Quadro II - PREÇO DO AÇÚCAR CRISTAL COLOCADO NO PORTO DE SANTOS - SP NA CONDIÇÃO SOBRE RODAS - (Em R$/Saca de 50kg*) 24

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1 CANA-DE-AÇÚCAR Período: Março/206 Quadro I - PREÇO NA USINA EM SÃO PAULO (Em R$/unidade*) Produtos Unidade Página 24 2 Mês Mês Atual Açúcar Cristal Cor ICUMSA 30 a 80 Saco/50 kg 50,86 50,97 8,25 77,46 Etanol Anidro Carburante litro,5786,3740 2,0977 2,0659 Etanol Hidratado Carburante litro,499,262,94,8672 (*) Valores sem incidência de impostos Fonte: Cepea/Esalq Elaboração: Conab Quadro II - PREÇO DO AÇÚCAR CRISTAL COLOCADO NO PORTO DE SANTOS - SP NA CONDIÇÃO SOBRE RODAS - (Em R$/Saca de 50kg*) 24 2 Produtos Unidade Mês Atual Mês Açúcar Cristal Santos - SP Cor ICUMSA Máximo 50 Saco/50 kg 52,53 5,48 80,8 77,8 (*) Valores sem incidência de Impostos Fonte: Cepea/Esalq Elaboração: Conab Quadro III - PREÇO INTERNACIONAL Produto Sugar - ª Entrega (US Cents/lbs) Centro de Comercialização 24 Ice Future Nova York Fonte: CSCE-New York - Elaboração: Conab Câmbio médio do mês atual: R$/US$ 3,7033.MERCADO INTERNO. Açúcar Períodos anteriores 2 Mês Mês atual 7,58 2,83 3,3 5,43 No início de março o mercado emitia sinais que estava abastecido. Segundo analistas a demanda pelo produto era limitada e por isto as usinas ao longo do mês foram flexibilizando as ofertas de preços, no intuito de atrair mais compradores e aumentar os volumes de negócios. Esta estratégia visava duas importantes finalidades, a saber: a) - reduzir os volumes de estoques remanescentes da safra 205/6, armazenados nas dependências das usinas e b) - abrir espaço para entrada de produto da nova safra 206/7, a ser iniciada em abril próximo. Em que pese a reação positiva das cotações verificadas no mercado internacional, a opção pela flexibilização dos preços por parte das usinas, combinada com a valorização do real ante ao dólar, ocorrida no transcurso do mês, acabou reduzindo a expressiva vantagem comparativa então existente entre os valores de vendas destinadas ao mercado interno e de exportação (de acordo com o Cepea, o

2 percentual médio de fevereiro em favor do mercado interno era de % e em março caiu para 5%). Foi este o atrativo que levou as usinas a direcionarem com maior intensidade suas vendas para o mercado interno. Caso não haja mudança neste cenário, a probabilidade é que os negócios com exportação voltem a predominar daqui para frente. Diante da postura adotada pelas usinas: opção pela flexibilização dos preços, a média de fechamento do açúcar-, retirado da usina-, e do açúcar-, colocado no porto de Santos/SP - março/6, recuaram, respectivamente, 4,66% e 3,74%, em comparação aos valore de fevereiro/6. Ver Quadros I e II e Gráfico I. Contudo, se comparados os preços atuais com os do mesmo período de ano passado (março/5), constata-se que o mercado no momento atual está remunerando cerca de 5,97%, na primeira situação e 49,92%, para o produto colocado no porto de Santos/SP..2 Etanol No primeiro decêndio do mês os preços do etanol hidratado deram prosseguimento ao movimento de alta; comportamento este que vinha ocorrendo desde o final de dezembro passado, e somente a partir da segunda quinzena do mês em curso é que o mercado inverteu a tendência, passando a operar em baixa. Quanto ao etanol anidro, este já entrou no mês de março com preços em queda. A queda no consumo, ocasionada pela crise econômica, e principalmente pela relação desfavorável em relação à gasolina em todas as Unidades da Federação têm desestimulado o consumidor final, como consequência, os preços recuaram de forma expressiva a partir da 2ª quinzena. Página 2

3 Neste cenário, nem mesmo a divulgação feita pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento Mapa dando conta de que os estoques de etanol anidro e hidratado no final de fevereiro/206 se encontravam em níveis bastante reduzidos, abaixo inclusive dos volumes estocados no mesmo período de 205, foi capaz de segurar os preços do biocombustível que, no julgo dos consumidores, se mostravam nada atrativos. De acordo com o Ministério citado, o volume de etanol anidro estocado no fim de fevereiro/6 totalizava,98 milhões de m³, enquanto que o hidratado somava,5 milhões de m³, portanto, inferior em 7,2% e 55,%, respectivamente, aos estoques de fevereiro de 205. Diante desses acontecimentos, e, conforme pode ser observado no quadro I e gráfico II, a cotação média do etanol hidratado fechou o mês de março/6, valendo R$,8672/l, indicando, assim, queda de 2,45%, em relação ao valor de fevereiro/5. No mesmo período, o etanol anidro recuou,52%, finalizando o mês cotado em R$ 2,0659/l. Vale ainda acrescentar que, em relação aos preços de um ano atrás (março/5), os valores atuais apresentam, em termos percentuais, as seguintes valorizações: etanol hidratado 48,0% e Etanol anidro 50,3%. 2. MERCADO INTERNACIONAL O mercado de açúcar fechou o mês com uma expressiva alta de 5,9% em relação ao valor médio apurado em fevereiro/6. A cotação média mensal dos contratos de primeira entrega, negociados na Bolsa de Nova Iorque, com vencimento em maio/6, atingiu o patamar de US 5,43 Cents/lb, (ver Quadro III e Gráfico III). Outro fato que deu sustentação aos preços foi o avanço da colheita (safra 205/6) nos países asiáticos-, grandes produtores de açúcar-, onde vão se confirmando as estimativas de queda na Página 3

4 produção e que, segundo os analistas de mercado, deverá ser a menor safra dos últimos cinco anos. Portanto, se comparar o preço médio atual de US 5,43 Cents/lb com o valor do mesmo período do ano passado (março/5 US 7,58 cents/lb), verifica-se que momentaneamente o mercado está pagando menos 2,23% pelo adoçante, não deixando de ser paradoxal essa situação, se forem levados em consideração os atuais fundamentos do mercado mundial da commodity. No cenário macroeconômico, cabe destacar a vigorosa valorização de 6,79% do real brasileiro ante o dólar americano, que encerrou o mês com indicativo de média de R$/US$ 3,7033 contra R$/US$ 3,973 verificada em fevereiro. Essa movimentação no mercado de câmbio fez com que o produto a brasileiro perdesse competitividade no mercado internacional, contribuindo, desta forma, para a abertura de espaço no mercado externo, para entrada e comercialização de açúcar produzido pelos demais países concorrentes do Brasil. Neste foco de menor oferta, ou como queiram, de menos concorrência, a Bolsa de Nova Iorque reagiu, positivamente, fechando o mês em forte elevação. A Associação dos Produtores de Açúcar da China divulgou, no dia 6/03/206, informações sobre a previsão da produção de açúcar naquele país, que na corrente safra 205/6 deverá recuar para 9,0 milhões de toneladas. Na safra passada, a safra chinesa totalizou algo em torno de 0,5 milhões de toneladas, segundo estimativas de entidades do mercado ou,0 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA em relatório publicado no mês de novembro/5. De qualquer forma, a queda na produção é expressiva, pois, em valores absolutos representa, aproximadamente,,5 a 2,0 milhões de toneladas. Ainda com relação à China, e ratificando comentários feitos em conjunturas anteriores, a quebra da safra foi motivada por questões climáticas (fenômeno El Niño) durante o ciclo da cultura. Neste sentido, as lavouras foram afetadas pela baixa pluviosidade na fase de desenvolvimento das plantas e excesso no período de colheita, além da ocorrência de baixas temperaturas. Os fundamentos do mercado de açúcar ficaram mais sólidos no mês de março. Além da China outros dois gigantes da produção mundial, Índia segundo maior produtor e Tailândia, terceiro, divulgaram dados que ratificam a quebra de safra nas respectivas localidades. Notícia divulgada pela Agência Reuters em 8/03 dá conta de que a Tailândia, segundo maior exportador de açúcar do mundo, reduziu as estimativas de exportação de açúcar para o ano de 206 em cerca de 20,0%, devido à seca que afetou as lavouras e maior consumo doméstico. O Secretário Geral do Escritório do Conselho de Cana e Açúcar-, Sr. Somsak Jantararoungtong-, informou que, das 9,6 milhões de toneladas produzidas, cerca de 7, milhões terão como destino o mercado de exportação, e o remanescente de 2,5 milhões de toneladas serão reservadas para uso doméstico. Página 4

5 Djalma Fernandes de Aquino Analista de Mercado Tel.55 (6) Site: Página 5