Acadêmico do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo.

Transcrição

1 AVALIAÇÃO DE FATORES DETERMINANTES PARA OBESIDADE NOS ACADÊMICOS INGRESSANTES E CONCLUINTES DE BIOMEDICINA DO INSTITUTO CENECISTA DE ENSINO SUPERIOR DE SANTO ÂNGELO (IESA) SIGNORI, Daniela¹; OLIVEIRA, Larissa¹; ALMEIDA, Rayane Gomes de¹; PEREIRA, Rafael¹; FABRIN, Gabriel ¹; RAMOS, Maria Helena¹; ABICH, Dariane¹; PEDROSO, Débora²; COMPARSI, Bruna ³1 Palavras-chave: Obesidade. Obesidade infanto-juvenil. Índices Antropométricos. Fatores determinantes. INTRODUÇÃO A Obesidade é um problema global, que atinge hoje mais de 300 milhões de pessoas. Neste cenário, o que mais preocupa é a obesidade infanto-juvenil, já que essa população se mostra mais suscetível e mostra mais chances de manter esse quadro na fase adulta (ESCRIVÃO et al, 2000). Devido às complicações conhecidas decorrentes da obesidade, é importante identificar precocemente estes fatores com a finalidade de intervir e minimizar alterações metabólicas futuras (OLIVEIRA; MELLO, 2003). As medidas antropométricas, devido a não-invasividade, baixo custo e fácil aplicabilidade, mostram-se como alternativas importantes em estudos epidemiológicos e na prática clínica para a predição do excesso de peso. Como exemplo, o Índice de Massa Corporal (IMC) é a medida mais utilizada para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Já a circunferência do pescoço (CP), tem se mostrado a mais nova 1 Acadêmica do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. danielasignori@gmail.com ² Acadêmica do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. larissadossantoscsa@hotmail.com ³ Acadêmica do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. rayane.gomes96@hotmail.com 4 Acadêmico do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. rafael_pereira9758@hotmail.com 5 Acadêmico do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. gabriel.fabrin@yahoo.com.br 6 Acadêmica do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. mariahelenaramos54@yahoo.com.br 7 Acadêmica do curso de Biomedicina PIBIC/IESA.Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo. dariane_abich@hotmail.com 8 Doutoranda em Parasitologia/UFPEL. Professora do curso de Biomedicina (CNEC/IESA). pedrosodebora@yahoo.com.br 9 Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica. Professora do curso de Biomedicina (CNEC/IESA). Professora orientadora. brunacomparsi@hotmail.com

2 alternativa como indicador simples e prático para avaliar o acúmulo de gordura subcutânea na arte superior do corpo (SILVA et al., 2014). Diante da importância das causas multifatoriais dessa doença, o objetivo desse trabalho foi avaliar os hábitos de vida como nível de atividade física, perfil alimentar, IMC e circunferência de pescoço de acadêmicos ingressantes e concluintes do curso de graduação em Biomedicina. METODOLOGIA O presente estudo foi desenvolvido no período entre março e abril de 2015, no município de Santo Ângelo, região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. O estudo teve como amostra 76 acadêmicos do curso de Biomedicina matriculados no Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo, pertencentes ao 1º e 7º semestres do ano letivo de Este trabalho foi submetido ao comitê de ética e pesquisa da CNEC/Bento e foi aprovado com o protocolo número Os acadêmicos receberam os questionários a respeito dos hábitos de vida, além de dados de peso e altura. Junto ao questionário encontrava-se anexado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) conforme a Resolução 466/12. Calculamos o IMC de acordo com os dados fornecidos, utilizando o cálculo: peso dividido por altura ao quadrado, tendo como referência: <18,5: magreza; 18,5-24,9: normal; 25-29,9: sobrepeso; 30-39,9:obesidade e >40: obesidade grave (ABESO, 2008). Para a mensuração da circunferência de pescoço, os alunos ficaram em pé, olhando para a frente, e uma fita métrica foi posicionada no ponto médio de altura do pescoço, anotando-se o valor encontrado. Considera-se CP elevada, para homens, maior de 39 cm, e para mulheres, maior de 35 cm (PEREIRA et al., 2014). No presente estudo, utilizou-se o método de revisão bibliográfica para complementar o objetivo proposto neste trabalho. O levantamento bibliográfico desta revisão foi realizado por meio de busca por artigos científicos indexados em bancos de dados de científicos em geral, como Scielo, Pubmed, Bireme e Google Acadêmico. RESULTADOS E DISCUSSÃO O total de entrevistados foi de 76 acadêmicos. A idade variou de 17 a 38 anos, com idade média de 20,6 anos, o peso da população estudada variou de 42 a 102 kg, já a altura

3 variou de 1,48 a 1,82 cm. O índice médio de massa corporal foi de 21,85 kg/m² no primeiro semestre do curso de Biomedicina, e de 25,39 kg/m² no sétimo semestre. O sexo feminino foi o que apresentou maiores valores de IMC, portanto maior sobrepeso. Porém, de acordo com dados do National Health andnutritionexaminationsurvey , sabe-se agora que atualmente a prevalência de sobrepeso não difere significativamente entre os sexos, ao contrário do que acontecia anteriormente, em que a prevalência era superior no sexo feminino (OGDEN et al., 2012, FERNANDEZ, 2008). Na mensuração da CP dos acadêmicos ingressantes e concluintes de Biomedicina, tivemos como amostra 76 acadêmicos, dos quais 20 acadêmicos (26,32%) apresentaram medidas acima do valor de referência, e em outros 73,68% dos alunos foram verificadas medidas entre a faixa de normalidade. Estudos recentes têm demonstrado que a CP é um método eficaz, quando comparado a outros índices antropométricos como a Circunferência de Cintura, que sofre influências de movimentos respiratórios e distensão abdominal pós prandial. Além disso, é um método simples, não invasivo, de baixo custo e confiável (SILVA et al., 2014, TIBANA et al., 2012). Silva e colaboradores (2014), em um estudo associando a CP como novo indicador para Resistência à Insulina e componentes da síndrome metabólica em adolescentes, concluíram que esse índice antropométrico pode ser muito útil nesses casos, já que avalia facilmente a gordura subcutânea na parte superior do corpo, esta descrita como importante indicadora de resistência à insulina e risco cardiometabólico. Neste estudo não foi possível avaliar a circunferência de cintura para comparação destes índices, mas sugerimos que esta análise seja realizada posteriormente para refletir com maior clareza as condições do grupo estudado, seguindo as recomendações da V Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Analisamos também os hábitos alimentares e prática de atividade física como fatores determinantes da obesidade e sobrepeso dos acadêmicos do 1 e 7 semestres do curso de Biomedicina. A forma mais utilizada para o preparo de alimentos, no 1 semestre do curso de Biomedicina, é pelo cozimento (69,4%); no 7 semestre é de 78,8%. Quando questionados sobre o consumo de alimentos industrializados, frituras, embutidos e doces, 43,4% dos alunos do 1 semestre confirmaram o consumo todos os dias da semana, enquanto no 7 semestre, esse índice foi de 24,2%. Como se pode observar, o consumo alimentar tem sido relacionado à obesidade não somente quanto ao volume da ingestão alimentar, como também quanto à composição e à qualidade da dieta (TRICHES, GIUGLIANI, 2005, ABESO, 2008).

4 De acordo com Flynn (2005), a redução dos níveis de atividade física também parece exercer papel fundamental no processo de equilíbrio energético. Os acadêmicos do 1 Semestre alegaram praticar atividades físicas moderadas em média 4,1 dias por semana. Já os acadêmicos do 7 semestre alegaram o mesmo em média de 2,5 dias por semana. Evidências confirmam que a prática de atividade física entre jovens apresenta relação inversa com o risco de doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a obesidade. Além disso, o padrão de atividade na adolescência determina parte dos níveis de atividade física na idade adulta (OLIVEIRA; MELLO, 2003). CONCLUSÃO Os resultados deste estudo permitem concluir que o IMC, a CP, os hábitos de vida, o perfil alimentar e prática de atividades físicas são fatores determinantes para a obesidade, juntamente com outras causas multifatoriais como fatores genéticos e endócrinos. Portanto, são necessárias campanhas de saúde pública mais eficazes, direcionadas à orientação e conscientização da população sobre os riscos associados ao sobrepeso e obesidade, principalmente na juventude. REFERÊNCIAS ABESO - Associação brasileira para o estudo da obesidade e da síndrome metabólica-. Disponível em: Acesso: 02 de mai ESCRIVÃO, MA: Obesidade exógena na infância e adolescência. Revis. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, volume 34, FLYNN MA, McNeil DA, Maloff B, Mutasingwa D, Wu M, Ford C, Tough SC. Reducing obesity and related chronic disease risk in children and youth: a synthesis of evidence with 'best practice' recommendations. Obes Rev 2006; 7(S1): FRANCISCHI, RPP; PEREIRA, LO; FREITAS, CS; KLOPFER, M; SANTOS, R. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Revista Nutrição. Campinas, SP IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose - Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol, v. 88, Suplemento I, Abril OGDEN, C.. The Epidemiology of Obesity. Gastroenterology, Vol.132, No. 6, p , OLIVEIRA, CL; MELLO, MT. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Revista de Nutrição, São Paulo, volume 13, PEREIRA, DCR; ARAUJO, MFM; FREITAS, RWJ. Circunferência de pescoço como possível marcador para síndrome metabólica em universitários. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 22(6):973, SILVA, CC; ZAMBON, MP; RODRIGUES, AM; CAMILO, DF. Circunferência do pescoço como um novo indicador antropométrico para predição de resistência à insulina e componentes da síndrome metabólica em adolescentes: Brazilian Metabolic Syndrome Study. Revista Paulista de Pediatria. 32(2):221-9, 2014

5 TIBANA, RA; TEIXEIRA, TG; FARIAS, DL; SILVA, A. Relação da circunferência de pescoço com a força muscular relativa e os fatores de risco cardiovascular em mulheres sedentárias. Revista Einstein. 10(3):329-34, TRICHES, Rozane Márcia; GIUGLIANI, Elsa Regina Justo. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 39, n. 4, p , 2005.