Cosmologia. Sandra dos Anjos

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1 Cosmologia Sandra dos Anjos

2 Vimos até aquí em aulas anteriores, aspectos observacionais que ajudaram a construir modelos físicos que explicam, total ou parcialmente, as observações. Este foi o traçado do curso, desde o Sistema Solar até Galáxias e Aglomerados de Galáxias. Nesta aula veremos muito brevemente alguns aspectos de um modelo de formação e de evolução do Universo que explica quase tudo, ou pelo menos encaminha uma solução para a maioria das evidências observacionais que temos hoje. Veremos as linhas gerais que envolvem uma impressionante lógica e síntese de processos físicos que devem ter ocorrido desde a formação do Universo e que envolvem conceitos de Relatividade e Física Quantica um modelo batizado com o nome de Big - Bang! A descoberta da expansão do Universo deu a primeira real evidência de que o Universo muda com o tempo e que pode ter tido um começo... Vamos inicialmente caracterizar o que é o objeto de estudo da Cosmologia...

3 Estudo em Grande Escala da Estrutura, Formação e Evolução do Universo Cosmologia se destina a descrever o efeito da explosão de energia - do nascimento do Universo como é hoje. Cosmogonia é o termo utilizado para o estudo da formação e evolução do Universo. Histórico: vimos no vídeo ("THC O Universo - Episódio 01 Além Do Big Bang") disponibilizado no site da disciplina, a construção de idéias e evidências desde a época de Copérnico, até a visão atual que desemboca na Teoria do Big Bang. A cosmologia tem como base teorica a relatividade geral e outras leis da natureza que envolvem, por exemplo, a mecânica quantica. Considera que as Leis da física são sempre as mesmas em qualquer parte do Universo. Lembrar que até início do séc. XX, o que existia eram especulações filosóficas (pouca base em modelos matemáticos e evidências observacionais).

4 1a evidência observacional A descoberta da expansão do Universo forneceu a 1a evidencia real, observacional, de que o Universo muda com o tempo e que pode ter havido um começo... O gráfico abaixo (esq. ) mostra que a velocidade com que as galáxias estão se afastando da Via-Láctea é proporcional a sua distância. O desvio espectral observado na comparação dos espectros observado e de laboratório (fig. dir.) é, portanto, o resultado da expansão do Universo. - Deslocamento de linhas espectrais e Lei de Hubble

5 Consequências da Lei de Hubble Aos pontos que representam as galáxias pode-se ajustar uma reta, uma equação matemática, que expressa o comportamento da velocidade de afastamento das galáxias ser diretamente proporcional a distância (grafico abaixo). Tal expressão analítica é conhecida como Lei de Hubble. Esta Lei representa, portanto, uma medida de como esta expansão ocorre e a inclinação da reta corresponde ao valor de H 0 Lei de Hubble Vr (Km/s) = H0. D (Mpc) Constante de Hubble (+- 70 km/s/mpc) analisando a dimensão das unidades desta equação, e lembrando que Mpc pode ser expresso em Km, percebe-se que Ho-1 tem unidade de tempo... Ho = km. 1 s Km = 1 s = t0 Tempo de Hubble t0 = 1 = H0-1 = 13,7 bilhões de anos H0

6 A constatação de desvios espectrais em galáxias nos induz a considerar que o Universo está em expansão. A consequência imediata desta consideração nos induz a interpretação de que o Universo está se modificando e, portanto, evoluindo. O gráfico da Lei de Hubble, uma medida de como se dá a expansão do Universo, nos permite considerar uma visão sobre a história de evolução do Universo... Se considerarmos agora que o movimento de recessão das galáxias esteve constante durante todo o tempo (13,7 bilhões de anos), e que com a expansão a distância entre as galáxias foi gradativamente aumentando, podemos deduzir que houve uma época no passado em que elas estavam mais próximas,...e houve um momento em que elas estavam todas juntas...este seria então o momento onde tudo que existe hoje no Universo estaria concentrado. Um ponto que teria densidade e temperatura infinitas, a partir do qual começa a expandir...este evento inicial seria considerado então o Big Bang e representaria o início da expansão do espaço-tempo e da criação da matéria e energia.

7 O Paradoxo de Olbers: Porque o céu é escuro a noite?...é um indicativo de que o Universo teve um começo

8

9 O volume de uma esfera com centro nele aumentara com o quadrado do raio dessa esfera (dv = 4ΠR2dr). Portanto, `a medida que se olha mais longe, vê-se um número de estrelas que cresce com o quadrado da distância. Como resultado, sua linha de visada sempre interceptará uma estrela, seja lá qual for a direção em que ele olhe.

10 Porque?

11 Possíveis explicações para o Paradoxo 1. A poeira interestelar absorve a luz das estrelas; Foi a solução proposta por Olbers, mas tem um problema... Com o passar do tempo, `a medida que fosse absorvendo radiação, a poeira entraria em equilíbrio termico com as estrelas e passaria a brilhar tanto quanto elas....não ajuda, portanto, na solução. 2. A expansão do universo degrada a energia, de forma que a luz de objetos muito distantes chega muito desviada para o vermelho e, portanto, muito fraca. O desvio para o vermelho ajuda na solução, pois o desvio é proporcional ao raio do Universo, mas os cálculos mostram que a degradação da energia pela expansãoo do universo não é suficiente para resolver o paradoxo. 3. Estrelas são finitas...;mesmo assim existem em número suficiente para fazer todo o céu brilhar. O universo não existiu por todo o sempre. 4. A idade do Universo limita a distância que podemos ver. Como a luz tem uma velocidade finita, o que significa que ela leva um tempo para ir de um lugar a outro, vemos tudo no passado, e quanto maior a distância a que olhamos, mais remoto o passado que vemos.

12 Possíveis explicações para o Paradoxo Como o Universo tem idade finita, e a luz tem uma velocidade finita, a luz das estrelas mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o Universo que enxergamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A velocidade da luz, aliada à idade finita do Universo, limita a porção do Universo que podemos ver, pois nós não podemos ver mais longe do que a distância que a luz pode percorrer no tempo igual à idade do universo. Se o Universo tem 13,7 bilhões de anos de idade, então a luz de galáxias mais distantes do que 13,7 bilhões de anos-luz não teve tempo de nos alcançar. Nós podemos dizer que o Universo observável se estende por um raio de 13,7 bilhões de anos-luz da Terra. A escuridão da noite seria um indício de que o Universo teve um início.

13 Universo que enxergamos é limitado no espaço... Vejam o vídeo onde se mostra claramente o conceito de Universo Observável...

14 Que tipo de interação física poderia explicar o que podemos observar e deduzir sobre a expansão e evolução do Universo?...somente uma em escala astronômica...a gravidade! A Teoria de Gravitação de Einstein pode ser utilizada para a construção de Modelos Cosmológicos, já que estes modelos estabelecem vínculos entre funções que caracterizam o Universo e apresentam dependencias temporais como o caso da Densidade Média da Matéria e o Fator de Escala, como veremos mais adiante. Vamos dar uma olhada nos Modelos Cosmológicos do ponto de vista qualitativo, uma vez que o formalismo matemático não caberia no contexto deste curso.

15 Einstein ( ) Teoria da Relatividade Especial Em 1905, Albert Einstein ( ) havia proposto a teoria da relatividade especial. Essa teoria propõe que.a: 1-velocidade da luz no vácuo é constante, independente da velocidade da fonte, que a... 2-massa depende da velocidade, que há dilatação do tempo durante movimento em alta velocidade, que massa e energia são equivalentes, e que nenhuma informação ou matéria pode se mover mais rápido do que a luz. pag. 641

16 Einstein ( ) Teoria da Relatividade Geral Gravidade é vista como um efeito geométrico (não existe o conceito de força) Desenvolve descrição matemática da natureza considerando este efeito. Gµν = α Τµν representa curvatura do espaço-tempo representa a matéria Usando este formalismo matemático para descrever a gravidade, desenvolve uma série de eqs, denominadas equações de campo, que descrevem a interação da matéria, energia e gravidade no Universo.

17 Postula que a luz sempre percorrerá o caminho mais curto entre 2 pontos e que seguirá a curvatura do espaço causada pela presença de um corpo massivo.

18 Equações de Campo de Einstein

19 Equações de Campo e Hipóteses para os Modelos As diferentes soluções das equações de campo levam a diferentes modelos (descrições) matemáticos da evolução do Universo. Algumas hipóteses fundamentais consideradas nos modelos: 1- Universo é homogêneo, ou seja, parece o mesmo para um viajante cósmico (todos os lugares devem ser iguais) e não existe localização privilegiada. Esta hipótese deve ser considerada para escalas suficientemente grandes, ou seja, maiores do que as escalas de dimensão de aglomerados de galáxias. 2 Universo é isotrópico, ou seja, para um observador imóvel, em qualquer direção ele parece o mesmo em tds as direções Estas 2 afirmações são conhecidas como Princípio Cosmológico

20

21 1o Modelo Cosmológico Moderno Cosmologia Relativistica Einstein (1917) anterior a descoberta de Hubble Universo estacionário, estático, sem expansão Introduz uma força artificial conhecida como constante cosmológica cujo efeito seria o de contrabalançar a força gravitacional, força esta que teria o efeito de agrupar a matéria e, portanto, contrair/colapsar o Universo O Universo seria então finito, fechado e esférico

22 Universo de de Sitter ( ) Cosmologia Relativística de Sitter (1917) Holandes derivado da Teoria da Relatividade, mostra que não existe um único modelo relativístico possível e propõe um universo plano (geometria Euclidiana) e em expansão, porém vazio!

23 Universos de Friedmann ( ) modelos-padrão de Universo Friedmann ( ) Russo Descobre que se a Constante Cosmológica introduzida por Einstein fosse ignorada, os modelos resultavam em movimento, ou seja, poderiam estar em expansão ou contração neste período aparecem as primeiras evidencias observacionais da expansão do Universo (Hubble) Friedmann entende que a força de gravidade desacelera o Universo, portanto, todos os modelos que propõe são de expansão desacelerada

24 Universo de Lemaitre ( ) Lemaitre Belga 1o a propor a possibilidade do Universo ter passado por um estado inicial de alta densidade para a matéria e, portanto, em acordo com o modelo de Big Bang átomo primordial -- fissão Soluções para os modelos de Friedmann descreve um Universo em expansão

25 Outras Contribuições Outros modelos foram formulados, baseados nos modelos de Friedmann-Lemaitre, com excessão daqueles propostos por Hoyle, Bondi e Gold que propõe um Universo estacionário, sem Big Bang, e com matéria sendo continuamente criada para compensar a expansão observada, permanecendo a densidade constante Gamov ( ): Russo naturalizado americano Demonstra que o universo havia passado p/ uma fase de alta temperatura, volume pequeno e densidade alta, um estado onde a matéria não poderia existir, somente a energia. Denominou esta fase como sendo Era da Radiação Demonstra que com a expansão, desde sua fase inicial até o volume atual, a radiação havia em grande parte se transformado em energia através da famosa equação da relatividade que correlaciona (E) e (m) através de: E=mc2 Previu que parte da radiação inicial do BBang permaneceria na forma de energia, permeando todo o Universo. Os calculos levaram em conta que nem toda energia inicial foi transformada em matéria, havendo uma sobra. Além disto, leva em conta a tx de expansão do Universo radiação de fundo de 3K

26 Formula os modelos que hoje são conhecidos como modelos-padrão do Universo, pois como dito anteriormente, nesta época descobriu-se que o Universo estava de fato em expansão... Em todos os modelos de Friedmann a expansão é desacelerada com o tempo, ao qual ele atribui a força de gravidade. A taxa de desaceleração poderia cessar e o Universo então seguiria um processo de contração. A desaceleração vai depender da densidade média do Universo, gerando modelos diferentes para cada situação de geometria e curvaturas...que á luz da Relatividade Geral podem ser de curvatura positiva e negativa...(ver próximo slide) A geração destes modelos está fundamentada em um raciocínio muito simples, como veremos a seguir...

27 A densidade do Universo tem um papel crítico no destino da expansão do Universo. É ela quem vai decidir se o espaço-tempo se expandirá para sempre ou não, e a relação dela com a densidade crítica - densidade necessária para brecar a expansão do Universo - é quem vai determinar se o Universo é aberto, fechado ou plano.... Vamos entender melhor isto com o conceito de Energia Total de um sistema, logo a seguir... Inicialmente, vamos lembrar que na cosmologia relativistica os espaços são curvos e podem ter curvatura (k) positiva, negativa ou nula. A curvatura nula (k=0) recupera a noção que temos da geometria Euclidiana onde o espaço-tempo não teria curvatura, seria então plano. Exemplos de curvaturas com as correspondentes propriedades geométricas das superfícies com diferentes curvaturas

28 Vamos também entender melhor o papel da razão da densidade média do Universo e da densidade crítica, definido como sendo o Parâmetro de Densidade um dos parâmetros que é utilizado nos Modelos Cosmológicos.

29 Parâmetro de Densidade (Ω = d/dc)... decisivo para o destino da evolução do Universo Definido como sendo a razão entre a densidade média (d) do Universo em relação a densidade crítica (dc densidade de massa necessária para tornar nulo o termo de curvatura na equação de Friedmann, correspondendo ao modelo plano). Onde, dc = 3H0 / 8πG: dc = 1,8788x10-29 h2.g.cm-3 ( 11 atms H/cm3 ) Lembrando que Ω = d e que corresponde a Densidade de Energia do Uinverso, temos: dc Se d=dc; Ω = 1 modelo plano se expande indefinidamente, com vterminal nula Se d<dc; Ω < 1 modelo aberto atração gravitacional é pna p/ impedir expansão Se d>dc; Ω > 1 modelo fechado atração gde e impede a expansão Mas,...vamos entender melhor de onde se obtem dc...

30 Consideremos uma galáxia de massa m movendo-se com velocidade v (r), a uma distância r de um sistema de coordenadas qualquer, em um sistema de massa total M contida no volume de raio r, como mostra a figura abaixo: A energia total do sistema na ausência de carga elétricas, é a soma da energia cinética com a energia potencial gravitacional, como abaixo: Energia cinetica - Energia potencial = Cte Esta equação nos indica que dependendo do valor da energia * Entenda-se aqui por energia como sendo a Densidade de Energia do Universo...veja detalhes deste conceito no slide-34 a seguir total (E)* do Universo, que é uma constante do sistema, o Universo será aberto, plano ou fechado... E > 0, Universo aberto; = 0, Universo plano;...nesta condição...--> < 0, Universo fechado

31 Lembrando da equação de Conservação de Energia abaixo, e que estamos interessados na condição de E=0, podemos fazer o seguinte raciocínio para se obter a dc... eq. 1 Lembrando que e que 1 Fica reduzida a Subtituindo-os na eq. 1, temos: 1 eq. 2 ( 1 Ho2 4П G ρ0c ) = 0 -> 1 H02 = 4ПG ρ0c Portanto, O valor da densidade visível de matéria observada é de 10 densidade critica. eq g/cm3, ou seja, 100 vezes menor que a

32 Cosmologia Moderna se dedica a determinar qual destes modelos é o mais realista...ver slide a seguir uma analogia que facilita a compreensão destes conceitos... # Modelo Plano Se expande indefinidamente com vterminal tendendo a um valor nulo E=o; d=dc; Ω = 1 pois é como se ocorresse um equilíbrio entre a Ep = Ec Não tem curvatura. (análogo a plano) Este modelo parece ser o mais realista! # Modelo Aberto Atração gravitacional é pequena para impedir a expansão. E > 0; d < dc; Ω < 1 pois é como se a Ep < Ec Então, a expansão continua indefinidamente, com vterminal tendendo a um valor não nulo. A curvatura é negativa. (análogo a uma sela de cavalo) # Modelo Fechado Atração gravitacional é grande e impede a expansão. pois é como se a Ep > Ec E < 0; d > dc; Ω > 1 Ocorre então uma contração, e reinicia-se a uma nova expansão. A expansão é finita e com curvatura positiva. (análogo a uma esfera)

33 Uma analogia do dia-a-dia que pode ser utilizada para entender este fenômeno, dentro da perspectiva Newtoniana, é a de que, por exemplo, ao lançarmos uma pedra da Terra para o espaço, a energia (Ec) que ela deve ter para escapar do campo de gravidade da Terra deve ser maior do que a energia da atração gravitacional (Ep) exercida sobre este objeto, sem ajuda de um empuxo, ou sofrendo a resistência da fricção, ou seja, Ec > Ep. A pedra deve, portanto, atingir uma velocidade que é definida como sendo a velocidade de escape. Veja fig. Abaixo e a interpretação... Se a velocidade de lançamento (Ec) for menor do que a velocidade de escape, a pedra retorna a Terra. -> retorna -> continua Se a velocidade de lançamento (Ec) for maior ou igual a de escape, a pedra sairá da atuação do campo gravitacional da Terra e irá continuar seu movimento no espaço. No caso da expansão do Universo o conceito é o mesmo: se a energia potencial (Ep), representada pela densidade de massa-energia contida no Universo, for maior do que a energia cinética da expansão do Universo, este então colapsaria e seria fechado. -> Ep > Ec Caso contrário, ser for menor ou igual, continuaria se expandindo indefinidamente e o Universo seria aberto ou plano. -> Ep Ec. Neste caso a velocidade terminal de expansão tenderia a zero (Ep=Ec), ou a velocidade terminal de expansão (Ep < Ec) seria diferente de zero...

34 Já que vimos o significado da densidade crítica, vamos ver o que significa exatamente a densidade de matéria-energia A densidade de matéria-energia pode ser dividida em três grandes categorias: matéria, radiação e energia escura. A densidade total de matéria, ρ0m, é composta da matéria bariônica usual e da matéria escura e a sua contribuição para o parâmetro de densidade atual é Ω0M=ρ0M/ρ0c ~ 0,3. A densidade atual contida na radiação ρ0r é praticamente desprezível assim como a de seu correspondente parâmetro de densidade Ω0R=ρ0R/ρ0c ~ 0,04. No entanto, a densidade da radiação depende da quarta potência da temperatura da radiação (T0R~3 K). Como no passado a temperatura de radiação era muito maior, concluímos que próximo ao Big-Bang o termo de radiação era responsável pela contribuição dominante naquele período. A densidade atual da energia escura é usualmente representada pela chamada constante cosmológica Λ e a sua contribuição Ω0Λ ~ 0,7.

35 Assim, contabilizando a contribuição de cada componente esboçada anteriormente, temos no total, segundo o atual modelo de concordância cósmica, Ω0M+ Ω0R+ Ω0Λ= Ω0 = 1 E considerando Ω0R= 0 temos ainda Ω0M+ Ω0Λ= 1 Valores estes representados percentualmente Pela figura ao lado...

36 Podemos então agora apreciar graficamente o comportamento da evolução dos Modelos de Friedmann para diferentes geometrias Aberto ou de curvatura negativa (k = -1) Plano ou de curvatura nula (k=0) Fechado ou de curvatura positiva (k = 1)

37 É uma variável que entra nos Modelos

38

39 O Modelo Fechado: onde a densidade média de massa observada hoje supera a densidade crítica, a expansão é interrompida, ocorre o colapso, um novo Big Bang ocorre e assim por diante...

40 O Futuro do Universo

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42 Os modelos podem ser testados......a partir dos parâmetros cosmológicos observáveis abaixo Constante de Hubble (Ho): introduzida por Hubble para reproduzir o fato observacional de que galáxias próximas se afastam com velocidades crescentes com a distancia que nos separam delas. Valores atuais indicam que esta constante seja da ordem de (65-72 Km.s-1.Mpc-1). Desvio Espectral : mede a expansão do Universo e é obtida via velocidade de recessão - Vrec das galáxias Parâmetro de Densidade (Ω): Razão entre a densidade de matéria-energia do Universo e o valor necessário para que se tenha curvatura nula (dc), correspondendo ao modelo plano. Parâmetro de Desaceleração (q): parâmetro cosmológico que mede a taxa de desaceleração do Universo. Um modelo apenas contendo matéria, seja escura ou bariônica, a radiação sempre resulta em um parâmetro de desaceleração positivo. Parece ser negativo, o que implica em um Universo acelerado, necessitando a inclusão de uma componente extra a energia escura)

43 Existe alguma forma de verificar qual dos modelos é o mais realista? Em princípio, um dos caminhos seria medir flutuações da Radiação Cósmica de Fundo de Microondas (RCFM) uma radiação eletromagnética que seria remanescente da fase de inicial de evolução do Universo. É importante ressaltar que a descoberta da RCFM, em 1964, representa uma das maiores evidências do Big Bang. Vamos então explorar o que se prevê ter ocorrido nesta fase inicial, que explicaria a RCFM que observamos hoje, e posteriormente analisar como estas flutuações poderiam ajudar a decidir entre os modelos de evolução do Universo disponíveis até o momento. Aos 380 mil anos após o Big Bang, em um Universo ainda muito quente e denso, os átomos não conseguiam se manter intactos, pois os fotons possuiam energia elevada o suficiente para remover os elétrons mantendo neste ambiente, uma mistura de fótons, elétrons e protons convivendo neste meio, independentemente. Como os fótons não conseguiam viajar livremente devido a colisões com este meio denso, o Universo é opaco. Com a expansão do Universo, a temperatura diminui e os elétrons conseguem se unir ao próton formando o hidrogênio, em equilíbrio estatístico..., uma vez que os fotóns ainda possuem energia elevada para eventualmente remover o elétron recém unido ao proton. A expansão também aumenta o comprimento de onda dos fótons, e consequentemente reduz sua frequência resultando em perda de energia.

44 Estes fótons menos energético não conseguem mais arrancar os elétrons dos átomos, e passam então a viajar livremente pelo Universo, que agora seria transparente, caracterizando assim uma fase conhecida como Era da Recombinação. Como o Universo continua a se expandir, os fótons continuam perdendo energia e viajando livremente pelo Universo...Assim sendo, após 13,7 bilhoes de anos viajando, chegam na Terra, com pouquíssima energia... O que se prevê teoricamente, se isto de fato aconteceu, é que esta radiação gerada na fase de Recombinação, chegaria até nós com temperatura de corpo negro da ordem de 3 K... após viajar 13,7 bilhões de anos Esta radiação foi de fato observada em 1964, descoberta por Penzias e Wilson (Prêmio Nobel). Thoje= 13,7 bilhões de anos Créditos: Ronaldo E. de

45 Experimentos recentes que tentam decodificar os sinais impressos na RCFM, que representaria o eco dos primeiros instantes da formação do Universo, e medidas de intensidade da radiação em diferentes frequências mais precisas, fora da atmosfera, foram relizadas pelos satélites Cobe (1992), Wmap (2003) e Planck (2013)... O espectro do fundo de microondas medido pelos Satélites é muito bem descrito por corpo negro com T ~ 2,726 ± 0,01 K.

46 Radiação Cósmica de Fundo de Microondas- RCFM A RCFM é uma impressão digital do Universo há 13,7 bilhões de anos. As flutuações observadas mostram regiões mais, ou menos, densas que a média. São muito pequenas da ordem de uma parte em cem mil. Exemplo: uma bola perfeitamente lisa com 1 metro de diâmetro. Se imaginarmos imperfeições na mesma escala que a RCFM, na superfície teremos elevações ou depressões com cerca de 0,01 milímetro.

47 Como verificar a previsão da Geometria do Universo com dados observacionais do Wmap? O tamanho físico das flutuações é o tamanho do horizonte da superfície de último espalhamento onde os fótons se desacoplam da matéria Fechado Aberto Plano aberto plano A geometria do Universo determina a tamanho angular das flutuações fechado

48 Radiação Cósmica de Fundo de Microondas Wmap mostra que as flutuações são mínimas e compatíveis com um Universo Plano Mapa de todo o céu da variação da temperatura da Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas (RCFM). T/T ~ 10-5 Flutuações de densidade

49 Teoria do Big Bang...todo este panorama permitiu construir esta teoria que resumidamente pode ser sintetizada abaixo... Singularidade: previsão matemática que resulta das equações da Relatividade Geral de Einstein, onde condições físicas extremas tais como densidade e temperatura seriam infinitas. O Universo teria se originado desta singularidade que seria responsável pelo início do espaço-tempo, que ocorreu a uns 13,7 bilhões de anos. Desde então o Universo estaria se expandindo, criando matéria, radiação e, o próprio espaço-tempo. Analogia com expansão de um balão representando a expansão (fig. abaixo) As condições iniciais de t=0 até t=10-43s Era de Planck As galáxias estão se afastando como consequencia da expansão do Universo

50 Efeito Doppler seria consequência da expansão do Universo Galáxias fixas em um sistema de coordenadas Deslocamento p/ vermelho (redshift - z) se deve à expansão do Universo que modifica sistematicamente o comprimento de onda da radiação enquanto esta se movimenta pelo espaço

51 História de Evolução do Universo...a expansão faz com que a temperatura diminua, desencadeando várias Eras de evolução, caracterizadas por diferentes eventos... E=mc2

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53 Grandes Eras na Evolução do Universo

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56 Nos Roteiros 23 e 24, as bibliografias utilizadas foram: Introdução À Cosmologia - Ronaldo E. de Souza (ed. Edusp) Astronomia e Astrofísica - Kepler & Maria de Fátima Vamos ver no próximo e último Roteiro um pouco mais de cada Era da Evolução do Universo, além do experimento das Supernovas que nos permitiu verificar que o Universo se encontra em expansão acelerada. Vamos também somente esboçar algumas idéias de uma nova teoria...a Teoria das Cordas

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