Efeitos sobre a saúde devido à exposição aos agentes físicos: temperaturas extremas
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- Maria do Carmo Rios Varejão
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1 Efeitos sobre a saúde devido à exposição aos agentes físicos: temperaturas extremas
2 Pelas normas regulamentadoras (NR), temperaturas fazem parte dos riscos físicos e ergonômicos (NR 9 e NR 17) NR 9 e 15 (anexo 3 e 9)- temperaturas extremas!!! NR 15: atividades e operações insalubres, anexo 9 (FRIO) Atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio NR 17 temperatura entre 20º e 23º C umidade não inferior a 40% velocidade do ar não superior a 0,75m/s
3 CALOR
4 A exposição ao calor deve ser avaliada por meio do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo" - IBUTG Medição com e sem exposição solar
5 REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE TRABALHO (por hora) TIPO DE ATIVIDADE LEVE MODERADA PESADA Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0 45 minutos trabalho 15 minutos descanso 30 minutos trabalho 30 minutos descanso 15 minutos trabalho 45 minutos descanso Não é permitido o trabalho, sem a adoção de medidas adequadas de controle 30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0 acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
6 PROBLEMAS SÍNDROMES HIPERTÉRMICAS TEMPERATURA CORPORAL > 37,2ºC SÍNDROMES DE LESÃO PELO CALOR > 40ºC I- CAIMBRAS II- EXAUSTÃO PELO CALOR III- INTERMAÇÃO IV- COLAPSO PELO CALOR
7 FATORES PREDISPONENTES: 1- DO PACIENTE: febre, idade, destreinado, excesso de vestimentas, desidratação 2- AMBIENTAIS: altas temperaturas, alta umidade, falta de vento 3- CONDIÇÕES CLÍNICAS: obesidade, esclerodermia, diabetes, doenças psiquiátricas, tireotoxicose 4- DROGAS: anfetaminas, anticolinérgicos, barbitúricos, betabloqueadores, diuréticos, fenotiazinas
8 I- CAIMBRAS: mais benigna 1- indivíduos jovens não aclimatados 2- clima quente (com ou sem exposição ao sol) 3- atividade de alta intensidade 4- perda excessiva de sódio, cloreto e água 5- náuseas, vômitos e fadiga 6- músculos endurecidos e com espasmos que podem durar de 1 a 3 minutos. afetam os grupamentos musculares mais solicitados, geralmente pernas e coxas 7- temperatura corporal normal ou discretamente aumentada, sudorese normal ou excessiva
9 II- EXAUSTÃO PELO CALOR 1- mais comum 2- pode ser precedida por caimbras 3- indivíduos não aclimatados 4- clima quente e úmido 5- atividade extenuante 6- grave desidratação e perda de eletrólitos 7- cefaleia, fadiga e vômitos 8- apáticos, palidez cutânea, hipotensão arterial,
10 III- INTERMAÇÃO 1- de esforço (jovens) ou não relacionada ao esforço (idosos, debilitados, intoxicados) 2- indivíduo não aclimatado em clima quente 3- alteração dos mecanismos termorregulatórios 4- cefaleia, vertigem, desconforto abdominal, confusão, prostração, delirium 5- pele quente e seca, hipoidrose, temperatura retal 41ºc, temperatura interna 44,4ºc, taquicardia, hiperventilação, hipotensão arterial, flacidez muscular, redução dos reflexos profundos 6- complicações: rabdomiolise, IC, IRA, insuf hepática aguda, HDA 7- laboratório: hipercalemia, hipocalcemia, aumento da creatinina, leucocitose, CID, acidose láctica, hipoglicemia, proteinúria
11 IV- COLAPSO (SÍNCOPE) PELO CALOR 1- atividade física de alta intensidade por > 2 horas 2- perda de consciência transitória e do tônus postural 3- pele fria e pegajosa 4- hipotensão arterial (PAS<100mmhg) e taquicardia
12 FRIO
13 PROBLEMAS - SÍNDROMES HIPOTÉRMICAS TEMPERATURA CORPORAL < 35ºC PODE SER INCIDENTAL (ambiente frio) OU SECUNDÁRIA (disfunção da termorregulação hipotalâmica) I- URTICÁRIA PELO FRIO II- FENÔMENO DE RAYNAUD III- PERNIOSE IV- PÉ DE TRINCHEIRA V- GELADURA VI- HIPOTERMIA
14 FATORES PREDISPONENTES: 1- DO PACIENTE: alteração do estado mental, idade, vestimentas inadequadas, roupas úmidas, imobilidade 2- AMBIENTAIS: baixas temperaturas, vento 3- CONDIÇÕES CLÍNICAS: encefalopatia, desnutrição, mixedema, hipoglicemia, uremia, cirurgia prolongada, demência, fenômeno de Raynaud 4- DROGAS: anestésicos, antidepressivos, narcóticos, bloqueadores musculares, antitireoideanos
15 I- URTICÁRIA PELO FRIO 1- hipersensibilidade familiar (autossômica dominante) ou adquirida (associada a medicamentos ou à infecção) 2- áreas expostas 3- diagnóstico: pedra de gelo no antebraço (volar) por 4 minutos e observar por 10 minutos
16 III- PERNIOSE (FERIDA PELO FRIO) 1- mais comum na face, dorso das mãos e dos pés 2- prurido, sensação de queimação, dor e eritema 3- edema e formação bolhosa 4- sem congelamento dos tecidos
17 IV- PÉ DE TRINCHEIRA (PÉ DE IMERSÃO) 1- exposição ao frio úmido, < 10ºc, > 10 a 12 horas 2- fase pré hiperêmica: frio e anestesiado 3- fase hiperêmica: eritema, queimação e dor 4- fase pós hiperêmica: palidez ou cianótico 5- complicações: gangrena de liquefação, lesão de nervo, linfangite, celulite e tromboflebite
18 V- GELADURA 1- áreas acrais (dedos dos pés e das mãos, orelhas e nariz) 2- temperatura do tecido <0ºc 3- acometimento superficial, intermediário ou profundo 4- superficial com pele branca, redução da sensibilidade e prurido 5- intermediária com acometimento de pele e subcutâneo. pele branca, pegajosa, anestesiada e com redução do enchimento capilar 6- compremetimento profundo até músculo (3º grau) ou tendões e ossos (4º grau). tecido endurecido e sem enchimento capilar. pode evoluir para amputação. exposição > 7 horas a temperaturas < 6,7ºc
19 VI HIPOTERMIA graus de hipotermia (temperatura retal ): leve > 33ºC moderada a severa < 33ºC 1- anestesia no local da exposição (temperatura do tecido <10ºc) com pele rosada 2- vasoconstricção periférica, diurese de frio, vasoconstricção generalizada 3- taquicardia, aumento da pressão arterial média, aumento do débito cardíaco 4- broncorreia e broncoespasmo 5- irritabilidade, confusão, reflexos pupilares e profundos lentificados 6- laboratório: acidose metabólica, hipercalemia, hiponatremia, hiperglicemia, hiperfosfatemia
20 VI HIPOTERMIA 7- complicações: rabdomiólise, íleo paralítico, hda, pancreatite aguda, cid e insuf hepática ECG: 1- bradicardia sinusal, 2- prolongamento de QT, 3- alargamento de QRS, 4- inversão da onda T, 5- fibrilação ventricular, 6- clássica onda Osborne(32ºc, elevação do ponto j nas derivações d2 e v6),
21 Referências 1. Site Ministério do Trabalho e Emprego: regulamentadoras 2. Doenças Relacionadas ao Trabalho (Ministério da Saúde) capítulo 13, p , Harrison Textbook of Medicine, section 2 chapter 16 and 19, 17th edition
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