PODER JUDICIÁRIO TRIBU NAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA Processo n 2015/

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1 PODER JUDICIÁRIO TRIBU NAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA Processo n 2015/ (288/2015 E) o REGISTRO DE IMÓVEIS - Pedido de Providências que visa retificar ato de averbação - Hipoteca cancelada totalmente ao invés de parcialmente - Inviabilidade, não obstante a configuração de erro evidente e nulidade de pleno direito, nos termos do artigo 214 da Lei de Registros Públicos - Imóvel adquirido em parte por terceiro na época em que o cancelamento do gravame já havia sido averbado - Necessidade de retificação na esfera jurisdicional - Recurso não provido. Excelentíssimo Senhor Corregedor Geral da Justiça: Trata-se de recurso interposto por Fábio Lanari Do Vai contra a decisão do MM. Juiz Corregedor Permanente do 1 o Oficial do Registro de Imóveis da Comarca de Santos, que indeferiu o pedido de retificação da averbação número 10 do imóvel matriculado sob o número , pela qual a hipoteca que gravava o imóvel foi cancelada, e determinou o levantamento do bloqueio, sob o fundamento de que não obstante o erro verificado pudesse ser retificado nos termos do inciso I do artigo 213 da Lei de Registros Públicos, após a baixa da hipoteca as unidades autónomas antes gravadas foram dadas em pagamento à terceira empresa pela titular do domínio, de maneira que somente a via jurisdicional é adequada para se buscar o que se entender de direito. Sobrevieram embargos de declaração, os quais foram rejeitados. O recorrente afirma que o erro praticado decorreu do fato de ter sido cancelada integralmente a hipoteca ao invés de parcialmente, em conformidade com o título apresentado. Diz que a empresa que adquiriu as unidades autónomas após a baixa da hipoteca pertence ao mesmo grupo económico da empresa vendedora, e que a retificação pretendida não atinge o negócio jurídico subsequente, apenas restabelece a garantia existente e que não 1/

2 3MM S>Bi PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA Processou / deveria ter sido cancelada. Acrescenta que sequer teria ação judicial em procedimento contencioso contra quem quer que fosse para ver estabelecido seu direito. A Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não provimento do recurso. É o relatório. Opino. Inicialmente observo que embora interposto e recebido o recurso como apelação, cuida-se de recurso administrativo, nos termos do artigo 246 do Código Judiciário do Estado de São Paulo. É certo e incontroverso o erro praticado pelo Oficial na época em que averbou o cancelamento da hipoteca, pois o fez total ao invés de parcialmente. A nulidade constatada está relacionada com o mecanismo do registro, situação que em tese autoriza o cancelamento pretendido, nos termos do artigo 214 da Lei de Registros Públicos. Não obstante, há peculiaridades relevantes no caso em tela que afastam a aplicação deste dispositivo legal. Com efeito, após o cancelamento integral, as unidades que deveriam permanecer com o gravame foram liberadas e 75,004% da parte ideal do imóvel foi adquirido por outra empresa, conforme registro número 11, e, nestas condições, não há como retificar a averbação anterior e restabelecer o gravame, pois, não obstante este recaia sobre o bem e não atinja o negócio jurídico que transferiu a parcial titularidade do domínio a outra empresa, é certo que na ocasião em que foi feita a dação em pagamento, por meio de escritura pública lavrada em 19 de setembro de 2003, o cancelamento integral da hipoteca já havia ingressado no fólio real, no ano de Assim sendo, não há dúvida de que sem o consentimento da empresa que recebeu o imóvel em dação em pagamento na época em que nenhum gravame havia, não é possível restabelecê-lo neste âmbito administrativo, e é necessário que a retificação se faça na esfera jurisdicional, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, pois este é o meio próprio e adequado para que sejam decididas as questões colocadas pelo

3 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA ) Processo n 2015/ recorrente, de que o débito não foi pago e que a empresa devedora e a que recebeu parte da titularidade do imóvel pertencem ao mesmo grupo económico, e outras desta natureza, que extrapolam o âmbito de análise do registrador e que é restrito a aspectos formais, à luz das normas legais e princípios registrários. À vista do exposto, o parecer que respeitosamente submeto ao exame de Vossa Excelência é de que seja negado provimento ao recurso. Sub Censura. São Paulo, 10 de agosto de Ana Luiza Villa Nova Juíza Assessora da Corregedoria DATA Em 20 de agosto de 2015, recebi estes autos com o r. parecer supra. Eu, J ^ (Marilah Shoyama), Escrevente Técnico Judiciário do GATJ 3, subscrevi.

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5 ESliE PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA Processo n 2015/ CONCLUSÃO de agosto de 2015, faço estes autos conclusos ao Desembargado^HAMILTON ELLIOT AKEL, DD. Corregedor Gerai da (Justiça do Estado de São Paulo. Eu, (Marilah Shoyama), Escrevente M Técnico Judiciário do GATJ 3, subscrevi. Aprovo o parecer da MM a. Juíza Assessora da Corregedoria, e, por seus fundamentos, que adoto, nego provimento ao recurso. Publique-se. São 2015 HAMILTON ELLtOTAKEL rregedor Geral da Justiça

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