Administração de Sistemas Informáticos I

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1 ISEP 1 TEMA Administração do subsistema de rede; Serviços Internet daemon TEÓRICA-PRÁTICA 1. Serviços Internet Daemon Na pasta /etc/rc.d, existe a configuração dos diversos runlevels da máquina. Aos daemons iniciados num runlevel é atribuído o nome de Standalone. Isto porque, estes serviços são iniciados no runlevel, ficam à espera de pedidos vindos da rede e gerem estes pedidos por si próprios. Existe no entanto outro tipo de serviços em que quem aguarda pedidos da rede é o chamado Internet Services Daemon (inetd). Este é responsável por receber os pedidos da rede e, por sua vez, os reencaminhar para o programa apropriado que trata do respectivo serviço e, caso seja necessário, iniciar a execução deste. Nas distribuições LINUX modernas, o inetd foi substituído pelo Extended Internet Services Daemon (xinetd). O ficheiro /etc/xinetd.conf descreve os serviços oferecidos pelo xinetd. Na realidade, este ficheiro descreve pouco mais que alguns valores por omissão e acaba com a linha: includedir /etc/xinetd.d, a indicar que o xinetd deve percorrer todos os ficheiros nesta pasta e configurar os serviços disponibilizados conforme as opções descritas nestes. A seguinte listagem apresenta o conteúdo da pasta /etc/xinetd.d: $ ls /etc/xinetd.d chargen daytime-udp rsync sgi_fam time chargen-udp echo servers swat time-udp daytime echo-udp services telnet A descrição de todos os aspectos da configuração dos serviços disponibilizados pelo xinetd, pode ser bastante extensa. No entanto, o seu formato básico, é bastante simples. Cada um dos ficheiros listados anteriormente, contém a seguinte estrutura: service <nome_do_serviço> { <atributo> = <valor> <valor> } Um exemplo (/etc/xinetd.d/telnet): default: on description: The telnet server serves telnet sessions; it uses unencrypted username/password pairs for authentication. service telnet { flags = REUSE como o xinetd se deve comportar... (muitas opções) socket_type = stream tipo do socket: stream;dgram;raw wait = no no=multithreaded; yes=singlethreaded user = root utilizador que executa o serviço (segurança!?) server = /usr/sbin/in.telnetd programa que executa o serviço log_on_failure += USERID determina que informação deve registar disable = no determina que o service está ligado ou não } Pag. 1

2 ISEP 2 Vamos tentar colocar a funcionar o service daytime. A cada pedido, este serviço responde com a data e hora actual. Este serviço é um serviço interno do xinetd, ou seja, é implementado pelo próprio. Existem duas versões do serviço daytime: a TCP e UDP. Vamos activar a versão TCP, que está configurada no ficheiro /etc/xinetd.d/daytime: Editar o ficheiro /etc/xinetd.d/daytime Colocar disable = no Reiniciar o serviço xinetd Para testar, podemos utilizar o programa telnet que, ao estabelecer uma ligação TCP na porta utilizada pelo serviço daytime, vai originar a resposta deste: telnet localhost 13. A porta utilizada pelo serviço daytime é a 13, como pode ser verificado se o procurarmos no ficheiro /etc/services. 2. Configuração do subsistema de rede De seguida será feito um resumo dos vários passos para a configuração do subsistema de rede em LINUX Drivers de interfaces O primeiro passo na configuração do subsistema de rede é o driver da placa de rede a utilizar. Os drivers das placas de rede são módulos do kernel, que são carregados conforme necessário. Estes módulos são ficheiros com extensão.o" e podem ser encontrados em /lib/modules/ /kernel/drivers/net. A maioria das placas de rede é suportada correctamente pelo LINUX. Neste caso, esta será detectada na altura a iniciação do sistema e o driver apropriado será carregado. Podemos verificar o módulo carregado para a placa de rede verificando o conteúdo do ficheiro /etc/modules.conf. No caso, por exemplo, da interface Ethernet, devemos encontrar uma linha: alias eth0 tulip. A terceira palavra desta linha corresponde ao driver carregado para a placa de rede da máquina, tulip. E se a placa de rede não estiver a funcionar correctamente, ou soubermos que este não é o driver correcto? 2.2. Atribuir um nome à máquina Para atribuir um nome à máquina basta utilizar o comando hostname <nome_da_máquina>. É normal utilizar-se aqui o nome simples da máquina, isto é, sem o qualificador do seu domínio. Se necessário, podemos utilizar o comando domainname para atribuir um domínio. No entanto, utilizado o comando hostname, o nome que atribuirmos à máquina não será permanente, isto é, vai perder-se na próxima vez que iniciarmos o computador. Para resolver isso, todas as distribuições guardam o nome da máquina (outras configurações do subsistema de rede também são guardadas assim) num ficheiro de texto que é utilizado durante o arranque do sistema para atribuir de novo o nome à máquina. Em RedHat, o ficheiro que contém o nome da máquina é o /etc/sysconfig/network: NETWORKING=yes HOSTNAME=asi1 Aqui, para além do nome, define-se se o subsistema de rede deve ser activado. Na realidade, neste ficheiro podem ser configurados outros parâmetros como gateways, IP forwarding, etc Resolução de nomes básica O sistema deverá de ter algum tipo de capacidade de resolução de nomes. Por exemplo, o seu próprio nome, configurado anteriormente. A resolução de nomes pode ser efectuada por diversos serviços, por exemplo: DNS ou NIS. No caso mais simples, a resolução de nome é efectuada utilizando o ficheiro /etc/hosts. Pag. 2

3 ISEP 3 O ficheiro /etc/hosts possui um formato muito simples: Cada linha contém um endereço, o nome completo da máquina(fqdn Fully Qualified Domain Name)e possíveis alias: Hosts file IP FQDN aliases asi1.mydomain.com asi test.mydomain.com test linux.mydomain.com linux tux Podemos também definir nomes simbólicos para redes, no ficheiro /etc/networks: Networks file mydomain-net Configuração de interfaces Para utilizar o hardware de rede, é necessário antes torná-lo acessível para o software de rede do kernel. Existem algumas ferramentas que podem ser utilizadas para tal. A mais fundamental de todas é o comando ifconfig, no entanto existem outras ferramentas que permitam configurar as interfaces de rede graficamente. Alguns exemplos: /usr/bin/redhat-config-network; /usr/sbin/netconfig; /usr/bin/redhat-control-network. Para verificar o estado de uma interface podemos executar: ifconfig <interface>. Por exemplo: $ ifconfig lo lo Link encap:local Loopback inet addr: Mask: UP LOOPBACK RUNNING MTU:16436 Metric:1 RX packets:201 errors:0 dropped:0 overruns:0 frame: TX packets:201 errors:0 dropped:0 overruns:0 carrie collisions:0 txqueuelen:0 RX bytes:11608 (11.3 Kb) TX bytes:11608 (11.3 Kb) A listagem anterior mostra o resultado de um comando ifconfig que exibe o estado da interface loopback. O comando ifconfig sem argumentos apresenta o estado de todas as interfaces activas. O comando ifconfig tem um grande número de parâmetros, no entanto a sua utilização principal pode-se resumir à atribuição de um endereço à interface: ifconfig <interface> <endereço> <parâmetros>. Quando não indicados, parâmetros (como máscara de rede, gateway, etc) são colocados a valores por omissão. Por exemplo: ifconfig eth netmask Atribui o endereço IP ( ) e máscara de rede ( ) à interface eth0. Se fizermos agora ifconfig eth0: Pag. 3

4 ISEP 4 eth0 Link encap:ethernet HWaddr 00:03:FF:84:8D:93 inet addr: Bcast: Mask: UP BROADCAST RUNNING MULTICAST MTU:1500 Metric:1 RX packets:0 errors:0 dropped:0 overruns:0 frame:0 TX packets:6 errors:0 dropped:0 overruns:0 carrier:0 collisions:0 txqueuelen:100 RX bytes:0 (0.0 b) TX bytes:2052 (2.0 Kb) Interrupt:11 Base address:0x8000 Podemos verificar, por exemplo, que ao endereço de broadcast (Bcast) foi atribuído o valor por omissão (endereço da rede, com todos os bits do endereço da máquina a um). Adicionalmente, a unidade máxima de transmissão (MTU) foi colocada a 1500, que é o valor por omissão (e máximo) para redes Ethernet. Finalmente, para activar ou desactivar a interface fazemos: ifconfig <interface> <up/down> 2.5. Ficheiros de configuração O que vimos na secção anterior é o método básico para configurar uma interface. No entanto, isto teria de ser feito cada vez que arrancamos a máquina. Na realidade, este processo é automatizado. O procedimento exacto como tal acontece varia de distribuição para distribuição, mas normalmente envolve um script de configuração do subsistema de rede que se encontra sob a pasta /etc/rc.d/init.d, que será invocado conforme a configuração do runlevel actual. Então este script, normalmente /etc/rc.d/init.d/network, utiliza diversos ficheiros de texto que indicam a configuração do subsistema de rede e invoca os comando necessários para configuração deste. Em RedHat, os ficheiros de configuração do subsistema de rede podem ser encontrados no ficheiro /etc/sysconfig/network, onde, como já vimos está configurado o nome da máquina. E sob a pasta /etc/sysconfig/network-scripts. Nesta pasta encontramos ficheiros para a configuração de diversas interfaces. A configuração da interface eth0, pode ser encontrada no ficheiro /etc/sysconfig/networkscripts/ifcfg-eth0 DEVICE=eth0 BOOTPROTO=static BROADCAST= IPADDR= NETMASK= NETWORK= ONBOOT=yes dispositivo endereçamento estático endereço de broadcast endereço IP máscara de rede endereço de rede interface activada no arranque do sistema: yes/no A listagem anterior mostra um a configuração de uma interface com um endereço estático. No caso de pretendermos utilizar DHCP, seria: DEVICE=eth0 ONBOOT=yes BOOTPROTO=dhcp 2.6. IP Alias Em versões actuais do kernel, é possível atribuir vários endereços IP diferentes à mesma interface física. Cada um dos alias criados são utilizados como se tratasse de um interface independente. Por exemplo poderíamos criar um alias para o interface eth0 assim: ifconfig eth0: netmask broadcast Como podemos verificar, a única diferença é que adicionamos :0 depois do nome do interface. Cada alias é identificado por um número de ordem, no caso 0. Pag. 4

5 ISEP 5 Para criar um outro alias para a interface eth0: ifconfig eth0: netmask broadcast Informação adicional sobre as interfaces O comando netstat pode ser utilizado para visualizar uma grande quantidade de informação adicional sobre interfaces. Alguns exemplos: Estatísticas sobre interfaces configurados: netstat i Conexões activas TCP, UDP, RAW (t, u e w respectivamente). O parâmetro a apresenta também os sockets que estão à espera de conexões): netstat ta Pag. 5