Quadro II - PREÇO DO AÇÚCAR CRISTAL COLOCADO NO PORTO DE SANTOS - SP NA CONDIÇÃO SOBRE RODAS - (Em R$/Saca de 50kg*)
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- João Batista Caiado Igrejas
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1 CANA-DE-AÇÚCAR Período: Janeiro/2016 Quadro I - PREÇO NA USINA EM SÃO PAULO (Em R$/unidade*) Produtos Unidade Mês Mês Atual Açúcar Cristal Cor ICUMSA 130 a 180 Saco/50 kg 50,20 51,05 80,57 83,75 Etanol Anidro Carburante 1 litro 1,4603 1,4303 1,9437 2,0532 Etanol Hidratado Carburante 1 litro 1,2853 1,3185 1,7087 1,8375 (*) Valores sem incidência de impostos Fonte: Cepea/Esalq Elaboração: Conab Quadro II - PREÇO DO AÇÚCAR CRISTAL COLOCADO NO PORTO DE SANTOS - SP NA CONDIÇÃO SOBRE RODAS - (Em R$/Saca de 50kg*) Produtos Unidade Mês Atual Mês Açúcar Cristal Santos - SP Cor ICUMSA Máximo 150 Saco/50 kg 50,33 51,54 80,32 82,70 (*) Valores sem incidência de Impostos Fonte: Cepea/Esalq Elaboração: Conab Quadro III - PREÇO INTERNACIONAL Produto Sugar 11-1ª Entrega (US Cents/lbs) Fonte: CSCE-New York - Elaboração: Conab Câmbio médio do mês atual: R$/US$ 4,0522 Centro de Comercialização 24 Ice Future Nova York Períodos anteriores 12 1 Mês Mês atual 15,42 15,06 14,99 14,29 1.MERCADO INTERNO 1.1 Açúcar Conforme divulgado amplamente em conjunturas anteriores, as excessivas precipitações pluviométricas dificultaram os trabalhos de colheita e processamento da cana, na Região-Centro-Sul, em Como permaneceu uma considerável quantidade de matéria-prima no campo, algumas usinas decidiram pela continuidade das atividades (colheita, moagem e fabricação de açúcar e álcool) ao longo do mês de janeiro/16. Em que pese tal decisão, o mercado que já vinha com uma demanda aquecida seguiu pouco ofertado, pois, as usinas, a exemplo do que ocorreu em dezembro/15, continuaram priorizando a entrega de produtos atrelados a contratos negociados anteriormente. Desta maneira, por conta dos fatores acima mencionados, as usinas não cederam à proposta de compras inferiores ao patamar mínimo estabelecido, fazendo com que o preço médio do açúcar cristal vendido em São Paulo (Quadro I e Gráfico I),
2 subisse pelo quinto mês consecutivo, saindo de R$ 80,32/sc em dez/15 para R$ 83,75/sc no corrente mês, ressaltando que, em termos percentuais, equivale a um incremento de 3,95%. Já o produto colocado no porto de Santos/SP - ver Quadro II- o valor médio de janeiro/16 também apresentou elevação em relação à cotação do mês anterior, embora inferior, ainda assim, significativa na medida em que o avanço chegou a 2,96%. Tomando como referência os preços de novembro e de abril, relativos aos anos de 2013, 2014 e 2015, referentes à cana-de-açúcar, e seus principais derivados (açúcar, etanol anidro e etanol hidratado), verificou-se que a variação de preços entre matéria-prima e derivados não guarda correlação no momento dos ajustes, isto é, as oscilações verificadas nos mercados dos derivados nem sempre são acompanhadas pelo mercado que comercializa a matéria-prima; portanto, as variações encontradas conforme pode ser observado no Quadro IV abaixo são díspares.
3 No gráfico II, abaixo, pode ser observado o comportamento das curvas de preços de comercialização da matéria-prima nos Estados do Paraná e São Paulo, abrangendo o período de janeiro/13 a dez/2015. Obedecendo à prática mais comum utilizada nos Estados da Região Centro-Sul, os valores espelham a forma de pagamento para a cana colocada na usina, tradicionalmente conhecida como Preço Cana Esteira. Neste sentido, os preços recebidos pelos produtores em São Paulo, no mês de dezembro/15, foram de R$ 63,22/t, enquanto que no Paraná o produto foi comercializado à razão de R$ 65,86/t em novembro/15. Na região Nordeste a comercialização do açúcar seguiu firme. Onde a safra foi comprometida pela falta de chuva, a demanda prevaleceu sobre a oferta. No decorrer do mês a procura pelo produto foi intensa, contudo, as quantidades ofertadas para venda nem sempre foram suficientes para atender pedidos de compras. Neste ambiente, os usineiros passaram a recusar ofertas de preços julgadas pouco atrativas, ficando na expectativa de novos aumentos que, posteriormente, se confirmaram. Dessa forma, o valor médio de comercialização do açúcar cristal, cor ICUMSA, mais frequente até 250 na região (Indicador Mensal Açúcar Cepea/Esalq - AL, PB e PE), atingiu o patamar de R$ 91,86/sc/50kg, estabelecendo um acréscimo de 19,82% sobre a média de dez/15 que foi de R$ 76,67/sc/50kg. O valor médio dos preços da cana-de-açúcar, recebidos pelos produtores de Alagoas e Sergipe, em janeiro/16, foi de R$ 82,94/t. Em Pernambuco, a média verificada na comercialização no mês de dezembro/15, situou-se em torno de R$ 91,14 /t. 1.2 Etanol
4 O mercado do etanol voltou a ficar aquecido no mês de janeiro, todavia com estoques reduzidos, devido ao maior consumo verificado no final do ano, e assim, necessitando de reposição. As distribuidoras nas duas primeiras semanas do ano entraram firme no mercado disputando o combustível, cuja oferta andava restrita vez que a continuidade das chuvas na 1ª quinzena de janeiro fez com que as usinas que haviam optado pelo prosseguimento do esmagamento da cana desenvolvessem os trabalhos em ritmo mais lento, portanto, abaixo da intensidade inicialmente planejada; como resultado, os preços subiram expressivamente no período. Na terceira semana de jan/15, com o tempo mais firme, as usinas em atividade continuaram no processamento da cana, elevando com isto a oferta do etanol, mudando a tendência de comportamento dos preços e fazendo com que o produto fosse comercializado com um leve viés de baixa. Contudo, na última semana ocorreu nova reversão da tendência que passou a ser de alta. O suporte veio da necessidade das distribuidoras, que de forma gradual, retomaram as compras objetivando à recomposição dos estoques, no curto prazo, para repasse aos postos de combustíveis e posterior atendimento aos consumidores no período carnavalesco. A ocorrência dos fatores acima descritos fez com que os valores médios de fechamento do etanol anidro e do hidratado em janeiro/16 voltassem ao campo positivo, apresentando expressivas altas de 5,63% e 7,54%, respectivamente, em comparação às cifras de dezembro/15. Nesse sentido como resultado final ficaram os seguintes valores; etanol anidro R$ 2,0532/l e hidratado R$ 1,8375/l. ver Quadro III e Gráfico III.
5 1.3. Acompanhamento de Safra - UNICA Os dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar UNICA, relativos à moagem de cana-de-açúcar na Região Centro-Sul, no corrente ano safra 2015/16, referentes à 1ª quinzena janeiro/16 indicam que foram processadas mil de toneladas; segundo aquela entidade, um recorde para esta época do ano. No acumulado do corrente ano safra, o montante totaliza mil toneladas, superando em 4,69% o volume de mil toneladas esmagadas no mesmo período da safra anterior /15. O Açúcar Total Recuperável ATR médio por tonelada de cana processada na quinzena totalizou 93,11kg/t, quantidade baixa, porém, normal para a época do ano. Todavia, no acumulado da safra registra 131,57kg/t e que, ainda assim, inferior em 3,71% aos 136,67 kg/t obtidos na safra passada. A partir do processamento das mil toneladas de cana foram produzidas mil toneladas de açúcar e milhões de litros de etanol, sendo milhões do hidratado e milhões do anidro. Na safra passada e no mesmo período, a produção de açúcar somou cerca de mil toneladas, indicando um recuo em torno de 4,29%. Quanto à produção de Etanol, até o momento se apresenta superior em 4,92% em relação aos números obtidos no mesmo período do ano safra 2014/15, quando alcançou o patamar de milhões de litros. Neste contexto, a produção do etanol hidratado apresentou um incremento de 10,72%, e o anidro recuou 3,15%, respectivamente, em relação às quantidades produzidas no mesmo período da safra 2014/15. A posição acumulada até a 1ª quinzena de janeiro, relativa ao percentual do mix do açúcar é de 40,94%, contra 43,11% verificados em idêntico período do ano anterior. Quanto ao etanol, o mix atual é de 59,06%, indicando uma safra mais alcooleira. Na safra passada, totalizou 56,89%. Na 1ª quinzena de janeiro/16 o mix(%) do açúcar e do etanol foram, respectivamente, 18,27% e 81,73%. 2. MERCADO INTERNACIONAL A desaceleração da economia da China vem causando uma enorme desconfiança no mercado internacional, pois além de exercer influencia negativa nas bolsas locais onde foram constatadas fortes quedas, o negativismo contagiou as principais bolsas do mundo, impactando o mercado financeiro, bem como as negociações das principais commodities mundiais de origem metálica energética e agrícolas. No grupo desta última se situa o açúcar, cujos contratos negociados na Bolsa de Nova Iorque, em janeiro, apresentaram uma acentuada queda em relação aos valores de dez/15. O destaque da commodity energética que também influenciou de forma negativa o mercado vai para o petróleo que atingiu o mais baixo preço dos últimos dez anos, US$ 28,15/barril em janeiro/15. A entrada do açúcar no mercado mundial, proveniente de colheitas que estão sendo efetuadas em várias partes do mundo, principalmente nos países asiáticos (Índia,
6 China, Tailândia), além do México, Austrália e países da América Central, embora em volumes menores que da safra passada, mostra que os efeitos do fenômeno El Niño causaram impactos negativos na produção da safra 2015/16, contribuindo para o aumento momentâneo da oferta do produto no mercado mundial, e concomitantemente no recuo dos preços. Embora os fundamentos de mercado (menor produção mundial, redução dos estoques de passagem e déficit do produto estimado ente 3,5 a 5,5 milhões de toneladas), em princípio justifiquem possíveis elevações dos preços, no decorrer do tempo, muitos fatores poderão alterar o rumo a ser tomado pelo mercado, como por exemplo: a moagem da cana no Brasil no próximo ano safra, qual seria o mix para fabricação do açúcar e do etanol? A resposta virá a partir das sinalizações do mercado, onde a tendência dos preços será definida por fatores inerentes à oferta e demanda destes produtos. Ainda, como se comportará o câmbio em 2016? O real continuará se desvalorizando? Tais questionamentos são de extrema importância, dada a posição que o país ocupa no mercado mundial da commodity. No âmbito externo, a China (que tem um déficit de consumo de aproximadamente 10,0 milhões de toneladas), continuará sendo a grande incógnita. Os efeitos que serão causados pelo desempenho da economia daquele país certamente vão continuar influenciando os mercados de todos os produtos do mundo. Desta forma, o açúcar certamente não ficará imune aos acontecimentos. Diante de todas estas questões e incertezas, o valor médio do contrato do açúcar demerara, negociado na Bolsa de Nova Iorque, encerrou o mês com expressiva queda de 4,67%, apontando para uma cotação média de US 14,29 Cents/lb, contra US 14,99 Cents/lb em dezembro - ver Quadro III e Gráfico IV.
7 2.1 Suprimento Mundial de Açúcar Os números relativos a safra 2015/16, publicados no relatório de oferta e demanda de novembro/15 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA ratificam as previsões dos agentes de mercado no sentido de que a oferta total será menor vez que a produção (Quadro V abaixo) será inferior à safra 2014/15). O consumo tende a ser ligeiramente superior ao do ano anterior e os estoques de passagem deverão apresentar uma expressiva retração de 9,09%; o que em valores absolutos equivalem a mil toneladas. De acorde com o projetado por aquele Organismo Internacional, a redução da produção do açúcar deverá ocorrer, basicamente, no Brasil, Índia, China, Tailândia e Ucrânia, aonde os efeitos do fenômeno El Niño vêm ocasionando perdas nas lavouras. Quanto ao consumo, o aumento ora estimado, em relação à safra passada, ocorrerá de forma bastante pulverizada, não sendo detectados grandes volumes de incrementos nos países consumidores. Os maiores acréscimos projetados foram para a Índia e o Iran, totalizando 805 e 611 mil toneladas. No que concerne à redução dos estoques de passagem, o USDA prevê que ocorrerá de forma mais significativa, nas seguintes localidades: China com menos mil t, União Europeia mil t, Índia mil t, e Tailândia menos 600 mil t. Não obstante o volume de estoque ainda ser considerado elevado, o conjunto dos números divulgados no mencionado relatório, foi considerado bastante positivo pelo mercado dando sustentação aos preços de comercialização nos mercados futuro e disponível onde o patamar atingindo foi de US 15,48 Cents/lb no início de dezembro/15. Djalma Fernandes de Aquino Analista de Mercado Tel.55 (61) djalma.aquino@conab.gov.br Site:
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