IVA - Regras de localização nas prestações de serviços Artigo 6º, nºs 6 a 13
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- Sofia Paranhos Arantes
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1 IVA - Regras de localização nas prestações de serviços Artigo 6º, nºs 6 a 13 1
2 NAS PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS Regras gerais de localização das prestações de serviços a) Efetuadas a sujeitos passivos o lugar da sede, estabelecimento estável ou domicílio do adquirente* b) Efetuadas a não sujeitos passivos o lugar da sede, estabelecimento estável ou domicílio do prestador *A qualidade de sujeito passivo na UE é verificada através do VIES 2
3 SÃO SUJEITOS PASSIVOS DO IMPOSTO As pessoas singulares ou coletivas referidas na al. a) do nº 1 do art. 2º do CIVA, relativamente a todos os serviços que lhes são prestados, quando o prestador não tenha sede, domicilio ou estabelecimento estável em território nacional a partir do qual os serviços são prestados - mecanismo do reverse-charge [ alínea e) do nº 1 do artigo 2º ] 3
4 Para efeitos da aplicação das regras de localização das prestações de serviços, consideram-se ainda sujeitos passivos do imposto: Qualquer pessoa singular ou coletiva estabelecida fora do território da UE, pela aquisição ou fornecimento de serviços a entidades com sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional e que faça prova dessa qualidade. Quaisquer outras pessoas coletivas que devam estar registadas para efeitos do artigo 25.º do RITI [ n.º 5 do artigo 2.º do CIVA] 4
5 MEIOS DE PROVA (para entidades estabelecidas fora da UE) A prova pode ser efetuada através : Apresentação de um n.º de identificação fiscal atribuído pelo país do seu estabelecimento; Elementos obtidos das autoridades fiscais competentes; Apresentação de um certificado normalmente utilizado para efeitos do pedido de reembolso, emitido pelas entidades fiscais competentes, confirmando que o adquirente exerce uma atividade económica 5
6 Qual é então a regra nas prestações de serviços efetuadas entre sujeitos passivos (B2B)? São tributáveis em Portugal quando o adquirente dos serviços for um sujeito passivo com sede ou estabelecimento estável em território nacional, onde quer que se situe a sede ou estabelecimento estável do prestador [alínea a) do nº 6 do artigo 6º] Aplicação do mecanismo autoliquidação (reverse charge) se o prestador dos serviços não tiver no território nacional a sede ou estabelecimento estável a partir do qual os serviços sejam prestados. [alínea e) do nº 1 do artº 2º do CIVA] 6
7 Regra geral de localização das prestações de serviços efetuadas a não sujeitos passivos [B2C] São tributáveis em Portugal quando o prestador dos serviços tenha no território nacional a sede ou o estabelecimento estável a partir do qual sejam prestados [alínea b) do nº 6 do artigo 6º] 7
8 EXCEÇÕES ÀS REGRAS GERAIS (REGRAS ESPECIAIS PARA CERTAS PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS B2B E B2C) (Art.º 6.º nºs 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13) 8
9 Prestações de serviços sobre bens imóveis (inclui as prestações de serviços de alojamento efetuadas no âmbito da atividade hoteleira ou de outras com funções análogas) São tributáveis no lugar onde se situa o imóvel [al. a) do nº 7 e al. a) do nº 8 do artigo 6º] (prestações de serviços B2B e B2C) 9
10 Prestações de serviços de transporte de passageiros São tributadas no lugar onde o transporte é efectuado em função das distâncias percorridas [al. b) do nº 7 e al. b) do nº 8 do art. 6º] (prestações de serviços B2B e B2C) 10
11 Prestações de serviços de alimentação e bebidas São tributadas no lugar onde são materialmente executadas [al. c) do nº 7 e al. c) do nº 8 do art. 6º] (prestações de serviços B2B e B2C) 11
12 Prestações de serviços relativas a eventos culturais, artísticos, desportivos, científicos, recreativos, de ensino e similares, incluindo as feiras e exposições Aplicável aos eventos propriamente ditos (organização e realização) e que se subdivide em duas regras: i) uma para as prestações de serviços B2B regra geral al. a) do nº 6 do art. 6º ii) outra para as prestações de serviços B2C - tributáveis no local da sua realização Art. 6º, alínea f) dos nºs 9 e nº 10 12
13 Prestações de serviços relativas ao acesso* a eventos culturais, artísticos, desportivos, científicos, recreativos, de ensino e similares, incluindo as feiras e exposições Esta regra é aplicável às prestações de serviços B2B e B2C Tributáveis no local da realização das mesmas art. 6º, alínea e) dos nºs 7 e 8 *Consiste na concessão do direito de acesso a uma manifestação em troca de um bilhete ou remuneração sob a forma de assinatura, bilhete de época ou quotização periódica - Art. 32º do Regulamento nº 282/
14 Quando estas operações são localizadas em território nacional as mesmas devem ser submetidas à disciplina geral do IVA, sem prejuízo da possibilidade de aplicação do disposto no DL nº 221/85, de 03/07, caso se verifiquem os pressupostos para a sua aplicação. Este diploma regulamenta o IVA nas agências de viagens e organizadores de circuitos turísticos. O TJUE, no acordão de 22/10/1998 (Proc. C- 308/98) declarou que as razões subjacentes ao regime especial das agências de viagens e aos organizadores de circuitos turísticos são igualmente válidas quando o operador, apesar de não ser uma agência de viagens ou organizador de circuitos turisticos (na aceção atribuida a estes termos), efetua operações idênticas no quadro da sua atividade. 14
15 REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO DAS AGÊNCIAS DE VIAGENS E ORGANIZADORES DE CIRCUITOS TURÍSTICOS DECRETO-LEI N.º 221/85, DE 3 DE JULHO 15
16 Este regime consiste, essencialmente, na substituição do método do crédito de imposto pelo método de base de base no cálculo da dívida tributária, ou seja, a tributação será apenas sobre a margem bruta das agências de viagens 16
17 QUAIS AS OPERAÇÕES ABRANGIDAS? São abrangidas as operações feitas por agências de viagens e organizadores de circuitos turísticos, desde que simultaneamente se verifiquem as seguintes condições: A agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos tenham sede ou estabelecimento estável no território nacional, a partir dos quais prestem os seus serviços ; Atuem em nome próprio perante o cliente; Recorram para a realização dessas operações a transmissões de bens ou de prestações de serviços efetuadas por terceiros 17
18 O QUE SE ENTENDE POR ATUAÇÃO EM NOME PRÓPRIO? A agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos atuam em nome próprio, quando o cliente recorre aos seus serviços e é a agência ou o organizador de circuitos turísticos que fatura em nome próprio os respetivos serviços. Nestes casos as prestações de serviços efetuadas por terceiros são faturadas à agência ou ao organizador de circuitos turísticos. 18
19 O QUE SE ENTENDE POR ATUAÇÃO EM NOME PRÓPRIO? A agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos não atuam em nome próprio, mas em nome e por conta do cliente, sempre que o terceiro é o utilizador final dos serviços. Nestes casos os serviços prestados pela agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos NÃO são abrangidas pelo regime especial, sendo aplicável na operação de intermediação o Regime Geral do IVA. 19
20 OPERAÇÕES EFETUADAS POR TERCEIROS FORA DA UE Quando as operações que constituem o pacote turístico são efetuadas por terceiros fora da UE, a prestação de serviços da agência ou do organizador de circuitos turísticos, é assimilada a uma atividade de intermediário, isenta de IVA, nos termos da alínea s) do n.º 1, do artigo 14.º do CIVA. 20
21 OPERAÇÕES EFETUADAS POR TERCEIROS NA UE E FORA DELA Quando as operações que constituem o pacote turístico são efetuadas por terceiros na UE e fora dela, a parte da prestação de serviços da agência de viagens ou do organizador de circuitos turístico, correspondente às operações realizadas fora da UE está ISENTA de IVA 21
22 O QUE SE ENTENDE POR PACOTE TURÍSTICO? Considera-se pacote turístico sempre que a agência ou o organizador de circuitos turísticos, atuam em nome próprio perante o cliente e recorrem, para a realização das suas operações, à transmissão de bens ou a prestações de serviços efetuadas por terceiros. Sempre que a agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos organizem um pacote turístico devem considerar para o cálculo do custo do mesmo, para além das despesas relativas aos vários custos com IVA incluído (vg transportes, alojamento, etc), também a comissão com o respetivo IVA que irão pagar ao revendedor, desde que conhecida no momento da constituição do pacote. 22
23 FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DE IVA FACTO GERADOR - momento em que nasce o imposto. EXIGIBILIDADE - momento em que é devido o imposto. A prestação de serviços da agência de viagens ou do organizador de circuitos turísticos considera-se efetuada aquando do pagamento integral da contraprestação ou imediatamente antes do início da viagem ou alojamento, consoante a que se verificar primeiro. Considera-se início da viagem o momento em é realizada a primeira prestação de serviços ao cliente. 23
24 FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DE IVA O FACTO GERADOR das seguintes datas: e EXIGIBILIDADE do IVA ocorre na primeira do pagamento integral da contraprestação, ou imediatamente antes do início da viagem ou alojamento, considerando-se como tal a data em que é efetuada a primeira prestação de serviços ao cliente 24
25 FACTO GERADOR E EXIGIBILIDADE DE IVA ADIANTAMENTOS O facto gerador e exigibilidade do imposto têm, neste Regime Especial, regras próprias, pelo que não são nessa matéria aplicáveis as regras do CIVA. Neste Regime Especial, aos adiantamentos não é aplicável a alínea c) do n.º 1 do artigo 8.º, pelo que não deve ser liquidado IVA no momento do seu recebimento. 25
26 VALOR TRIBUTÁVEL O VALOR TRIBUTÁVEL é constituído, pela diferença entre a contraprestação devida pelo cliente, excluído o IVA que onera a operação, e o custo suportado nas transmissões de bens e prestações de serviços efetuadas por terceiros para benefício direto do cliente, com inclusão do IVA. 26
27 INTERMEDIAÇÃO EM NOME E POR CONTA Quando a agência de viagens ou o organizador de circuitos turísticos atuam em nome e por conta de outrem, as operações são de intermediação, sendo a remuneração designada de comissão e sujeita às regras gerais do CIVA Deverá nestes casos, aplicar se as regras gerais das prestações de serviços, estabelecidas nas alíneas a) e b) do nº 6 do artigo 6º. 27
28 DIREITO À DEDUÇÃO As agências de viagens e os organizadores de circuitos turísticos NÃO podem deduzir o IVA que suportam nas despesas adquiridas a terceiros para as operações sujeitas ao Regime Especial. Todo o IVA suportado noutras despesas que não concorre diretamente para as operações sujeitas ao Regime Especial, é dedutível nos termos gerais do Código do IVA - Artigo 19.º e seguintes. 28
29 CÁLCULO DO IVA A ENTREGAR AO ESTADO Ao montante das contraprestações com IVA incluído, relativo às operações efetuadas no período, deduz-se o montante, com imposto incluído, dos custos registados no mesmo período e efetuados no terceiros para benefício direto do cliente. Se o montante dos custos é superior ao montante das contraprestações o excesso acresce aos custos registados no período seguinte. 29
30 OUTRAS OBRIGAÇÕES ESPECÍFICAS As operações sujeitas ao Regime Especial devem ser objeto de registo especial. Devem ser criadas contas ou subcontas apropriadas de forma a relevar direta e claramente essas operações. As faturas emitidas pelas agências de viagens ou organizadores de circuitos turísticos submetidas ao Regime Especial, podem ou não discriminar o IVA liquidado, mas nunca conferem direito a dedução. Devem conter a menção Regime da margem de lucro Agências de Viagens 30
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