ARTEMISIA aponta tendências em negócios de impacto social

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1 ARTEMISIA aponta tendências em negócios de impacto social Enviado por DA REDAÇÃO 17-Jun-2015 PQN - O Portal da Comunicação Atuação social que gera lucro, empregos e inovação tecnológica. O que parecia uma novidade há uma década, constitui hoje uma forte tendência da economia nos países emergentes. Na prática, os negócios de impacto social se baseiam em um modelo composto por empresas que oferecem, de forma intencional, soluções escaláveis para problemas sociais da população de baixa renda. No Brasil, há 10 anos a ARTEMISIA atua no fomento e aceleração de negócios de impacto social nos setores da Educação, Saúde, Serviços Financeiros e Habitação, tornando-se uma organização de referência no tema. A organização aponta quais são as cinco tendências ou seja, grandes oportunidades para empreendedores de startups. Nos últimos anos, a geração de negócios focados em resolver os problemas da baixa renda, que em alguns países chega a 80% da população, cresceu exponencialmente na África e na Índia. Na América Latina e no Caribe, o crescimento foi mais comedido por serem regiões que contam com uma significativa população urbana, portanto, maior presença do governo na oferta de serviços para a baixa renda. O Brasil se insere nesse contexto de desenvolvimento socioeconômico. Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da ARTEMISIA, o Brasil tem um mercado em franca expansão para negócios de impacto social. Uma das razões é que 85% da população é formada pelas classes C, D e E essas pessoas são responsáveis por 47% da renda do país. Segundo o executivo, a ARTEMISIA tem atuado fortemente, há uma década, para identificar e dar suporte aos negócios mais promissores. Maure ressalta que ao contrário de outros mercados emergentes, o Brasil possui um governo ativamente envolvido na prestação de serviços voltados para a base da pirâmide, o que o torna um possível cliente ou parceiro dessas startups. A equipe da ARTEMISIA ressalta que em nove anos, 4 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza e os indicadores sociais mostram que a população passou a enfrentar problemas comuns aos países ricos como obesidade e endividamento do consumidor. Esse cenário também oferece novos nichos de mercado para empreendedores de negócios de impacto social, sobretudo aqueles com foco em saúde, educação e serviços financeiros, finaliza. Com esse cenário, escolas privadas de baixo custo para a base da pirâmide; escolas com educação integral; startups com foco na empregabilidade do jovem brasileiro; serviços financeiros diferenciados para a baixa renda não bancarizada; e serviços inovadores voltados a facilitar a vida dos microempreendedores são algumas das tendências apontadas pela equipe do programa Aceleradora da ARTEMISIA. Modelos de negócio inovadores que já podem ser vistos em outros países da América Latina, nos Estados Unidos e África, sobretudo nas áreas de Educação e Serviços Financeiros, terão espaço para crescer no Brasil nesse ano.

2 A ARTEMISIA está em busca de empreendedores de negócios de impacto social que querem transformar o Brasil por meio de startups focadas em produtos e serviços destinados à baixa renda. As inscrições para o programa Aceleradora hoje o que tem o melhor track record do país estão abertas até a 13 de julho e podem ser feitas pelo site Tendência #1. Pátria Educadora A equipe da ARTEMISIA analisa que a Educação é um dos setores que tem merecido maior atenção por parte do Governo Federal e da própria mídia; o setor, inclusive, responde por boa parte do portfólio da organização. A definição de Pátria Educadora, lema da gestão de Dilma Roussef, e marcos como a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) que foca no desafios como a universalização da educação infantil e implementação da educação integral apontam que 2015 oferece muitas oportunidades para empreendedores da educação. Para as startups, ainda há grandes barreiras para o acesso ao Governo como cliente, mas acreditamos que o momento traz oportunidades, afirma Maure Pessanha. A executiva acrescenta que enquanto nos anos anteriores o foco dos empreendedores se voltou para o Ensino Médio e ENEM, em 2015 a tendência é que mais startups aproveitem as oportunidades de empreender com produtos e serviços voltados ao Ensino Fundamental, alfabetização e desenvolvimento não cognitivo que é um dos pilares da educação integral. Entre as empresas aceleradas pela ARTEMISIA que ilustram a tendência do foco na educação integral estão a Kidu e Guten. Criada em 2012 por Zé Aliperti e Flávio Marini, a Kidu é um sistema de ensino por projetos que cria experiências de aprendizagem significativas a partir dos materiais didáticos usados pelas escolas. Para cada conteúdo curricular, a startup sugere aos professores projetos a serem realizados pelos alunos, dentro ou fora da escola. Os próprios alunos registram o trabalho e fazem upload no Kidu; na plataforma, o professor avalia, acompanha o aprendizado e o desenvolvimento de diversas competências. Além disso, os melhores conteúdos produzidos pelos alunos são organizados e disponibilizados gratuitamente na WIKIDU, a primeira enciclopédia digital de crianças para crianças. A proficiência na leitura é uma das principais competências desenvolvidas pelas crianças o que é essencial para um bom desempenho ao longo da vida escolar. Uma criança que não aprende a interpretar textos não aprende matemática, história nem geografia, por exemplo. É nesse contexto que surgiu a Guten empresa de educação focada em desenvolver a competência da leitura por meio de aplicações mobile. Os pilares da startup são: criar engajamento à leitura por meio de conteúdo curado e com base nas competências do século XXI; tornar a leitura divertida e interativa, utilizando tecnologia e jogos; e oferecer textos com níveis de complexidade adequados para cada leitor, oferecendo o desafio adequado para cada criança.

3 Tendência #2. Escolas privadas de baixo custo No Brasil, o mercado de ensino superior é gerido por grande grupos, enquanto o ensino básico privado é extremamente pulverizado são 20 mil escolas de Ensino Fundamental e mais de 7 mil de Ensino Médio. Na análise da equipe da ARTEMISIA, com o aumento da renda e a redução da média de filhos, as famílias passaram a investir na educação das crianças, matriculando-as em escolas particulares. Esse é um cenário propício para modelos de escolas privadas de baixo custo, afirma Maure Pessanha, acrescentando que essa tendência está em franco processo de consolidação fora do Brasil. No Peru, um dos exemplos é a Innova Schools, uma cadeia de escolas que possui mensalidade de cerca de US$ 130 e educação de alta qualidade. A escola peruana se baseia na aprendizagem independente e centrada na tecnologia. As salas de aula têm paredes deslizantes para que duas salas pequenas, por exemplo, possam se conectar formando uma maior no caso de aprendizagens independentes, o professor pode supervisionar duas salas ao mesmo tempo. A metodologia adotada se mostrou eficiente em % dos alunos obtiveram notas altas em matemática, sendo que a média do país é de 17% de proficiência na matéria. Em 2014, a estimativa de faturamento foi de US$ 22 milhões; a visão dos empreendedores é tornar a iniciativa a maior rede de ensino da região em Existem diversas redes de escolas privadas de baixo custo (affordable private schools) que oferecem educação de qualidade e com metodologia inovadora, em especial na relação aluno/professor. Acreditamos que no Brasil estamos em um momento propício para o surgimento de redes escolares com essa característica, inovando tanto na gestão, quanto conteúdo, avalia Maure. Com o surgimento da nova classe média, há espaço no orçamento das famílias para investir cerca de R$ 200 a R$ 300 reais mensais com educação representando uma oportunidade consistente para empreendedores que formularem um modelo inovador e profissional de gestão. Tendência #3. Empregabilidade para um novo Brasil O Brasil conta com mais de 60 milhões de adultos jovens entre 20 e 39 anos com um nível educacional, muitas vezes superior a de seus pais alguns são a primeira geração em suas famílias

4 a receber um diploma universitário. Embora o diploma represente um avanço, há um gap entre as competências que esses jovens aprendem nas escolas e universidades e as demandas do mercado de trabalho o que revela um verdadeiro descompasso entre mundo acadêmico e mercado de trabalho. O país sofre a falta de mão de obra com formação técnica e para suprir essa lacuna o MEC investe no PRONATEC. De acordo com a análise da equipe da ARTEMISIA, o ensino nacional baseia-se demais no conteúdo e na memorização; as empresas, em contrapartida, demandam competências como criatividade, proatividade e postura empreendedora. Ao analisar esse cenário, vemos que existe a oportunidade para startups que ofereçam formação técnica ou não mas com foco no desenvolvimento de empreendedorismo e competências socioemocionais. Entre os exemplos internacionais estão o Bloc maior bootcamp online do mundo e Plural Sight. O Bloc oferece a elaboração de currículo e uma tutoria online para que o contratante tenha acesso a um projeto holístico para obter preparo para o mundo do trabalho. A tese fundamental é desenvolver habilidades e qualificação não somente títulos ou diplomas. Na plataforma, um mentor ajudará o profissional a encontrar o conteúdo e organizar o estudo para obter qualificação para a atuação em áreas de interesse. A Plural Sight, por sua vez, é a líder mundial em treinamento online para profissionais de tecnologia (desenvolvedores de softwares, especialistas em TI e tecnólogos criativos). Criada em 2004, a empresa oferece acesso a mais de cursos e possui clientes em mais de 150, funcionando como um catalisador de carreira ao propor um treinamento prático. Tendência #4. Reinventando os serviços financeiros A relação das pessoas com os bancos está mudando. Nesse novo cenário de maior acesso à informação, a tecnologia propiciou um aumento das operações via computador ou celular. Na prática, o gerente não é mais a principal fonte de informação sobre a melhor forma de cuidar do dinheiro, por exemplo. Hoje, as instituições financeiras tradicionais buscam formas de reinventar esse relacionamento e têm investido em soluções de mobile wallet e e-conta, mecanismos que garantem operações via web e celular. É nesse contexto que se encontram as oportunidades para startups, considerando os avanços na legislação de pagamentos móveis e de microsseguros, em 2012, que têm impulsionado as inovações no setor. O momento pode representar uma oportunidade para startups que formatarem soluções para pessoas da baixa renda que não têm acesso a serviços financeiros formais. Podem surgir soluções mobile que não estejam vinculadas às agências. As pesquisas mostram que o endividamento, a desbancarização e a falta de informações de qualidade ainda

5 são desafios da baixa renda nesse setor. Mas, vale ressaltar que essa população não bancarizada é estimada, no Brasil, em 55 milhões de pessoas um mercado potencial robusto. Na África os pagamentos móveis (mobile payment) representam um avanço para a população, sendo que o modelo é o da conta corrente pré-paga, que transforma o celular em uma espécie de cartão de débito. No Quênia, onde a bancarização é quase inexistente, o serviço é oferecido pela Safaricom. Dois exemplos de empresas aceleradas pela ARTEMISIA que ilustram essa tendência são a OLHAconta e a Togarantido.com.br. Criada em 2013 por Samar Sleiman, a OLHAconta é a primeira empresa de tecnologia mobile banking do Brasil focada em usuários que não têm conta bancária. A proposta central é baseada em uma tecnologia que disponibiliza à população não bancarizada uma série de serviços financeiros via celular, como transferências de dinheiro, pagamento de contas, compras no varejo, operações de poupança. Pesquisas indicam que 39,5% da população brasileira adulta cerca de 55 milhões de pessoas, não possuem conta bancária, em especial, grande parcela da baixa renda que atua em empregos informais e tem dificuldade em comprovar renda estável e moradia fixa. A tecnologia móvel, nesse contextos, favorece a inclusão financeira dessa parte da população com baixos custos e de forma acessível. A startup Tô Garantido, fundada em 2013 por Felipe Cunha, oferece uma plataforma de venda de microsseguros, que é conectada às principais seguradoras do mercado. Nela, famílias e microempreendedores podem adquirir produtos de forma fácil, rápida e descomplicada seguros focados nas necessidades específicas da população de baixa renda (acidentes pessoais, assistência funerária, diária hospitalar, entre outros). Além da venda dos microsseguros, a plataforma visa educar o público de classe C, D sobre a importância de segurar os bens conquistados. Tendência #5. Serviços a microempreendedores O Brasil possui mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas que respondem por 52% dos empregos com registro em carteira, de acordo com o Sebrae. Na prática, esses empreendedores não contam com produtos e serviços voltados para a gestão, principalmente tecnologia. Inovações como o SAAS (Software as a service) disponíveis para mercados maduros ainda são muito caras ou não atendem às reais necessidades do micro e pequeno empreendedor. Acreditamos que com a necessidade de eficiência cada vez mais premente em todos os setores, há oportunidades para desenvolver soluções simples e acessíveis para capacitar e otimizar o trabalho

6 desse público, afirma Maure Pessanha. PQN - O Portal da Comunicação

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