IVA na importação. Tânia Carvalhais Pereira. Assistente da UCP e jurista do CAAD

Transcrição

1 IVA na importação Tânia Carvalhais Pereira Assistente da UCP e jurista do CAAD

2 Importação de bens Entrada em território nacional de: a) bens originários ou procedentes de países terceiros e que não se encontrem em livre prática ou que tenham sido colocados em livre prática no âmbito de acordos de união aduaneira

3 Importação de bens Entrada em território nacional de: b) bens procedentes de territórios terceiros e que se encontrem em livre prática

4 Importação de bens Todavia, sempre que os bens sejam colocados, desde a sua entrada em território nacional, sob um regime suspensivo, a importação só se verifica quando forem introduzidos no consumo.

5 Importação de bens Origem ou procedência dos bens Introdução em livre prática e consumo Regimes suspensivos

6 Elemento territorial Território geopolítico da UE (art. 1.º n.º 2 al. b) do CIVA; art. 299.º do TCE; art.ºs 349.º e 355.º do TFUE) Território aduaneiro da União (art. 3.º do CAC) Território fiscal (relevante para efeitos do IVA) Art.ºs 5.º e 6.º da Diretiva IVA Art. 1.º n.ºs 2 e 4 do CIVA

7 Elemento territorial Exemplo 1: Canárias (Espanha) Integram os territórios geopolítico e aduaneiro da UE Não integram o território fiscal para efeitos de IEC e IVA Exemplo 2: Monte Athos (Grécia) Integra os territórios geopolítico e aduaneiro da UE Integra o território fiscal para efeitos de IEC (art. 3.º do CIEC) Não integra o território fiscal para efeitos de IVA

8 Elemento territorial territórios terceiros vs. países terceiros Independentemente da qualificação são sempre considerados, para efeitos do IVA, como países terceiros (art. 5.º n.º 1 da Diretiva IVA) Importação

9 Livre prática Artigo 29.º do TFUE Encontram-se em livre prática os produtos provenientes de países terceiros em relação aos quais se tenham cumprido as formalidades de importação e cobrado os direitos aduaneiros ou encargos de efeito equivalente Cf. art.ºs 79.º a 83.º e 201.º do CAC e 290.º a 300.º das DACAC

10 Livre prática Regime aduaneiro por excelência (art. 4.º n.º 16 do CAC) Importação definitiva de bens Atribuição do estatuto de mercadoria UE Formalidades aduaneiras Dívida aduaneira

11 Regimes suspensivos Regimes aduaneiros suspensivos (art. 84.º do CAC - importação temporária com isenção total de direitos; trânsito externo; entreposto aduaneiro, aperfeiçoamento ativo) Apresentação à Alfândega Colocação em depósito provisório, zona franca ou entreposto franco (CAC vs. CAM vs. CAU)

12 Facto gerador e exigibilidade CIVA remete para o direito aduaneiro (art. 7.º n.º 1 al. c) do CIVA) Regime da dívida aduaneira (art. 201.º do CAC) Regra geral = introdução em livre prática - Relevância do DAA - Caducidade do direito à liquidação = 3 anos (art. 7.º n.º 1 alínea c) + art. 101.º da Reforma Aduaneira + art. 221.º n.º 3 do CAC)

13 Facto gerador e exigibilidade A dívida aduaneira constitui-se igualmente nos termos dos seguintes artigos do CAC: Art. 202.º: introdução irregular dos bens no TAC Art. 203.º: subtração das mercadorias à fiscalização aduaneira Art. 204.º : incumprimento das obrigações que derivam da permanência das mercadorias em depósito temporário ou em regime aduaneiro Art. 205.º: consumo ou utilização irregular de mercadorias numa zona franca ou num entreposto franco

14 Facto gerador e exigibilidade Constituição de dívida aduaneira vs. facto gerador e exigibilidade de IVA Ac. TJ de , processo C-480/12 Acórdão X

15 Acórdão X Em X importou um motor que declarou para o regime (suspensivo) de trânsito externo Obrigação de apresentação na EAD até Apresentação na EAD em sujeição ao regime de aperfeiçoamento ativo Inspeção - constituição de dívida (art. 203.º do CAC) Recurso de X - reembolso dos direitos e do IVA

16 Questões prejudiciais 1. Quais as consequências jurídicas da ultrapassagem do prazo fixado nos termos do art. 356., n.º 1 as DACAC? Art. 203.º ou 204.º do CAC? 2. O art. 7. da Sexta Diretiva deve ser interpretado no sentido de que é devido IVA se a dívida aduaneira se constituir exclusivamente nos termos do art do CAC?

17 Decisão do TJ Constituição de dívida ao abrigo do art. 204.º do CAC (o motor não foi integrado no circuito económico sem ser desalfandegado) Conceito próprio de importação para efeitos do IVA (pontos 47 e 48) Pode haver constituição de dívida aduaneira sem que o IVA seja imediatamente devido e exigível (ponto 55)

18 Pagamento Art. 211.º Diretiva IVA - opção: Pagamento à cabeça Declaração periódica Art. 28.º do CIVA IVA pago à cabeça no momento em que ocorre o ato aduaneiro de desalfandegamento

19 Pagamento Possibilidade de diferimento + prestação de garantia (art. 28.º n.ºs 3 e 4 do CIVA) Pagamento poderá ser efetuado: no prazo de 60 dias contados da data do registo de liquidação; ou até ao 15.º dia do 2.º mês seguinte aos períodos de globalização do registo de liquidação ou do pagamento previstos na regulamentação aduaneira aplicável

20 IVA à cabeça Importação por particulares e para consumo final sem franquia Importação por importador agindo enquanto tal no exercício de uma atividade Agravamento do custo financeiro da operação Menor competitividade Incentivo à deslocalização das operações de importação Diminuição da receita do IVA

21 Obrigada pela atenção!