Neoplasia e Oncogénese
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- Luís Mirandela
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1 Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa Mestrado Integrado em Medicina Dentária Neoplasia e Oncogénese Ana Catarina Anastácio Filipa Rodrigues Rita Pinguinhas Rita Sousa Histopatologia geral Prof. Doutora Cecília Casaca
2 Noções gerais Morfologia Geral e Nosologia Etiopatogenia - Factores exógenos - Factores endógenos Critérios da Malignidade - Critérios anatomo-clínicos - Critérios citológicos e histológicos Modos de Disseminação - Invasão local - Disseminação linfática - Disseminação vascular - Disseminação transcelómica Classificação TMN da OMS
3 Introdução ao tema NEOPLASIA Neo Plasia NEOPLASMA TUMOR Segundo Sir Robert Willis: Neoplasma é uma massa anormal de tecido com um crescimento que ultrapassa o dos tecidos normais, não estando regulado como o destes, e que conserva o mesmo carácter excessivo após a remoção do estímulo que provocou a alteração.
4 Introdução ao tema TUMOR: Do latim tumore, que significa edema Clonal Constituído por PARÊNQUIMA e ESTROMA BENIGNO ou MALIGNO
5 Introdução ao tema TUMOR MISTO Fig. 1 Adenoma pleomórfico da glândula salivar in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7
6 Morfologia e nosologia Origem Benigno Maligno Um só tipo de célula parenquimatosa Fibroma Menigeoma Fibrossarcoma Meningeoma invasivo Mais do que um tipo de célula neoplásica Tumores mistos derivados de uma camada germinativa (Glândulas salivares) Adenoma pleomórfico Tumor maligno misto de origem na glândula salivar Mais do que um tipo de célula neoplásica derivadas de diferentes camadas germinativas Células totipotentes nas gónadas Teratoma maduro Teratoma imaturo
7 Morfologia e nosologia TERATOMA Fig. 2 A - Teratoma cístico do ovário (vista macroscópica); B- vista microscópica de um teratoma (in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7)
8 Morfologia e nosologia Neoplasia Benigna Maligna
9 Morfologia e nosologia BENIGNA Tumor capsulado e bem localizado Células bem diferenciadas Crescimento lento Não invasivos Cirurgia relativamente fácil Nomenclatura: Tecido conjuntivo células de origem da neoplasia + oma Fibroma e Condroma Tecido epitelial mais complexa Adenoma (padrão glandular) e Papiloma
10 Morfologia e nosologia Fig. 3 A Aspecto microscópico de um pólipo benigno no lúmen do cólon; B- Aspecto macroscópico de vários pólipos (in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7)
11 Morfologia e nosologia MALIGNA Tumor não capsulado Células pouco diferenciadas ou indiferenciadas Crescimento rápido Invasivos Cirurgia difícil, sobretudo em fases tardias Nomenclatura: Tecido conjuntivo SARCOMAS (fibrossarcoma, condrossarcoma) Tecido epitelial CARCINOMAS (adenocarcinoma) ATENÇÃO: linfoma, melanoma,
12 Morfologia e nosologia Fig. 4 - Ilustração do modo como pode ocorrer formação de tumores secundários (in /04/2012)
13 Etiopatogenia FACTORES DE RISCO EXTRÍNSECOS Factores geográficos e ambientais Agentes químicos Agentes radioactivos Agentes microbicidas e virais VPH Vírus de Epstein-Barr Vírus da Hepatite B Helicobacter pylori FACTORES DE RISCO INTRÍNSECOS Idade Herança genética Síndromes cancerígenos hereditários e cancros familiares Síndromes autossómicos recessivos Xerodema Pigmentosum Tricotiodistrofia Síndrome XP combinada com DeSanctis-Cacchione Patologias pré-neoplásicas adquiridas
14 Etiopatogenia Geográficos e ambientais Agentes radioactivos Agentes químicos Agentes microbicidas e virais
15 1. Vírus do Papiloma Humano Etiopatogenia Cancro do cólo do útero, carcinoma de células escamosas, ( ) Citologia cervical Fig.5 Evolução do estadio de células escamosas normais superficiais do cérvix uterino para carcinoma in situ (in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7)
16 2. Vírus de Epstein-Barr Etiopatogenia Mononucleose infecciosa Linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaríngeo Fig. 6 e 7 in (24/04/2012)
17 3. Vírus da Hepatite B Etiopatogenia O vírus usa a maquinaria enzimática do hospedeiro Cirrose hepática, cancro no fígado Fig. 8 in (24/04/2012)
18 4. Helicobacter pylori Etiopatogenia É das infecções mais comuns Gastrite aguda gastrite crónica Fig. 9 e 10 Observação histológica de gastrite crónica (coloração MP e Giemsa) in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology Chapter 7
19 Etiopatogenia Fig. 11 História natural da evolução da infecção por Helicobacter pylori segundo David Y. Graham e J. Y. Sung
20 Etiopatogenia Idade Herança genética Patologias préneoplásicas adquiridas
21 1. Herança genética Etiopatogenia Síndromes cancerígenos hereditários familiares Síndromes autossómicos recessivos, relacionados com defeitos na reparação do DNA o Xeroderma Pigmentosum Fig.12 e 13 Xeroderma Pigmentosum
22 1. Herança genética Etiopatogenia Síndromes cancerígenos hereditários familiares Síndromes autossómicos recessivos, relacionados com defeitos na reparação do DNA o Xeroderma Pigmentosum o Tricotiodistrofia (TTD) o Síndrome Xeroderma Pigmentosum combinada com DeSanctis-Cacchione - proteína XPA envolvida no reconhecimento de erros do DNA Fig.12 e 13 Xeroderma Pigmentosum
23 Neoplasmas benignos e malignos - diferenças Critérios de malignidade Diferenciação e Anaplasia Taxa de crescimento celular Invasão local Metástases
24 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Leiomioma do útero Fig. 14- Leiomioma do útero in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
25 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Tumor benigno (adenoma) da tiróide Fig. 15 Tumor benigno da tiróide (adenoma) in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
26 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Tumor maligno (adenocarcinoma) do cólon Fig. 16 Tumor maligno do cólon (adenocarcinoma) in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
27 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Tumor anaplásico do músculo esquelético (rabdomiosarcoma) Fig. 17 Tumor anaplásico do músculo esquelético (rabdomiossarcoma) in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
28 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Tumor anaplásico, mostrando variação celular e nuclear no tamanho e na forma Fig. 18 Tumor anaplásico mostrando variação celular e nuclear em tamanho e forma in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
29 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Carcinoma escamoso da pele bem diferenciado Fig. 19 Carcinoma escamoso da pele bem diferenciada in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
30 Diferenciação e Anaplasia Critérios de malignidade Carcinoma in situ e pormenor aumentado de regiões pouco diferenciadas (imagem da direita) Fig. 20 e 21 Carcinoma in situ e pormenor aumentado in Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
31 Taxa de crescimento celular Critérios de malignidade Grau Diferenciação Capacidade de Replicação Taxa de crescimento
32 Taxa de crescimento celular Crescimento mais rápido Critérios de malignidade progressivo com fase final de crescimento rápido Baixa Diferenciação lento e fase final exponencial Célula Neoplásica lento e constante, com fases de crescimento nulas Desaparecimento espontâneo por necrose metástases Alta Diferenciação Taxa de crescimento menor
33 Taxa de crescimento celular Célula Normal Critérios de malignidade Célula Tumoral 30 duplicações 10 ⁹ células (1 gm) 10 duplicações 10¹² células (1 Kg)
34 Invasão local Critérios de malignidade Neoplasia benigna Diferenciação considerável Taxa de crescimento menor Confinação a um local restrito + factor tempo Presença de cápsula/ sistema de fronteiras Neoplasia maligna Diferenciação questionável Maior taxa de crescimento Alargamento da área afectada Inflitração + invasão Sem desenvolvimento de cápsula
35 Invasão local Critérios de malignidade Fig. 22 e 23 neoplasia benigna do m. liso uterino (leiomioma) e pormenor aumentado e neoplasia maligna do epitélio da mama feminina e pormenor aumentado in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7
36 Invasão local Critérios de malignidade Fig. 24 e 25 neoplasia benigna do cólon e neuplasia maligna do cólon in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7
37 Metástases Critérios de malignidade Fig
38 Metástases Critérios de malignidade Formação de metástases por dispersão de células tumorais Neoplasma com características malignas
39 Metástases Neoplasia benigna vs maligna Critérios de malignidade Fig In Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
40 Metástases Critérios de malignidade Tumor anaplástico Mais rápido crescimento tecidular tumoral Formação de metástases
41 Metástases Invasão da matriz-extracelular Critérios de malignidade Fig Processo de metastização de um tumor maligno. In Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
42 Metástases Características macroscópicas Critérios de malignidade Fig. 29 Metástase neoplásica no fígado. In Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
43 Metástases Características histológicas Critérios de malignidade Fig Depósito de metástases, com origem num adenocarcinoma do cólon moderadamente diferenciado, no fígado. In Stevens et. al, Basic histopathology, Chapter 7
44 Metástase Critérios de malignidade Depósitos tumorais frequentes: o Fígado o o o Pulmões Medula Encéfalo
45 Metástase depósitos tumorais frequentes Critérios de malignidade Fig Depósito de metástases, com origem num carcinoma da mama, no pulmão. In Stevens et al., Basic histopathology, Chapter 7
46 Diagnóstico Histopatológico Critérios de malignidade o Atipias celulares o Frequência de figuras mitóticas o o o o Indiferenciação celular Invasão local Infiltração celular nos tecidos vizinhos e vasos Necrose e ulceração
47 Critérios de malignidade Fig. 32 Caracteristicas citológicas da malignidade In Stevens et al., Basic histopathology, Chapter 7
48 Critérios de malignidade Fig. 33 Tumor benigno da tiróide (adenoma) In Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
49 Diagnóstico anátomo-patológicos Critérios de malignidade o o o o o o Tipo de crescimento Tendência para recidivas Metástases neoplásicas Repercussão sobre o estado geral Malignidade de posição Vascularização
50 Critérios de malignidade Tumores malignos e benignos Vários problemas Dependentes de vários factores
51 Efeito de um tumor no hospedeiro Critérios de malignidade 1. Efeitos locais e hormonais 2. Caquexia tumoral 3. Síndromes paraneoplásicos
52 Invasão local Disseminação linfática Vias de disseminação Disseminação vascular Disseminação transcelómica Disseminação cirúrgica
53 Invasão local Quando o tumor se estende aos tecidos adjacentes Vias de disseminação
54 Invasão local Vias de disseminação Fig
55 Disseminação linfática Quando as neoplasias se disseminam através dos vasos linfáticos Vias de disseminação Crescimento neoplásico invasivo Vasos linfáticos locais são atingidos pelas extensões celulares neoplásicas Condução de células neoplásicas pelo trajecto linfático Alojamento nos gânglios linfáticos locais ou distantes Novo crescimento neoplásico (tumor secundário)
56 Disseminação linfática Exemplos Vias de disseminação Fig. 35 Tumor num vaso linfático in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7; page 73
57 Disseminação linfática Exemplos Vias de disseminação Fig Metástase num nódulo linfático (de um tumor maligno da mama) in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7; page 73
58 Disseminação vascular Quando os tumores se propagam através de vénulas e veias. Vias de disseminação
59 Disseminação vascular Em circulação: - Alvos vulneráveis Vias de disseminação - Tendência para agregação - Retenção e saída dos vasos Fig A cascata das metástases In Robbins, Pathologic Basis of disease, Chapter 7.
60 Disseminação vascular O local em que as células tumorais circulantes abandonam os capilares depende, em parte, da localização anatómica do Vias de disseminação tumor primário Outros 3 mecanismos explicativos: Receptores-ligandos Substâncias quimiotáticas Ambiente desfavorável
61 Disseminação vascular Exemplos a) b) Vias de disseminação Fig a) Veia do colon com uma extensa neoplasia maligna; b) Invasão venosa por um carcinoma da mama. in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7; page 74
62 Disseminação transcelómica A disseminação ocorre através dos espaços celómicos Exemplos: Vias de disseminação Tumores da mama e do pulmão espaço pleural Tumores dos ovários e gástricos cavidade peritonial
63 Disseminação transcelómica Exemplo Vias de disseminação Fig in Stevens A. et al, Wheater s Basic Histopathology, Chapter 7; page 74 Esfregaço de fluído ascítico paciente com carcinoma da mama metastático
64 Disseminação cirúrgica Cirurgia Vias de disseminação Procedimento cirúrgico relacionado ou não com neoplasia Contaminação de tecido sadio com células neoplásicas Crescimento neoplásico Biopsia
65 TNM Classification of Malignant Tumours T Tumor primário N Nódulos linfáticos regionais Classificação M Metástase à distância
66 T Tumor primário TX T0 Tis T1, T2, T3, T4 N Nódulos linfáticos regionais NX N0 N1, N2, N3 M Metástase à distância MX M0 M1 Classificação Especificações M1 Ex: Pulmonar PUL (C34) Classificação: Clínica ou patológica Ex: cn0 ausência de metástase em nódulos linfáticos regionais pn0 não há, histologicamente, metástases nos nódulos linfáticos regionais
67 Regras gerais: Confirmação microscópica Duas classificações Clínica (ctnm) Classificação Patológica (ptnm)
68 Regras gerais: Agrupamento em estádios Em caso de dúvida categoria inferior Tumores múltiplos num único órgão tumor com maior categoria Classificação T Ex: T2(m) ou T2(3)
69 Outras siglas: G Graduação Histopatológica (GX, 1, 2, 3, 4) L Invasão linfática (LX, 0, 1) V Invasão venosa (VX, 0, 1, 2) Classificação R Tumor residual (RX, 0, 1, 2) microscópico macroscópico
70 Livros consultados: Stevens A, Lowe JS, Young B Chaper 7: Neoplasia in Basic Histopathology, Elsevier 4 th Edition, ISBN Kumar V, Abbas AK, Fausto N Chapter 7: Neoplasia in Robbins and Coltran Pathologic Basis of Disease, Elsevier ISBN Sites consultados: /04/ /04/ /04/ /04/ /04/ /04/ /04/2012
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