ANO XXIII ª SEMANA DE NOVEMBRO DE 2012 BOLETIM INFORMARE Nº 47/2012
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- Denílson Flores Domingues
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1 ANO XXIII ª SEMANA DE NOVEMBRO DE 2012 BOLETIM INFORMARE Nº 47/2012 ASSUNTOS DIVERSOS IMPOSTOS - ALGUNS PRINCÍPIOS... ICMS - RJ SOFTWARE - INCIDÊNCIA DO ICMS E DO ISS... LEGISLAÇÃO - RJ Pág. 361 Pág. 363 Lei nº 6.341, de (DOE de ) - Operadoras de Telefonia - Cancelamento do Serviço - Disposições... Pág. 366
2 NOVEMBRO - Nº 47/2012 ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO ASSUNTOS DIVERSOS Sumário IMPOSTOS Alguns Princípios 1. Comentários Preliminares 2. Princípios Constitucionais Tributários Legalidade 2.2 Igualdade ou Isonomia Anterioridade Capacidade Contributiva Proibição de Confisco Uniformidade Tributária Irretroatividade da Lei Imunidade Patrimônio, Renda ou Serviços, Uns Dos Outros Templo de Qualquer Culto Partidos Políticos, Fundações, Sindicatos Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a Sua Impressão Capacidade Tributária Competência Tributária Territorialidade Indelegabilidade da Competência Tributária Não-Exercício da Competência Tributária 1. COMENTÁRIOS PRELIMINARES São princípios positivos na Constituição Federal para proteger o cidadão, pois funcionam como limitações ao poder de tributar, f azendo surgir também deste disciplinamento a competência tributária de cada pessoa jurídica de direito público, União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios. 2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Os princípios constitucionais tributários repousam no fato de, no Estado democrático de direito, mesmo sendo o poder de tributar uma parcela de soberania estatal, os tributos só poderem ser instituídos com o consentimento dos representantes de quem paga. A instituição e cobrança de tributos, por não serem simples relação de poder mas também de relação jurídica, fazem com que dos princípios constitucionais tributários derivem normas que dêem segurança aos envolvidos. Os princípios constitucionais estabelecidos na Constituição Federal, Artigos 150 a 152, são: Legalidade, Igualdade ou Isonomia, Anterioridade, Capacidade Contributiva, Proibição de Confisco, Uniformidade Tributária, Competência Tributária, Territorialidade, Indelegabilidade da Competência Tributária e Não-Exercício da Competência Tributária Legalidade É o princípio que rege todas as atividades administrativas do Estado que, no exercício de suas funções, está adstrito à lei. Mediante lei, pode o Estado criar, extinguir ou modificar o tributo, bem como descrever hipoteticamente os fatos capazes de dar nascimento à obrigação tributária. O Fisco não pode nem mesmo dispensar o particular do pagamento do tributo que está preso à lei. É vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça Igualdade ou Isonomia Não quer significar a igualdade de fato, mas a jurídica. É vedado às entidades tributantes instituir tratamento desigual entre os contribuintes em situação equivalente Anterioridade A Constituição Federal, no artigo 150, dispõe o seguinte: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. Significa que o tributo ou sua majoração somente incidirão sobre fatos geradores que ocorram no exercício financeiro seguinte ao da sua instituição ou majoração. Pelo exposto, a aplicação do Princípio da Anterioridade é regra, sendo exceção para apenas alguns tributos da União Capacidade Contributiva É um princípio que garante, sempre que possível, que tenham os impostos caráter pessoal e sejam graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte Proibição de Confisco O confisco é a apropriação de bens particulares por parte do Estado. É considerado um atentado contra direito de propriedade e à segurança jurídica. Infelizmente, os brasileiros têm registro na recente história política desta modalidade absurda de apropriação de bens. Assim, a tributação jamais pode ter conotação confiscatória, inclusive sob pena de descaracterizar a própria natureza do tributo Uniformidade Tributária Decorre da qual as unidades federadas devem ser tratadas de forma igual, a fim de que se assegure a unidade política e econômica do País. Assim, é vedado à União poder central instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, bem como criar de forma que implique distinção ou preferência em relação a qualquer Estado ou Município, em prejuízo de outro. 361
3 ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO Irretroatividade da Lei Assinala a Constituição que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Assim sendo, sob pena de quebra da segurança jurídica, nem mesmo lei nova poderá prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada Imunidade Imunidade é uma vedação constitucional ao poder de tributar. É a proibição absoluta ao exercício desse poder. É uma não-incidência qualificada. A incidência ou a cobrança de impostos sobre bens, pessoas, operações ou prestações imunes é inconstitucional. As imunidades não são estendidas às concessões de serviços públicos, pois elas não beneficiam particulares. A Constituição Federal, em seu artigo 150, IV, veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o que segue nos subitens a abaixo Patrimônio, Renda ou Serviços, Uns Dos Outros Essa vedação é chamada de imunidade recíproca e é extensiva às Autarquias e às Fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que diz respeito à renda, ao patrimônio e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes Templo de Qualquer Culto Ampara os templos de qualquer culto, católicos, protestantes, etc. Trata-se de imunidade ampla, pois abrange todos os impostos Partidos Políticos, Fundações, Sindicatos Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Ampara as entidades citadas e é aplicável aos impostos sobre o patrimônio, renda ou os serviços relacionados com as finalidades essenciais de tais entidades, desde que atendidos requisitos indispensáveis ao seu gozo, assim previstos no artigo 14 do CTN: a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a título de lucro ou participação no resultado; b) aplicarem integralmente no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais; c) manterem escrituração de suas receitas e receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. NOVEMBRO - Nº 47/ Livros, Jornais, Periódicos e o Papel Destinado a Sua Impressão Pretendeu-se dar proteção e incentivo à cultura, à divulgação de ideias e à liberdade de imprensa. Os regulamentos do ICMS das unidades da Federação, no seu sentido finalístico, interpretando esta vedação, consideram a imunidade com esses produtos qualquer operação ou prestação que disser respeito a livros, jornais e periódicos, assim como o papel destinado a sua impressão Capacidade Tributária Uma das peculiaridades do Direito Tributário registrase através da definição da capacidade passiva, enquanto que, em outros ramos do Direito, a responsabilidade dos indivíduos sofre limitações de ordem física, psíquica, etc., resultando em nulidade os atos praticados por determinados indivíduos. A capacidade tributária, de acordo com o artigo 126 do CTN, independe: a) da capacidade civil das pessoas naturais; b) de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação de suas atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens; c) de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Para uma pessoa participar da relação tributária como sujeito passivo, basta que tenha praticado ato ou fato gerador. Assim, são considerados capazes pelo Direito Tributário os menores de 16 (dezesseis) anos, os surdosmudos que não puderem exprimir a sua vontade, os loucos de todo gênero, os silvícolas, os ausentes declarados como tais pelo juiz Competência Tributária Competência, em matéria tributária, é a faculdade atribuída pela Constituição às pessoas de direito público com capacidade política para instituir tributos. A competência decorre da Constituição; é esta que, da mesma forma que atribui competências aos Estados e ao Distrito Federal para atuar em diversos outros campos, no tributário confere-lhes a faculdade de instituir tributos. Capacidade tributária é a competência conferida pela Constituição à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para que possam comparecer diante do contribuinte como seu credor. Essas pessoas dotadas de capacidade tributária podem estar autorizadas a agir de 2 (duas) maneiras: arrecadar o tributo e depois repassá-lo a pessoa jurídica competente ou arrecadar e reter o produto da arrecadação para o cumprimento de suas finalidades legais. 362
4 NOVEMBRO - Nº 47/2012 A constituição atribui competência tributária à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Ao assim fazê-lo, torna cada um desses tributos privativos da pessoa jurídica beneficiada, o que significa dizer que o tributo lhe pertence de forma exclusiva, qualquer outra pessoa que tentar instituí-lo será incompetente. Esta competência será de ordem pública, isto é, não pode ser modificada pela vontade das partes. De acordo com a Constituição Federal, não cria o tributo quem quer, mas quem pode Territorialidade No limite temporal, a regra é clara: se for o tributo da União, o fato gerador poderá ocorrer em todo território nacional. Se for do Estado, o território do Estado será o limite, e o mesmo se aplica ao Município. Este artigo, inserido na Constituição, visa impedir conflitos entre as esferas de governo Indelegabilidade da Competência Tributária A competência legislativa não pode ser transferida a outra pessoa jurídica de direito público. Somente o poder tributante competente pode instituir e legislar sobre tributo de sua competência exclusiva. Qualquer quebra deste princípio será inconstitucional. Quem tem o poder de impor determinado tributo é quem pode estabelecer isenções, arrecadar e fiscalizar. Por outro lado, a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas poderá ser delegada. Como exemplo, temos um convênio assinado recentemente entre o Estado da Bahia e o Governo Federal, para uma ICMS - RJ Sumário SOFTWARE Incidência do ICMS e do ISS 1. Introdução 2. Categorias de Software 3. Legislação Sobre Software Lei nº 9.609/ Lei Complementar nº 116/ Entendimentos Doutrinários 5. Jurisprudências 6. Conclusão 1. INTRODUÇÃO Uma das questões que mais gera controvérsias no âmbito da esfera de incidência dos tributos é o tratamento dispensado ao chamado programa de computador ou software. Muito ainda se discute sobre a incidência de ISS ou ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO fiscalização conjunta denominada Operação Nota Fiscal Não-Exercício da Competência Tributária O fato de a pessoa jurídica de direito público competente não exercer seu direito público de cobrar determinado tributo não permite a outro ente tributante o direito de exercer esta competência. Assim, por exemplo, se o Município não instituir o IPTU, em nenhuma hipótese será permitido ao Estado instituir este imposto, mesmo com denominação diferente. De acordo com a Constituição, a competência privativa dos Estados e Distrito Federal é definida, no seu artigo 155, cabendo-lhes: a) Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer bens e direitos - ITD; b) Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores - IPVA; c) Imposto sobre as Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e prestações iniciem-se no Exterior, ou seja, o ICMS. É importante observar que a Emenda Constitucional nº 03 eliminou o AIR - Adicional de Imposto de Renda, imposto que era de competência dos Estados e Distrito Federal. O texto constitucional deixa bem claro que tipo de tributo pode vir a ser instituído pelos Estados e Distrito Federal. Fundamentos Legais: Os citados no texto. ICMS sobre as operações relativas ao mesmo. Assim, por meio deste estudo, enseja-se abordar as questões mais discutidas, apontando entendimentos na esfera doutrinária, jurisprudencial, acerca da questão, para que assim o contribuinte possa conhecer um pouco mais sobre este assunto muito debatido e causador de tantas conclusões conflitantes. 2. CATEGORIAS DE SOFTWARE Preliminarmente, para que se possa iniciar um estudo sobre a tributação do software, é necessário que o mesmo seja dividido em 2 (duas) categorias: a) sof tware sob medida, específ ico ou personalizado é aquele elaborado sob encomenda do usuário final, seja este pessoa física ou jurídica, contanto que para seu uso próprio; b) software produto ou de prateleira é aquele elaborado para comercialização genérica e encontrável em 363
5 ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO estoque, ou seja, pré-elaborado para venda normal ao mercado a qualquer usuário. Tais definições serão utilizadas ao longo desta matéria, uma vez que a Legislação Tributária, em especial a do Estado de São Paulo, assim os distingue. 3. LEGISLAÇÃO SOBRE SOFTWARE Segue a exposição de Leis, Decretos e Respostas à Consulta sobre o tema software Lei nº 9.609/1998 A Lei nº 9.609, de (DOU de ), conhecida como Lei do Programa de Computador - Propriedade Intelectual, ou Lei do Software dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no País. O artigo 1º desta conceitua o software da seguinte forma: Art. 1º - Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados. Esta lei, em relação à tributação, traz a primeira regra no bojo de seu artigo 9º: Art. 9º - O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença. Parágrafo único - Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso. Pelo exposto pode-se verificar que a Lei do Software leva ao entendimento que todo programa de computador para que possa ser usado será objeto de contrato de licença. E a cessão de uso é fato gerador de ISS como poderá ser visto na sequência desta matéria Lei Complementar nº 116/2003 A Lei Complementar nº 116/2003 elenca no seu rol de tributação do ISS os seguintes itens: 1 - Serviços de informática e congêneres Análise e desenvolvimento de sistemas Programação. NOVEMBRO - Nº 47/ Processamento de dados e congêneres Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação Assessoria e consultoria em informática Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de computação e bancos de dados Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas. Com relação à elaboração de programas de computador, entendemos ser pacífica a questão no âmbito de incidência por seu perfeito enquadramento no conceito de serviço, portanto objeto de incidência do ISS. Como será exposto na sequência desta matéria, o software elaborado é feito sob encomenda específica de um determinado usuário, constituindo base de cálculo de ISS o serviço cobrado para a confecção do mesmo. A licença ou cessão de direito de uso de programas de computador constitui base de cálculo do ISS, sendo que esta circunstância resta clara no texto da Lei Complementar. 4. ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS Insurgem opiniões no âmbito doutrinário defendendo a incidência do ISS apenas. Tal corrente dispõe dos seguintes argumentos: a) o ICMS só pode incidir sobre a realização de operação mercantil como fim em si mesma não sobre operação que se constitua tão somente como um meio para a obtenção de outra finalidade; b) a entrega de bem corpóreo em decorrência de uma cessão de direitos não se configura em hipótese de incidência do ICMS; c) ceder direitos pressupõe a realização de atividades acessoriais (atividades-meio) como a distribuição de softwares através de disquetes, cd-rom, etc. (MANGIERI, Francisco Ramos; ISS Teoria. Prática e Questões Polêmicas; 3ª Edição; Edipró; São Paulo; 2003, p.144). Neste sentido, cita-se o entendimento de José Soares de Melo: Este bem digital não consubstancia as características de âmbito legal (artigo 191 do Código Comercial), e constitucional (artigo 155, 3º) de mercadoria, além do que o respectivo software representa um produto 364
6 NOVEMBRO - Nº 47/2012 intelectual, objeto de cessão de direitos, de distinta natureza jurídica, o que tornaria imprescindível alteração normativa (MELO, José Soares de; ICMS Teoria e Prática; 7ª Edição; Dialética; São Paulo; 2004; p. 18). Devemos ter em mente que nem sempre a entrega de um bem a terceiro tipifica uma operação mercantil. É preciso que se identifique, através da análise meticulosa do contrato, a essência do negócio realizado. (idem, P. 143) Na mesma linha, o entendimento de Francisco Ramos Mangieri: Não há, de forma alguma, venda ou revenda de software, as empresas do setor não põem em mãos de outrem disquetes (o produto físico). Apenas cedem o direito de uso da obra intelectual materializada no instrumento de gravação. Praticam, pois, cessões de direitos, isto é, dáse a transferência de bens imateriais ou incorpóreos; jamais circulação de mercadorias. É impossível divulgar a obra intelectual de que se trata sem que ela passe pela gravação em disquetes (MANGIERI, Francisco Ramos; ISS Teoria. Prática e Questões Polêmicas; 3ª Edição; Edipró; São Paulo; 2003 p.144). 5. JURISPRUDÊNCIAS O STJ exarou seu entendimento como pode ser verificado na redação do RMS RJ: Os programas de computação, feitos por empresas em larga escala e de maneira uniforme são mercadorias de livre comercialização no mercado passíveis de incidência do ICMS. Já os programas elaborados especialmente para certo usuário exprimem verdadeira prestação de serviço sujeita a ISS. Seguem, para conhecimento de nossos Assinantes, outras jurisprudências no mesmo sentido: RE /SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE Julgamento: Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação: DJ DATA PP EMENT VOL PP EMENTA: ICMS: incidência: comercialização, mediante oferta ao público, de fitas para vídeo-cassete gravadas em série. Tal como sucede com relação ao computadores (cf. RE , Pertence, ), a fita de vídeo pode ser o exemplar de uma obra oferecido ao público em geral e nesse caso não seria lícito negar-lhe o qualificativo de ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO mercadoria, ou o produto final de um serviço realizado sob encomenda, para atender à necessidade específica de determinado consumidor, hipótese em que se sujeita à competência tributária dos Municípios. Se há de fato, comercialização de filmes para vídeo-cassete, não se caracteriza, para fins de incidência do ISS municipal, a prestação de serviços que se realiza sob encomenda com a entrega do serviço ou do seu produto e não com sua oferta ao público consumidor. Observação Votação: unânime. Resultado: conhecido e provido. RE /SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO Julgamento: Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação: DJ DATA PP EMENT VOL PP EMENTA: TRIBUTÁRIO. ESTADO DE SÃO PAULO. ICMS. PROGRAMAS DE COMPUTADOR ( SOFTWARE ). COMERCIALIZAÇÃO. No julgamento do RE , Min. Sepúlveda Pertence, assentou a Primeira Turma do STF a distinção, para efeitos tributários, entre um exemplar standard de programa de computador, também chamado de prateleira, e o licenciamento ou cessão do direito de uso de software. A produção em massa para comercialização e a revenda de exemplares do corpus mechanicum da obra intelectual que nele se materializa não caracterizam licenciamento ou cessão de direitos de uso da obra, mas genuínas operações de circulação de mercadorias, sujeitas ao ICMS. Recurso conhecido e provido. Observação Votação: Unânime. Resultado: Conhecido e provido. RE / SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE Julgamento: Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação: DJ DATA PP EMENT VOL PP RTJ VOL PP
7 ICMS - IPI E OUTROS TRIBUTOS - RIO DE JANEIRO EMENTA: I. Recurso extraordinário : prequestionamento mediante embargos de declaração (Súm. 356). A teor da Súmula 356, o que se reputa não prequestionado é o ponto indevidamente omitido pelo acórdão primitivo sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios. Mas se, opostos, o Tribunal a quo se recuse a suprir a omissão, por entendê-la inexistente, nada mais se pode exigir da parte (RE , Pertence, DJ ). II. RE: questão constitucional: âmbito de incidência possível dos impostos previstos na Constituição: ICMS e mercadoria. Sendo a mercadoria o objeto material da norma de competência dos Estados para tributar-lhe a circulação, a controvérsia sobre se determinado bem constitui mercadoria é questão constitucional em que se pode f undar o recurso extraordinário. III. Programa de computador ( software ): tratamento tributário: distinção necessária. Não tendo por objeto uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador matéria exclusiva da lide, efetivamente não podem os Estados instituir ICMS: dessa impossibilidade, entretanto, não resulta que, de logo, se esteja também a subtrair do campo constitucional de incidência do ICMS a circulação de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo - como a do chamado software de prateleira (off the shelf) - os quais, materializando o corpus mechanicum da criação intelectual do programa, NOVEMBRO - Nº 47/2012 constituem mercadorias postas no comércio. Observação Votação: unânime. Resultado: não conhecido. 6. CONCLUSÃO Neste sentido, em virtude da atuação preventiva da consultoria, entende-se que o contribuinte ao operar com programa de computador deve delimitar muito bem se o seu produto trata-se de software personalizado ou nãopersonalizado, uma vez que a incidência do ISS ou ICMS dependerá deste fator. Caso opte por adotar outro entendimento, como o defendido por alguns doutrinadores, recomenda-se, preliminarmente, que recorra às medidas judiciais preventivas cabíveis, uma vez que o Fisco Estadual em âmbito nacional adota posição favorável à cobrança de ICMS, exigindo os valores relativos ao mesmo em eventual ação fiscal. Fundamentos Legais: Os citados no texto. LEGISLAÇÃO - RJ OPERADORAS DE TELEFONIA CANCELAMENTO DO SERVIÇO - DISPOSIÇÕES LEI Nº 6.341, de (DOE de ) operadora, em razão da existência de débitos do consumidor. Parágrafo Único - Na cobrança de débitos, as operadoras deverão obedecer aos juros legais e às multas previstas no Código de Defesa do Consumidor. Dispõe sobre o cancelamento do serviço prestado por operadoras de telefonia móvel, fixa e afins, na forma que menciona. O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Art. 3º - A qualquer tempo, o consumidor poderá solicitar a suspensão do fornecimento do serviço de telefonia e o cancelamento da assinatura, que deverá ser imediatamente aceito pela operadora, vedada a cobrança de qualquer encargo por esta solicitação. Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Torna-se obrigatório o cancelamento do serviço de telefonia móvel, fixa e afins, quando solicitado pelo consumidor, independente de haver cobranças em aberto. Parágrafo Único - Para efeitos desta Lei, equiparam-se a serviço de telefonia os serviços prestados por operadoras de radiocomunicação. Art. 2º - As operadoras de telefonia somente poderão cobrar pelos serviços prestados até a data da suspensão de seu fornecimento, mesmo nos casos em que a suspensão ocorra por iniciativa da Art. 4º - Fica o consumidor obrigado a efetuar o pagamento referente ao período que utilizou o serviço, mesmo após a suspensão de seu fornecimento ou cancelamento da assinatura. Art. 5º - O descumprimento desta Lei, por parte da operadora, implicará na incidência de multas e sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor. Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Rio de Janeiro, 09 de novembro de 2012 Sérgio Cabral Governador 366
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