RJ - Nova Marina da Glória surge em meio a protestos e ações na Justiça

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1 RJ - Nova Marina da Glória surge em meio a protestos e ações na Justiça Faltando um mês para o evento-teste da vela, reformas para as Olimpíadas de 2016 seguem em meio disputas judiciais e reclamações de associação de usuários. Protesto de domingo passado na Baía de Guanabara contra as obras na Marina da Glória. (Foto: Alice Kohler) Não é só a poluição da Baía da Guanabara que envolve de polêmicas a disputa da vela nos Jogos Olímpicos do Rio. No domingo passado, cerca de 30 barcos fizeram um protesto contra a reforma da Marina da Glória, local que servirá de partida para os velejadores, e que no próximo mês vai receber o evento-teste para o Rio Com velas pretas, a flotilha navegou pelas águas da Baía de Guanabara. O principal motivo seria o aumento das taxas para utilização do espaço, que chegaria a 200%. Mas outras razões vieram ou voltaram à tona. Para a Associação de Usuários da Marina da Glória (Assuma), a reforma conduzida pela BR Marinas vai reduzir os serviços

2 náuticos para dar mais espaço a um polo gastronômico. Diretor da Assuma, Luiz Goldfeld é proprietário de um barco que faz passeios turísticos. Ele reclama que a rampa pública não vai existir mais, já que os barcos serão retirados por empilhadeiras, e que a área para manutenção dos barcos em frente à Marina passará a ser ocupada por mesas e cadeiras dos restaurantes. Ela também chama atenção para a maneira como o número de vagas secas (fora da água) para as embarcações vai aumentar de 73 para 240. Ao lado do prédio principal da Marina será construído um hangar vazado, no qual os barcos serão retirados e colocados por empilhadeiras. Uma vez ocupado, o hangar vai tirar a visão do terraço do prédio para o Pão de Açúcar. A obra tem autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Essa aprovação do Iphan está totalmente irregular. Está acontecendo uma usurpação da área pública. O correto seria fazer uma nova licitação e nesse edital definir claramente o que pode ser definido dentro da finalidade da Marina. Fazer um projeto de marina pública, com escola para trabalhar com fibra e área de serviço de embarcações. A gente acha que essa função social é popularizar a náutica. O preço que estão colocando expulsa o pequeno proprietário de embarcação disse Luiz.

3 Novo projeto da Marina da Glória: hangares ficarão na parte de baixo do prédio principal. (Foto: Divulgação ) A BR Marinas desmentiu que a rampa pública será inutilizada. Sobre a área de manutenção para os barcos, a assessoria de imprensa informou por que haverá espaços para pequenos reparos, limpeza, manutenção preventiva e lavagem das embarcações. Os clientes que pretenderem realizar serviços de maior porte poderão realizar os mesmos nas outras Marinas do grupo, com condições especiais a BR Marinas trabalha com um conceito de rede com o objetivo de estimular seu cliente a viajar pela costa fluminense. Sobre a instalação dos hangares ao lado do prédio principal, a BR Marinas diz que o Iphan realizou estudos de vários pontos para não prejudicar o que é considerado patrimônio histórico no entorno do Parque do Flamengo, uma área tombada. E informou que vai oferecer escolas de vela, de mergulho e cursos de formação de mestres de embarcação, motonáutica, além de área especial para guarda de embarcações de pequeno porte de vela.

4 Obras na Marina da Glória em maio de (Foto: André Durão) O protesto do último domingo aconteceu dois dias depois de o desembargador federal Marcelo Pereira da Silva voltar atrás da decisão de suspender a aprovação do projeto de reforma. A ação havia sido pedida pela Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio), principal opositora à intervenção na área tombada. A entidade argumenta que o projeto não foi submetido à superintendência do Iphan. O desembargador voltou atrás na decisão após reexaminar o processo e constatar o uso de manobra maliciosa por parte da FAM-Rio para desaprovar o projeto. Presidente da entidade, a ex-vereadora Sonia Rabello alega um acidente processual e que, apesar de a liminar ter sido revogada, a ação civil pública contra a obra continua. Os Jogos Olímpicos poderiam e podem ser realizados com adaptações temporárias no local, sem a necessidade de se ampliar o estacionamento de barcos e carros, a construção de restaurantes ou a ampliação da área para eventos e shows

5 escreveu Sônia em seu blog. Com o aval da prefeitura e da Procuradoria Geral do Município, a BR Marinas adquiriu a concessão da Marina da Glória ao comprar a MGX, empresa falida do empresário Eike Batista. As obras começaram em dezembro do ano passado e estão estipuladas em R$ 64 milhões. Em janeiro o corte de 300 árvores gerou protestos e originou o grupo Ocupa Marina, que por alguns meses acampou em frente ao local. A BR Marinas alegou que cerca de árvores serão plantadas em outros lugares como forma de compensação. Por Leonardo Filipo Fonte original da notícia: globoesporte.globo.com Vale do Taquari - Passeio pela Ferrovia do Trigo será reativado

6 O presidente da Associação dos Municípios de Turismo do Vale do Taquari (Amturvales), Ronaldo Zarpellon, recebeu a confirmação da liberação de seis vagões pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que serão usados no transporte de passageiros em passeios turísticos na Ferrovia do Trigo, entre Estrela e Guaporé. Valeu nossa insistência e a mobilização das lideranças da região na defesa deste projeto, destaca Zarpellon. Segundo ele, o próximo passo será a reforma dos seis vagões, cujo investimento necessário é de R$ 2 milhões. Agora, vamos ter que encontrar um jeito de arrumar este dinheiro, afirma. O diretor-presidente do Instituto Nacional de Preservação e Restauração Ferroviária (Inprefer), Antônio Joceli Bitencourt Rodrigues, afirma que a confirmação da liberação das unidades por parte do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, é uma grande conquista para o desenvolvimento do turismo no Vale do Taquari. Ele conta que já deu início aos contatos para tratar sobre a reforma. Como estes vagões estão parados há mais de dez anos em São Paulo e em estado de deterioração bastante adiantado, vamos estudar a maneira mais econômica de fazer a recuperação, explica. Rodrigues diz que, dos seis vagões, quatro serão destinadas para o transporte de passageiros, com capacidade para 60

7 pessoas em cada carro. Dos demais, um funcionará como restaurante e o outro terá três finalidades: abrigará o escritório do Inprefer, uma parte será transformada em estúdio de vídeo e fotos e haverá ainda um espaço para servir de ambulatório médico com enfermaria. O instituto está estudando a melhor forma de obter uma locomotiva e a mais provável é alugar da empresa América Latina Logística. Acho que esta é a melhor solução porque a ALL tem locomotivas disponíveis, operadores e estrutura para dar assistência mecânica, ressalta. O trajeto a ser percorrido nos passeios ainda precisa ser estudado com a Amturvales, prefeituras e outras entidades, segundo Rodrigues. A saída deve ser do Porto Rodo-Hidro- Ferroviário de Estrela em direção a Guaporé, com várias paradas ao longo do trecho. O presidente da associação alerta os prefeitos dos municípios em que estão situadas as estações ferroviárias para providenciarem a reforma dos prédios e as devidas adaptações. O ato de entrega simbólica dos vagões será no próximo dia 9, em Guaporé. Estarão presentes os diretores do Dnit Luiz Pagot e Geraldo de Souza Neto, entre outras autoridades.