Leituras Preliminares: um ponto de partida CONFERÊNCIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A INTOLERÂNCIA CORRELATA
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- Micaela Chagas Vasques
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1 Leituras Preliminares: um ponto de partida CONFERÊNCIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A INTOLERÂNCIA CORRELATA FUNDAÇÃO FORD IIDH Instituto Interamericano de Direitos Humanos
2 Leituras Preliminares: um ponto de partida CONFERÊNCIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A INTOLERÂNCIA CORRELATA As opiniões apresentadas nos artigos são da responsabilidade exclusiva das pessoas que as subscrevem e não refletem, necessariamente, os pontos de vista do IIDH, nem as posições das agências de cooperação, dos governos ou das organizações internacionais que patrocinam esta publicação Instituto Interamericano de Direitos Humanos São José. Primeira edição, Reservados todos os direitos. A reprodução total ou parcial deste material poderá ser autorizada mediante aprovação prévia do IIDH EQUIPE PRODUTORA DA PUBLICAÇÃO Gilda Pacheco Cristina Zeledón Linda Berrón José F. Trejos Alejandro Pacheco (Mundo Gráfico) Diretora do Departamento de Entidades da Sociedade Civil Assistente de Programas Arte e Diagramação Capa Impressão c Instituto Interamericano de Direitos Humanos Conferência Mundial contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância correlata. São José, C.R.: Instituto Interamericano de Direitos Humanos, 2001 ISBN: X 1.Discriminação racial 2. Racismo 3. Fanatismo I. Título
3 APRESENTAÇÃO Em 1997, a Assembléia Geral das Nações Unidas resolveu realizar uma Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, que terá lugar em Durban, na África do Sul, em setembro de Esta importante reunião de cúpula tem como proposta, na aplicação de normas e instrumentos internacionais, adotar medidas de caráter prático para erradicar o racismo; formular recomendações para a adoção de medidas posteriores de combate ao preconceito e à intolerância; examinar os progressos obtidos na luta contra a discriminação racial e reavaliar os obstáculos que impedem o progresso nesta esfera e os meios para superá-los; analisar a maneira de garantir uma aplicação melhor das normas existentes; aumentar o nível de consciência sobre as conseqüências do racismo e formular recomendações para a possível adoção de medidas posteriores, tanto em nível nacional e regional como internacional. Como costuma acontecer com a convocação desta e de outras conferências mundiais, a sua realização representa, simultaneamente, um ponto de chegada e um ponto de partida. Numerosas iniciativas, incentivadas pelos Estados e por diversas entidades da sociedade civil, tratam de estabelecer e registrar a magnitude da problemática, especialmente das repercussões que esta tem para as populações diretamente atingidas; do mesmo modo, e voltadas para o futuro, tais iniciativas oferecem propostas de soluções na esfera nacional e internacional para o fortalecimento de ações de proteção, defesa e promoção de direitos que conduzam à consolidação de democracias verdadeiramente participativas, representativas e inclusivas. O Instituto Interamericano de Direitos Humanos (IIDH) participou ativamente da Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992; da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, em 1993, e da Conferência Mundial sobre a Mulher, em 1995, sempre enfatizando, de forma especial, a temática dos direitos humanos. Deverá agir de forma semelhante também nesta Conferência. O IIDH compartilha o critério de que as práticas de diferenciação, exclusão, restrição, preferência e intolerância baseadas em raça, cor, ascendencia e origem nacional ou étnica, impedem o pleno gozo dos direitos humanos, produzindo ou agravando conflitos e incontáveis sofrimentos e perdas de vida. Mas também reconhece, esperançoso, as importantes conquistas alcançadas, como a abolição do apartheid ou a incorporação de mecanismos de combate ao racismo em tratados internacionais e nas constituições do nosso continente americano; continente este que estará presente tanto nos debates da Conferência, como no seu seguimento, particularmente no que se refere aos compromissos assumidos pelos Estados participantes.
4 Com esse propósito, foi elaborado um documento de trábalo denominado Leituras preliminares: um ponto de partida. Conferencia Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, que contém quatro seções e um anexo. A primeira seção sistematiza os instrumentos de proteção internacional do sistema das Nações Unidas e interamericano; a segunda identifica os artigos específicos relacionados ao combate contra o racismo e a discriminação racial nas constituições nacionais dos trinta e cinco países que integram o continente americano; a terceira, contem recomendações para a estratégia de influência política de organizações da sociedade civil (OSC) durante a Conferência.; a quarta faz uma análise de elementos conceituais sobre o racismo. O documento anexo incorpora declarações das diferentes alianças e redes de organizações indígenas e de afro-descendentes, dentro do âmbito deste processo preparatório. Esperamos que este documento se constitua em ferramenta de utilidade a ser consultada para os debates dos representantes dos Estados e no trabalho de advocacy das OSC, a fim de não reabrir discussões sobre acordos já estabelecidos e orientar os esforços para a consolidação ou o avanço de novos desafios para combater o racismo em nível mundial. Agradecemos à Fundação Ford, de Nova York, pelo auxílio que concedeu a uma iniciativa de apoio a entidades civis de afro-descendentes e indígenas da América Latina e do Caribe, que possibilitou o sucesso da reunião preparatória regional realizada no Chile, em dezembro de 2000, assim como outras atividades prévias relevantes. Apresentamos, também, nossos especiais agradecimentos aos escritórios da Fundação Ford, no Brasil e no Chile, que apoiaram a elaboração deste documento de trabalho, o qual esperamos venha a ser útil durante e após a Conferência. Por último, queremos agradecer à equipe de consultores envolvidos nas diferentes etapas deste processo, às OSCs que participaram de todas as atividades que foram desenvolvidas no âmbito desses projetos, e a meus colegas do Departamento de Entidades da Sociedade Civil do IIDH, responsáveis pela execução desta importante iniciativa. Roberto Cuellar M. Diretor Executivo IIDH
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