Monitoramento e controle da salinidade do cultivo de tomate, em ambiente protegido (estufa). AUTOR: Engenheiro agrônomo Pablo Luis Sanchez Rodriguez
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1 CATEGORIA: Inovação em metodologia de extensão rural NOME DO PROJETO Monitoramento e controle da salinidade do cultivo de tomate, em ambiente protegido (estufa). AUTOR: Engenheiro agrônomo Pablo Luis Sanchez Rodriguez CO-AUTOR PRINCIPAL: Técnico agropecuário Flavio Jedneralski LOTAÇÃO: Ivaiporã/Faxinal LOCAL DE APLICAÇÃO: Município de Faxinal. INICIO E CONCLUÇÃO DO TRABALHO (MÊS/ANO) Outubro de 2013 a julho de 2014 SITUAÇÃO ANTERIOR: Os agricultores não realizam o controle da salinidade, utilizam grandes quantidades de corretivos e fertilizantes, até mesmo aqueles que fazem a coleta de amostra de solo. Além disso, há situações onde os agricultores acreditam que fazendo estas aplicações, a produtividade será sempre maior. Os agricultores não possuem muito conhecimento sobre nutrição de tomate (extração e acúmulo de nutrientes), as funções e sintomas de deficiências e excesso dos nutrientes necessários para uma agricultura sustentável. Há carência também do conhecimento das formas químicas que são absorvidas pela planta de tomate, e as interações das formulações químicas inorgânicas e orgânicas no solo (adubação química, orgânica, irrigação, e fertirrigação). 1
2 JUSTIFICATIVA: A salinidade de um solo refere-se ao conteúdo de vários tipos de sais presentes na solução do solo, que produzem efeitos nocivos as plantas de tomate com perda de produtividade e renda, ocasionada pelo aumento da sua concentração. Os sais podem ser compostos químicos contendo cloretos, nitratos, sódio, potássio, cálcio, magnésio, e outros elementos presentes nos corretivos e fertilizantes. O cultivo de tomate em ambiente protegido no município de Faxinal tem uma importância muito grande, relacionado ao tripé da sustentabilidade nas questões social, econômico e ambiental. O PIB proveniente desse cultivo é muito elevado (o segundo das cadeias do município), com um grande número de famílias dependentes dessa renda, sofrendo também o impacto ambiental causado pela demanda e utilização de grandes quantidades de insumos agrícolas especialmente corretivos e fertilizantes. O cultivo de tomate em ambiente protegido (estufa), demanda muito investimento na construção das estruturas, o que proporciona uma estabilidade na produção e no retorno do investimento feito, além de qualidade do produto e o aumento da produtividade. Nos últimos 5 anos o município chegou a ter estufas, porém no presente ano temos apenas 600 estufas, dentre os vários motivos de desistência e/ou falência, podemos destacar a presença da salinidade (perde lucro). OBJETIVO DA PROPOSTA: Demonstrar a presença da salinidade durante o acompanhamento do cultivo do tomate. ESTRATÉGIAS: - Fazer as intervenções necessárias na produção de uma safra. - Controlar a salinidade do solo através do planejamento da unidade produtiva. - Utilização de metodologia proposta pela pesquisa. - Utilizar instrumentos de medidas pertinentes a este trabalho, proposto pela pesquisa. 2
3 - Utilizar estratégia metodológica extensionista, para divulgação das informações obtidas junto aos agricultores. PROCEDIMENTOS PRECONIZADOS: Antes da implantação do tomate, foi feito uma coleta de amostra do solo para análise no laboratório de 6 macronutrientes e de 6 micronutrientes e outros resultados analíticos complementares. Seguindo as recomendações feitas conforme interpretação dos dados, segue as medidas para a implantação do tomate: - Plantio do cultivar Pizzadoro do grupo saladete (italiano). - Instalação do tensiômetro para determinar o período de irrigação. - Instalação de duas sondas para extração da solução do solo a uma profundidade de 20 e 30 centímetros. Durante o cultivo, o monitoramento da concentração de sais (adubação de cobertura via fertirrigação) foi feito através da leitura por um aparelho chamado condutivímetro, que mede o PH e sais presentes na solução (íons na solução), que possuem a habilidade de conduzir corrente elétrica. O seu conteúdo será estimado pela condutividade elétrica (C.E.), expressa na unidade adotada pelo sistema internacional em SIEMENS, sendo o milisiemens por centímetro (ms/cm). Monitoramento nutricional da lavoura de tomate tem como objetivos identificar carências e ou excessos de nutrientes, através da coleta de folhas do tomate para análise foliar em laboratório, fornecendo assim as informações necessárias para realizar as intervenções no fornecimento dos nutrientes durante as várias fases do cultivo. Leitura das condições físicas do solo foi realizada com o aparelho chamado de Penetrógrafo, utilizado em vários pontos por amostragem dentro da estufa, na linha de plantio do tomate. 3
4 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA DESENVOLVIDA: Para fazer a recomendação da necessidade de corretivos e fertilizantes, foi realizado a análise do solo com antecedência ao plantio do tomate (vide anexo 1) e recomendado a aplicação antes do plantio de 661 kg de calcário calcítico, e 285 kg de fertilizante da formula , na área total de 2200 metros quadrados (estufa). O sistema de irrigação foi instalado com antecedência sendo feito por gotejamento, tendo como fonte de água o reservatório (ponto mais alto da propriedade) equivalente a 15 m.c.a.(metros de coluna de água). O processo de fertirrigação é acionado pelo equipamento denominado de Venturi (injetor), pelo qual será feito as adubações (manejo) de cobertura durante todo o cultivo do tomate. Foi feito o transplante de mudas de tomate (apresentando 5 folhas definitivas, sendo o tamanho ideal) na estufa no dia , provenientes de um viveiro registrado. A partir desta data todo o sistema de irrigação foi acionado pelo monitoramento e leitura do tensiômetro (vide anexo-2). Após 20 dias desde o transplante do tomate, começou a ser feito a adubação de cobertura (vide anexo-3) de acordo a necessidade do tomate. A partir do dia (leitura número 1) começou a ser feito a coleta da solução do solo através das sondas instaladas na linha de plantio do tomate a 20 e 30 centímetros de profundidade. Era feito a leitura do ph e da salinidade imediatamente após a coleta através do condutívimetro, efetuando sucessivamente as coletas da solução do solo e sua leitura respectivamente (vide anexo-4 e 5). O cultivo do tomate suporta o limite máximo de salinidade do solo até 2,5 ms/cm (vide anexo 5) sem registrar perdas de produtividade, sendo considerado cultura moderada. Valores acima do limite mencionado causam diminuição de rendimento de 10% para cada 1 ms/cm, sendo acumulativos. 4
5 No acompanhamento da extração da solução do solo até a leitura número 12, a unidade SIEMENS não ultrapassou mais de 2,5 ms/cm (limite Maximo permitido para o tomate), porém na leitura número 13 da solução a 20 centímetros de profundidade houve um aumento drástico para 3,11 SIEMENS ( ms/cm), imediatamente foi feito a intervenção para modificar a formulação da fertirrigação e procurar verificar outros fatores que estariam interferindo no sistema. As leituras foram feitas 2 vezes por semana sempre 24 horas após a realização da fertirrigação. Nas leituras seguintes (13 a 17) da sonda de 20 centímetros, houve um aumento crescente na unidade SIEMENS, mesmo após as intervenções feitas na quantidade e mudando sua formulação que atingiu a máxima de 4,43 SIEMENS (ms/cm).(vide anexo 5). Na data de foi feito a primeira coleta de folhas de tomate e na data de foi feita a segunda coleta de folhas. Esses dados serviram para fazer a análise completa dos nutrientes (vide anexo 6), fornecendo dados sobre a nutrição equilibrada e adequada para o tomate. Mesmo conferindo a concentração dos fertilizantes (gramas por litro de água pelo número de plantas de tomate) que estava de acordo com o nível de nutrientes fornecidos as plantas, decidimos investigar o fator físico do solo com relação ao preparo e o perfil do solo. Na data de (leitura número 15) abrimos uma trincheira de 60 centímetros de profundidade para analisar o perfil do solo, utilizamos o penetrógrafo para fazer 7 amostras nas linhas do tomate (vide anexo 7) e constatamos a presença de camada muito compactada a 20 centímetros de profundidade (vide fotos). Assim chegamos à conclusão de que a fertirrigação (solução do solo) estava mais acumulada e concentrada na sonda a 20 centímetros. Vale resaltar que na sonda instalada a 30 centímetros de profundidade, em nenhum momento as leituras ultrapassaram o valor de 2,5 SIEMENS (ms/cm), permanecendo na normalidade durante a realização do trabalho. 5
6 Decidimos fazer novas intervenções na fertirrigação para controlar a unidade da salinidade (SIEMENS), que começou a diminuir a partir da leitura número 18 até a ultima leitura a de numero 29 (vide anexo 5). A partir da leitura de número 22, começou a ser normalizado o controle da salinidade (2,5 ms/cm), sendo mantido essa normalidade até a leitura final de número 29. Após a leitura 29 o produtor continuou a colheita normalmente que teve inicio no dia e teve o termino em Durante todo ciclo do tomate, houve preocupação com a produtividade, manejo da cultura, gestão, e o lucro do cultivo do tomate. CONCLUSÃO: O monitoramento da salinidade para o cultivo de tomate em ambiente protegido (estufa) sofre interferências de muitas variáveis, como preparo do solo com profundidade desejada, aplicação de fertilizantes antes do plantio de maneira uniforme, fertirrigação planejada e compatível com as reações químicas que irão interferir nos nutrientes macronutrientes e micronutrientes no solo, qualidade da água de irrigação e análise foliar para detectar excessos e ou deficiências para poder realizar intervenções oportunas e imediatas. 6
7 CONEXÃO DO TEMA COM OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO PROJETO *EMATÉR DO FUTURO*: Este trabalho está focado para atender as expectativas dos beneficiários preferencialmente para o público assistido (Unidade Produtiva Familiar UPFs) assim também como o público orientado. O compromisso desse trabalho é agregar valor aos negócios com a cadeia do tomate cultivado em ambiente protegido (estufa), tendo como bases para este trabalho a difusão do conhecimento, da qualificação e despertar a necessidade e o interesse das famílias com maior competência, para obter maior renda líquida, propiciando melhor qualidade de vida e acesso a outras políticas públicas. O sistema agrícola do tomate como um todo terá um impacto ambiental baixo, pela aplicação racional de insumos modernos com maior critério e escolha mais adequada para a integração com outras praticas agronômicas de manejo de solo e água. ABRANGÊNCIA: Na estratégia metodológica programada, houve atendimento em dia de campo a 200 famílias e reuniões na comunidade com participação dos vizinhos da propriedade. Houve também a participação de profissionais do Instituto EMATÉR de vários municípios da região e outras regiões, da SEAB, iniciativa privada, e de empresas multinacionais. Quanto a adesão de produtores de tomate para controle da salinidade, verifica-se a campo que 53 produtores (inicio de adotadores), já estão utilizando esta pratica. 7
8 RESULTADOS DO PROJETO Dentro dos benefícios gerados diretos para o agricultor, podemos citar a diminuição da aplicação de fertilizantes, que provocavam maior salinidade no solo quando os níveis ultrapassavam 2,5 SIEMENS (ms/cm). As intervenções feitas trouxeram maior aproveitamento dos fertilizantes e consequentemente um maior lucro final ao produtor. A comunidade irá se organizar para fazer a compra grupal de kit para monitoramento da salinidade, condutivímetro, sondas e tensiometro. A atividade do cultivo do tomate nesta unidade demonstrativa foi realizada numa área de 0,22 hectares, apresentando uma produção de kg de tomate com um custo total de R$ ,00. A comercialização desse tomate foi efetuada a R$ 1,82 por kg, proporcionando uma receita total de R$ ,20 e fornecendo um lucro final de R$ ,20. Vale destacar que no custo total esta incluso os insumos e a mão de obra (equivalente ao salário mínimo) do próprio produtor, desta maneira a renda e o custo beneficio para o produtor e sua família foi altamente rentável. 8
9 AGRADECIMENTOS: Paulo Hidalgo ex-articulador de Olericultura da macro norte Nilson Ladea articulador de Olericultura da macro norte Equipe regional de Ivaiporã Equipe municipal de faxinal, Cruzmaltina, Borrazópolis, e Marilândia do sul PARCEIROS PRINCIPAIS: Bayer Cropscience (multinacional), Petroisa (empresa de insumos e irrigação) e Família do Produtor Valmir da Silva Borges REFERENCIAS: Tomate: produção em campo, casa de vegetação e em hidroponia Editor: Marco Antônio Resende Alvarenga-Lavras. Editora UFLA, 2004 ANEXOS: Fotos, anexos 1 a 7, vídeo, convite dia de campo Ivaiporá 28 de janeiro de 2015 Assinatura Assinatura 9
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