POLITICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL
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- Marcelo Aleixo Mirandela
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1 1 POLITICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL Elisabeth Rossetto 1 A formação de professores para a educação especial enfrenta em nosso país sérios desafios decorrentes tanto do contexto problemático das reformas propostas para a formação de professores em geral, quanto da própria história dessa área específica. Inúmeras são as barreiras que impedem que a política de inclusão que surgiu mais precisamente na década de 90 no Brasil se torne realidade na prática cotidiana das nossas escolas. Historicamente o processo de educação inclusiva vem sendo gradativamente implementado nas escolas de ensino regular. No entanto, para que esse processo possa ser efetivado, um dos elementos centrais a ser estudado é a formação de professores para a educação especial. A preocupação com a inclusão escolar tem preocupado as instituições seja as de ensino regular como especial. Pode-se dizer que esta preocupação se coloca como uma questão relevante nas políticas educacionais oficiais e como um dos fatores fundamentais que influenciam a qualidade do ensino. Assim pontua Jannuzzi: é uma tentativa de tornar possível a inclusão apregoada no discurso, mas ainda bastante difícil de ser realizada eficientemente na prática (2004, p.198). Contamos atualmente com uma vasta bibliografia sobre a área da educação especial, teses, dissertações, livros, revistas, que abordam as diversas deficiências, no entanto, sob o ponto de vista da formação do professor, apesar de orientações legais nesse sentido, parece haver certa indecisão quanto a real efetivação na sua prática e principalmente uma enorme carência de materiais que tratam dessa especificidade. 1 Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE, Campus de Cascavel, Graduada em Psicologia e Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá erossetto@unioeste.br (45)
2 Neste sentido, buscamos analisar a política de formação de professores por meio dos documentos que versam sobre o assunto, tais como: Declaração de Salamanca (1994) e linha de ação sobre necessidades educativas especiais, Lei de Diretrizes e Bases - LDB 9394/96, capítulo V, art. 59, a Resolução 02/2001 que institui as Diretrizes Curriculares para a Educação Especial na Educação Básica, art. 18, parágrafo 1º, e as Propostas de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Educação Especial A Formação do Professor para Educação Especial MEC/SEESP Além dos documentos oficiais citados que orientarão este trabalho, ainda como base, pretendo procurar informações pertinentes a formação de professores para educação especial em dissertações e teses, assim como textos de teóricos e relatos empíricos da área, capítulos já escritos sobre essa formação, artigos de revistas especializados ou não, ou seja, toda documentação existente sobre o tema específico no intuito de buscar elementos que dêem subsídios para uma análise mais crítica dos pressupostos educacionais que tratam dessa formação. Portanto, considerando-se que a formação do professor se coloca como um dos fatores fundamentais que influenciam a qualidade do ensino, que esta é fundamental na definição dos rumos da educação inclusiva, a proposta desta pesquisa é realizar um estudo sobre o contexto político, econômico, social que têm influenciado a formação de professores para a educação especial. Desse modo, a importância desta pesquisa se justifica pela carência de materiais com vistas a esta formação. É justamente a ausência de reflexões mais profundas, o que me leva a desenvolver essa temática, bem como, ao se buscar teóricos que tratam desse assunto evidencia-se a necessidade de mais trabalhos desse caráter. Mesmo havendo uma ampla legislação sobre as políticas de educação inclusiva e atualmente diretrizes nacionais para a formação de professores nesta área, como mencionado, existem vários obstáculos que impedem a efetivação de uma política de formação de professores para a educação especial. Concordamos com Cruickshank (1974, p.24), quando diz que a preparação do
3 professor é um dos elementos que tanto facilitaram quanto retardaram a penetração da educação especial no início do século XX nos Estados Unidos, como também, pode-se dizer, vem acontecendo no Brasil. Pensar numa política de formação de professores para a educação especial que se efetive na prática torna-se cada vez mais preocupante considerando-se que o Brasil através do senso 2000 OMS, teve o percentual de pessoas com deficiência aumentado de 10% para l4,5%. Para tanto, a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e direciona-se para o desenvolvimento de uma investigação na qual a formação do professor para a educação especial é tomada como objeto de estudo. Cabe mencionar que todo percurso do estudo será percorrido por meio de um movimento de análise mais crítica, visando defender uma concepção de homem sujeito de sua própria história e, como sujeito trava uma relação dialética entre o saber e os meios de produção. Neste sentido, entendemos que o referencial teórico adotado para este estudo encontrase fundamentado na perspectiva sócio-histórica, a qual compreende a educação como uma superestrutura, em última instância, condicionada pela forma com que os homens encontram-se organizados para produzir seus meios de vida, ou seja, pelas relações sociais de produção, pois o conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem determinadas formas de consciência social (Marx, 1989, p.228). No que se refere ao entendimento da educação especial e dos problemas que envolvem as pessoas com deficiência, a maioria dos pesquisadores tem mantido-se distantes deste pressuposto teórico e quase sempre adotam uma abordagem positivista ou evolucionista, isto pode ser evidenciado em Kirk e Gallagher que apresentam quatro estágios de desenvolvimento das atitudes em relação às pessoas com deficiência.
4 Primeiramente, na era pré-cristã, tendia-se negligenciar e a maltratar os deficientes. Num segundo estágio, com a difusão do cristianismo, passou-se a protegê-los e compadecer-se deles. Num terceiro período, nos séculos XVIII e XIX, foram fundadas instituições para oferecer-lhes uma educação à parte. Finalmente, na última parte do século XX, observa-se um movimento que tende a aceitar as pessoas deficientes e a integrá-las, tanto quanto possível (Apud Bueno, 1993, p.55). Assim em relação às questões metodológicas pertinentes ao desenvolvimento da investigação, pretendo avançar na compreensão desse processo utilizando uma metodologia que se orienta pelo pressuposto de que o movimento social ou educacional deve ser analisado pela perspectiva das contradições, dos interesses distintos, das lutas encadeadas pelos homens em momentos históricos precisos. É nesse movimento de análise crítica pela perspectiva histórica que pretendo inscrever este trabalho que esta voltado para a formação de professores para a educação especial no contexto da regular. Nesta direção, espera-se com este trabalho chegar aos seguintes resultados: Atualmente está implícito através dos documentos oficiais o interesse nas políticas de educação inclusiva, o que explica então o não investimento efetivo na formação de professores para a educação especial? Explicitar em que medidas estão sendo realizadas leituras críticas sobre a política de formação de professores para a educação especial? Haveria algum diferencial do ponto de vista dos fundamentos históricos e políticos entre a ordenação dada às políticas para a educação especial e para a educação regular? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL. MAS/CORDE. Declaração de Salamanca e Linha de Ação Sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB Brasília: Diário Oficial da União, nº 248 de 20/12/1996.
5 . Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. A Formação do Professor para Educação Especial. Brasília, BUENO, J.G.S. Educação Especial Brasileira. Integração/Segregação do Aluno Diferente.São Paulo: Educação, CRUICKSHANK, W.M. A Educação da Criança e do Jovem Excepcional. Porto Alegre, Globo, vol. 01, JANNUZZI, G. S. A Educação do Deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas, SP:Autores Associados, MARX, K. O capital. Rio de janeiro: Guanabara, 1989.
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