O que é Cartografia Aeronáutica?
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- Amélia Taveira Sabrosa
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1 O que é Cartografia Aeronáutica? A Cartografia abrange o conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas que, a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração de documentações, visa à elaboração ou à utilização de mapas. Reúne as atividades que vão desde o levantamento de campo ou pesquisa bibliográfica, até a impressão definitiva e a publicação do mapa elaborado. O Brasil adota as normas e padrões recomendados para a cartografia aeronáutica pelos estados signatários da OACI. O Instituto de Cartografia Aeronáutica O órgão do DECEA responsável pelo desenvolvimento das atividades cartográficas de interesse aeronáutico é o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), criado em 10 de maio de As atividades do ICA abrangem uma grande quantidade de produtos, os quais são empregados pelos usuários civis e militares para o planejamento, a execução e o controle dos voos, bem como para o apoio à infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, por meio de levantamentos topográficos e de aeródromos e, até mesmo, pela locação de auxílios à navegação aérea. Clique aqui para saber mais sobre o ICA As atividades de Cartografia Aeronáutica Cartografia Aeronáutica na navegação por
2 satélite A produção de cartas eletrônicas através da tecnologia digital e o uso de imagens satelitais que poderão estar a bordo de qualquer aeronave possibilitarão um voo com maior facilidade, porém exigirão uma maior demanda da Cartografia Aeronáutica. A partida, o voo em rota e a chegada de uma aeronave serão fases de simples acompanhamento para um piloto. O computador, aliado à experiência na preparação de procedimentos aeronáuticos, facilitará a consecução desses objetivos. A informação aeronáutica será difundida mais rápida e corretamente com a disponibilização das bases de dados cartográficos, por meio de enlaces de dados. Os tripulantes poderão dispor de informações atualizadas em tempo real, utilizando cartas digitais nas telas do painel de pilotagem e, até mesmo, em visores portáteis capazes de apresentar os mapas em diferentes escalas e níveis de detalhamento. Mapa Mapa é a representação de uma superfície terrestre, ou seja, de uma superfície curva. A confecção de uma carta um mapa com informações específicas exige, antes de tudo, o estabelecimento de um método, de maneira que, a cada ponto da superfície da Terra, corresponda um ponto da carta e viceversa. Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de pontos, que constitui os chamados sistemas de projeções. Para que cada ponto da superfície da Terra possa ser localizado no mapa, foi criado um sistema de linhas imaginárias chamado de Sistema de Coordenadas Geográficas. A coordenada geográfica de um determinado ponto da superfície da Terra é obtida pela intersecção de um meridiano (longitude) e
3 um paralelo (latitude). O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva em um plano. Em termos práticos, o problema consiste em se representar a Terra em um plano. A tecnologia moderna, porém, tem tornado disponíveis técnicas e equipamentos cada vez mais avançados para os processos de coleta, análise e apresentação de dados informativos. O espaço territorial brasileiro é hoje representado pela cartografia sistemática, por meio de cartas elaboradas, seletiva e progressivamente, consoante as prioridades conjunturais e segundo os padrões cartográficos terrestre, náutico e aeronáutico. A Cartografia Sistemática Aeronáutica utiliza as cartas sistemáticas terrestres e tem por finalidade a representação da área nacional, por intermédio de séries de cartas aeronáuticas padronizadas, destinadas ao uso da navegação aérea, que correspondem às escalas de 1: , 1: e 1: Cartas de Navegação O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) desenvolve duas importantes cartas de navegação: as Cartas de Navegação Visual (Cartas VFR Visual Flight Rules) e as Cartas de Navegação por Instrumentos (Cartas IFR Instrument Flight Rules). Saiba mais sobre elas: Cartas de Navegação Visual -VFR (Visual Flight Rules) As Cartas de Navegação Visual (VFR) são destinadas a apoiar os voos para cuja navegação são utilizadas as regras de voo visual. Em muito, assemelham-se às Cartas Topográficas do Mapeamento Sistemático, produzidas pela Diretoria do Serviço Geográfico do Exército brasileiro e pelo IBGE, porém com
4 características próprias à finalidade aeronáutica. O programa de Cartas Visuais contempla a produção de cartas em três escalas, que cobrem todo o País. Veja um exemplo de Carta VFR na figura acima: Cartas de Navegação por Instrumentos IFR (Instrument Flight Rules) Este sistema é constituído por uma série de cartas que devem ser reeditadas periodicamente, segundo um rigoroso calendário, estabelecido por compromissos internacionais, assumidos pelo DECEA perante a OACI. Essas cartas contêm informações topográficas que praticamente não sofrem modificações e informações aeronáuticas, que estão sujeitas a um processo de atualização extremamente dinâmico. A todo momento, ocorrem situações que implicam atualizações mudanças de frequências, surgimento de obstáculos artificiais, criação de aerovias, interdição de espaços aéreos, obras em aeródromos, manutenção de equipamentos, etc. Cadastro Aeroportuário Dá-se o nome de cadastro aeroportuário ao conhecimento de toda a infraestrutura aeroportuária que é utilizada pela aviação de uma forma permanente. O mapeamento detalhado das terminais, com a localização das pistas, dos pátios e dos equipamentos instalados nas áreas circunvizinhas, faz parte do Cadastro Técnico Multifinalitário documento necessário aos órgãos gestores municipais. Esta é a fonte principal de dados para a elaboração de diversos tipos de cartas aeronáuticas, tais como Cartas de Aeródromo, Cartas de Estacionamento, Cartas Topográficas de Aproximação de Precisão, entre outras, bem como para projetos de instalações, planos aeroportuários e muitas outras
5 aplicações. O conjunto de cartas que compõem este mapeamento especial denomina-se Programa Cartográfico Aeroportuário e de Proteção ao Voo (PROCAPV). A sua execução está baseada em aerofotogrametria, que torna possível a obtenção de produtos finais precisos e confiáveis. Esse programa consiste na produção de cartas, em escalas 1:2.000 e 1:10.000, através de levantamentos fotogramétricos nas escalas 1:8.000 e 1:30.000, respectivamente. As áreas mapeadas no PROCAPV cobrem em cada aeroporto uma área média de 150 km². Esse é um programa de longo prazo e de atualização contínua, em face das constantes modernizações realizadas nos principais aeroportos brasileiros. Levantamentos Topográficos e Geodésicos Os levantamentos topográficos e geodésicos destinam-se a gerar dados necessários ao desenvolvimento das atividades cartográficas do ICA, além de apoiar outros setores, como o de Inspeção em Voo, Controle de Tráfego Aéreo, Meteorologia e os de Engenharia Eletrônica e Telecomunicações. Os levantamentos topográficos contemplam: Apoio fotogramétrico às cartas cadastrais de aeródromos Levantamentos para confecção de cartas aeronáuticas Levantamentos para confecção de cartas de visibilidade Escolha de sítios para instalação de auxílios à navegação aérea Orientação de equipamentos Levantamentos de obstáculos Implantação de marcos geodésicos Zona de Proteção de Aeródromos (ZPA) A necessidade de garantir o máximo de segurança para as aeronaves em operação de voo, bem como a obrigatoriedade de adotarem-se os preceitos previstos pela OACI, levou o Comando
6 da Aeronáutica a elaborar uma legislação especial para as áreas próximas aos aeródromos. A finalidade é evitar que a malha urbana avance desordenadamente em direção ao aeroporto, comprometendo a segurança das operações dos aeródromos e dos procedimentos para pouso, em suas vizinhanças. Assim, as limitações dos obstáculos são estabelecidas pelo Plano Básico de ZPA. E, quando a aplicação do Plano Básico causar restrição à operação de um determinado aeródromo, é elaborado, nesse caso em caráter definitivo, o Plano Específico de ZPA. Este plano descreve e estabelece as restrições impostas e é remetido às autoridades federais, estaduais e municipais, diretamente envolvidas, para que sejam atendidas as suas disposições. FONTE : decea.gov.br O que você precisa saber sobre Zona de Proteção de Aeródromos Você deve estar se perguntando o que é a Zona de Proteção de Aeródromos (ZPA), e o que você tem a ver com isso, não é mesmo? Então responda às seguintes perguntas: Você acha que a presença de um aeroporto promove o desenvolvimento de uma cidade e/ou região? Acha também que quanto melhor for a estrutura aeroportuária, maior será a geração de emprego no
7 local? Acredita, ainda, que a preservação do espaço aéreo e do solo, na área do aeroporto, é importante para a segurança de todos? Se você respondeu sim às questões levantadas, significa que você compreende e concorda com a Zona de Proteção de Aeródromos. E para saber melhor o que é e, o quanto é importante para todos os cidadãos, fizemos esse post para você, com esclarecimentos de algumas curiosidades relacionadas ao assunto. Aeródromo X Aeroporto Para o introduzirmos mais sobre a ZPA, vamos entender melhor dois conceitos-chave, que têm total relação com o assunto. São eles: Aeródromo: área definida em terra ou na água (que inclui todas as suas edificações, instalações e equipamentos) destinada total ou parcialmente à chegada, partida e movimentação de aeronaves na superfície. Quando destinado exclusivamente a helicópteros, recebe a denominação de heliponto; Aeroporto: aeródromo público dotado de edificações, instalações e equipamentos para apoio às operações de aeronaves e de embarque/desembarque de pessoas e/ou processamento de cargas. Quando destinado exclusivamente a helicópteros, recebe a denominação de heliporto; A partir dessas duas definições, podemos deduzir que todo aeroporto é um aeródromo, mas o inverso não é verdadeiro! Obs.: Vale lembrar que muitos outros significados de palavras correlacionadas à ZPA são tratadas na Portaria 256 GC5 (fique ligado, a portaria N 1.141/GM5 foi revogada). Esse documento, do qual vamos falar um pouco, foi criado pelo Comando da Aeronáutica para regulamentar a zona de proteção, que é o conjunto de superfícies nas quais o aproveitamento e o uso do solo sofrem restrições.
8 Mas afinal de contas, qual a aplicação de uma Zona de Proteção? A Zona de Proteção acarreta a criação dos seguintes Planos: Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos; Plano Específico de Zona de Proteção de Aeródromos; Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos; Plano de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea; Plano Básico de Gerenciamento de Risco Aviário; Nesse post, vamos nos ater aos dois primeiros planos. E já aproveitamos para dizer que o objetivo deles é, de forma geral, estabelecer o espaço aéreo que deve ser mantido livre de obstáculos, a fim de permitir que as operações de pouso e decolagem sejam conduzidas de forma segura, evitando restringir a capacidade operacional do aeródromo. Isso poderá ser feito de forma básica ou específica, de acordo com a necessidade da pista de cada aeródromo/aeroporto. Os obstáculos e a proteção ao voo Por se tratar de uma área peculiar, as restrições quanto uso do solo do entorno de um aeródromo visa preservar a segurança de voo durante as atividades aéreas. E caso você venha a pensar algo como: Não tenho que me preocupar com isso, pois não tenho a intenção de construir ou ter um aeródromo, esclarecemos já: todos temos a ver com a ZPA. Isso porque a segurança de voo não afeta somente passageiros e tripulação, mas também todos aqueles que residem nas áreas próximas ao aeródromo e/ou aeroporto. Outro detalhe que pode afetar você diretamente quanto à ZPA é a questão do uso do solo mencionado no parágrafo anterior. Aqui, esse termo se refere às propriedades como: edificações, instalações, culturas agrícolas e objetos de natureza permanente ou temporária que estão na zona de proteção. Seus
9 proprietários devem se inteirar das restrições previstas na lei (a Portaria n 256 GC5 que mencionamos), a fim de não se tornar uma ameaça à navegação aérea. Apesar de a expansão urbana ser algo extremamente natural no sentido do aeroporto/aeródromo, o não cumprimento inviabilizaria o funcionamento da atividade aérea naquele local. E é por isso que a ZPA tem a ver com você. As particularidades do PBZPA e o PEZPA O Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos (PBZPA) é composto das seguintes superfícies limitadoras de obstáculos: Faixa de Pista; Áreas de Aproximação; Áreas de Decolagem; Áreas de Transição; Área Horizontal Interna; Área Cônica; e Área Horizontal Externa O Plano Específico de Zona de Proteção de Aeródromo (PEZPA) é elaborado e aplicado quando existem acidentes naturais e ou artificiais na região do aeródromo que não permitem a aplicação dos parâmetros estabelecidos no plano básico, sendo necessário o desenvolvimento de um estudo específico, visando atender às necessidades operacionais de um sítio aeroportuário. O PEZPA deve conter: Localização e nome(s) do(s) aeródromo(s); Ato oficial que aprovou o respectivo Plano Específico; Gabaritos; Restrições a serem observadas; Referência aos obstáculos que devam ser sinalizados ou retirados; Referência aos pontos proeminentes, localizados na Zona de Proteção e considerados perigosos à navegação, para
10 efeito de sinalização (e outros esclarecimentos e informações julgados necessários); Obs.: A fim de entender cada um dos tópicos citados, acesse a Portaria 256 GC5 O papel da FAB e a ZPA A participação da FAB é no sentido de fazer a avaliação do Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos e emitir seu parecer favorável à administração municipal (caso esteja de acordo com as especificações da portaria) que, por sua vez, emitirá o alvará de funcionamento da pista daquele aeródromo. Essa avaliação é feita pelos Comandos Aéreos Regionais COMAR, através de seus Serviços Regionais de Engenharia SERENG e do CINDACTA. Utilidade Pública Qualquer pessoa pública ou privada que tenha a intenção de projetar um objeto no espaço aéreo numa área próxima a aeroportos e/ou aeródromos deve ter a ciência de que, caso a área esteja enquadrada dentro da Zona de Proteção de Aeródromo, deverá submeter um plano à apreciação do Comando Aéreo Regional local, bem como à administração municipal ou distrital. Quer saber mais e tirar dúvidas? Clique aqui. Outro documento bastante esclarecedor sobre o assunto é o Manual de Gerenciamento do Uso do Solo no Entorno de Aeródromos. Para baixá-lo, clique aqui. Esperamos que esse post tenha sido útil a você de alguma forma: como novo conhecimento, esclarecimento de dúvidas ou até mesmo como oportunidade de se aprofundar no tema. FONTE : Força Aérea Blog
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