AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.
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- Bento Borges Jardim
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1 AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ. SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ/SINDUECE, seção sindical da ANDESSN, entidade sindical representativa dos docentes da UECE, regularmente inscrita no CNPJ/MF sob o número / , com sede à Rua Teresa Cristina, 2266, Sala 105 e 106, bairro Benfica, na cidade de Fortaleza/CE (Doc. 01 Documentos Constitutivos da SINDUECE), neste ato representado por seu Presidente CÉLIO RIBEIRO COUTINHO, brasileiro, casado, portador do RG de número , inscrito no CPF/MF sob o número (Doc. 02 Documentos Pessoais do Presidente), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, expor e, ao final requerer o que segue: Os ora substituídos do Sindicato-Requerente são professores Classe Assitente/Adjunto, Nível 1, aprovados no concurso público do Edital nº. 002/2010, tendo entrado em exercício em 03 de março de Em dezembro de 2013, os docentes representados ingressaram com requerimento administrativo a fim de que fossem realizadas as suas avaliações do estágio probatório, em perfeita subsunção ao que determina a Instituição de Ensino em seu sítio eletrônico: Preencher e assinar o formulário Requerimento Padrão, adquirido no Setor de Protocolo Geral da UECE. Encaminhar ao DEPES, pelo Sistema de Protocolo Único SPU, anexando os documentos:
2 - Memorial descritivo e analítico, escrito conforme modelo recomendado pela CPPD, referente ao período do estágio probatório e devidamente comprovado. - Declaração do Coordenador do Curso de vinculação, atestando sua assiduidade, pontualidade e responsabilidade durante o interstício avaliado. - Declaração do Coordenador do Curso de vinculação, atestando sua frequência de participação nas reuniões e nos trabalhos da Coordenação durante o interstício avaliado. Inobstante todas as avaliaçõesserem concluídas e os docentes considerados aptos aos cargos, os respectivos processosencontram-se no Gabinete do Governador desde 2014, sem que fossem procedidas quaisquer publicações referentes às suas estabilidades. Significa dizer que, após o triênio legal, as avaliações concluídas e aprovadas, os substituídos não lograram adquirir suas estabilidades por inércia da Administração em publicar os atos administrativos. Tal situação, além de não se imbuir de qualquer revés de legalidade, frente ao trâmite administrativo indefinido, tem preterido os docentes de progredirem funcionalmente na carreira. A Avaliação do Estágio Probatório é uma tentativa louvável da Administração Pública que, ao definir critérios objetivos para aptidão em um cargo, aufere a estabilidade ao servidor público. Ocorre que esta deve obedecer aos ditames legais! Ora, com o lapso temporal de 03 (três) anos o servidor público adquire a estabilidade no serviço público, consoante determina o artigo 41 da Constituição Federal:
3 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (...) 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Certo é que a CF impõe o cumprimento de requisito temporal e exige que o servidor tenha seu desempenho aprovado por comissão de avaliação, consumando o estágio. Ainda, a Lei nº /1974, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará, determina: Art Estágio probatório é o triênio de efetivo exercício no cargo de provimento efetivo, contado do início do exercício funcional, durante o qual é observado o atendimento dos requisitos necessários à confirmação do servidor nomeado em virtude de concurso público. 1º - Como condição para aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Depois do triênio legal e configurada a aptidão para o cargo - por meio da aprovação no estágio probatório o servidor encontra-se apto para requerer as suas progressões/promoções funcionais. Nesse sentido, o Estatuto da Universidade Estadual do Ceará, dispõe: Art A Ascensão Funcional dos docentes dar-se-á através da Progressão e da Promoção. Parágrafo Único - O docente em estágio probatório não fará jus à Ascensão Funcional.
4 Assim, conclui-se por afirmar que há ILEGALIDADE na atitude imposta pelas instâncias governamentais responsáveis: SECITECE, SEPLAG e Gabinete do Governador em preterir docentes de suas estabilidades após o triênio legal. Isto porque os tem preterido de ascensão funcional, o que acarreta em decréscimo em suas remunerações e prejuízo na carreira como o afastamento para pós-graduação. De mais a mais, há impossibilidade, inclusive destas avaliações ocorrerem após três anos de serviço público. Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça tem entendido, in verbis: DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO. EXONERAÇÃO. EXIGÊNCIA DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. EXONERAÇÃO APÓS AQUISIÇÃO DA ESTABILIDADE. NÃO-CABIMENTO. ART. 41 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSO PROVIDO.CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Em se tratando de exoneração de servidor público que se encontra em estágio probatório, não se apresenta necessário prévio processo administrativo disciplinar. No entanto, devem-lhe ser assegurados os princípios da ampla defesa e do contraditório. Precedentes do STJ. 2. Não obstante os fundamentos do acórdão recorrido, não há notícia nos autos da instauração de um procedimento em que tenha o recorrente figurado formalmente como acusado. 3. Adquire estabilidade o servidor após exercer efetivamente por 3 (três) anos cargo provido mediante concurso público, razão por que, transcorrido esse prazo, não mais se cogita de avaliação de desempenho em estágio probatório, exceto se houver justificativa plausível para a demora da Administração. Inteligência do art. 41 da Constituição Federal. 4. A eventual demora na publicação de um ato normativo local,
5 disciplinando a avaliação de servidores públicos estaduais, porque destituído de poderes para alterar o texto constitucional, não se apresenta capaz de dilatar o prazo peremptório em tela. 5. Hipótese em que o recorrente tomou posse e entrou em exercício em 29/7/02 e foi "exonerado" do cargo de Professor de Educação Física do Estado de Minas Gerais em 11/2/06, por ter sido reprovado na avaliação do estágio probatório, quando, no entanto, já alcançara estabilidade no serviço público. 6. No caso em que servidor público deixa de auferir seus vencimentos, parcial ou integralmente, por ato ilegal ou abusivo da autoridade impetrada, os efeitos patrimoniais da concessão da ordem em mandado de segurança devem retroagir à data da prática do ato impugnado, violador de direito líquido e certo. Inaplicabilidade dos enunciados das Súmulas 269/STF e 271/STF. 7. Recurso ordinário provido.(24602 MG 2007/ , Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 11/09/2008, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2008 RSTJ vol. 213 p. 457) In casu, frente ao cumprimento do triênio legale a realização das avaliações, a estabilidade fora adquirida pelos substituídos em MARÇO DE Isto porque a Administração, por ser submissa ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa. Ora, cumprido o interstício e aprovados na avaliação não poderia se desincumbir a Administração de proferir os respectivos atos. Demais disso, o estágio probatório deve se desenvolver no período compreendido entre o início do efetivo exercício do servidor no cargo e a aquisição de estabilidade no serviço público, visto que "a finalidade do estágio é justamente fornecer subsídios para a estabilização ou não do servidor", conforme nos ensina Cavalcante Junior. Finalizadas as avaliações - como foram mister se fazia a publicação dos atos administrativos a declarar a estabilidade dos docentes.
6 Inobstante os julgados citados reconhecerem a estabilidade mesmo sem a realização do estágio probatório, o caso em espeque é de clarividente visualização de direito pois encontram-se os docentes APROVADOS em seus estágios. Explica-se! Há entendimento perante o STJ no quala estabilidade tão somente é adquirida ultrapassada a fase da aprovação no estágio probatório, nos termos do 4º do art. 41 da Constituição da República, ocorrendo somente "após o implemento, cumulativo, de dois requisitos: (i) o transcurso de 3 (três) anos no cargo pretendido; e (ii) a aprovação na avaliação de estágio probatório" (RMS , Rel. Ministra Laurita Vaz). Diante de contundentes explanações, vislumbramos de pronto a ilegalidade na demora das publicações dos atos dos docentes. Isto posto, vem esta Seção Sindical requerer ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Ceará, que ultime PROVIDÊNCIAS URGENTES para agilizar as publicações referentes às estabilidades dos docentes que ingressaram perante a UECE, por meio de concurso público de Edital nº. 002/2010, já aprovados no estágio probatório, tendo em vista a falta de previsão para a solução e os sérios prejuízos causados aos mesmos preteridos de ascender funcionalmente. Fortaleza (CE), 25 de agosto de CÉLIO RIBEIRO COUTINHO Presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará/SINDUECE
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