bacia hidrográfica; Gestão por região e gestão por aspectos ecossistêmicos e planejamento urbano;
9 LIMITES NORMATIVOS I) Utilização imprecisa de conceitos A) Patrimônio Nacional: é uma qualicac a o que exige do possuidor a adoc a o de cuidados. Na o há qualquer relac a o direta com o pertencimento a Unia o ou mesmo com a possibilidade de fruic a o indiscriminada da zona costeira por toda a coletividade; "[...] o preceito consubstanciado no art. 225, par. 4o, da Carta da Repu blica, ale m de na o haver convertido em bens pu blicos os imo veis particulares abrangidos pelas orestas e pelas matas nele referidas (Mata atla ntica, Serra do Mar, Floresta Amazo nica brasileira), tambe m na o impede a utilizac a o, pelos pro prios particulares, dos recursos naturais existentes naquelas a reas que estejam sujeitas ao domi nio privado, desde que observadas as prescric o es legais e respeitadas as condic o es necessa rias a preservac a o ambiental (STF, RE /SP; 13 de junho de 1995)
10 LIMITES NORMATIVOS [...] na o obstante as zonas costeiras serem bens pu blicos da Unia o, e certo tambe m que a Zona Costeira, nos termos do art. 225, 4o, da CF/88, e, ao lado da Floresta Amazo nica Brasileira, da Mata Atla ntica, da Serra do Mar, do Pantanal Mato- Grossense, uma a rea de nida pela pro pria Carta Magna, diante da expressiva diversidade biolo gica destes biomas, como patrimo nio nacional, o que assinala que os regionalismos na o devem se sobrepor aos interesses ambientais nacionais. Em outras palavras, ainda que exista sim um interesse estadual, distrital ou municipal, e certo que sempre existira, nestes ecossistemas, um interesse de extensa o em todo o territo rio nacional. (TRF2, AC ; de 31 de março de 2014)
11 LIMITES NORMATIVOS B) bem de uso comum do povo: Os bens de uso comum do povo sa o caracterizados por pertencerem a coleti- vidade, serem inaliena veis e na o permitirem usucapia o, na o obstante possam ser utilizados mediante cobranc a de valor. C) Bens da União: Art. 20 ( ) IV - as ilhas uviais e lacustres nas zonas limi trofes com outros pai ses; as praias mari timas; as ilhas ocea nicas e as costeiras, exclui das, destas, as que contenham a sede de Munici pios, exceto aquelas a reas afetadas ao servic o pu blico e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;[...] CF/88
12 LIMITES NORMATIVOS II) Necessidade de restrição geral à construção no litoral A) Terrenos de marinha Art. 2º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de 1831: a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés EC 46/2005. Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo a influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 (cinco) centímetros pelo menos, do nível das águas, que ocorra em qualquer época do ano. (Decreto 9.760/1946)
13 LIMITES NORMATIVOS Há proposições para acabar com os terrenos de marinha: Pec 53/2007; 2014: CCJ retirou da União o monopólio sobre os ganhos, destinando parcela aos Estados e Municípios; Defende-se a qualificação dos terrenos de marinha, integrando a função de proteção ao meio ambiente ou de planejamento urbano
14 LIMITES INSTITUCIONAIS I Indefinição sobre o órgão competente para o licenciamento ambiental A) Federal: IBAMA B) Estadual: C) Municipal: Critérios utilizados anteriormente A) Interesse preponderante; B) a dimensão do Impacto; C) localização da Unidade de Conservação Distinção entre a competência supletiva e a subsidiária
15 LIMITES INSTITUCIONAIS A LC 140/2011 regulamenta a cooperação entre União, Estados e Municípios (art. 23, III, VI e VII): A) União: Art. 7º, XIV: Empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econo mica exclusiva; em dois ou mais Estados; em unidades de conservac a o institui das pela Unia o, exceto em A reas de Protec a o Ambiental (APAs). B) Estados: Art. 8º: competência residual, exceto para APA C) Municípios: Art. 9º, XIV: que causem dano local ou em UC instituída pelo Município;
16 LIMITES INSTITUCIONAIS II Autoridade Marítima (coordena a CIRM): Autorizar as construções na região costeira; Planejamento de todas as atividades marinhas, mas suas atribuições são voltadas para a navegação; O plano nacional para os recursos do mar prevê o desenvolvimento coordenado das atividades nas regiões marítimas, mas exclui o transporte de cargas
17 INSIGHTS CONCLUSIVOS 1) Por que não coincidir os limites terrestres da zona costeira aos limites da orla? 2) Lei do Mar Pl 6.969/2013 SOS Mata Atlântica;
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