Presentation Vítor Costa, Director, ATL, International Workshop Tourism and urban mobility Lisbon September 2012
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- Thomaz Pais Araújo
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1 Presentation Vítor Costa, Director, ATL, International Workshop Tourism and urban mobility Lisbon September 2012 Contando apenas com a frequência hoteleira da cidade e com os passageiros de cruzeiro, Lisboa é visitada anualmente por mais de 3 milhões de pessoas. Destas, cerca de 2,5 milhões são residentes no estrangeiro. A estrutura etária do turista de Lisboa é composta por elementos de todas as idades, sem que nenhuma classe se evidencie face às outras. Normalmente, os visitantes de Lisboa deslocam-se em casal, ou em pequenos grupos compostos por familiares ou amigos. Os grupos organizados, de maior dimensão, têm uma representatividade mais reduzida. Em inquérito realizado em 2011, observou-se que 96% dos turistas entrevistados andaram a pé na cidade, 72% utilizaram o Metropolitano e 63% os autocarros públicos e o eléctrico. O táxi com 48% - os autocarros turísticos 23% - ou o automóvel 18% - foram meios de transporte, com efeito, menos utilizados. Deste modo se conclui que o turista de Lisboa na sua maioria se desloca em pequenos grupos na cidade e privilegia a deslocação a pé ou o uso de meios de transporte colectivos. O tema deste painel prende-se com o incremento da mobilidade urbana em associação com a diversidade proporcionada pelo Turismo e, de facto, este tema assenta perfeitamente com o caso de Lisboa. Com efeito, a
2 existência comprovada de uma diversidade de oferta ao nível dos passeios a pé e das visitas a monumentos e atracções - que são as principais actividades realizadas pelos turistas que nos visitam - estendese por uma área geograficamente vasta dentro da cidade. Este fenómeno, conjugado com o já apontado perfil de deslocação do turista no seio de Lisboa, levanta uma série de questões relacionadas com a mobilidade turística no destino. Em vários anos de trabalho consolidado ao nível do planeamento estratégico do turismo em Lisboa, foram identificadas três áreas de maior frequência turística: O Centro Histórico que engloba a Baixa, o Chiado, o Bairro Alto e a Colina do Castelo, a zona de Belém e o Parque das Nações. Acontece que, entre estas três zonas, a distância geográfica é ainda considerável, não permitindo, claro está, que a sua interligação seja feita através de percursos a pé. Deste modo, do ponto de vista específico do turismo importa que existam boas ligações ao nível dos transportes públicos que facilitem essa mobilidade. A rede de transportes públicos, com autocarros, eléctricos, metro e comboios tem coberto bem estas áreas. No entanto, para quem não fale português, nem sempre é fácil utilizar esses meios disponíveis. Neste campo, ao nível da sinalização e informação em línguas estrangeiras, mais poderia ser feito para facilitar a utilização dos meios disponíveis por não residentes. Por outro lado, os turistas estrangeiros são um grupo de risco ao nível da segurança nos transportes públicos. E aqui também há que ter a consciência que a vigilância e prevenção podem ser claramente melhoradas.
3 Adicionalmente, poder-se-á pensar na existência de ligações fluviais. Com efeito, o rio Tejo trata-se de um eixo que liga estas três microcentralidades turísticas e o desenvolvimento de ligações por esta via, seja meramente como meio de transporte ou como actividade náutica de recreio, complementaria, por um lado, a rede existente, e auxiliaria, por outro, o desenvolvimento de outras actividades económicas ligadas ao rio, com claros benefícios para o turismo na cidade. Aliás o desenvolvimento deste tipo de actividades na faixa ribeirinha do rio Tejo é uma das preocupações apontadas no actual plano estratégico do Turismo de Lisboa o plano TLx14. Nesta matéria consideramos essencial a existência de condições de tomada e largada de passageiros na zona do terreiro do Paço, não só como forma de facilitar esta mobilidade, mas também de dar visibilidade à atividade marítimo-turística. Neste momento estudamos com a CML a possibilidade de aproveitar a Estação Sul Sueste para o efetio. Por outro lado, a faixa ribeirinha apresenta também condições favoráveis à instalação de ciclovias, que podem constituir uma solução alternativa. Neste campo, já tem sido desenvolvido trabalho mais recentemente pela CML e esperamos que o mesmo seja aprofundado e completado com um sistema de bicicletas partilhado. Mas mobilidade turística dentro da cidade não se esgota, naturalmente, na disponibilização de condições próprias para a conectividade entre as três micro-centralidades. Há também a questão da mobilidade interna nessas três áreas e que se faz maioritariamente a pé. As características do relevo em grande parte do Centro Histórico de Lisboa, especialmente na colina do Castelo, não facilitam a vida à
4 esmagadora maioria dos turistas que aí se deslocam a pé. O Turismo de Lisboa manifesta esta preocupação no actual plano estratégico TLx14, mostrando-se disponível para ajudar a encontrar soluções que facilitem a circulação pedestre nestas áreas. As ideias para eventuais soluções não têm faltado nos últimos anos, sendo a da criação de percursos assistidos à colina do Castelo talvez a mais relevante. As zonas de Belém e do Parque das Nações morfologicamente apresentam poucas barreiras neste âmbito. Contudo, a primeira é atravessada pela linha de comboio de Cascais, que limita de certo modo um acesso mais fácil entre a zona do Mosteiro dos Jerónimos e do CCB e a margem do Rio, onde se situam outras atracções como a Torre de Belém ou o Padrão dos Descobrimentos. Mais soluções para um atravessamento seguro da linha de comboio são também necessárias, bem como uma melhor sinalização e melhoria das condições de segurança das poucas que actualmente existem e que nem sempre são fáceis de encontrar. Por outro lado, importa ainda referir que praticamente todos os acessos a Belém por transportes públicos se fazem a norte da linha de comboio. Isto não será necessariamente uma inevitabilidade, podendo neste âmbito encontrar-se soluções que permitam um acesso directo por autocarro, por exemplo, às zonas da Torre de Belém e/ou do Padrão dos Descobrimentos. Permitam-me, ainda que referira a existência de dois produtos do Turismo de Lisboa que se destinam a facilitar a mobilidade dos turistas em Lisboa, ou a ultrapassar algumas condicionantes existentes: o Lisboa Card que combina o transporte gratuito na rede pública de transportes em Lisboa,
5 com entradas gratuitas ou descontos nas entradas dos museus e mnumentos e outras atracões e o Táxi Voucher, que permite a ligação do Aeroporto de Lisboa à cidade, mediante o pagamento prévio de um montante fixo. Finalmente, sublinho a recente iniciativa do Turismo de Lisboa de, no âmbito do projeto de dinamização do Terreiro do Paço, criar um posto de Turismo especificamente destinado a divulgar e vender circuitos turísticos da mais diversa natureza de autocarro, carro elétrico, segway, gocar, scooter, barco, bicicleta, a pé e, até, a cavalo promovendo a utilização destes meios pelos turistas na sua descoberta da Cidade. Este posto de turismo encontra-se localizado à saída da nossa mais recente atracão turística o Lisboa Story Centre e está equipado com uma aplicação interativa especialmente desenvolvida para o efeito pela companhia YDreams que, por si só, constitui uma atracão. Para concluir, gostaria ainda de referir que o Turismo não se trata de um sector de actividade fechado em si mesmo, no sentido em que a grande maioria das soluções que permitem o seu desenvolvimento sustentável, regra geral, se aplicam também à melhoria das condições existentes para a população residente. Nas questões da mobilidade, esse efeito é manifesto.
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