Alteração do Plano Director Municipal para o Eco Parque do Relvão

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1 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco Parque do Relvão Relatório Ambiental Relatório preparado por: T Estudo N o 2843 Exemplar N o 1 Maio de 2015

2 CÂMARA MUNICIPAL DA CHAMUSCA Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental T Estudo N o 2843 Exemplar N o 1 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental

3 Índice Geral Pág. 1. INTRODUÇÃO AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA: OBJECTIVOS E METODOLOGIA DESCRIÇÃO DO OBJECTO DA AVALIAÇÃO Enquadramento Ordenamento territorial no Eco-Parque do Relvão A Proposta de Alteração do Plano Director Municipal da Chamusca Projectos que Concretizam as Opções da Proposta de Alteração do PDM Considerações justificativas Projectos já implementados Projectos a implementar Unidade de Produção de Peletes Câmara Municipal Chamusca Terreno para loteamento Zona de expansão do CIRVER Sisav Zona de Expansão do CIRVER Ecodeal Zona de Expansão da Bioenergy Zonas de Expansão E, F e G Questões Estratégicas da Proposta de Alteração do PDM ÂMBITO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL Quadro de Referência Estratégico Factores Críticos Para a Decisão Indicadores e Objectivos Ambientais Conservação da natureza Qualidade ambiental Riscos naturais, ambientais e tecnológicos Desenvolvimento económico Emprego e coesão social Ordenamento do território Pareceres das entidades sobre o âmbito da avaliação ambiental Pareceres sobre a Análise e Avaliação Ambientais AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA Considerações Gerais Conservação da Natureza Situação actual e tendências de evolução Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Directrizes Qualidade Ambiental Situação actual e tendências de evolução Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Directrizes Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos Situação actual e tendência de evolução Efeitos decorrentes da Proposta de Alteração Directrizes Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Estudo N o 2843 i

4 5.5 Desenvolvimento Económico Situação actual e tendência de evolução Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Directrizes Emprego e Coesão Social Situação actual e tendência de evolução Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Directrizes Ordenamento do Território Situação actual e tendência de evolução Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Directrizes Avaliação Global AVALIAÇÃO E CONTROLO Monitorização Medidas a Adoptar na Sequência dos Resultados da Monitorização Periodicidade da Avaliação e Controlo ENVOLVIMENTO PÚBLICO E INSTITUCIONAL FASES SEGUINTES DO PROCESSO SÍNTESE CONCLUSIVA ANEXOS. Anexo I Instrumentos Estratégicos de Referência 1. Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS)...I-1 2. Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) I-2 3. Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT)...I-4 4. Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo...I-7 5. Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares ( )...I-8 6. Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde ( )...I Plano de Gestão de Região Hidrográfica 5 - Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo...I Plano Regional de Ordenamento do Oeste e Vale do Tejo...I Agenda 21 Regional Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo...I Plano Director Municipal da Chamusca (proposta de revisão)...i Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI)...I Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA)...I Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD)...I Plano Rodoviário Nacional...I-38. Anexo II Pareceres das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas ao Relatório dos Factores Críticos para a Decisão. Anexo III Parecer da ARH do Tejo. Anexo IV Ponderação e Consideração dos Contributos das ERAE Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Estudo N o 2843 ii

5 . Anexo V Referências Bibliográficas Bibliografia... V-1 Legislação... V-3. Anexo VI Parecer da APA Relativo à MAXAMPOR. Anexo VII Mapa de Ruído do Concelho da Chamusca. Anexo VIII Pareceres das Entidades com Responsabilidades Específicas ao Relatório Ambiental Preliminar Lisboa, 21 de Maio de 2015 VISTOS: Engª Maria da Luz Franco [Directora de Projecto] Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Estudo N o 2843 iii

6 Índice de Quadros Pág. Quadro 3.1 Empresas existentes e previstas no Eco-Parque do Relvão... 7 Quadro 3.2 Alterações nas áreas objecto da Proposta de Alteração Quadro 3.3 Áreas Objecto da Proposta de Alteração do PDM Quadro 4.1 Relação entre os factores ambientais definidos na legislação e os factores ambientais a considerar na AAE da Proposta de Alteração ao PDM Quadro 4.2 Relação de força entre os FCD da Proposta e as questões ambientais legalmente estabelecidas Quadro 4.3 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD conservação da natureza Quadro 4.4 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD qualidade ambiental Quadro 4.5 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD riscos naturais, ambientais e tecnológicos Quadro 4.6 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD desenvolvimento económico Quadro 4.7 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD emprego e coesão social Quadro 4.8 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD ordenamento do território Quadro 4.9 Pareceres das entidades na fase 1 do procedimento de AAE Quadro 4.10 Pareceres das entidades na fase 2 do procedimento de AAE Quadro 5.1 Coberto vegetal nas parcelas objecto de requalificação Quadro 5.2 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD conservação da natureza Quadro 5.3 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD qualidade ambiental Quadro 5.4 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD Riscos naturais, ambientais e tecnológicos Quadro 5.5 Indicadores de emprego em Quadro 5.6 Empresas sedeadas no concelho da Chamusca, em 2011 por CAE (Rev. 3) Quadro 5.7 Investimento e receita dos projectos a implementar Quadro 5.8 Circuitos simbióticos proporcionados pelos novos projectos que concretizam a Proposta de Alteração Quadro 5.9 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD desenvolvimento económico Quadro 5.10 População e densidade populacional no concelho da Chamusca Quadro 5.11 Evolução da estrutura etária do concelho da Chamusca Quadro 5.12 Indicadores demográficos do concelho da Chamusca, em Quadro 5.13 Taxa de actividade Quadro 5.14 Perfil sectorial da população empregada no concelho da Chamusca (%) Quadro 5.15 Indicadores de emprego Quadro 5.16 População empregada no concelho da Chamusca, segundo o nível de escolaridade, em Quadro 5.17 Ganho médio mensal ( ) dos trabalhadores por conta de outrem no concelho da Chamusca, segundo o nível de habilitações, em Quadro 5.18 Pessoal ao serviço nos projectos que concretizam a Proposta de Alteração Quadro 5.19 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD emprego e coesão social Quadro 5.20 Tráfego médio diário em dia útil (2010) Quadro 5.21 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD ordenamento do território Quadro 6.1 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD conservação da natureza Quadro 6.2 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD qualidade ambiental Quadro 6.3 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD riscos naturais, ambientais e tecnológicos Quadro 6.4 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD desenvolvimento económico Quadro 6.5 Indicadores de monitorização e controlo para o emprego e coesão social Quadro 6.6 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD ordenamento do território Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Estudo N o 2843 iv

7 Índice de Figuras Pág. Figura 2.1 Procedimento de avaliação ambiental estratégica... 5 Figura 3.1 Enquadramento Regional do Eco-Parque do Relvão... 6 Figura 3.2 Áreas de intervenção das empresas no Eco-Parque do Relvão... 8 Figura 3.3 Localização das áreas objecto de proposta de reclassificação Figura 3.4 Ecodeal Figura 3.5 SISAV Figura 5.1 Áreas classificadas Figura 5.2 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (I) Figura 5.3 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (II) Figura 5.4 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (III) Figura 5.5 Rede de drenagem na área de análise Figura 5.6 Formações geológicas na área de análise Figura 5.7 Qualidade da água no rio Tejo, na estação de Almourol Figura 5.8 Qualidade da água na ribeira de Ulme/Vala de Alpiarça, em Ponte de Almeirim e Albufeira de Patudos Figura 5.9 Valores médios anuais de SO2, NOx e PM10 na estação da Chamusca Figura 5.10 Mapas de Ruído (Lden e Ln) na envolvente do Eco-Parque do Relvão (db(a)) Figura 5.11 Perímetros de protecção das captações da Carregueira Figura 5.12 Áreas percorridas por incêndio Figura 5.13 Carta de Perigosidade de Incêndio para o Eco-Parque do Relvão Figura 5.14 Carta de Risco de Incêndio para o Eco-Parque do Relvão Figura 5.15 Evolução da taxa de actividade e da taxa de desemprego no concelho da Chamusca Figura 5.16 Taxa de desemprego e taxa de actividade nas freguesias do concelho da Chamusca, em Figura 5.17 Repartição da população empregada por sector de actividade no concelho da Chamusca (%), em 2001 e Figura 5.18 Distribuição do número de empresas da indústria transformadora no concelho da Chamusca, Figura 5.19 Evolução indicadores económicos no concelho da Chamusca Figura 5.20 Perfil sectorial das empresas no concelho da Chamusca Figura 5.21 Perfil sectorial do volume de negócios no concelho da chamusca Figura 5.22 Evolução da população e do índice de envelhecimento no concelho da Chamusca Figura 5.23 Evolução da estrutura etária do concelho da Chamusca Figura 5.24 Repartição da população empregada por sector de actividade no concelho da Chamusca em 1991, 2001 e Figura 5.25 Mapa-síntese do PROF Ribatejo (extracto) Figura 5.26 ZIF Chamusca, Pinheiro Grande e Carregueira Figura 5.27 ZIF Ulme e Vale de Cavalos Figura 5.28 Rede Primária e Secundária da ERPVA no OVT Figura 5.29 Rede Complementar da ERPVA no OVT Figura 5.30 Carta de faixas e mosaicos de gestão de combustível do concelho da Chamusca Figura 5.31 Rede rodoviária na área de análise Figura 5.32 Ocorrências patrimoniais no Eco-Parque do Relvão Índice de Fotos Pág. Foto 5.1 Áreas alagadas na parcela 12 (zonas a preservar pelo projecto) Foto 5.2 Áreas alagadas nas parcelas 13 e 14 (zonas a preservar pelo projecto) Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Estudo N o 2843 v

8 T CÂMARA MUNICIPAL DA CHAMUSCA Alteração do Plano Director Municipal Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental 1. INTRODUÇÃO O presente documento constitui o Relatório Ambiental da Proposta de Alteração do Plano Director Municipal da Chamusca para o Eco-Parque do Relvão, adiante designado de forma abreviada por Proposta, em cumprimento do art. 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. O Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, transpõe para a ordem jurídica interna as Directivas do Parlamento Europeu e do Conselho n.º 2001/42/CE, de 27 de Junho, e n.º 2003/35/CE, de 26 de Maio, relativas, respectivamente, à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente e à participação do público na elaboração de certos planos e programas relativos ao ambiente. O regime jurídico assim definido visa estabelecer um nível elevado de protecção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais na preparação e aprovação de planos e programas, com vista a promover um desenvolvimento harmonioso e sustentável. Na alínea a) do n.º 1 do artigo 3.º do diploma supra citado, são definidos os planos e programas que estão abrangidos pela obrigatoriedade de sujeição a AAE, designadamente os que respeitam ao ordenamento urbano e rural, entre outros, e que constituam enquadramento para a futura aprovação de projectos mencionados nos Anexos I e II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro (revogados pelo Decreto-Lei n.º 151-B/2013 de 31 de Outubro), como é o caso vertente. De referir, também, que o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (Decreto- Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua actual redacção) determina que...as pequenas alterações aos instrumentos de gestão territorial só são objecto de avaliação ambiental no caso de se determinar que são susceptíveis de ter efeitos significativos no ambiente., competindo à entidade responsável pela elaboração do plano qualificar as alterações propostas objecto de avaliação ambiental. Tendo em conta as características do local da intervenção e sua envolvente e os efeitos esperados da Proposta e, ainda, a necessidade de fundamentar a proposta de redelimitação da carta de REN, a Câmara Municipal da Chamusca deliberou em 2 de Abril de 2012 sujeitar a alteração do PDM a processo de AAE. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 1

9 O procedimento de alteração do PDM esteve em fase de participação pública, nos termos do n.º 2 do artigo 77.º do Decreto-lei n.º 380/99, de 22 de Outubro, na sua actual redacção, por um período de 15 dias úteis após a data de publicação do anúncio em Diário da República (Aviso (extracto) n.º 5327/2012, de 11 de Abril). A estrutura adoptada no Relatório Ambiental respeita a legislação já referenciada, assim como as orientações metodológicas constantes do Guia das Melhores Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica (Maria do Rosário Partidário, 2013) e do Guia da Avaliação Ambiental de Planos Municipais de Ordenamento do Território (DGTODU e APA, 2008). Assim, no capítulo 2 são apresentados os objectivos e metodologia da AAE, sendo descrito no capítulo 3 o objecto de avaliação, ou seja, a Proposta de Alteração. No capítulo 4 é caracterizado o quadro de referência estratégico que enforma a avaliação ambiental, repescando-se os aspectos importantes da fase anterior do processo, incluindo os contributos das entidades com competências ambientais específicas. No capítulo 5 procede-se à Avaliação Ambiental Estratégica, estruturada pelos Factores Críticos para a Decisão, na qual é feita uma caracterização da situação actual, da evolução prevista na ausência da Proposta, dos efeitos decorrentes da sua implementação e das oportunidades e riscos gerados. Ainda neste capítulo, são apresentadas as recomendações que permitem minimizar os pontos fracos e os riscos, bem como potenciar as oportunidades e os pontos fortes da Proposta. Os capítulos 6, 7 e 8 correspondem à fase de seguimento da Proposta, identificando-se as medidas de planeamento e gestão e de controlo que devem consubstanciar o programa de monitorização, sendo ainda estabelecido o quadro para a governança. Por último, no capítulo 9 são apresentadas as conclusões desta fase do processo de AAE. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 2

10 2. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA: OBJECTIVOS E METODOLOGIA A AAE é um instrumento de avaliação de impactes de natureza estratégica (Partidário, 2007), que tem como principais objectivos: 1. Assegurar uma visão estratégica e uma perspectiva alargada em relação às questões ambientais, num quadro de sustentabilidade; 2. Assegurar a integração das questões ambientais no processo de decisão, enquanto as opções estão em discussão; 3. Auxiliar na identificação, selecção e justificação de opções ganhadoras face aos objectivos de ambiente e desenvolvimento; 4. Detectar problemas e oportunidades, sugerir programas de gestão e monitorização estratégica; 5. Assegurar processos participados e transparentes, que envolvam todos os agentes relevantes; 6. Produzir contextos de desenvolvimento mais adequados a futuras propostas de desenvolvimento. A avaliação ambiental consiste, segundo a alínea a) do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, na identificação, descrição e avaliação dos eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes do plano ou programa, sendo realizada durante o procedimento de preparação e elaboração do plano ou programa e antes de o mesmo ser aprovado ou submetido a procedimento legislativo. Concretiza-se através da elaboração de um relatório ambiental e na realização de consultas, pressupondo a ponderação dos resultados obtidos na decisão final sobre o plano ou programa. Importa referir que, tal como determinado no n.º 2 do artigo 1. º do supra citado diploma, a realização da presente AAE não prejudica a aplicação do regime de avaliação de impacte ambiental dos projectos previstos para a área a que respeita a Proposta vertente, nos termos do Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de Outubro. Na elaboração da AAE da Proposta em questão atenderam-se, para além dos Guias anteriormente citados, aos seguintes documentos: Guia para a Integração da Prevenção de Acidentes Graves na Avaliação Ambiental Estratégica dos Planos Municipais de Ordenamento do Território (Vieira, 2011, com edição da APA); Handbook of Strategic Environmental Assessment (SEA) for Cohesion Policy ( ), desenvolvido pela Greening Regional Development Programmes Network e recomendado pela Comissão Europeia; Environmental Assessment Tool Kit, do The Scottish Government (September, 2006). De acordo com Partidário (2013), a metodologia de base estratégica para a AAE estrutura-se em três fases, designadamente: Definição dos Factores Críticos para a Decisão e contexto para a AAE; Análise e Avaliação; Seguimento. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 3

11 Na Figura 2.1 ilustra-se o faseamento da AAE. Os trabalhos relativos à primeira fase do processo culminaram com a elaboração do Relatório dos Factores Críticos para a Decisão, que foi submetido a consulta institucional, à entidade responsável pelo acompanhamento da Proposta (CCDR LVT). De igual modo, foram consultadas as Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas (ERAE) que emitiram os respectivos pareceres, que foram devidamente ponderados e integrados no Relatório Ambiental Preliminar elaborado subsequentemente (ver ponto 4.4 do presente documento). A Fase 2, de Análise e Avaliação, em curso, integrou uma primeira etapa, de avaliação preliminar, submetida às ERAE para parecer, tendo-se verificado a necessidade de concertar posições diferenciadas relativas a um conjunto de questões e de introduzir alterações à Proposta de Alteração (como se detalha no ponto 4.5, deste documento). O presente Relatório Ambiental dá conta das alterações introduzidas na etapa anterior e avalia-as do ponto de vista do seu impacte estratégico. 3. DESCRIÇÃO DO OBJECTO DA AVALIAÇÃO 3.1 Enquadramento A Câmara Municipal da Chamusca iniciou, em 2004, um projecto designado Chamusca XXI - Um Novo Conceito de Desenvolvimento, com vista à promoção do desenvolvimento sustentável da região, no âmbito do qual a área do ambiente foi considerada como principal motor da economia e competitividade regionais. Este projecto surgiu na sequência do concelho da Chamusca ter sido referenciado pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social como uma região em morte social (baixa densidade populacional, elevado índice de envelhecimento, decréscimo do emprego e crescente isolamento face à erosão dos negócios e serviços comunitários), o qual incentivou a aposta em áreas de inovação como modo de revitalizar o tecido económico local e alavancar a competitividade regional. Para implementar o projecto Chamusca XXI, a Câmara Municipal apoiou-se, sob o ponto de vista político, num largo consenso, determinação política e mentalidade social pró-activa e, do ponto de vista técnico, na experiência existente na gestão de resíduos urbanos e industriais não perigosos (aterros da RESITEJO e RIBTEJO, já instalados na região), bem como no facto do concelho ter sido escolhido para localização dos dois CIRVER Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos. Assim, foi decidido promover um espaço de localização empresarial em torno dos empreendimentos âncora já existentes, destinado ao desenvolvimento dos mais diversos projectos nas áreas dos resíduos, energia e ambiente, em que o objectivo último seria a criação de condições para o desenvolvimento económico e social do concelho e região envolvente. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 4

12 Figura 2.1 Procedimento de avaliação ambiental estratégica PROCEDIMENTO DE AAE PRODUTOS DA AAE Fase 3 Fase 2 Fase 1 Etapa A: Definição do Contexto, Âmbito e Objectivos da AAE Etapa B: Avaliação de Opções, Oportunidades e Ameaças Etapa C: Elaboração de Relatório Ambiental Etapa D: Consulta das ERAE e do Público Etapa E: Definição de um Programa de Seguimento Elaboração da Proposta de Plano Relatório dos Factores Críticos para a Decisão Relatório Ambiental Declaração Ambiental ERAE Entidades com responsabilidades ambientais O Eco-Parque do Relvão está projectado para uma ocupação de 335 ha de área, estando já ocupados cerca de 100 ha no sector Norte, acolhendo diversas empresas na área da reciclagem, tratamento, valorização e destino final de resíduos (ver Figura 3.1). As primeiras empresas instaladas na área do Eco-Parque do Relvão, que têm desempenhado uma função âncora no seu desenvolvimento, foram os centros de deposição e tratamento de diversos tipos de resíduos, nomeadamente resíduos sólidos urbanos (Resitejo) e resíduos industriais não perigosos (Ribtejo), seguidos pelos centros de tratamento de resíduos perigosos (CIRVER Sisav e CIRVER Ecodeal). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 5

13 SIMBOLOGIA: S/ ESC. S/ ESC. SIMBOLOGIA: - ECOPARQUE - FASE I - FASE II - FASE III - FASE IV - ECODEAL - SISAV - RESITEJO - RIBTEJO - LIMITE DE FREGUESIA BASE: GOOGLE EARTH, 2012 ESC.:1:50000 CHAMUSCA FIGURA ENQUADRAMENTO REGIONAL DO

14 Posteriormente, a Câmara Municipal da Chamusca adquiriu alguns lotes de terreno para estabelecimento de quatro loteamentos industriais (Fase I, com 7 ha, Fase II, com 24,8 ha, Fase III com 36,6 ha e Fase IV, com 8,4 ha), de modo a incentivar a implantação de pequenas e médias empresas na fileira da reciclagem de resíduos, estando já consolidada a instalação de unidades operando na área da reciclagem do plástico, metais ferrosos e não ferrosos, resíduos verdes, bem como de outros materiais, tal como se pode apreciar na Figura 3.2. O Quadro 3.1 lista as empresas instaladas e em vias de instalação nos loteamentos existentes no Eco-Parque do Relvão, por fase. Quadro 3.1 Empresas existentes e previstas no Eco-Parque do Relvão Empresa Actividade Área (ha) Situação Terreno Próprio RESITEJO RSU 17 Laboração RIBTEJO RIB 7 Laboração ECODEAL CIRVER 32 Laboração SISAV CIRVER 34 Laboração SOMOS AMBIENTE ACE / SUCH CIVTRHI 5 Construção RECYPOLIMERS Reciclagem de Plástico 2 Laboração Bio Energy Portugal Produção de Peletes 5 Projecto Finertec Fuels Produção de plásticos a partir de resíduso - Construção Ambimed Icineraçaõ de resíduos hospitalares - Construção Fase I 7 PEDECÃO Construções, Lda. Resíduos de Demolições Encerrada FLORECHA Forest Solutions, S. A. Biomassa Laboração TAXA & SOUSA, Lda. Veículos em Fim de Vida Laboração RÉSTUS RIP, Lda. Recepção e Triagem de Medicamentos Encerrada SOMOS AMBIENTE ACE / SUCH Tratamento de Resíduos Hospitalares GIII Laboração Fase II 25 PURUS, S. A. Tratamento de Escórias de Alumínio Laboração SOGEBAT, S. A. Recolha e Triagem de Baterias Usadas Encerrada Sucatas Lopes Comércio de Sucatas, Lda. Veículos em Fim de Vida Laboração Terra Fértil Fertilizantes Agrícolas, Lda. Compostagem de Orgânicos Laboração AMBIPOWER Gestão Resíduos Sólidos, Lda. Papel, Vidro, Materiais Ferrosos Construção Eurostone Pedras Ornamentais Laboração PROLIXO, Lda. Gestão e Eliminação de Resíduos Industriais Projecto SOCORSUL, Lda. Valorização de Embalagens Projecto Lena Ambiente e Energia Produção de Energia (CDR) Projecto CESPA PORTUGAL, S. A Compostagem de Orgânicos Laboração COMPONATURA, Lda. Compostagem de Orgânicos Construção Manuel Maria de Sousa Veículos em Fim de Vida Construção Tipografia Papelaria Marques, Lda. Tipografia Projecto RECOMPOSTOS Produtos Alimentares Fora de Validade Projecto ENVIROIL Refinaria de Óleos Usados Laboração Fase III 37 CAPTÁGUA, Lda. Armazém Laboração Fase IV 8 Peralta & Coutinho, S. A. Veículos em Fim de Vida (Veículos pesados) Projecto AMBIPOMBAL, Lda. Produção de Combustíveis Projecto Fonte: Câmara Municipal da Chamusca, em 05/2015 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 7

15 Unidades Âncora Biomassa Energia Orgânicos Químicos Valorização Metais Baterias VFV Valorização Embalagens RCD Outros RESITEJO FLORECHA CESPA TAXA & SOUSA SOCORSUL PEDECÃO Jorge Filipe Martins Carvalho RIBTEJO SUCATAS LOPES RECYPOLÍMEROS CAPTÁGUA CIRVER (ECODEAL/SISAV) CIVTHRI (SOMOS AMBIENTE) AMBIPOMBAL AMBIMED FINERTEC Manuel Mª Sousa PERALTA & COUTINHO PURUS RESTUS RIP MAXAM POR Tipografia Marques LENA Ambiente e Energia COMPONATURA SOGEBAT TAGUSGÁS ENVIROIL TERRA FÉRTIL AMBIPOWER RECOMPOSTOS Unidade em Laboração Unidade em Construção Unidade em Projecto C. M. da Chamusca Figura 3.2 Áreas de intervenção das empresas no Eco-Parque do Relvão

16 Os projectos concretizados no Eco-Parque do Relvão representaram um investimento superior a 100 milhões de euros, tendo sido criados 350 postos de trabalho directos, em que 15% são trabalhadores com qualificação média e superior. 3.2 Ordenamento territorial no Eco-Parque do Relvão O PDM Plano Director Municipal foi aprovado pela Assembleia Municipal em 25 de Agosto de 1995, ratificado pelo Conselho de Ministros em 12 de Outubro de 1995, através da Resolução n.º 180/95, e publicado na I.ª Série B do Diário da República n.º 297, de 27 de Dezembro, encontrando-se em revisão desde A área afecta ao Eco-Parque do Relvão está maioritariamente classificada, em termos da Cartas de Ordenamento e de Condicionantes do PDM, como Espaços Naturais (incluídos na REN) e Espaços Florestais (principalmente montado de sobro), como se pode apreciar nas cartas incluídas em anexo. Posteriormente à publicação do PDM, na área objecto da presente AAE, registaram-se as seguintes alterações nos instrumentos de ordenamento territorial de nível municipal: 1. Alteração do PDM Alteração do PDM para a área correspondente às Fases II, III e IV do Eco-Parque do Relvão, publicada através da Deliberação n.º 1857/2010, no Diário da República, 2ª série, n.º 201, de 15 de Outubro de 2010, em que uma área de 70 hectares, anteriormente classificada como Espaços Naturais e Culturais foi reclassificada para Espaços Industriais ; Alteração, por adaptação, da Carta de Condicionantes para a área destinada à implantação do CIVTRHI - Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais, nos termos do Aviso (extracto) n.º 7600/2012, publicado no Diário da República, 2.ª série, de 21 de Maio; Alteração por adaptação ao regime jurídico da REN do Regulamento do PDM, nos termos do Aviso n.º 13639/2012, publicado no Diário da República, 2.ª série, de 12 de Outubro de 2012; Alteração do Regulamento do PDM, nos termos do Aviso n.º 16714/2012, publicado no Diário da República, 2.ª série, de 13 de Dezembro de 2012; 2. Suspensão do PDM Suspensão do PDM para as áreas onde estão localizados o CIRVER SISAV e o CIRVER ECODEAL, publicada pelo Decreto Regulamentar n.º 13/2007, de 20 de Março, tendo sido objecto de proposta de medidas preventivas através da Resolução de Conselho de Ministros n.º 39/2007, de 5 de Março. Aos empreendimentos em questão foi-lhes também atribuída a Imprescindível Utilidade Pública publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 108, de 5 de Junho de 2007; Suspensão do PDM para a área destinada à implantação do CIVTRHI, de acordo com o Aviso n.º 18069/2009, de 14 de Outubro de 2009, da 2.ª Série do Diário da República; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 9

17 Suspensão do PDM para a área onde está localizada a RESITEJO, publicada através do Aviso n.º 12852/2013, de 21 de Outubro de O Aterro Sanitário foi objecto de Reconhecimento de Interesse Público (RIP), através do Despacho Conjunto n.º 337/98, Diário da República, 2ª série, n.º 114, de 18 de Maio de 1998; 3. Alteração da delimitação da REN: Alteração da delimitação da REN para a área da Fase I, através da Resolução de Conselho de Ministros n.º 127/2007, Diário da República, 1ª série, n.º 165, de 28 de Agosto de 2007; Alteração da delimitação da REN para as áreas das Fases II, III e IV, publicada pela Portaria n.º 1043/2010, no Diário da República, 1ª série, n.º 196, de 8 de Outubro de 2010; Alteração da delimitação da REN para o local de implantação do CIVTRHI, através da Portaria n.º 100/2012, publicada no Diário da República, 1ª série, n.º 71, de 10 de Abril; Alteração da delimitação da REN para a área de implantação da Resitejo, através do Aviso n.º 13911/2013, de 15 de Novembro de 2013, da 2.ª Série do Diário da República; 4. Outros À RIBTEJO foi atribuído o Reconhecimento de Interesse Público (RIP) do Aterro para deposição de resíduos industriais não perigosos, através do Despacho n.º /2000 (2.ª série), n.º 177, de 2 de Agosto de 2000; Levantamento das proibições estabelecidas no n.º 1 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de outubro, alterado pela Lei n.º 54/91, de 8 de agosto, e pelos Decretos -Leis n. os 34/99, de 5 de fevereiro, e 55/2007, de 12 de Março, na área percorrida por incêndio, integrada no Eco-Parque do Relvão, ocorrido em A Proposta de Alteração do Plano Director Municipal da Chamusca O objecto da presente Avaliação Ambiental Estratégica é a Proposta de Alteração do Plano Director Municipal (PDM) da Chamusca para uma área de m 2, inserida no Eco-Parque do Relvão, parcialmente classificada como Espaços Naturais e Culturais - Reserva Ecológica Nacional. Objectiva-se a reclassificação dessa área para Espaços Industriais, viabilizando-se, dessa forma, o desenvolvimento de um conjunto de projectos já definidos, a expansão de algumas das unidades já existentes e a reserva de espaço para investimentos futuros, a concretizarem-se num horizonte próximo. Simultaneamente procede-se à redelimitação da Reserva Ecológica do concelho da Chamusca para essas áreas. Tomando em consideração a morosidade que o processo de revisão do PDM está a experimentar, não compaginável com os imperativos de programação e execução dos projectos em apreço, a Câmara Municipal da Chamusca, reconhecendo o interesse estratégico destes investimentos para o concelho, deliberou, em reunião ordinária de 2 de Abril de 2012, proceder à alteração ao PDM para as áreas em questão, nos termos referidos acima. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 10

18 De referir que a proposta de revisão do PDM em vigor prevê classificar a área objecto da presente AAE como Área Urbanizável Multiusos. Nos termos do parágrafo 1.6 do Artigo 20.º do Regulamento do PDM em vigor, na sua redacção actual (Aviso n.º 6850/2014, publicado no Diário da República n.º 108, 2.ª Série, de 5 de Junho), a implantação de novos estabelecimentos industriais na Zona Industrial designada por Eco-Parque tem de cumprir os seguintes requisitos: a) O índice de ocupação máximo admitido é de 0,60; b) A altura da fachada do volume edificado não pode exceder 12 m, exceptuam-se os casos tecnicamente justificados; c) Cada instalação deverá ter, nos lados confinantes com a via pública, faixas arborizadas, com 1,5 m de largura, que melhorem o enquadramento paisagístico e contribuam para assegurar a qualidade ambiental; d) Qualquer edifício deverá estar afastado no mínimo 5 m da estrema do lote vizinho, podendo este valor ser superior nos casos de unidades industriais que detenham substancias perigosas; e) É permitida a construção de edificações destinadas a habitação de encarregados e pessoal afecto à vigilância, com área de construção máxima de 100 m 2, por instalação; f) As unidades industriais deverão providenciar o destino final adequado aos resíduos sólidos, líquidos ou gasosos que originem. Cada unidade industrial deverá deter sistemas próprios de recolha e pré-tratamento dos efluentes gerados; g) As alterações e ou ampliações que provoquem impacte ambiental negativo só serão autorizadas desde que os elementos poluentes não excedam os limites estabelecidos pela entidade a quem compete o respectivo licenciamento e pelo disposto na legislação em vigor; h) Os resíduos sólidos (sucata, lixo, desperdícios e similares) não poderão ser acumulados nos espaços livres, devendo a instalação dispor de possibilidades para o seu armazenamento ou evacuação, de acordo com o disposto na legislação aplicável. A sua eliminação deverá também ser feita nos termos da legislação em vigor; i) Os óleos usados serão eliminados ou transportados para locais próprios nos termos da legislação vigente; j) O abastecimento de água para consumo doméstico será efectuado através da rede municipal, estando proibida a abertura de poços ou furos, excepto em condições especiais devidamente licenciadas; k) Os esgotos domésticos serão lançados nas redes municipais de águas residuais; l) Deverá ser criado um parqueamento de veículos pesados no interior do lote, na base de 1 lugar/500 m² de área total de construção, com um mínimo de 1 lugar/lote; m) A parcela mínima admissível para a dimensão dos lotes é de 1000 m²; n) O índice máximo de impermeabilização por lote é de 80%; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 11

19 o) Nos sítios arqueológicos qualquer edificação ou modificação de solos fica condicionada à realização prévia de trabalhos arqueológicos de prospecção e ou escavação arqueológica; p) Nas parcelas não abrangidas por operações de loteamento deverá ser criado, pelo menos, um parqueamento de veículos de acordo com o seguinte: 1 Lugar de estacionamento por cada 500 m² de a.b.c. em parcelas até 1000 m² de a.b.c. 1 lugar de estacionamento por cada 1000 m² de a.b.c. em parcelas superiores a 1000 m² de a.b.c; q) As áreas de cedência para Zona Verde de Utilização Colectiva (em caso de loteamento) deverão ser contabilizadas na seguinte base: Será cedida para Zona Verde de Utilização Colectiva o correspondente a 4 % do total da área bruta de construção máxima prevista no loteamento. Nos termos do ponto 4 do referido artigo alterado pelo citado Aviso, são permitidas outras actividades económicas, designadamente: 1 Na área da Zona Industrial designada de Eco-Parque, é ainda permitida a instalação de empresas que efectuem operações de gestão de resíduos, nos termos da legislação em vigor, bem como a instalação de áreas de logística e de serviços de apoio ao seu funcionamento; 2 Nesta área é igualmente permitida a instalação de quaisquer outras actividades económicas desde que haja compatibilidade e complementaridade com os usos mencionados no número anterior; 3 A implantação de novas unidades nesta área tem que cumprir os requisitos mencionados nas alíneas do ponto 1.6.2, deste artigo. Modificações à Proposta de Alteração do PDM após a etapa 1 da Fase 2 da AAE (Relatório Ambiental Preliminar) Alteração Regulamentar Artigo 20.º Espaços industriais 1 - Indústria transformadora: Existe também uma Zona industrial em área designada de Eco Parque, conforme representado na carta de ordenamento É um espaço que contempla as atividades industriais bem como o uso de armazenagem; A implantação de novos estabelecimentos industriais nesta área tem que cumprir os seguintes requisitos: Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 12

20 a)... b)... c)... d)... e)...; f) As unidades industriais deverão providenciar o destino final adequado aos resíduos/ efluentes que originem devendo deter sistemas próprios de recolha e pré-tratamento dos mesmos; g) Esta zona sendo uma área industrial não está classificada como sensível nem mista; h) Os resíduos não poderão ser acumulados nos espaços livres e a instalação deverá dispor de condições para o armazenamento de todos os resíduos em respeito com o disposto na legislação aplicável; i) Os óleos usados deverão ser geridos em respeito com as regras previstas para estes fluxos; j)... k) Os esgotos domésticos serão recolhidos em fossas sépticas nas unidades industriais de onde serão transportados para a ETAR do Subsistema de Saneamento da Carregueira e Pinheiro Grande; l)... m)...; n)... o) Nos sítios arqueológicos qualquer edificação ou modificação de solos fica condicionada à realização prévia de trabalhos arqueológicos de prospeção e/ou escavação arqueológica. i) As novas construções, infraestruturação ou outras ações que impliquem impacte a nível do subsolo devem ser objeto de prospeção arqueológica por arqueólogo devidamente autorizado pela Tutela do Património Cultural, podendo, de acordo com os resultados obtidos, implicar a realização de escavações e/ou sondagens arqueológicas, enquanto medida cautelar dos eventuais vestígios arqueológicos detetados. ii) As intervenções arqueológicas necessárias devem ser integralmente financiadas pelo respetivo promotor da obra de urbanização ou edificação em causa, em acordo com a legislação em vigor. p)... q)... Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 13

21 Outras Alterações As restantes alterações introduzidas após a Etapa 1 da Fase 2 são: Exclusão da área de expansão A; Exclusão da área da Componatura; Exclusão da área da Promor; Redução da área e expansão F; Inclusão de área para expansão do CIRVER Ecodeal; Inclusão do projecto da unidade de armazenagem de Gás Natural, localizada na Zona de Expansão E. Em consequência das alterações supra, foi necessário renomear as áreas a reclassificar, como segue no Quadro 3.2, seguinte. Quadro 3.2 Alterações nas áreas objecto da Proposta de Alteração Designação em fases anteriores do procedimento de AAE Zona de Expansão do CIRVER Sisav (15) Inexistente Zona de Expansão C (8) Zona de expansão da Bioenergy (15) Zona de Expansão E (10) Zona de Expansão F (11) Zona de Expansão B (7) CIVTRHI (12) Bioenergy (13) Parcela da CMC (16) Fase I (1) CIRVER Sisav (2) CIRVER Ecodeal (3) RESITEJO (5) + Zona de Expansão D (9) RIBTEJO (5) Designação actual A - Zona de Expansão do CIRVER Sisav B - Zona de Expansão do CIRVER Ecodeal C - Zona de expansão da RIBTEJO D - Zona de expansão da Bioenergy E- Zona de Expansão E F - Zona de Expansão F G - Zona de Expansão G 6 - CIVTRHI 7 - Bioenergy 8 - Terreno do município 1 - Fase I 2 - CIRVER Sisav 3 - CIRVER Ecodeal 4 - (inclui expansão) 5 - RIBTEJO Na Figura 3.3, indica-se a localização das áreas objecto de proposta de reclassificação e no Quadro 3.3 indicam-se a respectiva dimensão e resume-se a situação em termos de ordenamento de território. Em anexo, incluíram-se as Plantas de Ordenamento e Condicionantes em vigor e as respectivas propostas de alteração. Não estão consideradas outras opções estratégicas que não a de reclassificação do solo das áreas em questão, pelo que na presente AAE será avaliada apenas a opção zero ou seja, a de não alteração da classificação dos solos e não realização dos projectos que concretizam a Proposta. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 14

22 E 2 A F B 6 7 D 3 4 C 5 G SIMBOLOGIA: ESC.: 1/ ECO-PARQUE - - FASE I (1) - SISAV (2) - ECODEAL (3) - RESITEJO (4) - RIBTEJO (5) - CIVTRHI (6) - BIOENERGY (7) CHAMUSCA

23 Quadro 3.3 Áreas Objecto da Proposta de Alteração do PDM Área Total do Projecto (m²) Categorias Classe de Espaço no PDM em vigor Área incluída na REN (m²) Projectos a Executar A Zona de Expansão do CIRVER Sisav Áreas de Montado de Sobro Espaços Florestais Áreas florestais Espaços Naturais e Culturais REN B Zona de Expansão do CIRVER Ecodeal Áreas de Montado de Sobro Espaços Florestais Áreas florestais C Zona de expansão da RIBTEJO Espaços Naturais e Culturais REN Espaços Florestais Áreas de Montado de Sobro D - Zona de expansão da Bioenergy Espaços Naturais e Culturais REN E- Zona de Expansão E Espaços Naturais e Culturais REN Espaços Florestais Áreas de Montado de Sobro F - Zona de Expansão F Espaços Naturais e Culturais REN G - Zona de Expansão G Espaços Naturais e Culturais REN Espaços Florestais Áreas florestais 6 - CIVTRHI O PDM está suspenso para esta área Área excluída da REN. Carta de Condicionantes alterada por adaptação Bioenergy Espaços Naturais e Culturais REN Terreno do município Espaços Naturais e Culturais REN Subtotal Projectos já executados 1 Fase I CIRVER Sisav Espaços Naturais e Culturais REN Espaços Florestais Áreas de Montado de Sobro Áreas florestais 3 - CIRVER Ecodeal Espaços Naturais e Culturais REN RESITEJO (inclui expansão) O PDM está suspenso para esta área Área excluída da REN 0 Espaços Florestais Áreas florestais 5 - RIBTEJO Espaços Naturais e Culturais REN Subtotal Total Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 16

24 3.4 Projectos que Concretizam as Opções da Proposta de Alteração do PDM Considerações justificativas Relativamente à fase anterior, de definição dos Factores Críticos para a Decisão, ocorreram alterações no conjunto dos projectos que concretizam a Proposta. Assim, na sequência da publicação da Portaria n.º 405/2012, de 12 de Julho, que procede à delimitação dos perímetros de protecção das captações da Carregueira, devido a questões de compatibilidade de localização da Maxampor com a zona de protecção alargada daquelas captações, esta instalação foi retirada da presente Proposta (veja-se em anexo o parecer da Agência Portuguesa do Ambiente). Também, a FLORECHA abandonou o projecto da unidade de pirólise de biomassa para produção de carvão vegetal, em virtude da alteração nos programas de apoio financeiro da EU, subsequentes à aplicação do Programa de Assistência Financeira UE/BCE/FMI, deixando o projecto de ter viabilidade económica. Em substituição, decidiu a FLORECHA desenvolver um projecto, igualmente relacionado com o cluster da floresta, de fabricação de peletes para exportação, destinados ao mercado do Norte da Europa. Na etapa 1 da fase de Análise e Avaliação, em curso, foi decidido, em sede de concertação institucional entre a CCDR LVT e a Câmara Municipal da Chamusca, retirar da presente Proposta de Alteração os projectos da Promor e da Componatura. Seguidamente descrevem-se os projectos que concretizam a Proposta, pormenorizando-se melhor os que à data se encontra em fase mais avançada do processo de implementação Projectos já implementados Fase I A Fase I do Eco-Parque é constituída por uma área loteada, com 5 lotes e área total de 7 ha, onde estão instaladas as empresas Pedecão (valorização de resíduos de demolição), Florecha (recolha e preparação de materiais para biomassa), Taxa&Sousa (gestão de veículos em fim de vida), Restus RIP (triagem de medicamentos) e Somos Ambiente (tratamento de resíduos hospitalares do Grupo III). Ainda pertencente à Fase I do Eco- Parque, mas em terreno próprio, está instalada a Recypolimeros (reciclagem de plástico), com uma área de 2 ha. A unidade de Tratamento de Resíduos Hospitalares Perigosos do Grupo III do Somos Ambiente foi a última empresa a instalar-se na Fase I do Eco-Parque, tendo sido objecto de procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental com emissão de DIA favorável em Novembro de Esta unidade introduziu em Portugal uma tecnologia de tratamento de resíduos hospitalares perigosos do Grupo III, alternativa à autoclavagem estática, com elevados padrões de eficácia e eficiência no tratamento deste tipo de resíduos. Trata-se de uma tecnologia limpa, em que o agente de desinfecção é as microondas, não ocorrendo rejeição de líquidos, partículas para a atmosfera, emissão de radiações ou a libertação de odores, sendo o resíduo produzido homogéneo e potencialmente valorizável ou reciclável. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 17

25 CIRVER Os dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) destinam-se a oferecer uma solução interna para os resíduos perigosos produzidos em Portugal, segundo o princípio da auto-suficiência consagrado no regime geral da gestão de resíduos. Foi decidida a construção de dois CIRVER por procedimento concursal estabelecido e regulado por diploma específico, tendo sido decidido localizar as duas unidades no Eco- Parque do Relvão, no concelho da Chamusca. Um dos CIRVER é gerido pelo SISAV - Agrupamento de Empresas - SARP Industries, Auto-Vila e SAPEC Portugal, sendo o segundo constituído pela Ecodeal - Gestão Integral de Resíduos Industriais, S. A. O CIRVER Ecodeal representou um investimento de 20 milhões de euros para uma capacidade instalada de t/ano, gerando 80 postos de trabalho directos (Figura 3.4). Figura 3.4 Ecodeal ZONA DE TRATAMENTO DE SOLOS ATERRO DE RESÍDUOS UNIDADE DE ESTABILIZAÇÃO UNIDADE DE DESCONTAMINAÇÃO DE SOLOS UNIDADE DE TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO NAVE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS UNIDADE DE VALORIZAÇÃO DE EMBALAGENS CONTAMINADAS TRATAMENTO BIOLÓGICO DE ÁGUAS UNIDADE DE CLASSIFICAÇÃO, TRIAGEM E TRANSFERÊNCIA EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO E LABORATÓRIO EDIFÍCIO DE SERVIÇOS E ESTAÇÃO DE BOMBAGEM DA REDE DE INCÊNDIO Fonte: ECODEAL O CIRVER Sisav constituiu um investimento de 33 milhões de euros, tendo uma capacidade de tratamento de t/ano e gerando 61 postos de trabalho directos (Figura 3.5). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 18

26 Figura 3.5 SISAV Fonte: SISAV Resitejo A Resitejo - Associação de Gestão e Tratamento dos Lixos do Médio Tejo tem como área de intervenção os concelhos de Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, gerindo as t/ano de resíduos sólidos urbanos produzidos por cerca de 210 mil habitantes. Em 1999, a Resitejo inaugurou as primeiras infra-estruturas do sistema: o aterro sanitário da Chamusca, 7 unidades de transferência e 7 ecocentros. Recentemente, em Julho de 2013, entrou em funcionamento a nova unidade de tratamento mecânico e biológico, que permitirá a recuperação de materiais valorizáveis contidos nos RSU (indiferenciados), produção de composto e de CDR combustível derivado de resíduo, com produção de energia. A nova instalação, que assenta num processo inovador, patenteado, tem uma capacidade instalada de t/ano e representou um investimento de 17,7 milhões de euros. Numa primeira fase irá processar t/ano de RSU e empregar 18 trabalhadores. A nova unidade de tratamento mecânico e biológico irá permitir prolongar a vida útil da nova célula de deposição de resíduos urbanos, que foi construída na sequência do encerramento da primeira unidade de deposição. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 19

27 Ribtejo Na área da Resitejo e respectiva zona de expansão estão previstos outros projectos, a concretizar-se a curto prazo, designadamente, o Centro Integrado de Gestão de Resíduos da Ambimed, em fase de procedimento de AIA, e a unidade de valorização de plásticos com produção de hidrocarbonetos, da Finertec Fuels. O projecto do centro integrado de gestão de resíduos (CIGR) da Ambimed destina-se a incinerar resíduos hospitalares dos grupos III e IV e, ainda, resíduos industriais perigosos e não perigosos e resíduos urbanos e equiparados não perigosos. Este projecto obteve Declaração de Impacte Ambiental favorável condicionada. A instalação de gestão de resíduos da Ambimed irá ocupar uma área de 3500 m 2, dos quais 800 m 2 são área coberta. A unidade funcionará em regime de laboração contínua e empregará 8 trabalhadores. A tecnologia de incineração a implementar será do tipo forno rotativo, com uma capacidade instalada de 5400 t/ano, correspondente a 740 kg/h, ao qual se adicionará um sistema de recuperação de energia e produção de electricidade. Os gases de incineração serão tratados por via semi-seca, com filtro de mangas, e incluirá ainda um sistema de remoção não catalítica de NOx, com injecção de amónia. A Ribtejo Tratamento e Valorização de Resíduos iniciou o seu funcionamento em Novembro de 1999 com horizonte de projecto previsto para Dispõe de uma célula de deposição com uma capacidade de encaixe de cerca de toneladas, estando actualmente a atingir as cotas de selagem previstas. Foi considerada no âmbito da Proposta uma área adjacente ao espaço da Ribtejo para expansão desta unidade. Actualmente a Ribtejo emprega 9 trabalhadores Projectos a implementar Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais (CIVTRHI) O projecto é promovido pelo Somos Ambiente, ACE, constituído pelo agrupamento de empresas SUCH Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, Eco-Partner Consultoria e Projectos Ambientais, SA e Envikraft A/S, com o objectivo de construir e explorar o CIVTRHI e permitir a desactivação da Central de Incineração de Resíduos Hospitalares do Parque de Saúde de Lisboa. O CIVTRHI irá assentar numa total aderência ao state-of-the-art, ao nível da tecnologia de valorização energética por incineração de resíduos hospitalares, animais e outros (Envikraft A/S), bem como da protecção ambiental, pelo que dará resposta integral à legislação nacional e comunitária aplicável e, ainda, às Melhores Técnicas Disponíveis, tal como definidas no BREF Waste Incineration. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 20

28 Está previsto também implementar nas instalações do CIVTRHI um centro de investigação e desenvolvimento, na procura permanente das melhores soluções ambientais, o que, em conjunto, confere ao projecto um carácter fortemente inovador e de promoção da investigação e desenvolvimento. Trata-se, por isso, de um projecto de referência nacional e de excelência, já reconhecido pelas atribuições do selo de qualidade do programa EUREKA e do estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN). Igualmente, dada a relevância e interesse estratégico para a economia portuguesa e para a região onde se localiza, foi o projecto do CIVTRHI considerado enquadrável nas tipologias de investimento susceptíveis de apoio no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, nos termos do Despacho n.º 12184/2013, de 25 de Setembro emanado da Presidência do Conselho de Ministros e Ministério da Defesa Nacional. O projecto do CIVTRHI dispõe já das exigíveis licenças e autorizações e demais formalismos legais aplicáveis, tendo já iniciado a construção da instalação, prevendo-se a sua entrada em funcionamento até ao final do corrente ano. O projecto O CIVTRHI irá ser instalado num lote com área total de 5 ha, sendo 1,4 ha área impermeabilizada e a parcela remanescente zonas verdes ou não ocupadas. A instalação irá valorizar e tratar resíduos hospitalares dos grupos III e IV e, ainda, cadáveres de animais. Terá uma capacidade de incineração de resíduos hospitalares e outros de t/ano, numa primeira fase, e de t/ano, numa segunda fase, sendo a capacidade de desinfecção (por microondas) de resíduos hospitalares do Grupo III de t/ano. O investimento previsto está estimado em 15 milhões de Euros. O regime de laboração da instalação será contínuo, com paragens programadas para manutenção, prevendo-se empregar 39 trabalhadores. O tráfego gerado será de 80 veículos/dia/2 sentidos. O processo de tratamento dos resíduos utiliza a tecnologia de pirólise/gaseificação em forno estático, constituído por duas câmaras de combustão, cuja concepção e processo de controlo permitirão garantir o tratamento térmico completo dos resíduos, dando resposta integral não só aos requisitos do Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril, que transpôs a Directiva n.º 2000/76/CE, relativa à incineração de resíduos, bem como às Melhores Técnicas Disponíveis, de acordo com o BREF Waste Incineration. A energia contida nos gases da combustão é aproveitada na produção de vapor saturado, que é expandido numa turbina com condensação, à qual está associado um gerador. A energia eléctrica produzida será injectada na rede. O sistema de tratamento de parte dos resíduos do grupo III é realizado pela tecnologia de microondas, com pré-trituração dos resíduos. Esta tecnologia de tratamento inovadora permite uma maior eficiência na eliminação do potencial infeccioso e uma maior redução do volume dos resíduos tratados comparativamente às soluções tradicionais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 21

29 Os materiais residuais produzidos nos processos de tratamento de resíduos, por desinfecção e incineração, serão conduzidos a destino final adequado, de acordo com as suas características físico-químicas e de perigosidade. As emissões gasosas do processo de incineração de resíduos são tratadas em sistema semi-seco, através da injecção em linha de reagentes que permitem eliminar gases ácidos, NOx, metais, dioxinas e furanos, com remoção do material particulado em filtros de mangas. Os processos tecnológicos de tratamento de resíduos não dão origem à produção de águas residuais, que na instalação se referem exclusivamente a águas de lavagem de pavimentos, contentores e viaturas e, ainda, às águas residuais domésticas resultantes da permanência dos trabalhadores na instalação. Estes efluentes serão pré-tratados no CIVTRHI, por unidade de coagulação/floculação/flutuação, sendo em seguida enviados para tratamento final em um dos CIRVER Unidade de Produção de Peletes O promotor do projecto da Unidade de Produção de Peletes é a sociedade BEP Bionergy Portugal, Lda, constituída em , tendo como principal accionista a FLORECHA, empresa do sector florestal, com actividade na produção, comercialização, distribuição, importação e exportação de biomassa e de outros produtos agro-florestais, sediada na vila da Chamusca e com uma instalação de recepção de produtos florestais no Eco-Parque do Relvão (Fase I). Como parte da sua estratégia empresarial, a Florecha pretende apostar no crescimento e na diferenciação dos serviços e produtos, pela via da integração da actividade de transformação da biomassa florestal em produtos de maior valor acrescentado. Inicialmente, a FLORECHA tinha como objectivo o desenvolvimento de uma unidade de pirólise de biomassa para produção de carvão vegetal, mas que foi abandonado em virtude dos factos já referidos anteriormente. Em consequência, decidiu a FLORECHA desenvolver um projecto, igualmente relacionado com o cluster da floresta, de fabricação de peletes para exportação, destinados ao mercado do Norte da Europa. As peletes são um combustível sólido renovável, com a forma cilíndrica, produzidas através de um processo de compactação e densificação (peletização) de biomassa. As aplicações possíveis das peletes vão desde o uso doméstico (aquecimento de residências) até aos usos semi-industrial e industrial (p.e. co-combustão com carvão). A instalação irá ocupar um lote adjacente ao que anteriormente estava destinado à unidade de pirólise de biomassa 1, com área de 4,87 ha, com cerca de 0,6 ha de área construída, e terá uma capacidade instalada de t/ano de peletes a partir da biomassa para consumo como combustível na indústria. O lote onde anteriormente iria ser desenvolvido o projecto de pirólise destina-se à futura expansão da unidade de fabrico de peletes. 1 Trata-se da área adjacente ao lote do CIVTRI, anteriormente destinado ao projecto de captura de CO 2 por bioalgas, que entretanto foi abandonado Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 22

30 O processo de produção de peletes a partir de biomassa exige a realização de operações de trituração, crivagem e moagem (em duas fases), secagem e peletização por prensagem. O estabelecimento industrial é do tipo 2 e está classificado com a CAE n.º Serração de madeira, não estando abrangido, quer pelo regime de procedimento de AIA, quer pelo regime de licenciamento ambiental. O projecto dispõe já de licenciamento industrial e licenciamento camarário, prevendo-se dar início à construção a curto prazo. A unidade industrial, que representará um investimento de 8,6 milhões de euros, cofinanciado através do Sistema de Incentivos à Inovação (em Outubro de 2012), empregará 36 trabalhadores e gerará uma receita anual de 13 milhões de euros. A produção destina-se, na sua quase totalidade, à exportação para os mercados dos países do Norte e Centro da União Europeia Câmara Municipal Chamusca Terreno para loteamento Trata-se de uma parcela de terreno, com 1,7 ha, adquirida pela Câmara Municipal da Chamusca, na continuidade dos lotes da Fase I, que reúne óptimas condições para a instalação de empresas e que permitirá rentabilizar as infra-estruturas já executadas para serviço dos lotes da Fase I, designadamente, água de abastecimento, água de incêndio, esgotos, energia eléctrica, entre outros Zona de expansão do CIRVER Sisav Trata-se de uma zona reservada para uma futura ampliação do CIRVER Sisav, com cerca de 36 hectares Zona de Expansão do CIRVER Ecodeal Trata-se de uma zona reservada para uma futura ampliação do CIRVER Ecodeal, com 10 hectares Zona de Expansão da Bioenergy Trata-se de uma zona reservada para uma futura ampliação da Bioenergy, com 4,5 hectares Zonas de Expansão E, F e G Correspondem a áreas de expansão do projecto global do Eco-Parque para as quais não estão, ainda, na sua maioria, definidas alocações específicas, mas onde se pretende que haja disponibilidade de terreno para futuras solicitações. A zona de expansão E ficará parcialmente ocupada por uma empresa ligada à actividade de desmantelamento de camiões, denominada Peralta & Coutinho, SA, a qual irá ocupar uma área de 4 hectares. Esta empresa já está implantada na fase IV do Eco Parque, mas necessita de mais área de expansão para laboração da sua actividade. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 23

31 Também nesta zona, irá ser instalada uma Unidade Autónoma de Gaseificação (UAG), cujo promotor é a TAGUSGAS. Esta unidade está abrangida pelo regime de Prevenção de Acidentes Graves envolvendo Substâncias Perigosas, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Julho, estando enquadrada pelo nível inferior de perigosidade. No cumprimento dos requisitos aplicáveis a este tipo de instalação, a TAGUSGAS apresentou já a Avaliação da Compatibilidade de Localização à autoridade competente (Agência Portuguesa de Ambiente APA), aguardando o respectivo parecer. O projecto representará um investimento total de cerca de As principais atividades desenvolvidas nesta instalação serão a receção, armazenagem e o abastecimento de gás natural (GN) à rede de distribuição, que envolve a vaporização, redução e odorização antes do GN ser enviado para o gasoduto de transporte para o cliente. Seguidamente apresenta-se uma descrição desta instalação. Recepção A UAG é abastecida por camiões cisterna com capacidades úteis típicas de 43 a 46 m 3 (18 a 20 ton) de GNL (Gás Natural Liquefeito), que é armazenado em reservatórios criogénicos. Prevê-se que o abastecimento de gás natural à UAG seja realizado com uma frequência de 1-2 por semana, sendo a duração da operação de trasfega de cerca de cerca de 2 horas. Armazenagem A armazenagem será realizada num reservatório criogénico de gás natural liquefeito (GNL) e respetivos acessórios, o qual terá uma capacidade de 120 m 3 (50 ton). O reservatório será do tipo horizontal e compostos por reservatórios interior e exterior, com isolamento intermédio por vácuo e perlite. Abastecimento de GN à rede A UAG injeta GN, na sua fase gasosa, a cerca de 2 a 2,5 bar(r) e a uma temperatura próxima dos 15ºC na rede de distribuição que irá abastecer o consumidor, sendo previamente vaporizado na unidade de gaseificação e aquecimento. Previamente, o gás é feito passar pela unidade de odorização, que é composta por um reservatório de THT TetraHidroTiofeno de cerca de 130 litros e respetivos acessórios. Esta unidade tem por objetivo garantir a odorização do gás natural, sendo este um dos principais elementos de segurança a nível da distribuição e utilização deste combustível. A utilização deste odorante é a norma da indústria de gás natural. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 24

32 3.5 Questões Estratégicas da Proposta de Alteração do PDM Os planos municipais de ordenamento são instrumentos indispensáveis para a política de uso, ocupação e transformação do solo, definindo o quadro global de referência para o desenvolvimento municipal. Este instrumento de gestão territorial assenta na definição de áreas de uso dominante, tendo por isso um carácter estratégico e prospectivo na gestão dos conflitos ambientais. Desde a entrada em vigor do PDM da Chamusca, as linhas orientadoras da intervenção autárquica têm conhecido modificações, mercê da evolução das condições económicas, sociais e ambientais de referência, mas principalmente decorrentes de um projecto de liderança com uma visão estratégica diferenciadora, que assenta num novo paradigma de desenvolvimento local. A nova expressão de desenvolvimento para o concelho da Chamusca, denominada Chamusca XXI, assenta num conceito inovador que resulta da simbiose de contributos e participações de diversas entidades locais activas na vida concelhia, sendo por isso aberto e evolutivo, orientado para se constituir como instrumento do Plano Director Municipal. A dinamização do sector industrial é parte fundamental desta estratégia de desenvolvimento económico e social do concelho da Chamusca, pela criação de emprego, fixação da população, qualificação dos recursos humanos e geração de riqueza que induz. Esta visão tem a sua maior expressão na criação do Eco-Parque do Relvão, projecto pioneiro no país de aplicação prática do conceito de simbiose industrial 2 na área dos resíduos e da energia. O desenvolvimento deste Parque tem sido orientado para a criação e fornecimento de bens e serviços inovadores, desenvolvido sob o paradigma da ecologia industrial, potenciando a criação de conhecimento, a inclusão social e económica regional, salvaguardando o seu equilíbrio ecológico (IN+, 2007). As redes simbióticas industriais permitem pôr em prática o novo paradigma da gestão de resíduos, assente no conceito de Ecologia Industrial, em que a economia é perspectivada como um organismo vivo, que ingere matérias-primas (recursos naturais, energia), transforma-as em produtos e serviços e excreta resíduos, na forma de poluição e produtos/serviços sem aplicação (Matthews et al., 2000). Também Frosch e Gallopoulos (1989) defendem que a criação de um ecossistema industrial sustentável é altamente desejável do ponto de vista ambiental e para além de ser lucrativo. Em tal sistema, o consumo de energia e materiais é optimizado, a geração de resíduos é minimizado e os efluentes de um processo podem servir como a matériaprima para outro processo. 2 Comunidades de indústrias, negócios e serviços de diferentes sectores que cooperam entre si de forma eficiente, permutam recursos - materiais (resíduos e subprodutos), energia, água - e serviços, resultando em vantagens económicas competitivas, na conservação do meio ambiente e numa maior qualidade de vida para os trabalhadores e para a comunidade local. Estes benefícios resultam numa gestão ambiental mais cooperativa entre os actores envolvidos, utilizando os mesmos princípios que enquadram o funcionamento dos ecossistemas naturais, como se de um processo simbiótico se tratasse Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 25

33 A Directiva Resíduos, recentemente transposta para o Direito interno pelo Decreto-Lei n.º 73/2011, e o Plano Nacional de Gestão de Resíduos (em discussão) evidenciam, na sua génese, a visão e os princípios deste novo modelo, promovendo o fecho do ciclo de vida dos materiais, visando alcançar uma economia tendencialmente circular, numa lógica de utilização sustentável dos recursos. Em Portugal o potencial de crescimento em direcção a uma economia sustentável é ainda significativo, de acordo com Niza e Ferrão (2004), que quantificaram o metabolismo da economia portuguesa através da identificação das entradas e saídas de materiais da economia nacional nas últimas décadas. A avaliação efectuada mostra que cerca de 48% do input de materiais durante o ano 2002 ficaram acumulados sob diversas formas, das quais se podem destacar infra-estruturas como estradas e parque edificado. Cerca de 90% foram transformados em produtos que se exportaram e 43% resultou em emissões para a Natureza. O Eco-Parque do Relvão apresenta assim, de um ponto de vista técnico e ambiental, duas funções importantes no estabelecimento e desenvolvimento deste modelo de gestão: por um lado, enquanto parque centralizador de indústrias na área da reciclagem, permite a reintrodução de matérias-primas (secundárias) na Economia, diminuindo a necessidade de uso de recursos naturais virgens, ou seja, dá corpo, em toda a sua dimensão, à estratégica nacional e comunitária em matéria de gestão de resíduos. Por outro lado, a médio/longo prazo, possibilita concentrar o conhecimento e tecnologia para desenvolvimento de soluções que permitam potenciar o estabelecimento de simbioses industriais, quer dentro, como para além das fronteiras do parque, contribuindo para o alargamento da rede de simbioses (IN+, 2007). A concretização do Parque tem sido implementada de forma faseada, tendo sido considerada, numa primeira fase, a captação de empresas associadas ao processamento de resíduos e reciclagem, e, numa segunda fase, a captação de empresas que processam matérias-primas secundárias produzidas pelas primeiras. Em paralelo, tem sido desenvolvida actividade dirigida à captação de projectos comuns de partilha de recursos entre as empresas localizadas, não só no Eco-Parque, mas também na região da Lezíria do Tejo. Recentemente, o Eco-Parque do Relvão, através do projecto ECOLivingLab@Chamusca (promovido pela Câmara Municipal da Chamusca, em parceria com a Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT), o Instituto Superior Técnico, a NERSANT-Associação Empresarial da Região de Santarém e os dois consórcios responsáveis pelos CIRVER (ECODEAL e SISAV)), foi aceite na European Network of Living Labs EnoLL. Deste modo, o Eco-Parque do Relvão reforça o seu conceito inovador, adoptando uma abordagem aberta, em que todos os intervenientes são parte do processo, mas em que o enfoque é dado aos inputs provenientes das pessoas que, em última análise, são os utilizadores finais do que as empresas produzem, quer sejam serviços, produtos ou conteúdos. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 26

34 Por último, importa destacar do conjunto de projectos que concretizam a presente Proposta, o Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais CIVTRHI e o Centro Integrado de Gestão de Resíduos CIGR, dada a sua dimensão estruturante na estratégia nacional de gestão de resíduos, em particular, a que se refere aos resíduos hospitalares perigosos, dos Grupos III e IV. A situação actual em matéria de gestão dos resíduos do Grupo IV não é satisfatória, porquanto a unidade de incineração existente tem capacidade deficitária face aos quantitativos produzidos, obrigando à exportação do excedente, contrariando a política de auto-suficiência plasmada na estratégia nacional para os resíduos hospitalares. Com efeito, o Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares - PERH , documento que enforma a estratégia nacional dos resíduos hospitalares para os próximos anos, refere claramente, no seu eixo estratégico IV, objectivo 3, a necessidade de mitigar a exportação de resíduos do grupo IV, através da implementação de uma nova instalação de incineração, a localizar-se na Chamusca. Em face do exposto, considera-se que a Proposta de Alteração do PDM da Chamusca Eco-Parque do Relvão tem, como objectivos estratégicos gerais, os seguintes: Promover um planeamento territorial equilibrado, com distribuição racional de usos e funções, minimizando o impacte ambiental e os riscos para a população e bens materiais; Valorizar o potencial existente para a instalação de actividades ligadas à área da gestão de resíduos e das energias renováveis, numa perspectiva de simbiose industrial - o Eco-Parque do Relvão; Reforçar a competitividade territorial do município através da criação de emprego, qualificação de recursos humanos e atracção/fixação da população; Promover uma infra-estrutura considerada essencial para a adequada gestão dos resíduos hospitalares a nível nacional e ainda um conjunto de outros projectos de investimento com potencial simbiótico no quadro de intervenção do Eco-Parque do Relvão. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 27

35 4. ÂMBITO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL 4.1 Quadro de Referência Estratégico O Quadro de Referência Estratégico (QRE) para a AAE identifica as macro-orientações da política nacional e europeia e os objectivos de longo prazo estabelecidos em matéria de ordenamento do território, ambiente e sustentabilidade que são relevantes para a avaliação, bem como as ligações a outros planos e programas com os quais a Proposta estabelece relações. No que respeita ao ordenamento do território, com a publicação da Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo (Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, alterada pela Lei n.º 54/2007, de 31 de Agosto), o sistema de gestão territorial encontrase estruturado em três níveis distintos: nacional, regional e municipal. A nível nacional, para além do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território, aplicam-se os planos sectoriais com incidência territorial e os planos especiais de ordenamento do território. O âmbito regional concretiza-se através dos planos regionais de ordenamento do território. O âmbito municipal é materializado através dos planos intermunicipais de ordenamento do território e dos planos municipais de ordenamento do território. Assim, em termos territoriais, a Proposta articula-se com o PDM da Chamusca (em revisão) e este por sua vez traduz, no âmbito local, o quadro de desenvolvimento do território estabelecido nos instrumentos de natureza estratégica de âmbito nacional e regional, designadamente, entre os principais: Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS); Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN); Plano Nacional da Política do Ordenamento do Território (PNPOT); Plano Rodoviário Nacional (PRN2000); Plano Regional do Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo (PROT-OVT); Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo (PROF-R); Agenda 21 Regional da Lezíria do Tejo; Plano Estratégico de Desenvolvimento da Chamusca Chamusca XXI. No domínio da estratégia ambiental e sectorial aplicável, consideram-se que enquadram o objecto de AAE os seguintes planos e programas: Plano Nacional de Gestão de Resíduos ; Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020); Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares (PERH); Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde (PNAAS); Programa Nacional para o uso Eficiente da Água (PNUEA); Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR 2020); Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 28

36 Estratégia Nacional para a Energia 2020; Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) (está actualmente em discussão uma proposta de revisão); Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que Integram a Região Hidrográfica 5 (RH5), designado PGBH do Tejo; Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios; Revisão do Plano Director Municipal. As linhas estratégicas dos principais instrumentos de ordenamento que integram o QRE da presente avaliação estão sintetizadas no Anexo I. 4.2 Factores Críticos Para a Decisão Os Factores Críticos para a Decisão (FCD) constituem os elementos estruturantes da avaliação ambiental e focalizam a análise nos aspectos fundamentais que devem suportar a AAE. A selecção dos FCD resultou da integração e ponderação de: Quadro de referência estratégico relevante, que considera outros planos, programas e políticas que se relacionam com a Proposta, bem como orientações e políticas de natureza ambiental (ver ponto anterior e Anexo I); Questões estratégicas da Proposta (ver ponto 3.4); Questões ambientais, incluindo as que estão instituídas no Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. Relativamente às questões ambientais, os domínios estabelecidos no diploma supra citado foram contextualizados para o caso em avaliação, através de uma análise de relevância, função da focagem estratégica, da escala de avaliação e da localização geográfica. Assim, consideram-se mais relevantes no contexto do presente objecto de avaliação os factores ambientais população, água, atmosfera, bens materiais, saúde humana e biodiversidade, assumindo-se como de menor importância os factores restantes. No Quadro 4.1 expressa-se a correspondência entre as questões ambientais definidas legalmente e os factores ambientais traduzidos para o contexto da presente AAE. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 29

37 Quadro 4.1 Relação entre os factores ambientais definidos na legislação e os factores ambientais a considerar na AAE da Proposta de Alteração ao PDM Factor ambiental a considerar na AAE da Proposta Conservação da natureza Qualidade ambiental Riscos naturais, ambientais e tecnológicos Desenvolvimento económico Emprego e coesão social Ordenamento do território Factor ambiental no enquadramento legal da AAE. Biodiversidade. Fauna e flora. Água. Solo. Atmosfera. Factores climáticos. Saúde humana. Água. Solo. Atmosfera. Factores climáticos. Saúde humana. Bens materiais. População. Bens materiais. População. Paisagem. Património cultural, incluindo o património arquitectónico e arqueológico. Solo Assim, em face da focagem e contextualização expressas no quadro anterior, os FCD a considerar na presente AAE são: a) Conservação da natureza Pretende avaliar a capacidade da pretensão de contribuir para a manutenção e eventual promoção da biodiversidade local e regional e o seu enquadramento nas áreas adjacentes com interesse para a conservação da natureza. b) Qualidade ambiental Dá conta da sustentabilidade ambiental da pretensão em face das estratégias de protecção e valorização das massas de água existentes na área de influência da Proposta, designadamente, entre outras, as que pretendem assegurar a preservação de áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos. Avalia, também, a capacidade da Proposta de gerir os efluentes residuais (sólidos, líquidos e gasosos), garantindo os padrões de qualidade do meio ambiente, nos domínios relevantes, em função dos usos estratégicos para eles definidos. Pretende, igualmente, abordar a capacidade da Proposta de minimizar os riscos para a saúde pública associados, principalmente, às emissões gasosas da incineração de resíduos perigosos. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 30

38 c) Riscos naturais, ambientais e tecnológicos Considera a capacidade da pretensão de contribuir para a redução dos riscos existentes na sua área de influência, de que se destacam os incêndios florestais e os riscos tecnológicos associados à perigosidade das instalações industriais e outras. d) Desenvolvimento económico Avalia a capacidade da pretensão de promover o desenvolvimento económico local e regional, através do estímulo de iniciativas de agentes económicos orientados para a melhoria da competitividade territorial, ambiental e de valorização de recursos endógenos. e) Emprego e coesão social Dirige-se à dimensão de criação de emprego e de qualificação dos recursos humanos endógenos da região e, ainda, os efeitos na fixação da população e na atractividade territorial. f) Ordenamento do território Aborda a relação da Proposta com as orientações territoriais estratégicas previstas para a zona, bem como a interacção com as servidões e restrições territoriais em vigor. Compreende também as interrelações com os valores pedológicos, paisagísticos, patrimoniais e culturais existentes e a capacidade do plano de articular e promover esses valores. No Quadro 4.2 indica-se a relação de força entre os factores ambientais do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, e os Factores Críticos para a Decisão seleccionados para a presente AAE. 4.3 Indicadores e Objectivos Ambientais Sendo os FCD o esqueleto da avaliação que se pretende desenvolver, os critérios devem ser entendidos como questões pertinentes associadas a cada FCD que permitem estruturar a análise subsequente. A estes associam-se objectivos de sustentabilidade e indicadores que permitem a avaliação ambiental estratégica da Proposta do PDM da Chamusca Conservação da natureza Foram considerados três critérios para avaliação do FCD Conservação da Natureza, considerados mais relevantes para a análise pretendida: afectação de áreas classificadas ou com importância para a conservação da natureza, afectação de eixos de conectividade e afectação de áreas de complementaridade. No Quadro 4.3 apresentam-se os critérios de avaliação, indicadores e objectivos de sustentabilidade a considerar na avaliação deste FCD. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 31

39 Quadro 4.2 Relação de força entre os FCD da Proposta e as questões ambientais legalmente estabelecidas Factores Ambientais Factores Críticos para a Decisão Biod1iversidade Fauna e flora Água Solo População Saúde humana Paisagem Património cultural Bens materiais Atmosfera Factores climáticos Conservação da natureza Qualidade ambiental Riscos Tecnológicos Desenvolvimento económico Emprego e coesão social Ordenamento do território - Ligação forte - Ligação média - Ligação fraca Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 32

40 Quadro 4.3 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD conservação da natureza FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Fonte de Informação Conservação da natureza Afectação de áreas classificadas ou de outras áreas para a conservação da natureza Afectação de eixos de conectividade Afectação de áreas de complementaridade ecológica Existência de áreas classificadas próximas ou de outras áreas com interesse para a conservação da natureza Existência de eixos de conectividade Existência de áreas de complementaridade ecológica Protecção e valorização das áreas classificadas ou com interesse para a conservação da natureza próximas, através de acções de conservação e de promoção de sistemas de conectividade, complementaridade e continuidade Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas EIA do CIVTRHI, CIRVER, CIGR Licenças Ambientais (LA) e outros documentos relativos aos projectos que concretizam a Proposta Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 33

41 4.3.2 Qualidade ambiental Em termos de qualidade ambiental, a Proposta e os projectos que a concretizam produzirão seguramente efeitos de maior ou menor relevância consoante o grau de sensibilidade dos meios e das acções previstas. Assim, considerou-se como critérios adequados para descrever as alterações neste factor ambiental a qualidade das massas de água e dos solos, qualidade do ar, a saúde pública e o conforto acústico das povoações. Atendendo a que os solos da área de intervenção da Proposta estão classificados como REN, segundo o critério áreas com relevância para a sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos, procedese a uma avaliação dos critérios subjacentes à delimitação em vigor, fundamentando-se a proposta de exclusão dessas áreas do regime da Reserva Ecológica Nacional. No Quadro 4.4 listam-se os indicadores adoptados para cada um dos critérios, os objectivos de sustentabilidade e as fontes de informação para a avaliação deste FCD Riscos naturais, ambientais e tecnológicos A ocupação do solo no concelho da Chamusca é maioritariamente florestal, pelo que a sua susceptibilidade aos incêndios é significativa, especialmente na zona Norte do concelho, onde se localiza a intervenção. Também, a existência de instalações de gestão de resíduos na envolvência e as próprias características das unidades que concretizam a Proposta concorrem para ser este um factor relevante para a presente avaliação. Neste enquadramento, consideram-se para critérios de avaliação deste FCD a susceptibilidade à ocorrência de incêndios e a perigosidade dos processos tecnológicos, ou seja, o grau de risco das instalações, tendo-se estabelecido como objectivos de sustentabilidade o combate à desertificação e a segurança de pessoas e bens (ver Quadro 4.5) Desenvolvimento económico No âmbito deste factor, consideraram-se dois critérios de avaliação para informar da influência da Proposta no que respeita ao desenvolvimento económico da sua área de intervenção: a geração de produto interno bruto e a dinamização empresarial do Eco- Parque do Relvão, na óptica da simbiose industrial. No Quadro 4.6 apresentam-se os indicadores a utilizar na avaliação dos critérios referidos, bem como os objectivos de sustentabilidade a prosseguir no âmbito deste FCD. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 34

42 Quadro 4.4 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD qualidade ambiental FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Fontes de informação Qualidade ambiental Afectação da qualidade dos meios hídricos e do solo Afectação da qualidade do ar Afectação da saúde pública Afectação do conforto acústico das populações Área de solos classificados na REN Estado químico e ecológico das massas de água superficiais e subterrâneas Produção, tratamento, destino final/valorização das águas residuais e dos resíduos Infra-estruturas de gestão ambiental públicos ou privados (águas residuais, resíduos, outros) com capacidade e adequabilidade técnica para absorver as solicitações resultantes dos projectos que concretizam a Proposta Estado de qualidade do ar Produção/tratamento das emissões gasosas Níveis de exposição da população aos poluentes de risco Níveis de ruído nos receptores sensíveis próximos, povoação da Carregueira, herdade da Galega Nova e herdade da Valeria e outros Salvaguarda do funcionamento equilibrado dos processos naturais e da manutenção da biodiversidade Garantir o uso sustentável dos recursos hídricos, racionalizando a utilização da água através da selecção de tecnologias que privilegiem a minimização do seu consumo e potenciem a sua reutilização Minimizar a impermeabilização do solo através da consideração de índices urbanísticos adequados Garantir os níveis de qualidade química e ecológica das massas de água superficiais e subterrâneas Reutilização de águas residuais tratadas em usos compatíveis Recolha diferenciada e armazenagem separativa dos resíduos por fluxo/fileira e encaminhamento para destinos finais adequados Garantir um nível de infra-estruturação adequado às novas solicitações em termos de abastecimento de água, tratamento de águas residuais e gestão de resíduos Sustentabilidade dos sistemas de gestão ambiental existentes Garantir níveis de qualidade do ar compatíveis com os normativos em vigor Promoção da saúde da população através da minimização dos factores de risco relacionados com os poluentes atmosféricos Garantir níveis de ruído nos receptores sensíveis compatíveis com os normativos em vigor, prevendo-se adequados sistemas de controlo de ruído Relatórios de estudos hidro-geológicos conduzidos para a área a reclassificar Projectos que concretizam a Proposta EIA, LA e outros estudos relativos aos projectos que concretizam a Proposta APA CCDR LVT Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 35

43 Quadro 4.5 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD riscos naturais, ambientais e tecnológicos FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos Susceptibilidade à actividade geodinâmica Susceptibilidade à ocorrência de incêndios Perigosidade dos processos tecnológicos (grau de risco dos estabelecimentos) Intensidade sísmica Existência de falhas ou lineamentos geológicos Áreas percorridas por incêndios Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção de Acidentes Graves Envolvendo Substâncias Perigosas (Decreto-Lei n.º 254/2007) Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP) Transporte de mercadorias perigosas Mitigação do risco Combate à desertificação Promoção da segurança de pessoas e bens Preservar e proteger a saúde humana e a qualidade do ambiente prevenindo e limitando as consequências de acidentes envolvendo substâncias perigosas Garantir que a reclassificação/requalificação do solo tem em conta critérios rigorosos de localização de estabelecimentos abrangidos por normas específicas, designadamente as que se referem ao fabrico e armazenamento de substâncias perigosas e explosivas Autoridade Nacional de Protecção Civil Instituto de Conservação da Natureza e Florestas APA Plano Municipal de Defesa da Floresta do concelho da Chamusca EIA do CIVTRHI, CIRVER, CIGR LA e outros estudos relativos aos projectos que concretizam a Proposta Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 36

44 Quadro 4.6 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD desenvolvimento económico FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Fontes de Informação Desenvolvimento económico Geração de produto interno bruto Dinâmica empresarial na óptica da simbiose industrial Investimento VAB N.º de empresas por sector de actividade agro-florestal, energético e de gestão de resíduos Gerar riqueza Estimular complementaridades e oportunidades de negócio INE Emprego e coesão social O concelho da Chamusca em particular e a região envolvente em geral são áreas onde a desertificação humana tem feito sentir os seus efeitos de forma intensa, com perda de população e forte envelhecimento. Foram considerados três critérios para avaliar o desempenho da Proposta no que se refere ao FCD Emprego e Coesão Social: criação de emprego, formação profissional/i&d e demografia. A avaliação deste FCD segundo os critérios definidos será realizada através de indicadores disponíveis no Instituto Nacional de Estatística, como se mostra no Quadro 4.7. Quadro 4.7 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD emprego e coesão social FCD Critério de Avaliação Indicador Emprego e coesão social Criação de emprego Formação profissional e investigação e desenvolvimento Demografia População empregada Taxa de desemprego Emprego segundo o nível de escolaridade Intensidade em I&D Variação demográfica Estrutura etária Objectivos de sustentabilidade Utilização de mão-de-obra local Qualificação dos recursos humanos Fixação da população Fontes de informação INE Índice de envelhecimento Ordenamento do território Em termos de ordenamento do território, consideraram-se como critérios mais adequados para expressar as alterações a promover pela Proposta do ponto de vista do domínio em análise as interferências com valores paisagísticos e patrimoniais e com o uso programado do solo, bem como as condições infra-estruturais e de acessibilidade, existentes e previstas, na área de implementação da Proposta. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 37

45 A consideração dos critérios indicados acima visa garantir que a Proposta atende e confere uma protecção elevada nestes domínios ambientais. No Quadro 4.8 descrevem-se os critérios de avaliação, os indicadores e também os objectivos de sustentabilidade que se preconizam para este FCD. 4.4 Pareceres das entidades sobre o âmbito da avaliação ambiental No âmbito das competências que lhe estão consignadas em matéria de ordenamento territorial, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo emitiu parecer favorável ao Relatório dos Factores Críticos para a Decisão, tendo proposto a consideração e integração no Relatório Ambiental das questões que se encontram listadas no Anexo IV. Nos termos do n.º 3 do artigo n.º 5 do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, foram consultadas as entidades que em virtude das suas responsabilidades ambientais específicas possam interessar os efeitos resultantes da Proposta, designadamente as seguintes: Direcção Geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna; Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo; Autoridade Nacional de Protecção Civil; Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Direcção-geral do Património Cultural; Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas; Administração da Região Hidrográfica do Tejo; Direcção-geral de Veterinária; Instituto da Mobilidade e dos Transportes (ex-inir); Estradas de Portugal; Direcção-geral de Veterinária. Das entidades referidas, emitiram parecer a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Administração Regional de Saúde, a Direcção-geral do Património Cultural, a Direcção Regional de Economia, a Direcção Geral de Infra-estruturas e Equipamentos, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e a Estradas de Portugal (em anexo os pareceres recebidos). Os comentários e sugestões recebidos foram devidamente ponderados na fase em curso, tendo sido incorporados no presente relatório da forma que se indica no Anexo IV ao presente relatório. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 38

46 Quadro 4.8 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD ordenamento do território FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Fonte de Informação Ocupação e uso do solo Evolução das áreas de solo rural e solo urbano Estratégias de base territorial para a área de análise Promover uma melhor e mais equilibrada organização espacial do território Proteger áreas ambientalmente vulneráveis Restrições e servidões de utilidade pública legalmente estabelecidas para a área de análise Preservar os solos de boa qualidade prevenindo perdas por ocupação ou erosão Ordenamento do território Acessos e Infra-estruturas Interferência com valores paisagísticos Rede viária (volume de tráfego, nível de serviço) Infra-estruturas gerais (electricidade, gás natural, telecomunicações, abastecimento de água, drenagem de águas residuais) Áreas com características paisagísticas a preservar Garantir a infra-estruturação e as acessibilidades necessárias a um harmonioso desenvolvimento das actividades económicas Proteger o carácter e diversidade da paisagem através da consideração de índices urbanísticos apropriados e da adequada integração dos projectos que concretizam a Proposta PDM da Chamusca Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas EIA do CIVTRHI, LA e outros estudos que concretizam a Proposta Interferência com valores patrimoniais Elementos patrimoniais classificados e em vias de classificação e respectivas áreas de protecção Outros elementos patrimoniais a preservar Proteger e valorizar os elementos culturais Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 39

47 4.5 Pareceres sobre a Análise e Avaliação Ambientais Após elaboração do Relatório Ambiental Preliminar foram consultadas as entidades que em virtude das suas responsabilidades ambientais específicas possam interessar os efeitos resultantes da Proposta, nos termos do n.º 1 do artigo n.º 7.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, designadamente as seguintes: Agência Portuguesa do Ambiente; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo; Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo; Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas; Autoridade Nacional de Protecção Civil; Instituto da Mobilidade e dos Transportes (ex-inir); Direcção-geral do Património Cultural; Águas do Ribatejo. Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Estradas de Portugal; Redes Energéticas Nacionais; EDP Distribuição de Energia; ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações; Das entidades referidas, não emitiram parecer o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (ex-inir), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e a Estradas de Portugal. Os comentários e sugestões recebidos foram devidamente ponderados na fase em curso, tendo sido incorporados no presente relatório da forma que se indica no Anexo IV. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 40

48 5. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA 5.1 Considerações Gerais A Avaliação Ambiental Estratégica da Proposta de Alteração do PDM da Chamusca será efectuada para cada um dos FCD, tendo por enquadramento os objectivos e estratégias preconizados para o procedimento de alteração. A avaliação de cada FCD consistirá no diagnóstico geral da situação e as tendências evolutivas na ausência da pretensão. Procede-se, em seguida, a uma análise dos efeitos significativos da alteração do PDM, assim como, se estabelece um conjunto de directrizes e procedimentos com vista a mitigar ou a potenciar os efeitos da Proposta, consoante o caso aplicável. 5.2 Conservação da Natureza Situação actual e tendências de evolução Enquadramento A zona em estudo encontra-se, do ponto de vista biogeográfico, no Sector Ribatagano- Sadense, território essencialmente plano constituído pelas areias e arenitos plistocénicos e miocénicos dos vales do Tejo e Sado. Situa-se maioritariamente no andar termomediterrânico sub-húmido, de substrato salicícola do Miocénico. A vegetação dominante é constituída por sobreirais (Oleo-Quercetum suberis e Asparago aphylli-quercetum suberis), as murteiras (Asparago aphylli-myrtetum communis), os matagais de carvalhiça (Erico-Quercetum lusitanicae) e pelo mato psamofílico endémico deste Sector: Thymo capitellati-stauracanthetum genistoidis. O salgueiral Salicetum atrocinero-australis é comum no leito de cheia das linhas de água das bacias do Sado e Tejo. Na designação de Albuquerque (1982), a área em estudo situa-se integralmente na orla da região natural da Charneca Miocénica do Ribatejo, na transição entre as regiões ecológicas AM*SM e SM (Atlante Mediterrânea Sub Mediterrânea e Sub Mediterrânea), região caracterizada por paisagens de montado e sobreiral sobre charnecas arenosas, hoje largamente ocupadas por eucaliptais de Eucaliptus globulus ou pinhais de Pinus pinea. Trata-se de uma área de contacto entre os terrenos aluvionares do Tejo e seus afluentes e os depósitos do Miocénico, com cobertura Pliocénica, característicos dos terraços fluviais do vale do Tejo neste troço. Esta diferenciação geológica, bem marcada na morfologia do terreno, em que o vale do rio Tejo se diferencia claramente das encostas e níveis planálticos adjacentes, imprime, igualmente, um zonamento ecológico distinto entre o vale com características de lezíria e vocação para o regadio mediterrânico e os terrenos arenosos do Miocénico e Pliocénico, com características de campina e uso de sequeiro estreme, marcado pelo montado e por uma agricultura extensiva de sequeiro (Albuquerque, 1984). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 41

49 Contudo, a situação actualmente dominante na região é de perturbação e degradação da vegetação natural, não só pela introdução da agro-pecuária extensiva, que condiciona o pleno desenvolvimento das comunidades pré-existentes em favor de formações mais artificializadas de montado aberto, com reduzido sub-coberto e com valor de conservação mais condicionado, mas essencialmente pela introdução da produção intensiva de eucalipto, em sistema de monocultura, implicando a completa destruição do coberto vegetal natural. Outro factor de degradação do coberto vegetal na área, com especial relevância no sector Norte do concelho da Chamusca, onde se localiza a área objecto da presente análise, são os incêndios que se têm verificado na zona, com destaque para o ocorrido em Agosto de 2003 que afectou uma área significativa do concelho, incluindo o Eco- Parque do Relvão (ver Figura 5.13, mais à frente). Em termos das funções ecológicas ocorrentes, pode considerar-se que os principais eixos da dinâmica regional correspondem, por um lado, à matriz/corredor da Lezíria do Tejo e, por outro, à matriz miocénica da Charneca. As matrizes de matos que ocupam os vales e encostas que descem da Charneca até à Lezíria apresentam uma coerência estrutural que potencia a sua funcionalidade como eixos de conectividade morfoecológica entre o planalto e o vale do Tejo. No entanto, a fragmentação da Charneca por sistemas florestais e culturais distintos dos que potencialmente estariam associados às condições fito-edafo-climáticas da região tem empobrecido a dinâmica dos ecossistemas ocorrentes. Ao nível das áreas classificadas, na envolvente alargada da área em estudo, a cerca de 12 km, identifica-se o sítio Paul do Boquilobo, classificado como Zona de Protecção Especial, Reserva Natural e Important Bird Area (Figura 5.1), suficientemente afastado para não vir a ser perturbado pela Proposta vertente Caracterização local Flora/Vegetação A área actualmente afecta ao Eco-Parque do Relvão encontra-se ocupada, essencialmente, por formações florestais de eucaliptal de Eucaliptus Globulus e de pinhal de Pinus pinaster e, em menor extensão, por um mosaico diversificado de montados/sobreiral e áreas de matos. O sub-coberto, com desenvolvimento variável, é constituído por matos das associações Thymo capitellati Stauracantheum genistoidis e Thymo villosae Ulicetum airensis, com ocorrência de cistáceas (Hallimnium commutatum e Halimifolium, Cistus sp.), urze (Calluna vulgaris, Erica sp.), tojo (Ulex europeus), silva (Rubus ulmifólius) e tomilho (Thymus camphoratus). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 42

50 Figura 5.1 Áreas classificadas Local dos projectos Fonte: ICNF O estrato herbáceo é constituído por relvados predominantemente das associações Thero-Brachypodietea e Tuberarietae ou, nas zonas mais degradadas, pela associação pioneira Hellianthemetea Guttati, sendo algumas das espécies características a Linaria spartea, a Tuberaria guttata, a Anthylis hamosa e a Chamaemelum canescens. Todas essas associações correspondem a estádios degradados das associações Oleo sylvestris- Quercetum suberis, Asparagus aphyli-quercetum suberis e Asparagus aphyli- Calicometum villosae. Nas áreas percorridas por incêndios, as acções de reflorestação empreendidas têm, fundamentalmente, privilegiando os povoamentos mono-específicos de eucalipto, em detrimento do montado de sobro. Nas áreas não sujeitas a acções de reflorestação ou não intervencionadas para outros fins observa-se uma ocupação por formações arbustivas psamófilas (próprias de substratos arenosos) nas partes secas, mantendo-se alguns sobreiros que resistiram ao fogo, enquanto que as zonas sujeitas a encharcamento registaram o desenvolvimento de salgueirais e juncais. Assim, no que respeita a formações vegetais, a situação ocorrente nas parcelas objecto da Proposta é a que está indicada no Quadro 5.1 e se ilustra nas Figuras 5.2 a 5.4. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 43

51 Quadro 5.1 Coberto vegetal nas parcelas objecto de requalificação N.º de ordem Designação da parcela/projecto Ocupação 1 Fase I Área edificada e impermeabilizada, correspondente às unidades industriais já instaladas nesta parcela 2 CIRVER/Sisav Área maioritariamente ocupada por edificações e zonas impermeabilizadas. Subsistem algumas zonas de matos degradados com sobreiros esparsos no estrato arbóreo 3 CIRVER/Ecodeal Área maioritariamente ocupada por edificações e zonas impermeabilizadas. Subsistem algumas zonas com coberto herbáceo de espécies pioneiras e ruderais, sem estratos arbóreo e arbustivo 4 RESITEJO (inclui área de expansão) Área maioritariamente ocupada por edificações, aterro de RSU (selado), Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico e pela nova célula de deposição de RSU, incluindo uma área actualmente terraplenada, parcialmente ocupada por subcoberto do estrato herbáceo constituído por espécies pioneiras e ruderais 5 RIBTEJO Área maioritariamente ocupada por edificações e pelo aterro de resíduos não perigosos 6 CIVTRHI Área ocupada por matos psamófilos com sobreiros dispersos nas zonas secas. Formações de salgueirais, juncais e pradarias de Molinia caerulea nas zonas húmidas presentes nesta parcela 7 Bioenergy Ocupação idêntica à descrita para a parcela anterior 8 Terreno do município da Chamusca Área desarborizada e desmatada, com vegetação constituída, ao nível do estrato herbáceo, por espécies ruderais e pioneiras A Zona de Expansão do CIRVER/Sisav Área ocupada com matos degradados com sobreiros esparsos no estrato arbóreo B Zona de Expansão do CIRVER/Ecodeal C Zona de Expansão da RIBTEJO Área ocupada por povoamento mono-específico de eucalipto D Zona de Expansão da Bioenergy Ocupação idêntica à descrita para a parcela com o número de referência 7 E Zona de Expansão E Área ocupada por formações herbáceas degradadas, constituída por associações pioneiras e ruderais. Estratos arbóreo e arbustivo inexistentes F Zona de Expansão F Área maioritariamente ocupada por povoamento mono-específico de eucalipto na faixa a Nascente da EM1375 e por matos degradados com sobreiros esparsos na faixa a Poente da mesma via G Zona de Expansão B Área ocupada por povoamento mono-específico de eucalipto Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 44

52 Terreno do Município 8 E A Zona de Expansão do SISAV 1 Fase I 2 SISAV Legenda: 1 Fase 1 A Zona de Expansão do SISAV 8 Terreno do Município 2 SISAV E Zona de Expansão E C. M. da Chamusca Figura 5.2 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (I)

53 RIBTEJO C Legenda: 3 ECODEAL RESITEJO RIBTEJO RESITEJO B C Zona de Expansão do CIRVER/ECODEAL Zona de Expansão da RIBTEJO G Zona de Expansão G 4 RESITEJO G 3 ZONA DE EXPANSÃO G B ECODEAL C. M. da Chamusca Figura 5.3 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (II)

54 Zona de Expansão F F 6 BIOENERGY 7 D CIVTRHI Zona de Expansão da Bioenergy Legenda: F 6 Zona de Expansão F 7 Bioenergy CIVTHRI D Zona de Expansão da Bioenergy C. M. da Chamusca Figura 5.4 Ocupação do solo nas áreas objecto da Proposta de Alteração (III)

55 Espécies faunísticas Como referido, em termos globais, o quadro ecológico actual apresenta um valor como ecótopo ou como factor de biodiversidade reduzido, devido à perturbação a que os terrenos foram sujeitos, como a florestação com monoculturas de espécies de crescimento rápido ou os incêndios florestais. No grupo dos mamíferos e de entre as espécies atribuídas à área de estudo, destaca-se o coelho que apresenta um estatuto de conservação mais desfavorável em Portugal. As observações efectuadas nos terrenos de implantação do CIVTRHI e da Bioenergy sugerem que esta espécie estará presente com densidades elevadas na área de estudo. Nenhuma das espécies deste grupo referenciadas para a área de análise está incluída nos Anexo B-II ou B-IV da Directiva Habitats. No grupo das aves estão referenciadas com ocorrência provável na área de estudo 57 espécies de aves, tendo a maioria carácter residente (72%). Uma das espécies (alcaravão) está classificada como Vulnerável em Portugal e duas outras (peneireirocinzento e águia-calçada) como Quase ameaçadas. Há ainda a registar a inclusão de 7 espécies do anexo A-I dos DL 140/99 e 49/2005 (Tecninvest, 2010). A dimensão das populações de aves com estatuto de conservação na área de estudo é muito reduzida e não assume importância no contexto nacional, regional ou mesmo local. De facto, a área de estudo constituirá apenas uma pequena parte da área vital destas espécies. (idem) Nos terrenos onde as características geomorfológicas permitem a formação de charcas, designadamente nas parcelas destinadas ao CIVTRHI e Bioenergy, regista-se a presença de comunidades de anfíbios com interesse pela diversidade e abundância. De acordo com o EIA do CIVTRHI, na área das parcelas 12, 13 e 14 foram identificadas 11 espécies de anfíbios e 5 espécies de répteis. Nenhuma destas espécies possui estatuto de ameaça em Portugal. No entanto, 6 das 11 espécies de anfíbios atribuídas à área de estudo estão inseridas no anexo B-IV dos DL 140/99 e 49/2005. Funcionalidade ecológica Como já atrás referido, os principais eixos da dinâmica regional correspondem ao corredor da Lezíria do Tejo e ao planalto miocénico. Por seu lado, os vales e linhas de água que descem do planalto até à lezíria constituem eixos de continuidade e interconectividade, morfológica e ecologicamente importantes. Na charneca miocénica, as diversas estruturas ocorrentes apresentam uma articulação ecológica reduzida devido à predominância de uma matriz degradada de eucaliptal. Apenas os vales que ainda conservam formações mais preservadas e próximas do clímax apresentam uma coerência estrutural que potencia a sua funcionalidade como estruturas de ligação entre o planalto e o vale do Tejo. A ausência de intervenção no local em estudo poderá potenciar um desenvolvimento sucessional no sentido da vegetação natural, processo que se prefigura necessariamente lento, particularmente no quadro de perturbação residual que se regista na área em estudo. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 48

56 5.2.2 Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Sendo um dos objectivos estratégicos da Proposta de Alteração do PDM da Chamusca a valorização e ampliação do potencial logístico existente no Eco-Parque do Relvão e a promoção de simbioses nos sectores energético e da gestão dos resíduos, a sua concretização passa pela transformação do uso do solo na área que lhe está alocada, com substituição, a prazo, do coberto vegetal existente por estruturas e edificações afectas às instalações e pela antropização dos ecossistemas remanescentes, produzindose uma diminuição da biodiversidade e um aumento do desenvolvimento de espécies ruderais. No entanto, estas alterações não constituirão um desvio significativo relativamente à situação actual, encontrando-se esta já actualmente genericamente degradada mercê das práticas agro-florestais de que tem sido objecto e das ocorrências de incêndios de dimensão relevante ocorridos nesta área, como anteriormente exposto. Por outro lado, no âmbito dos estudos relativos aos projectos do CIVTRHI e da Bioenergy foram identificadas pequenas áreas, localizadas nas parcelas correspondentes, com características interessantes do ponto de vista conservacionista, que mereceram especial interesse no sentido da sua preservação e integração na paisagem. Assim, os projectos destas duas unidades prevêem medidas especiais de minimização e manutenção dos ecossistemas associados às pradarias de Molinea caerulea e aos juncais (habitats 6410pt1 e 6410pt3, respectivamente) e salgueirais (habitat prioritário 91E0*), no terreno da Bioenergy, e aos charcos (habitat 3110) encontrados no terreno do CIVTRHI. No Quadro 5.2 indicam-se os efeitos esperados como resultado da Proposta no que respeita ao FCD Conservação da Natureza Directrizes Uma das metas estratégicas do quadro de referência da presente AAE e um objectivo ambiental a prosseguir pela Proposta é, como se viu acima, a protecção e melhoria do estado de conservação de habitats e espécies. No quadro actual, a Proposta não concorre para a melhoria global do valor da matriz arenito-pdozólica, no entanto, à sua escala, dá o seu contributo para a protecção de habitats e espécies com valor conservacionista: no caso em apreço, a comunidade de anfíbios identificada em dois dos locais objecto de reclassificação. Como orientação para a melhoria da biodiversidade na área do Eco-Parque do Relvão e envolvente, e numa perspectiva compensatória, recomenda-se a implementação de um plano para recuperação do coberto vegetal mais próximo do natural em áreas estratégicas, não conflituantes com o uso que se pretende para o local, que permita a potenciação do valor da matriz arenito-pdozólica e a melhoria das funções ecológicas na região associadas a processos de continuidade, de conectividade ou de alimento. Com igual objectivo, recomenda-se a não intervenção/preservação das muitas áreas húmidas associadas aos pequenos charcos/lagoas existentes no planalto, bem como dos vales associados às linhas de água que drenam a matriz plio-miocénica. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 49

57 Quadro 5.2 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD conservação da natureza Critério de Avaliação Indicador Situação existente Efeitos Positivos/Oportunidades Efeitos negativos/riscos Afectação de áreas classificadas ou de outras áreas para a conservação da natureza Afectação de eixos de conectividade e de áreas de complementaridade ecológica Existência de áreas classificadas próximas ou de outras áreas com interesse para a conservação da natureza Existência de eixos de conectividade Existência de áreas de complementaridade ecológica Não existem áreas classificadas do ponto de vista da conservação da natureza a menos de 12 km dos locais em análise Nos locais em análise identificam-se pequenas áreas onde subsistem ecossistemas com interesse a preservar, designadamente os associados aos pequenos charcos/lagoas existentes na matriz miocénica, bem como aos vales das linhas de água que drenam o planalto. A Charneca, onde se localizam os terrenos objecto de reclassificação, e a Lezíria do Tejo constituem áreas de potencial complementaridade ecológica, articuladas através dos corredores, constituídos pelas formações ripícolas e riparias associadas às linhas de água que drenam para o Tejo Os projectos do CIVTRHI e Bioenergy identificam e preservam/mantêm os ecossistemas com valor conservacionista identificados nos locais em apreço, integrando-os ecológica e paisagisticamente Os projectos, de uma forma geral, porque dispondo de meios de combate a incêndio, contribuem para dotar a região de meios acrescidos no combate a este tipo de sinistro, contribuindo para a preservação/manutenção do coberto vegetal no planalto miocénico O potencial valor ecológico da Charneca apresenta-se hoje diminuído devido às práticas agro-florestais intensivas, aos incêndios e à edificação. A Proposta de Alteração não contribui para melhorar, em termos líquidos, o valor ecológico da Charneca Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 50

58 Recomenda-se também que, nas áreas não intervencionadas afectas a cada unidade, sejam instaladas estruturas vegetais sustentáveis, que possam originar biótopos viáveis e contribuem positivamente para a funcionalidade ecológica regional. 5.3 Qualidade Ambiental Situação actual e tendências de evolução O FCD Qualidade Ambiental reúne num mesmo conjunto os descritores de bem-estar e saúde públicos, versando os domínios qualidade das massas de água, do ar, do ambiente acústico e, ainda, a vertente de saúde pública. Incluem-se também os aspectos relacionados com a protecção dos solos e das massas de água subterrâneas, no que aos processos biofísicos do ciclo hidrológico terrestre se refere. Seguidamente apresenta-se a situação actualmente prevalecente na área envolvente dos locais em apreço e as tendências de evolução previsíveis para os domínios em análise. A área objecto da Proposta insere-se na Região Hidrográfica n.º 5 3, correspondente à bacia hidrográfica portuguesa do rio Tejo, abrangendo um conjunto de linhas de água que drenam o planalto em direcção ao rio Tejo e à ribeira de Ulme, esta por sua vez afluente de primeira ordem do mesmo rio Tejo. Destacam-se as ribeiras de Vale da Vaca, das Fontainhas e a ribeira de Vale de Pai Poldro, as duas primeiras afluentes do rio Tejo, com orientação SE-NW, e a última afluente da ribeira de Ulme, com orientação N-S (ver Figura 5.5). Trata-se de uma zona aplanada, correspondente aos terraços mio-pliocénicos da Bacia do Baixo Tejo, que se desenvolve sensivelmente entre as cotas 150 m e 180 m, recortada por uma densa rede de drenagem fortemente encaixada e denditrizada, com orientações predominantes S-N, N-S e SE-NW. As linhas de água que drenam os terraços pliocénicos têm extensão reduzida e originam bacias alongadas e com ramificação apreciável. O regime de escoamento nestas linhas de água é torrencial e na área em apreço é incipiente ou mesmo inexistente, dado que corresponde à zona de cabeceira destes pequenos sistemas hidrográficos. Do ponto de vista hidrogeológico, está-se em presença da unidade Bacia do Tejo- Sado/Margem Esquerda, constituído pelas formações de cobertura do Pliocénico, sobrejacentes às formações detríticas continentais do Miocénico (ver Figura 5.6), como se segue: Pliocénico: Constituído essencialmente por depósitos de cascalheiras, arenitos argilosos avermelhados e acastanhados, com seixos e argilas acastanhadas e avermelhadas. 3 Segundo a delimitação do Decreto-Lei n.º 347/2007, de 19 de Outubro Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 51

59 Figura 5.5 Rede de drenagem na área de análise Rio Almonda Rib. de Alvorão TORRES NOVAS Rib. do Arrepiado da Pedra Rib. do Monte Rib. de Tanas ENTRONCAMENTO RIO ZÊZERE Rib. da Amoreira Rib. de Rio Moinhos CONSTÂNCIA ABRANTES Rib. de Abrançalha Rib. de Alferrarede Rib. de Arcês Rib. do Rio Frio Rib. das Boas Eiras Rib. de Eiras Rib. Almonda Rib. do Carregal Rib. da Lampreia Rimeira Vala da CHAMUSCA Rib.das Fontaínhas S. Gonçalo Rib. Rib. Rib. de Fernando Ribeira de Coalhos GOLEGÃ RIb. Vale da Rib. da Foz de Alcolobra de Rio RIO TEJO Rib. do Casal Velho Rib. de Arreiolos Vaca Vala de Alpiarça Rib. de Pai Poldro Chicharro ou Ribeira de Ulme Rio Torto BEMPOSTA Rib. da Chaminé Rib. de V. das Mós Rib. de Longomel ULME Rib. dos Carralhos ALPIARÇA Rib. do Vale Marques PONTE DE SÔR ALMEIRIM Rib. do V. da Pateia Rib. do Chouto Rib. do Muge Rib. do V. das Bombas GORIÃO Rib. da Amieira Rib. do V. do Boi Rib. do Rosquete Rib. dos Vinhos Rib. de Muge Rib. da Calha do Grau Rib. de Arrão Rib. de Erra Rib. do V. dos Barbeiros Rib. do Salgueiro Rib. de S. Margarida Simbologia: - ECO-PARQUE DO RELVÃO ESCALA GRÁFICA km - SEDE DE CONCELHO - LINHA DE CUMEADA - LINHAS DE ÁGUA - ESTRADAS - CAMINHOS DE FERRO - Região hidrográfica, n.º5 - Tejo Miocénico: Representado localmente pela Formação Argilo-Arenítica dos Vales de Ulme e Bemposta. Esta unidade inclui formações detríticas de ambiente continental, constituídas predominantemente por areias e arenitos argilosos com intercalações conglomeráticas de lentículas argilosas, por vezes, com componente margosa. Apresenta-se localmente subjacente ao Pliocénico numa atitude de franca horizontalidade por volta da cota +145 a +150 m. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 52

60 Substrato Pré-Câmbrico: Localmente e em profundidade ocorrerão Migmatitos e Gnaisses. A Câmara Municipal da Chamusca promoveu a realização de um estudo hidrogeológico da área de intervenção, realizado pela empresa Enviestudos, com vista a estabelecer as características de permeabilidade das formações de cobertura da área do Eco-Parque do Relvão. No âmbito deste trabalho foi realizado um estudo de enquadramento geolitológico e executado um furo de sondagem para determinação da sequência litoestratigráfica presente e outras variáveis com interesse para a análise vertente. Os resultados dos ensaios permitiram concluir que as formações do Pliocénico apresentam-se com níveis de argilas compactas muito desenvolvidos, de fraca permeabilidade, mercê da reduzida porosidade eficaz. O ensaio de caudal realizado traduziu-se por uma ausência de produtividade das camadas do Pliocénico e/ou das camadas mais superficiais do Miocénico. Figura 5.6 Formações geológicas na área de análise SIMBOLOGIA: ECO-PARQUE DO RELVÃO ALUVIÕES AREIAS SUPERFICIAIS DE VALES E DE TERRAÇOS 8 15 m m m m ARENITOS E CONGLOMERADOS GRÊS E CONGLOMERADOS DA SERRA DE ALMEIRIM COMPLEXO ARGILO-GRESSO DE PERNANCHA. VALE DE CARROS E FAZENDAS DE ALMEIRIM FORMAÇÃO DE ARGILO-ARENÍTICA DOS VALES DE ULME, BENPOSTA, ETC. (MP) FORMAÇÃO ARENO-ARGILOSA DO ENTRONCAMENTO (M) 4-5 MIGMATITOS E GNAISSES GRANITOS CALCO-ALCALINOS DE DUAS MICAS, PORFIRÓIDES GRANITOS ALCALINOS DE DE DUAS MICAS, PORFIRÓIDES GRANITOS ALCALINOS DE DUAS MICAS, NÃO PORFIRÓIDES GRANITOS ALCALINOS DE DUAS MICAS, DE TEXTURA ORIENTADA DIORITOS BLASTOMILONÍTICOS ASSOCIADOS A ANFIBÓLITOS E GNAISSES ANFIBÓLICOS Fonte: Carta Geológica de Portugal, Folha 27-D Assim, o estudo conclui que a zona planáltica da Carregueira, interessada pela sondagem de pesquisa, não oferece condições hidrogeológicas características de zona de máxima infiltração, sendo, pelo contrário, mais propícia à instalação de fluxos de drenagem superficial e subsuperficial alimentando as linhas de água locais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 53

61 Com efeito, a parte da recarga que se infiltra nestes materiais origina níveis aquíferos no contacto com as camadas argilo-siltosas, que, quando interceptam a superfície topográfica provocam o aparecimento de pequenas exsurgências, a maioria de carácter sazonal e de caudal reduzido ou pouco significativo. Também, as sondagens realizadas no âmbito do projecto do CIVTRHI indicam uma sequência litoestratigráfica pliocénica semelhante à detectada pela Enviestudos, com níveis areno-argilosos, argilo-arenosos e de argilas muito duras, na base. O estudo hidrogeológico realizado no âmbito do EIA do CIVTRHI e da Fábrica de Bioóleo (projecto anteriormente previsto para a parcela designada com o número 14) pela Grandewater indica que mercê da sua constituição litológica, o Pliocénico, apresenta um comportamento de camada confinante (aquitardo) dificultando e inviabilizando a drenância vertical dos excedentes da precipitação. Com efeito, na zona em estudo e áreas circundantes, onde o relevo é eminentemente plano, o escoamento superficial e subsuperficial é dificultado pela topografia, favorecendo o aparecimento de zonas de acumulação, como pequenas lagoas ou charcas. A própria toponímia local é disso indiciadora, citando-se, nas proximidades, os topónimos Lagoa da Murta, Lagoa Grande, Lagoa do Porco, Lagoa do Meio e Lagoa de Cima, entre outros. Nas Fotos 5.1 e 5.2 pode apreciar-se as charcas/zonas de acumulação de água que se localizam em duas das áreas objecto de proposta de reclassificação, obtidas em Abril/Maio de Foto 5.1 Áreas alagadas na parcela 12 (zonas a preservar pelo projecto) Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 54

62 Foto 5.2 Áreas alagadas nas parcelas 13 e 14 (zonas a preservar pelo projecto) Nas zonas onde o Mio-pliocénico aflora, a recarga ocorre directamente da queda pluviométrica, sendo estas maioritariamente correspondentes, na área de análise, às zonas mais declivosas resultantes do encaixe das linhas de água existentes. No entanto, o Miocénico, localmente, por se apresentar com espessuras não muito grandes e por se encontrar numa posição topográfica desvantajosa, sofrerá a sua drenagem para as linhas de água que circundam os relevos residuais (Grandewater, 2010). Deste facto se evidencia, em reforço do que foi já assinalado a propósito do FCD Conservação da Natureza, a importância local das áreas de drenagem superficial e a necessidade da sua preservação e conservação. Aliás, uma das principais particularidades da região em análise é o facto de toda ela convergir dinamicamente para o vale do Tejo, sendo determinantes as características das formações envolventes e da ocupação do solo na regulação, quer dos fluxos superficiais, quer dos fluxos subterrâneos. A tipologia do coberto e o seu efeito na infiltração/escoamento são críticos no controlo de pontas de cheia, após precipitações significativas. Este facto associa-se a um carácter relativamente imprevisível no comportamento dos caudais infiltrados, devido à diversidade dos padrões de ocorrência dos substratos permeáveis e impermeáveis, o que determina a impossibilidade de uma gestão orientada do coberto e aconselha uma gestão mais conservativa no que se refere à retenção e controle do escoamento e da infiltração. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 55

63 O mesmo se passa em termos da infiltração de substâncias potencialmente poluentes, as quais são pouco ou nada retidas ou metabolizadas pelos substratos arenosos ou areníticos e que, podendo sê-lo pelos substratos argilosos, não o são de forma garantida pelo referido carácter estocástico e descontínuo da ocorrência destes. Da mesma forma, os solos podzólicos e litólicos predominantes oferecem pouca ou nenhuma capacidade de retenção ou de metabolização ao nível dos horizontes pedológicos, pelo que, de novo, se pode afirmar que estes terrenos apresentam uma capacidade reguladora muito reduzida dos eventuais fluxos de matérias que neles possam ocorrer. Para efeitos de avaliação da qualidade das massas de água locais recorreu-se aos dados da estação de monitorização 17G/54 Portela, da Rede de Qualidade da Água da APA, localizada na ribeira da Foz, imediatamente antes da sua confluência com o rio Tejo. Esta linha de água drena o planalto da Carregueira, tendo orientação S-N. Para as restantes massas de água, efectua-se uma análise pericial sustentada em considerações sobre as características hidrológicas das linhas de água e dos factores de pressão operantes. A título de enquadramento, analisa-se também o estado de qualidade das linhas de água de hierarquia superior, designadamente o rio Tejo e a ribeira de Ulme. De acordo com os dados disponíveis na estação de Portela para o ano hidrológico de 2009/10, a ribeira da Foz respeita os Objectivos de Qualidade Mínima, tal como definidos no Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, assim como também cumpre as normas de qualidade para a rega, constantes do mesmo diploma. Tomando em consideração a metodologia de classificação de Usos Múltiplos proposto pelo INAG, verifica-se que esta linha de água se enquadra na classe B Boa, estando apta a satisfazer potencialmente todas as utilizações. Por seu lado, o Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo (DHV, 2012) indica que as massas de água onde se insere o Eco-Parque do Relvão, ribeira de Ulme e Tejo Inferior, apresentam, respectivamente, um estado de qualidade Medíocre e Razoável a Bom. Tomando em consideração os critérios de classificação do INAG para usos múltiplos, o rio Tejo, em Almourol, apresenta qualidade enquadrável na classe B Boa, no ano hidrológico 2011/12. As águas neste nível de classificação apresentam qualidade ligeiramente inferior à classe A, estando aptas a satisfazer potencialmente todas as utilizações. Em termos evolutivos, a qualidade da água do rio Tejo nesta estação de medição mantevese, entre 2002 e 2009, na categoria C, com excepção do ano hidrológico 2005/2006, em que a classificação atribuída foi a classe D - Má Qualidade. No período anterior, entre 1995 a 2002, a qualidade da água em Almourol apresentou-se muito irregular, variando entre as classificações Boa e Muito Má. A partir de 2009 a qualidade da água do Tejo em Almourol melhorou substancialmente, tendo-se registado em 2011 uma qualidade global excelente, de acordo com os critérios referidos (vd. Figura 5.7). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 56

64 Figura 5.7 Qualidade da água no rio Tejo, na estação de Almourol A Excelente B Boa C Razoável D Má E Muito Má Fonte: APA/SNIRH Na ribeira de Ulme, nas estações de Alpiarça e da albufeira de Patudos, a qualidade da água enquadrou-se nas categorias D - Má e E - Muito Má, respectivamente, nos últimos anos hidrológicos (Figura 5.8). Os parâmetros responsáveis pela classificação são, de uma forma geral, a Oxidabilidade e a Carência Bioquímica de Oxigénio, indicadores de um tipo de contaminação orgânica. Figura 5.8 Qualidade da água na ribeira de Ulme/Vala de Alpiarça, em Ponte de Almeirim e Albufeira de Patudos Ponte de Almeirim A Excelente B Boa C Razoável D Má E Muito Má Fonte: APA/SNIRH Albufeira de Patudos Nas bacias de drenagem das restantes linhas de água onde se localiza o Eco-Parque do Relvão, as fontes de poluição de origem urbana referem-se às descargas dos sistemas individuais de tratamento, por fossa séptica, seguida de dispositivo de infiltração. Este tipo de sistema, de reduzida eficiência, pode dar origem a pequenos focos de contaminação que contribuem para alguma degradação da qualidade das massas de águas superficiais e subterrâneas locais. No entanto, atendendo a que o povoamento é esparso, principalmente nas secções média e de cabeceira das bacias de drenagem, considera-se esta fonte de poluição não relevante. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 57

65 Outras fontes de poluição a relevar são as unidades implantadas no Eco-Parque do Relvão que descarregam os seus efluentes tratados nas linhas de água circundantes e também algumas instalações ligadas à actividade agro-pecuária, de que é exemplo a suinicultura existente na herdade da Galega Nova (Anexordem, Lda.). Neste enquadramento, pode inferir-se que a qualidade das águas superficiais nestas linhas de água não se deverá afastar significativamente dos padrões de qualidade para os usos em prática nestas bacias. No respeitante às massas de água subterrânea, as águas destas formações caracterizamse, em geral, por baixa mineralização e dureza, com o ião sódio dominante sobre o ião magnésio. Predominam as fácies cloretada sódica, bicarbonatada sódica e mista. O PGRH do Tejo (DHV, 2012) indica para a globalidade da massa de água subterrânea Bacia do Tejo-Sado/Margem Esquerda um estado químico Bom, no enquadramento da Directiva da Qualidade da Água, ressalvando, no entanto, a impossibilidade de realizar todos os testes requeridos por insuficiência de dados. Da mesma forma, a análise dos dados de monitorização disponíveis em função dos usos indica que as formações presentes produzem água com qualidade aceitável, quer na perspectiva da produção de água para consumo humano, quer para ser utilizada na rega, de acordo com os normativos do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Relativamente a zonas protegidas na óptica dos recursos hídricos, a massa de água Bacia do Tejo-Sado / Margem Esquerda está indicado como Zona designada para a captação de água para consumo humano (PGRH do Tejo). A jusante, no sentido da drenagem, identificam-se zonas protegidas/classificadas que interessa identificar no âmbito da presente avaliação, nomeadamente as seguintes: Zona Vulnerável do Tejo; Captação de água superficial destinada ao consumo humano; Zona sensível do ponto de vista da descarga de águas residuais urbanas. A qualidade do ar na área envolvente dos locais em apreço é monitorizada na estação da Chamusca, da responsabilidade da CCDR LVT. Esta estação é do tipo rural de fundo, monitorizando parâmetros como o NOx, SO 2, Partículas e Ozono. Os dados monitorizados nesta estação mostram que as concentrações dos poluentes monitorizados apresentam valores, sistematicamente muito inferiores aos limites previstos na legislação, indicando que na zona as fontes de poluição tráfego/indústria não são relevantes (ver Figura 5.9). Apenas para o Ozono se registaram algumas excedências dos valores limite aplicáveis. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 58

66 Figura 5.9 Valores médios anuais de SO 2, NOx e PM 10 na estação da Chamusca SO 2 mg/m mg/m3 Média anual (base diária) Valor limite (base diária) Média anual (base horária) Valor limite (base horária) NOx g/m Média anual (base diária) Valor limite (base diária) Média anual (base horária) Valor limite (base horária) PM 10 mg/m Média anual (base diária) Média anual (base horária) Valor limite (base diária) Fonte: Dados extraídos de QUALAR/APA Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 59

67 Este facto poderá estar relacionado com as emissões de COVNM compostos orgânicos voláteis não metânicos de origem biogénica (que são precursores do ozono troposférico) associadas à tipologia de ocupação do solo na área, eminentemente florestal. Em termos acústicos, a área envolvente dos locais em apreço apresenta níveis de ruído muito pouco expressivos, típicos de zonas rurais. Apenas junto das principais vias de comunicação, designadamente nas imediações da EN118, os níveis sonoros atingem valores mais significativos (Lden > 70 db(a) e Ln > 60 db(a)). Na envolvente imediata das vias de acesso ao Eco-Parque do Relvão, os níveis sonoros são um pouco mais reduzidos, o Lden não ultrapassando os 60 db(a) e o Ln inferior a 55 db(a), de acordo com o mapa de ruído publicado pela Câmara Municipal da Chamusca (ver Figura 5.10 e Anexo VI). Os receptores sensíveis isolados mais próximos das áreas objecto de proposta de reclassificação, designadamente a herdade da Galega Nova e a herdade da Valeira registam valores muito baixos dos indicadores de ruído, 50,7 e 45,9 db(a) para o Lden, respectivamente, e 38,2 e 32,3 db(a) para o Ln, respectivamente. Trata-se efectivamente de valores típicos de zonas sem influência de fontes sonoras relevantes, respeitando os níveis máximos admissíveis para zonas não classificadas e também os valores definidos para zonas sensíveis. Na ausência da Proposta, e no que respeita aos aspectos quantitativos, as massas de água subterrânea e superficial tenderão a manter as suas características actuais. Quanto à qualidade, as massas de água superficial e subterrânea apresentarão uma evolução que se espera positiva, no quadro dos investimentos em curso e previstos a nível do saneamento básico na esfera da influência geográfica do sistema de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais dos Municípios da Lezíria do Tejo. Quanto à qualidade do ar e ambiente sonoro, poderá ser expectável algum agravamento dos índices actuais devido ao previsível aumento de tráfego ou instalação de fontes pontuais, associados ao desenvolvimento económico e social que se espera para a região Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Solos classificados na REN Áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos A Proposta em apreço propõe a reclassificação do solo numa área de m 2, correspondente às necessidades de implantação no Eco-Parque do Relvão de um conjunto de projectos em vias de concretização e, ainda, de outros espaços considerados necessários para fazer face a necessidades de expansão do Eco-Parque a curto-médio prazos. Na presente proposta de alteração estão ainda incluídas algumas áreas relativas a unidades já instaladas e em operação. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 60

68 Figura 5.10 Mapas de Ruído (Lden e Ln) na envolvente do Eco-Parque do Relvão (db(a)) Fonte: Câmara Municipal da Chamusca, 2009 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 61

69 Actualmente, uma parte significativa das áreas em questão está classificada como Espaços Naturais e Culturais, integrados no regime da REN Reserva Ecológica Nacional, propondo-se a sua reclassificação como Zona Industrial, a ser inserida em Área Urbanizável Multi-usos, de acordo com a proposta de revisão do PDM, em elaboração. A reclassificação permitirá regularizar a situação a nível do ordenamento do território de alguns estabelecimentos existentes e viabilizar a instalação de outras unidades, entre outras, o CIVTRHI. Nos termos do regime da REN, consignado no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 239/2012, as áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos são as áreas geográficas que, devido à natureza do solo, às formações geológicas aflorantes e subjacentes e à morfologia do terreno, apresentam condições favoráveis à ocorrência de infiltração e recarga natural dos aquíferos e se revestem de particular interesse na salvaguarda da quantidade e qualidade da água a fim de prevenir ou evitar a sua escassez ou deterioração. Por sua vez as Orientações Estratégicas de Âmbito Nacional e Regional, que Consubstanciam as Directrizes e Critérios para a Delimitação das Áreas Integradas na Reserva Ecológica Nacional a Nível Municipal, publicadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 81/2012, de 3 de Outubro, definem as metodologias para a delimitação da REN de acordo com as várias tipologias de classificação. Em conformidade com este diploma, a delimitação das áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos deve ser realizada com base em modelos numéricos, que traduzam o comportamento hidrodinâmico do aquífero. Mais refere o diploma que no contexto actual, a maioria dos sistemas aquíferos não dispõe de modelos calibrados e em muitos não é conhecido, em rigor, o seu modelo conceptual da dinâmica. Enquanto estes resultados não estiverem disponíveis, o diploma refere que, provisoriamente e em substituição, a delimitação deverá ser feita com base no conceito de vulnerabilidade à poluição, a partir de índices que têm em conta a definição do tipo de aquífero (cársico, poroso e fissurado), uma vez que as áreas mais vulneráveis são também as áreas mais permeáveis que alimentam o aquífero, com maior impacto para a qualidade da água subterrânea. A aplicação do método Drastic na determinação da vulnerabilidade à poluição destas formações, com base nos dados dos furos de captação CBR3 e FR1 (Carregueira), que se localizam próximo do Eco-Parque do Relvão, apontam para valores do índice entre 81 e 90. Estes valores do índice DRASTIC correspondem a uma classificação de vulnerabilidade Baixa (Grandewater, 2010). Pelo exposto é legítimo concluir que o planalto da Carregueira, pelas suas condições geolitológicas, não apresenta as características adequadas à sua classificação como área com relevância para a recarga de aquíferos, fundamentando-se deste modo a validade da sua exclusão do regime da Reserva Ecológica Nacional. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 62

70 Refira-se que entendimento análogo sobre a matéria em discussão tem a (ex) ARH do Tejo (actual APA), que reconheceu a inexistência de condições favoráveis à recarga de aquíferos na zona em apreço, tendo emitido o correspondente parecer que se apresenta no Anexo III. Pese embora a área objecto da presente AAE não reunir condições para ser declarada zona de infiltração máxima, as alterações que se pretendem promover terão necessariamente efeitos na dinâmica do ciclo hidrológico, como resultado da impermeabilização do solo, remoção da vegetação e das alterações topográficas que daí advirão, podendo tais efeitos desencadear ou agravar processos de erosão e de inundações em zonas críticas a jusante, como é o caso da Lezíria do Tejo. O papel do planalto da Carregueira e encostas adjacentes é significativo no controlo do escoamento superficial e na minimização das pontas de cheia em situações de pluviosidade excepcional, como ficou exposto acima. Assim, é fundamental a minimização das perdas do coberto vegetal protector e regulador dos processos de retardamento do escoamento, através da gestão conservativa das áreas a ocupar. De acordo com a regulamentação urbanística aplicável à presente Proposta, apresentada no ponto 3.3 do presente documento, impõe-se um índice máximo de ocupação de 0,60 e um índice máximo de impermeabilização de 0,80 para os lotes a criar no Eco-Parque do Relvão. Por outro lado, analisando os projectos que se encontram em fases de desenvolvimento mais adiantadas verifica-se ter sido a minimização da afectação dos recursos hídricos uma questão preponderante na sua concepção, designadamente no que respeita aos índices de impermeabilização do solo e às necessidades hídricas, objectivando-se uma elevada sustentabilidade ambiental dos projectos. Assim, os índices de impermeabilização do solo, bem como outros indicadores relevantes para a avaliação, estão indicados no Quadro 5.3, relevando-se a inadequabilidade da área para a recarga de aquíferos, parâmetro que está na base da classificação actual do solo, e evidenciando-se que a Proposta concretiza projectos que permitem minimizar efeitos não desejáveis sobre os recursos hídricos. Em acréscimo, refere-se que as áreas objecto da presente Proposta não interferem com os perímetros de protecção das captações da Carregueira, que se localizam próximo do Eco-Parque do Relvão, como se pode verificar pela observação da Figura Qualidade do Ambiente água, ar, ambiente sonoro A Proposta permitirá viabilizar a concretização de um conjunto de projectos de investimento e outros já implementados na área da gestão de resíduos e da promoção de energias renováveis, daqui decorrendo efeitos na qualidade ambiental da região, como se descreve abaixo. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 63

71 Quadro 5.3 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD qualidade ambiental FCD Critério de Avaliação Indicador Efeitos Positivos/Oportunidades Efeitos Negativos/Riscos 1. O dispositivo geolitológico presente nos locais não permite considerá-los com relevância para efeito de protecção de áreas estratégicas para a recarga de aquíferos, facto que, no quadro da presente Proposta de Alteração, sustenta a alteração de uso do solo pretendida e a sua exclusão do regime da REN 2. Os índices de impermeabilização do solo são reduzidos a moderados (20%, para o CIVTRHI, 42% para a Bioenergy, por exemplo) 3. Os projectos que concretizam a Proposta permitem reduzir o impacte ambiental através de abordagens inovadoras na prevenção da poluição, eficiência energética e de outras tecnologias de gestão ambiental avançadas: são utilizados sistemas ecoeficientes na gestão da água, que privilegiam o fecho dos circuitos, a minimização de purgas nos sistemas de refrigeração e no circuito de água/vapor (CIVTRHI) e a reutilização de águas residuais para controlo da temperatura no incinerador (CIVTRHI). foram seleccionadas tecnologias menos intensivas em termos de produção de águas residuais, de que é exemplo o tratamento dos gases do incinerador por via semi-seca (CIVTRHI e CIGR) as águas residuais das instalações são tratadas em infra-estruturas com capacidade e adequabilidade para tal, onde é efectuado um estrito controlo da eficiência do tratamento e da qualidade dos meios hídricos onde se processa a descarga 4. Dando corpo ao conceito de simbiose industrial, as empresas a instalar, assim como as já implementadas, irão permutar resíduos/sub-produtos, conduzindo a um maior aproveitamento dos recursos materiais e energéticos: os resíduos produzidos nas instalações são recolhidos e armazenados separativamente em locais adequados, sendo depois enviados para valorização ou destino final nas empresas existentes no Eco-Parque de acordo com as suas características A distância que se verifica entre os locais em apreço e os aglomerados populacionais é um factor favorável, na medida em que permite uma maior dispersão dos poluentes e menores níveis de concentração nas áreas habitadas Os dados de qualidade relativos a anos transactos indicam que o funcionamento das unidades já instaladas não afecta a qualidade do ar, que se tem mantido em níveis satisfatórios As instalações existentes e as que se irão instalar dispõem de tecnologias de tratamento das emissões gasosas state-of-the-art, que reduzem significativamente os níveis de emissão As instalações contribuem para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e para a promoção da utilização das energias renováveis (maximização da eficiência energética com a produção de energia eléctrica a partir de matéria residual, no caso do CIVTRHI e CIGR; redução da utilização de combustíveis fósseis por substituição por fontes renováveis, no caso da BEP, Finertec, Resitejo, etc.) Qualidade ambiental Afectação da qualidade dos meios hídricos e do solo Área de solo classificado na REN Estado de qualidade das massas de água superficiais e subterrâneas Produção, tratamento, destino final/valorização das águas residuais e dos resíduos Existência de sistemas de gestão ambiental públicos ou privados (águas residuais, resíduos, outros) com capacidade e adequabilidade técnica para absorver as solicitações resultantes dos projectos que concretizam a Proposta A implementação dos projectos que concretizam a Proposta contribui para um aumento, ainda que reduzido, do consumo de água, da carga poluente afluente às massas de água e da impermeabilização do solo A implementação dos projectos que constituem a proposta, bem como a evolução da ocupação do Eco-Parque, ao promover a impermeabilização do solo associada à perda do coberto vegetal poderão potenciar os fenómenos de erosão e inundações em zonas críticas a jusante Afectação da qualidade do ar Estado de qualidade do ar Produção/tratamento das emissões gasosas Distância a aglomerados populacionais As emissões gasosas tratadas das instalações veicularão uma carga poluente residual, que dará origem a um pequeno aumento das concentrações de alguns poluentes no ar ambiente, mas previsivelmente muito abaixo dos valores máximos admissíveis Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 64

72 Quadro 5.3 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD qualidade ambiental (cont.) FCD Critério de Avaliação Indicador Efeitos Positivos/Oportunidades Efeitos Negativos/Riscos Qualidade ambiental Afectação da saúde pública Afectação do conforto acústico das populações Níveis de exposição da população aos poluentes de risco Distância a aglomerados populacionais Níveis de ruído nos receptores sensíveis Os efeitos na saúde pública, avaliados em termos de risco e de perigo, são muito reduzidos, quer porque os quantitativos emitidos são relativamente baixos, quer porque a distância aos receptores sensíveis é relevante O Eco-Parque do Relvão localiza-se numa área isolada e localizada a grande distância de aglomerados populacionais. Também os acessos próximos ao Eco-Parque do Relvão não têm receptores sensíveis nas suas proximidades As instalações prevêem medidas de minimização de ruído na fonte e um controlo/monitorização rigorosos das emissões ruidosas Os níveis de ruído nas herdades da Galega Nova e Valeira não são alterados significativamente Os poluentes emitidos pelo incinerador de resíduos hospitalares do CIVTRHI e do CIGR apresentam potencialmente risco para a saúde humana Não está avaliado o efeito cumulativo do funcionamento simultâneo das duas instalações de incineração de resíduos hospitalares Os níveis de ruído nos receptores sensíveis localizados próximo das vias EN118, EN243 e EN365 serão aumentados, situação que será invertida com a construção do IC3 e da nova via municipal de ligação ao Eco-Parque Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 65

73 E 2 A F B 6 7 D 3 4 C 5 G SIMBOLOGIA: ESC.: 1/ ECO-PARQUE FASE I (1) - SISAV (2) ECODEAL (3) - RESITEJO (4) - RIBTEJO (5) - CIVTRHI (6) - BIOENERGY (7) CHAMUSCA 1 CARREGUEIRA

74 Os projectos em referência utilizam tecnologias e procedimentos state-of-the-art na forma de abordar o controlo e tratamento das emissões poluentes e nos dispositivos e medidas de segurança previstos. Das unidades já instaladas e a instalar destacam-se: Unidade de tratamento de resíduos hospitalares do GIII (Fase I), que utiliza uma tecnologia de tratamento inovadora em Portugal (microondas), com inequívocas vantagens técnicas e ambientais relativamente aos sistemas actualmente implantados no país, que não produz águas residuais, emissões gasosas ou odores e cujo resíduo resultante do processo pode ser eventualmente reciclado; Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais CIVTRHI, que utiliza a tecnologia de incineração com recuperação de energia da empresa dinamarquesa Envikraft A/S, devidamente experimentada e comprovada, e dando resposta integral, não só à legislação nacional e comunitária aplicável, mas também às Melhores Técnicas Disponíveis, tal como definidas no BREF Waste Incineration ; Os centros integrados de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos (CIRVER) conjugam as melhores tecnologias disponíveis, permitindo viabilizar uma solução específica para cada tipo de resíduos, de forma a optimizar a condições de tratamento e a minimizar os custos do mesmo; A Resitejo implementou recentemente a unidade de tratamento mecânico e biológico destinada a valorizar uma fracção significativa (90%) dos RSU indiferenciados, que permitirá maximizar a vida útil do aterro e minimizar a produção de lixiviados, biogás e de maus odores associados. O sistema de tratamento implementado assenta em tecnologia inovadora, desenvolvida para esta instalação. As águas residuais não domésticas produzidas nas instalações ou são tratadas até níveis compatíveis com os normativos exigíveis à descarga em meio hídrico (Sisav, por exemplo) ou são pré-tratadas nas instalações e trasfegadas para afinação e descarga final numa das ETAR do concelho ou nos CIRVER, dependendo das suas características constitutivas. As águas residuais domésticas são recolhidas pela Câmara Municipal e enviadas para um dos sistemas de tratamento camarários. O Eco-Parque do Relvão está localizado no sistema de saneamento da Carregueira, que dispõe de ETAR, a funcionar. A rede de drenagem está em construção, não estando previsto estendê-la ao Eco-Parque do Relvão num quadro de intervenção de curto-prazo. Os resíduos que serão produzidos nas novas instalações do Eco-Parque terão naturalmente aceitação no quadro das várias valências de actuação das unidades já implantadas, deste modo alargando-se e fortalecendo-se as redes simbióticas desejáveis para a plataforma logística na óptica da ecologia industrial. Nestes termos, as infra-estruturas de tratamento disponíveis, quer no Eco-Parque, quer na sua envolvente próxima, têm adequabilidade e capacidade para absorver a procura pelo que estão asseguradas as condições para uma forte sustentabilidade ambiental da Proposta. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 67

75 No que respeita às emissões gasosas das unidades em apreço, as situações potencialmente mais impactantes são os dois CIRVER, a Resitejo, o CIVTRHI, a unidade da Ambimed e a instalação de reciclagem de plásticos da Finertec. No entanto, todas as instalações dispõem ou serão equipadas com os necessários dispositivos de tratamento das emissões gasosas, cumprindo os exigentes valores limite de emissão legalmente exigíveis às actividades em questão. Os dados do controlo da qualidade do ar efectuado na estação de monitorização da Chamusca evidenciam a fraca relevância destas fontes de emissão para o quadro qualitativo global na envolvente. Como evidenciado no ponto 5.3.1, os dados disponíveis na rede QUALAR indicam que a qualidade do ar na Chamusca inscreve-se no nível Bom, com todos os poluentes, excepto o ozono, a apresentarem valores muito abaixo dos máximos regulamentares. Quanto ao ozono, verifica-se sistematicamente algumas excedências aos valores máximos permitidos, que se relacionam com as emissões biogénicas de um dos precursores deste poluente associadas às extensas áreas florestadas da região. Na situação futura, após a implementação dos projectos que concretizam a Proposta, espera-se que a qualidade do ar se mantenha no mesmo nível de classificação actual, de acordo com as simulações apresentadas nos EIA do CIVTRHI e CIGR. Em relação ao ruído, a área de intervenção directa da presente Proposta é bastante isolada, localizando-se a distâncias razoáveis dos aglomerados mais próximos, Carregueira a 5 km e Chamusca a 9 km. As únicas habitações isoladas localizadas num raio de 5 km são as herdades de Galega Nova e Valeira, situadas a 850 m e 1000 m respectivamente do CIVTRHI e da BEP. De acordo com os dados disponíveis no EIA do CIVTRHI, os equipamentos ruidosos a instalar cumprirão os valores limite de potência sonora, quer no exterior, quer no interior das instalações, e as simulações efectuadas indicam que a entrada em funcionamento destas instalações não irá ter efeitos com significado no ambiente acústico destes dois receptores sensíveis. Quanto ao efeito da geração de tráfego pelos projectos que concretizam a Proposta no ambiente sonoro, será expectável que nos primeiros anos de funcionamento dos mesmos os níveis de ruído nos receptores sensíveis localizados nas imediações das principais vias de acesso ao Eco-Parque sofram um aumento, designadamente nas EENN 118, 243, 365 e EM1375 (trecho de atravessamento da Carregueira), em relação com o aumento do tráfego previsto para estas vias (ver ponto , mais adiante). No entanto, com a construção das novas vias (IC3 e via municipal), prevêse que o tráfego com destino ao Eco-Parque seja por estas capturado e que a pressão sobre os referidos receptores sensíveis diminua. Em síntese, os efeitos nos factores de qualidade do ambiente serão pouco significativos, quer nas massas de água, quer no ar ambiente, não se prevendo situações de desrespeito pelos normativos legais em vigor nos vários domínios aplicáveis. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 68

76 As condições de conforto acústico junto dos receptores sensíveis que se localizam nas proximidades das vias de acesso ao Eco-Parque deverão reduzir-se devido ao aumento da procura de tráfego. No entanto, esta situação deverá melhorar substancialmente com a construção do previsto IC3 e da nova via municipal. Por outro lado, o funcionamento das unidades existentes e futuras no Eco-Parque não produzirá alterações relevantes nas condições acústicas dos receptores existentes nas suas proximidades. Saúde pública No que respeita à saúde pública, foram avaliados os efeitos que poderiam eventualmente ocorrer sobre a saúde da população como resultado da sua exposição às emissões gasosas do CIVTRHI e do CIGR, tendo sido avaliados o risco e o perigo no âmbito dos respectivos EIA. O risco representa a probabilidade incremental de que um indivíduo contraia uma doença cancerosa ao longo da sua vida em resultado da exposição específica a um determinado composto carcinogénico. O perigo não é uma probabilidade, mas sim o quociente entre a exposição real e uma exposição/concentração de referência. A exposição/concentração de referência é calculada para igual período de exposição e é tal que não coloque apreciável possibilidade de efeitos adversos sobre a saúde dos receptores, incluindo grupos especiais de população. Os resultados da avaliação efectuada pelo CIVTRHI indicam que, no pior cenário, o risco de contrair doenças cancerosas, devido à exposição por via inalatória, é de 1,7 10-6, isto é, em condições de exposição máxima, a probabilidade individual é de 1 indivíduo em contrair uma doença cancerosa. Os resultados indicam, ainda, que os adultos apresentam um risco mais elevado que as crianças. Na povoação da Carregueira o risco máximo é menor, com um valor estimado de 9,1 10-7, isto é, uma probabilidade individual de cerca de 1 indivíduo em Os riscos acima determinados são baixos quando comparados com riscos correntemente referidos na literatura. No que se refere aos efeitos de doenças não cancerosas, os resultados obtidos pelo CIVTRHI para o valor dos cocientes de perigo são todos inferiores a 1 (o valor máximo é de cerca de 0,12, nos cenários de exposição máxima, e de cerca de 0,05, nos cenários na Carregueira), mostrando que não é de esperar que os referidos efeitos se manifestem. Os resultados também indicam que as exposições agudas (de curta duração) podem ser mais relevantes que a exposição crónica, mas ainda assim com valores máximos do cociente agudo de perigo de 0,219 (valor significativamente abaixo do valor 1) e que os óxidos de azoto são os contribuintes mais relevantes. Em síntese, os efeitos na saúde pública resultantes do funcionamento do CIVTRHI serão negativos, mas de relevância pouco significativa. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 69

77 5.3.3 Directrizes Conclusão semelhante está expressa no EIA do CIGR, à data em avaliação, embora este estudo não apresente a análise dos efeitos cumulativos com a instalação do CIVTRHI, que já está em construção. No Quadro seguinte elencam-se os efeitos positivos e negativos no FCD Qualidade Ambiental resultantes da implementação da Proposta. As orientações estratégicas definidas no quadro de referência para a presente AAE e os objectivos de sustentabilidade ambiental a prosseguir por este plano apontam para a utilização racional dos recursos, através da criação de redes simbióticas que permitam fechar ciclos de materiais e promover a eficiência energética dos sistemas, com inequívocos ganhos ambientais. Os projectos que concretizam a Proposta dão corpo aos princípios e orientações estratégicas do QRE, bem como aos objectivos de sustentabilidade definidos na presente avaliação, como ficou patente no ponto anterior. Por outro lado, a Câmara Municipal da Chamusca pretende desenvolver o projecto SYMBIO Facilitação de Simbioses Industriais Regionais, que tem como objectivo avaliar e promover acções com vista a potenciar as redes simbióticas entre empresas existentes no concelho e arredores, identificando novas oportunidades de negócio associadas ao potencial de reutilização de materiais e à promoção da utilização das energias renováveis e da redução da emissão dos gases com efeito de estufa. Ainda, no sector energético, a Câmara da Chamusca pretende elaborar o Masterplan Energético do Eco-Parque do Relvão, que inclui o levantamento do potencial de aproveitamento energético dos recursos endógenos do Parque e da região envolvente (energias renováveis - solar, eólica, biomassa), a elaboração da matriz energética e a elaboração de um Plano de Acção Estratégico, com a identificação de eixos prioritários de intervenção e de medidas concretas a implementar. Este Masterplan e respectivo Plano de Acção Estratégico serão fundamentados em diversos estudos técnicoeconómicos de viabilidade de implementação das medidas de eficiência energética e energias renováveis, de âmbito colectivo e individual, incluindo a identificação de possíveis modelos de financiamento. Adicionalmente, no campo específico dos recursos hídricos, propõe-se a criação e implementação de um código de boas práticas e de eco-eficiência na gestão dos recursos hídricos no Eco-Parque do Relvão, norteado pelos princípios de redução do consumo de água; adequação da qualidade da água aos usos; e diminuição da carga poluente das águas residuais descarregadas. Algumas das medidas de carácter geral a promover seriam: Dar preferência à utilização de pavimentos porosos nas áreas de passeios, arruamentos pedonais, estacionamentos da unidade industrial, entre os principais, de modo a minimizar a impermeabilização do solo; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 70

78 Medição e registo regular dos consumos de água, de acordo com os vários usos, e subsequente análise comparativa dos gastos e verificação das áreas onde se podem implementar medidas de minimização de consumos; Controlo frequente das fugas de água nas diferentes redes de abastecimento de água e implementação das medidas de correcção adequadas; Aproveitamento máximo das águas de refrigeração e aquecimento; Efectuar, sempre que possível, a limpeza de pavimentos por varrimento mecânico, ou manual, em substituição da limpeza com água à mangueira; Instalação de eficientes sistemas de rega dos espaços verdes das unidades do Parque e utilização de águas residuais na rega sempre que estas reúnam condições adequadas para o efeito; Instalação de dispositivos de corte do fornecimento equipados com temporizadores nos pontos terminais das redes de fornecimento de água a serviços colectivos (balneários, refeitórios); Nos balneários, utilização de cisternas de autoclismo dos aparelhos de retrete com opção de descarga reduzida; Estudo da possibilidade de utilização das águas residuais tratadas para usos menos exigentes, como por exemplo, autoclismos das bacias de retrete. 5.4 Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos Situação actual e tendência de evolução De entre os processos naturais e tecnológicos susceptíveis de produzirem perdas e danos humanos, económicos e ambientais, na área de incidência da presente análise, pode referir-se como mais relevantes o risco sísmico, o risco de incêndio florestal e os riscos associados ao funcionamento das instalações existentes na área envolvente dos locais em apreço. Consideram-se não relevantes na área em análise os perigos relacionados com a radioactividade natural, os movimentos de massa em vertentes, as cheias e inundações. O vale do Tejo e região envolvente apresentam actividade sísmica importante, associada à falha (ou zona de falhas) do curso inferior deste rio, que se manifestou de forma mais significativa nos abalos de 1531 e Durante este último, a intensidade verificada na zona foi de grau VI a VII, da escala de Mercalli. Durante o terramoto de 1755, que teve origem na fractura Açores-Gibraltar, registou-se uma intensidade de grau VIII (escala de Mercalli) na linha sismo-tectónica Chamusca/Pinheiro Grande/Praia do Ribatejo. A intensidade VII foi registada ao longo do Vale do Tejo, a Sudoeste de Constância, abrangendo provavelmente a área de análise. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 71

79 De acordo com Zêzere et al. 4, a susceptibilidade sísmica na zona em apreço é baixa (intersecção da intensidade sísmica máxima de VIII com PGA 5 < 3,2 m/s 2 ) a moderada (intersecção da intensidade sísmica máxima de grau IX com PGA 2,4 3,2 m/s 2 ; intensidade sísmica VIII com PGA 3,2 4,0 m/s 2 ). Cerca de 80% do território do concelho da Chamusca é ocupado por povoamentos florestais, com dominância do Sobreiro (Quercus suber) e, em menor escala, do Eucalipto (Eucalyptus globulus) e Pinheiro (Pinus pinaster). É na zona Norte do concelho que se localizam os maiores povoamentos de Pinheiro e Eucalipto, o que atendendo à maior susceptibilidade destas espécies à propagação de incêndios, determina um maior risco para as áreas geográficas das freguesias setentrionais deste município. As estatísticas das ocorrências de incêndios no concelho evidenciam e confirmam esta maior sensibilidade. Com efeito, no período de 2001 a 2012 arderam no concelho da Chamusca ha, correspondentes a 32% da área do território municipal. O maior número de ocorrências de incêndio neste período sucedeu na freguesia de Carregueira (cerca de 38% das ocorrências totais) e aproximadamente 50% ocorreu nas freguesias de Ulme e Carregueira. A maior área ardida teve lugar na freguesia do Ulme, que correspondeu a 92% da área total ardida no concelho no mesmo período ( em Dezembro de 2013). Os povoamentos florestais foram os mais atingidos, correspondendo a cerca de 63% de área ardida total, para o que muito contribuiu o incêndio de 2003, em que foram destruídos ha desta tipologia de espaço florestal. Analisando o historial dos incêndios no último decénio, o ano de 2003 apresentou-se catastrófico para o concelho da Chamusca deste ponto de vista, tendo sido consumidos ha de florestal, do quais 99,5% na freguesia do Ulme. O ano 2005 também se destaca no período, embora de forma menos significativa, tendo-se registado ha de floresta ardida, na sua quase totalidade na freguesia da Carregueira (idem). A carta de ocorrências de incêndios (Figura 5.12) mostra as áreas percorridas por incêndio na área do Eco-Parque, podendo visualizar-se a extensão das manchas afectadas nos anos de 2003 e De acordo com o Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios da Chamusca, o período com temperaturas mais altas e humidades relativas do ar baixas coincide com o período crítico de área ardida total, bem como do registo do n.º de ocorrências. Foram elaboradas as cartas de risco de incêndio e de perigosidade de incêndio para o concelho da Chamusca, de que se apresentam os respectivos extractos para o Eco- Parque do Relvão (Figuras 5.13 e 5.14). 4 José Luíz Zêzere, Catarina Ramos, Eusébio Reis, Ricardo Garcia, Sérgio Oliveira, (2007/2008), Perigos naturais, Tecnológicos e Ambientais na Região do Oeste e Vale do Tejo, INFORGEO, 22/23, Peak ground aceleration Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 72

80 Figura 5.12 Áreas percorridas por incêndio Fonte: Câmara Municipal da Chamusca Figura 5.13 Carta de Perigosidade de Incêndio para o Eco-Parque do Relvão Fonte: Câmara Municipal da Chamusca Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 73

81 Figura 5.14 Carta de Risco de Incêndio para o Eco-Parque do Relvão Fonte: Câmara Municipal da Chamusca Como se pode apreciar, a perigosidade de incêndio, que reflecte as dimensões da susceptibilidade do local e a probabilidade de ocorrência do fenómeno (Varnes, ), é maioritariamente alta na área do Eco-Parque do Relvão, apresentando, pontualmente, áreas com perigosidades em nível muito alto, designadamente na área de implantação da Resitejo, bem como parte da herdade da Galega, fora do Eco-Parque do Relvão. Já no que se refere ao risco de incêndio, que dá conta, não só da probabilidade de ocorrência do fenómeno, mas também da extensão dos danos que podem ocorrer, constata-se que o nível mais representado é o muito alto, assinalando-se algumas áreas com risco alto e risco baixo. O concelho da Chamusca tem uma actividade industrial relativamente modesta, sendo representada pelos sectores da indústria metalúrgica, indústria do papel (embalagens), indústria da madeira (serração, carpintaria, mobiliário), cortiça (preparação) e indústria alimentar, associada à transformação de produtos agrícolas (arroz, trigo, milho, vinha e tomate). A construção civil também desempenha um papel significativo na actividade económica do concelho. 6 Varnes, D.J., International Association of Engineering Geology Commission on Landslides and Other Mass Movements on Slopes (1984) Landslide hazard zonation: a review of principles and practice, UNESCO, Paris. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 74

82 A actividade industrial concentra-se, fundamentalmente, em espaços de iniciativa autárquica, designadamente a Zona Industrial de Ulme, preferencialmente vocacionada para unidades de média e grande dimensão, a Zona Industrial da Chamusca e, ainda, as Zonas Industrias do Chouto e de Parreira. Por seu lado, o Eco-Parque do Relvão está vocacionado para a instalação de empresas com actividade nas áreas da reciclagem e de outras fileiras da área ambiental, designadamente nos domínios da deposição e tratamento de resíduos, da reciclagem e valorização de resíduos, da indústria ambiental, das energias renováveis e de investigação ambiental, como já foi anteriormente referido. Das empresas sedeadas no Eco-Parque do Relvão, importa identificar as que, pelo seu potencial para gerar perigo, podem interessar à presente análise, designadamente as que estão abrangidas pelo regime de Prevenção e Controlo de Acidentes Graves Envolvendo Substâncias Perigosas (Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Junho) e as instalações abrangidas pelo regime da Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP). À data não estão instaladas no concelho da Chamusca quaisquer actividades abrangidas pelo Decreto-Lei n.º 254/2007. Em projecto, está a unidade UAG da TAGUSGAS, um dos projectos que concretiza a presente Proposta de Alteração, que está enquadrada por este regime, no nível inferior de perigosidade, tendo já sido enregue a Avaliação de Compatibilidade de Localização (ACL) na APA para autorização. Também a nível de projecto, é conhecida a intenção da Maxampor de instalar uma unidade de fabrico de explosivos no concelho da Chamusca, que ficará enquadrada por este regime, no nível superior de perigosidade. No entanto, a localização definida está em conflito com o perímetro de protecção alargado das captações da Carregueira, pelo que o processo de instalação desta unidade terá necessariamente de ser reanalisado, razão pela qual esta unidade foi retirada do conjunto de projectos que dão corpo à presenteproposta. No que respeita a instalações abrangidas pelo regime PCIP, no concelho da Chamusca identificam-se duas unidades do sector da cerâmica (uma na Z.I. Ulme e outra na Z.I. da Chamusca); uma instalação de fabrico de papel e cartão em Ulme; uma unidade do sector da pecuária, também em Ulme; o aterro sanitário da Resitejo; o aterro de resíduos industriais banais (Ribtejo) e os dois centros de gestão de resíduos perigosos, Sisav e Ecodeal. Acresce referir que o concelho da Chamusca é atravessado por uma infra-estrutura fixa de transporte de substâncias perigosas, designadamente o gasoduto de 1.º escalão Campo Maior Leiria Braga, que se desenvolve a pouco menos de 5 km a Norte das áreas objecto de apreciação. Também, o transporte de substâncias perigosas por estrada é um perigo a considerar nas principais vias do concelho da Chamusca, designadamente, entre outros, no que se refere aos resíduos perigosos destinados aos centros de tratamento do Eco-Parque do Relvão. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 75

83 O transporte de resíduos perigosos, em Portugal, está sujeito às disposições do Decreto- Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º n.º 206-A/2012, de 31 de Agosto, que aprova o Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE) e outras regras respeitantes ao transporte rodoviário de mercadorias perigosas. Neste domínio, é, ainda, aplicável a Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio, relativa às transferências de resíduos no território nacional. Assim, a realização de transporte de mercadorias perigosas está sujeita a exigentes requisitos e condições de segurança, sendo que na situação de ocorrência de qualquer derrame é obrigatória a imediata limpeza do local. A tendência de evolução da situação actual no domínio dos riscos naturais, ambientais e tecnológicos será a de uma progressiva minimização do número e da extensão dos efeitos dos incêndios florestais no concelho da Chamusca, caso sejam implementadas as medidas e acções previstas no Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. Na vertente tecnológica, espera-se um aumento do risco associado ao incremento das actividades a instalar no Eco-Parque do Relvão e áreas limítrofes na medida directa do grau de risco das unidades que vierem a se instalar nesta área Efeitos decorrentes da Proposta de Alteração A Proposta permitirá viabilizar um conjunto de instalações ligadas à gestão de resíduos e às energias renováveis, às quais estão associados graus de risco variáveis. Com excepção da UAG da Tagusgás, nenhuma destas unidades está abrangida pelo regime legal da Prevenção e Controlo de Acidentes Graves Envolvendo Substâncias Perigosas estatuído pelo Decreto-Lei nº 254/2007, de 12 de Junho, dado não estar previsto armazenar nas instalações substâncias perigosas em quantidades superiores aos limiares definidos no Anexo I deste diploma. Os CIRVER, assim como a Resitejo, a Ribtejo, o CIVTRHI e o centro integrado de gestão de resíduos da Ambimed, estão sujeitos ao regime da Prevenção e Controlo Integrados da Poluição, acrescendo que as duas primeiras e as duas últimas instalações referidas estão também sujeitas ao regime de AIA, para além da unidade do Somos Ambiente instalada na Fase I do Eco-Parque. No que respeita à UAG da Tagusgás, e como referido acima, esta unidade está enquadrada no regime instituído pelo Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de Junho, no nível inferior de perigosidade no que toca às exigências de segurança. As instalações abrangidas por este nível de exigência estão obrigadas a cumprir um conjunto de procedimentos, de que se destacam a Avaliação da Compatibilidade de Localização, a Notificação, o Relatório de Segurança e o Plano de Emergência Interno, para além das acções regulares de simulação de acidentes e do cumprimento das obrigações em caso de acidente grave. A Tagusgás apresentou à entidade competente a Avaliação da Compatibilidade de Localização, aguardando parecer da mesma. Oportunamente, a empresa pretende dar continuidade às restantes obrigações que lhe estão cometidas na qualidade de instalação de nível inferior de perigosidade. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 76

84 Em termos da vulnerabilidade da envolvente, importa referir que os edifícios mais próximos com usos habitacionais se localizam nas herdades de Valeira e Galega Nova, distando cerca de 870 m da Bioenergy e 880 m do CIVTRHI, a primeira, e cerca de 870 m da Bioenergy e 1300 m da Ecodeal, a segunda, para citar as instalações mais próximas. As casas de habitação limítrofes da povoação da Carregueira situam-se a cerca de 1500 m da Fase I. Ao nível de receptores ambientalmente sensíveis na área em estudo, citam-se as captações para abastecimento público da Carregueira, cuja localização foi anteriormente apresentada (Figura 5.12). O sítio integrado na rede nacional de áreas classificadas mais próximo (Paul do Boquilobo) está situado a mais de 10 km do Eco-Parque, pelo que não será afectado no caso de um eventual acidente. O risco associado a alguns dos projectos que concretizam a Proposta foi avaliado no âmbito dos respectivos Estudos de Impacte Ambiental, no caso dos CIRVER, CIVTRHI, CIGR e Somos Ambiente, no projecto de licenciamento da Bioenergy e na ACL da Tagusgás, onde estão identificados os cenários de acidente com maior probabilidade de ocorrência e a extensão/severidade dos efeitos, bem como as medidas de prevenção, minimização e intervenção adequadas. Não está disponível informação relativa aos restantes projectos que concretizam a Proposta. Seguidamente, referem-se as principais conclusões extraídas dos documentos referidos. CIRVER/Ecodeal, Ribtejo e Resitejo Estando estas unidades sujeitas ao regime da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição, estão obrigadas a um conjunto de procedimentos, entre os quais os que se referem à gestão da segurança, nos termos das respectivas Licenças Ambientais. Destacam-se, em relação com a presente avaliação, as seguintes: O operador deve declarar uma situação de potencial emergência sempre que ocorra qualquer falha técnica detectada passível de ser traduzir numa potencial emergência, ou qualquer disfunção ou avaria dos equipamentos de controlo ou de monitorização, passíveis de conduzir a perdas de controlo dos sistemas de redução da poluição ou qualquer outra libertação não programada para a atmosfera, água ou solo por outras causas; Em caso de ocorrência de qualquer situação de potencial emergência, o operador deve notificar a APA, a CCDR e a Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT) desse facto, tão rapidamente quanto possível e no prazo máximo de 24 horas após a ocorrência, indicando as medidas adoptadas para minimizar os efeitos da mesma. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 77

85 CIVTRHI Os cenários de acidentes estudados incluem, para além de possíveis ocorrências com a armazenagem de GPL e outras situações de menor relevância para a presente análise, o derrame de um camião-cisterna contendo solventes (halogenados e não halogenados), seguido de incêndio e formação de nuvem tóxica, e derrame de um camião-cisterna contendo amónia a 25%, seguido de formação de nuvem tóxica. Os resultados apontam para raios de danos graves que circunscrevem os efeitos dos acidentes ao perímetro da instalação, no caso de incêndio. Já no caso de derrame e formação de nuvem tóxica, o raio de afectação alcança valores inferiores a 500 m, afectando portanto apenas os trabalhadores da instalação em questão ou pessoas que acidentalmente se encontrem na envolvente próxima, dado que as casas de habitação mais próximas se encontram a mais de 850 m. Sendo esta uma instalação abrangida pelo regime PCIP, está obrigada a adoptar medidas específicas, de prevenção e reparação, sempre que se ocasione um dano ambiental, devendo de imediato ser notificadas as entidades competentes desse facto. CIRVER Sisav Os cenários de acidentes graves estudados incluem: Derrame de um camião-cisterna contendo um produto altamente inflamável, seguido de incêndio. Neste cenário, estima-se um raio de fatalidade de cerca de 51 m, que se poderá traduzir na perda das vidas humanas que permanecerem nessa área. O incêndio terá efeitos graves até um raio de cerca de 73 m, quer em termos de queimaduras em trabalhadores, quer de danos em bens que se encontrem nessa área; Derrame em reservatório de armazenagem de produto altamente inflamável para a bacia de contenção, seguido de ignição e incêndio. Nesta situação, estima-se que o raio de fatalidade seja de 37 m e que o incêndio deva produzir efeitos graves numa área com um raio até 53 m. Poderá, igualmente, produzir efeito de dominó em reservatórios próximos, caso estes não sejam arrefecidos com água no decorrer do incêndio; Fuga de gás natural por rotura de uma conduta aérea. Neste cenário, os efeitos da radiação da chama atingem um raio de 20 m, em relação ao ponto de fuga e ignição do gás propano, afectando nessa área pessoas e bens que estejam presentes; Derrame do conteúdo de tambor de óleos usados no pavimento exterior dos edifícios, com descarga para a linha de água através da rede de drenagem pluvial. Este cenário, bem como outros relacionados com derrames para o solo, foram considerados de risco baixo em consequência das medidas implementadas, entre as quais, bacias de contenção em todos os sistemas de armazenagem e, ainda, uma bacia de emergência e uma bacia de tempestade para retenção das águas pluviais com riscos de contaminação. As águas pluviais eventualmente contaminadas ficam retidas nestas bacias, seguindo posteriormente para tratamento. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 78

86 Nos termos da Licença Ambiental n.º 42/2006 e respectivo Aditamento, em caso de ocorrência de qualquer situação de potencial emergência o operador deve declarar e notificar a CCDR, a ECL e a IGAOT e de imediato implementar as acções preventivas e outras acções que se revelem necessárias para a regularização da ocorrência. UAG da Tagusgás Do ACL da instalação é possível retirar as seguintes conclusões: As substâncias perigosas que estarão presentes na UAG são o gás natural (GN) e o THT (TetraHidroTiofeno), este último em quantidades insignificantes numa perspetiva de acidentes graves (130 litros); Está prevista a existência de uma bacia de retenção que, pelas suas dimensões, garante que libertações de gás natural liquefeito (GNL) ficam totalmente contidas no seu interior, incluindo um derrame total do reservatório. O eventual derrame da totalidade de THT (130 litros) na instalação ficará igualmente retida na bacia de retenção; Tendo como base a análise de riscos realizada, conclui-se que as situações perigosas que podem originar cenários de acidentes graves são roturas várias de tubagens e reservatórios da unidade; A frequência associada à eventual rotura de reservatório é inferior a 1x10-6 /ano; A frequência associada às restantes situações perigosas suscetíveis de ocorrer (eventos iniciadores, nomeadamente roturas dos equipamentos referidos no parágrafo anterior com a consequente perca de confinamento de substância perigosa) é, de um modo geral inferior a 1x10-4 /ano, classificada como extremamente remota; A situação que apresenta uma frequência mais elevada é a eventual rotura em mangueira de trasfega (abastecimento do reservatório a partir de camião cisterna), a qual se situa em 8,3x10-4 /ano, classificada ainda como de ocorrência remota durante a vida útil da instalação; Relativamente à estimativa global das duas zonas de perigosidade, conclui-se: Zona com possibilidade de ocorrência de danos irreversíveis até 213 metros relativamente à instalação da UAG; Zona com possibilidade de ocorrência de letalidade até 172 metros relativamente à instalação; Destaca-se que esta área está associada à possibilidade de ocorrência de uma explosão da nuvem de gás natural, a qual tem uma frequência de 6,7x10-5 /ano. No que concerne ao ramal de gás natural no exterior, as zonas de perigosidade sobrepõem-se, tendo um alcance de 5 metros. No que concerne à vulnerabilidade da envolvente nas zonas de perigosidade: Não existem áreas habitacionais ou elementos sensíveis nas zonas de perigosidade; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 79

87 Nas zonas de perigosidade encontram-se três estabelecimentos industriais, a SISAV, a Enviroil e a Sucatas Lopes. Nestas instalações podem encontrar-se, no máximo, 68 pessoas; Os estabelecimentos industriais presentes na zona não recebem público; Os acidentes graves suscetíveis de ocorrer estão associados a libertação de gás natural, não se prevendo a ocorrência de contaminação do ambiente, uma vez que o gás natural não tem características perigosas para os recetores ambientais; Pelo exposto, de uma forma geral, o nível de risco das unidades que concretizam a Proposta é baixo, com excepção da UAG da Tagusgás, verificando-se que os meios de prevenção e protecção implementados e a implementar são os adequados para assegurar um nível de risco controlado, com efeitos restringidos, fundamentalmente, ao interior das instalações. Por outro lado, importa também analisar os efeitos do aumento do tráfego de veículos de transporte de mercadorias perigosas com destino ao Eco-Parque do Relvão e com origem neste. Devido às características de algumas substâncias transportadas por estrada (resíduos perigosos, hospitalares e industriais, combustíveis líquidos, outros), os efeitos de um possível cenário de acidente não podem ser negligenciados. Com efeito, os acidentes com veículos transportando mercadorias perigosas podem ter consequências graves, com feridos e mortes, danos materiais elevados e impactes sobre o meio ambiente significativos, principalmente sobre as massas de água, ar, solo e sistemas ecológicos. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, o transporte de mercadorias perigosas representa cerca de 12% do total das mercadorias movimentadas em Portugal (INE, 2005). O transporte rodoviário de mercadorias perigosas constitui cerca de 4,34% da totalidade de mercadorias transportadas por esta via, o ferroviário 4,48% e o marítimo 50,14%. As mercadorias perigosas são maioritariamente transportadas por via marítima, cerca de 70,5% do total de mercadorias perigosas, pese embora a totalidade das mercadorias transportadas ser preponderantemente transportada por meios rodoviários. Quando é avaliado o peso dos acidentes por tipo de via, as estradas nacionais são as que apresentam uma taxa de ocorrência de acidentes maior. As auto-estradas e IP/IC apresentam uma taxa de ocorrência de acidentes semelhante e inferior à das estradas nacionais. As estradas municipais em regra não são utilizadas para o transporte a longas distâncias de substâncias perigosas. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 80

88 O regulamento nacional de transporte de mercadorias perigosas por estrada (RPE) acompanha o ADR (Acordo europeu sobre o transporte internacional de mercadorias perigosas por estrada), que é actualizado de dois em dois anos, estando, à data, consignado no Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 206-A/2012, de 31 de Agosto. Em Portugal, a entidade que regula esta actividade é a Comissão Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas (CNTMP) que é dependente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Aos veículos que transportam mercadorias perigosas é interdita a circulação em determinados períodos de tempo e em estradas definidas pela Portaria n.º 331-B/98, de 1 de Junho e subsequentes alterações (Portaria n.º 578-A/99, de 28 de Julho, e Portaria n.º 131/2006, de 16 de Fevereiro). Por outro lado, as Câmaras Municipais podem estabelecer restrições especiais à circulação de veículos de transporte de mercadorias perigosas, com carácter temporário ou permanente, nas vias sob a sua jurisdição, devendo para tal proceder a uma sinalização adequada. O acesso ao Eco-Parque do Relvão para as viaturas de transporte de mercadorias perigosas (incluindo os resíduos), em percursos de longa distância faz-se maioritariamente por vias de hierarquia superior, ou seja em IP e IC. Apenas o acesso próximo ao Eco-Parque se realiza, actualmente, para percursos provenientes de Norte, através da EN243, com atravessamento da Golegã e da Ponte Isidro dos Reis, seguindo pela EN118, com atravessamento da Carregueira. Para percursos vindos de Sul, o acesso realiza-se através da EN118, com atravessamento de Almeirim, Alpiarça, Chamusca e Carregueira. A partir da EN118, o acesso directo ao Parque faz-se através da EM573 e EM1375. Por decisão camarária, o troço urbano da EM1375/Rua do Relvão está interdito à circulação de viaturas pesadas, incluindo as que transportam mercadorias perigosas, sendo o percurso para estes veículos realizado por Norte, pela EM573. Futuramente, o risco associado ao transporte de mercadorias perigosas será significativamente minimizado, após a construção do IC3 e da nova Estrada Municipal de ligação ao Eco-Parque do Relvão. Por último, é importante reforçar que a concretização dos projectos em apreço aporta, neste domínio, aspectos positivos, que se constituem como pontos fortes da Proposta, designadamente na vertente da minimização da ocorrência de incêndios e dos seus efeitos. Com efeito, como se viu acima o concelho da Chamusca é frequentemente fustigado por ocorrências de incêndios, alguns deles de grandes proporções, estando a área onde se insere o Eco-Parque do Relvão classificada como de prioridade 1 e 2 (máxima e intermédia) na defesa contra estas ocorrências. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 81

89 A Proposta permite suportar os objectivos de sustentabilidade definidos para este FCD, designadamente no que se refere ao combate à desertificação física e à segurança de pessoas e bens, destacando-se os seguintes aspectos: Reforço dos meios de vigilância e combate a incêndio na área do Eco-Parque: está previsto construir, na Fase II, um parqueamento de veículos de intervenção rápida de incêndios, sobretudo para o período mais crítico de verão, e ainda, um edifício destinado ao serviço de protecção civil e serviço de bombeiros. Nesta zona, será, também, instalado um equipamento para abastecimento das viaturas de combate a incêndios; A presença dos trabalhadores que operam as unidades do Eco-Parque contribui para a detecção precoce de ocorrências e a intervenção rápida dos meios de combate a incêndios; Os meios e recursos de combate a incêndios disponíveis nas instalações poderão reforçar os dispositivos existentes, designadamente os de primeira intervenção, e dar um contributo muito positivo para o controlo da propagação dos incêndios florestais na envolvente; As captações de água e respectivos reservatórios das instalações em apreço são pontos de água a acrescentar à rede de pontos de água estratégicos para combate aos incêndios, contribuindo positivamente para a defesa da floresta contra incêndios; A utilização de biomassa florestal residual para a fabricação de peletes (Bioenergy), bem como na produção de composto (Componatura), irá promover a gestão de combustível na floresta e cumprir um papel importante na prevenção dos incêndios florestais. No Quadro 5.4 apresenta-se uma síntese dos efeitos positivos e negativos no FCD Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos resultantes da implementação da Proposta Directrizes As orientações do Quadro de Referência Estratégico, bem como os objectivos de sustentabilidade definidos para este FCD, apontam para a necessidade de mitigar os riscos, promover a segurança de pessoas e bens e, ainda, minimizar os efeitos da desertificação como consequência de fenómenos como os incêndios florestais. A análise efectuada nos pontos anteriores evidencia que a Proposta e os projectos que a concretizam poderão dar o seu contributo para a prossecução destes objectivos na medida da sua intervenção na mitigação dos incêndios florestais. Por outro lado, os projectos integram os meios e recursos necessários à adequada gestão do risco tecnológico que lhes está associado, que já de si foi considerado baixo. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 82

90 Quadro 5.4 Efeitos da Proposta de Alteração para o FCD Riscos naturais, ambientais e tecnológicos Critério de Avaliação Indicador Situação existente Efeitos Positivos/Oportunidades Efeitos negativos/riscos Susceptibilidade à actividade geodinâmica Susceptibilidade à ocorrência de incêndios Intensidade sísmica Existência de falhas ou lineamentos geológicos Áreas percorridas por incêndios O vale do Tejo e região envolvente apresentam actividade sísmica importante, associada à falha (ou zona de falhas) do seu curso inferior Cerca de 80% da área do concelho da Chamusca é ocupada por povoamentos florestais, com dominância do sobreiro Na zona Norte do concelho concentram-se os povoamentos de eucalipto e pinheiro, imprimindo a essas zonas uma maior susceptibilidade aos incêndios. As freguesias de Carregueira e de Ulme estão classificadas como de grau máximo e intermédio no que respeita à prioridade de defesa da floresta. No período de 2001 a 2012 arderam no concelho da Chamusca ha, correspondentes a 32% da área do território municipal Os projectos que concretizam a Proposta não associam acções indutoras de fenómenos de instabilidade sísmica A Proposta contribui positivamente para a prevenção e controlo dos incêndios florestais, nas vertentes gestão do combustível (a Bioenergy e a Componatura irão utilizar biomassa florestal como matéria-prima) e no acréscimo de pontos de água e meios de combate a incêndios que poderão ser disponibilizados pelas existentes e futuras instalações A presença de trabalhadores numa área prioritária concorrerá para o reforço da vigilância da floresta contra incêndios Não se prevêem efeitos negativos com significado dado que o projecto das edificações previstas respeita o Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas, Edifícios e Pontes (RSAEEP) Perigosidade dos processos tecnológicos (grau de risco dos estabelecimentos) Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção e Controlo de Acidentes Graves Envolvendo Substâncias Perigosas (Decreto-Lei n.º 254/2007) Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP) Transporte de mercadorias perigosas Na área do concelho da Chamusca não existem estabelecimentos enquadrados pelo regime consignado no Decreto-Lei n.º 254/2007 Estão registados alguns estabelecimentos abrangidos pelo regime PCIP, de que se destacam as instalações de tratamento e valorização de resíduos perigosos (CIRVER) A cerca de 5 km a Norte da área objecto da Proposta desenvolve-se o gasoduto de 1.º escalão Campo Maior-Leiria-Braga O transporte de mercadorias perigosas, especialmente no que se refere aos resíduos perigosos, é um aspecto a atender, dado a zona em questão concentrar dois centros de tratamento de resíduos perigosos A Proposta viabiliza a criação de uma área para a instalação de actividades de níveis de perigosidade mais elevada, indesejáveis em áreas de maior densidade populacional De uma forma geral, as instalações apresentam níveis de risco tecnológico baixo, dispondo de todos os meios necessários à prevenção e controlo de eventuais cenários de acidente Após a construção do IC3 e Via Municipal de Ligação ao Eco-Parque do Relvão o acesso à área será realizado sem atravessamento de povoações na envolvente Eco-Parque, minimizando-se o risco associado Na situação de ocorrência de um acidente, de acordo com as simulações efectuadas, poderão ser afectadas pessoas e bens, embora em área circunscrita ao interior das instalações. Apenas no caso de formação de nuvem tóxica a área de influência poderá ser maior, contudo sem afectar as casas de habitação isoladas próximas Actualmente, os acessos na proximidade do Eco- Parque do Relvão são constituídos por estradas nacionais e municipais, integrando troços com atravessamento de povoações, como sejam Golegã e Carregueira, para percursos provenientes de Norte, e Almeirim, Alpiarça, Chamusca e Carregueira para percursos vindos de Sul. O previsível aumento do tráfego de veículos de mercadorias perigosas potenciará o risco associado ao transporte destes materiais, agravado pelo facto de ser nas estradas nacionais onde se verifica o maior número de acidentes com este tipo de veículos Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 83

91 Por último, sugere-se a elaboração de um Plano de Emergência Externo para a totalidade da área do Eco-Parque do Relvão, com o objectivo de minimizar os efeitos da ocorrência de qualquer acidente que extravase os limites das unidades presentes e em que os meios internos destas não sejam suficientes para o resolver. A elaboração deste plano deverá ser devidamente articulada com os restantes planos de emergência das unidades instaladas no Eco-Parque, com o Plano Municipal de Defesa da Floresta, bem como com outros planos em vigor em matéria de protecção civil. De referir, por último, que o Programa de Monitorização previsto no âmbito do projecto do CIVTRHI inclui a avaliação da percepção do risco pelas populações e a definição das estratégias de comunicação com vista a promover os esclarecimentos que se mostrarem necessários. Sugere-se a elaboração de um programa análogo para toda a área do Eco-Parque, visando prosseguir objectivos idênticos. 5.5 Desenvolvimento Económico Situação actual e tendência de evolução Os indicadores de avaliação considerados relevantes para o FCD Desenvolvimento Económico, para além do Investimento e do Valor Acrescentado Bruto - VAB, são o número de empresas existentes nos sectores de actividade relacionados com os sectores simbióticos que se pretende promover para o Eco-Parque do Relvão, designadamente agro-florestal, energético e de gestão de resíduos. Seguidamente apresenta-se a caracterização económica do concelho da Chamusca, tendo em consideração os indicadores e critérios seleccionados para este FCD. Sempre que considerado relevante para a análise, estende-se a área geográfica de análise à subregiao e região onde se insere o concelho da Chamusca. A população activa no concelho da Chamusca tem experimentado uma evolução positiva entre 1981 e 2001, tendo sofrido uma quebra no último período intercensitário (Figura 5.15). Figura 5.15 Evolução da taxa de actividade e da taxa de desemprego no concelho da Chamusca % Taxa de actividade Taxa de desemprego Fonte: INE Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 84

92 A população activa do concelho da Chamusca, em 2011, representava cerca de 44,2% da população residente, valor próximo do registado em 1991 (44,7%) e inferior ao verificado em 2001 (46,5%). Em 2011, as taxas de actividade mais elevadas verificaram-se nas freguesias de Parreira e Chamusca, sendo na Parreira onde também se registou uma das menores taxas de desemprego do concelho, depois do Chouto (Figura 5.16). Figura 5.16 Taxa de desemprego e taxa de actividade nas freguesias do concelho da Chamusca, em % Chamusca Chouto Pinheiro Grande Ulme Vale de Cavalos Parreira Carregueira Fonte: INE Taxa de Actividade Taxa de Desemprego Em termos globais, a taxa de desemprego no concelho da Chamusca tem evoluído desfavoravelmente, de um valor de 7,1%, em 1991, para 10,1%, em 2001, registando actualmente (2011) um valor de 11,6%, em consonância com o perfil de evolução que se tem verificado no país. No Quadro 5.5 apresentam-se indicadores relevantes para a apreensão da situação ao nível da actividade e emprego no concelho da Chamusca e suas freguesias, à data dos Censos de Para efeitos comparativos, apresentam-se os correspondentes valores para a sub-região Lezíria do Tejo, região do Alentejo e Continente. População residente Quadro 5.5 Indicadores de emprego em 2011 População activa População empregada População Desempregada Taxa de Actividade (%) Taxa de desemprego (%) Carregueira ,02 13,58 Chamusca ,98 11,33 Chouto ,55 8,12 Parreira ,87 7,76 Pinheiro Grande ,30 11,90 Ulme ,70 10,04 Vale de Cavalos ,12 16,43 Chamusca ,21 11,62 Lezíria do Tejo ,56 12,65 Alentejo ,25 12,83 Continente ,58 13,19 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 85

93 A Figura 5.17 mostra a repartição da população empregada do concelho da Chamusca pelos sectores de actividade em 2001 e 2011, onde se pode apreciar a continuada terciarização das actividades económicas, à custa, principalmente, da transferência de activos do secundário. As perdas de activos do sector primário, no caso da Chamusca, foram menos relevantes, neste período intercensitário, devido às características agroflorestais do concelho. Figura 5.17 Repartição da população empregada por sector de actividade no concelho da Chamusca (%), em 2001 e (%) Terciário 10 Secundário Primário Fonte: INE, Recenseamento Geral da População Com efeito, o concelho da Chamusca é constituído pela "charneca", que corresponde ao planalto interior, e pelo "campo", planície aluvionar adjacente ao rio Tejo, cujos limites correspondem, aproximadamente, à zona de máxima cheia, que se estende desde as margens do rio até à EN118. O campo ocupa cerca de 7% da área total do concelho (5 273 ha) e, dada a elevada capacidade de uso do solo, concentra a maior parte da produção agrícola, nomeadamente vinha e culturas de regadio da primavera. Na charneca, que ocupa cerca de 92% da área total do concelho (correspondente a ha), domina a ocupação florestal de montado de sobro e de eucalipto, sendo os vales longos das ribeiras ocupados por arrozais e, perto das povoações, por culturas horto-frutícolas. A dimensão das explorações agrícolas é claramente diferenciada no campo, onde predominam as pequenas e médias explorações, e na charneca, quase exclusivamente ocupada por explorações de grande dimensão, em regra, com áreas superiores a 100 ha. De acordo com os dados do Anuário Estatístico da Região do Alentejo (INE, 2011), o concelho da Chamusca tem uma Superfície Agrícola Utilizada (SAU) total de cerca de ha, distribuída por 557 explorações, preponderantemente em conta própria, com SAU média de 57,8 ha. A SAU encontra-se ocupada, principalmente, por prados e pastagens permanentes e, em menor extensão, por culturas permanentes. As terras aráveis ocupam cerca de 27% da SAU, nestas destacando-se o milho, o arroz e os Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 86

94 cereais de sequeiro, merecendo ainda referência as culturas hortícolas, em particular o tomate. Nas culturas permanentes domina a vinha, o olival, os citrinos e os frutos frescos, com destaque para o pêssego. Em 2011 estavam contabilizadas 220 empresas afectas aos sectores agrícola e silvícola que empregaram 789 indivíduos e geraram um volume de negócios de 30,9 milhões de euros, valores estes que representam, em relação aos totais apurados para o concelho da Chamusca, 23%, 18% e 27%, respectivamente. A produção florestal constitui uma das principais actividades do concelho e tem-se caracterizado, nos últimos anos, pela difusão do eucalipto, em detrimento do montado de sobro, do olival, do pinhal e de algumas searas. Actualmente, uma parte significativa do território concelhio está integrada em ZIF - Zonas de Intervenção Florestal, constituídas em 2008, geridas pela ACHAR - Associação dos Agricultores da Charneca. A criação de gado bovino e, em menor escala, de gado caprino, ovino e suíno é mais intensa nas freguesias do interior do concelho, designadamente Ulme, Chouto e Parreira. Em 2011, o número de unidades da indústria transformadora sedeadas no concelho da Chamusca representou cerca de 7,3% (70 empresas) do universo empresarial chamusquense (958 empresas), que geraram um volume de negócios de 21,0 milhões de euros, cerca de 12% do total produzido no concelho, e empregaram 247 trabalhadores dos afectos ao sector empresarial (cerca de 11%). A Figura 5.18 apresenta o perfil da indústria transformadora do concelho, evidenciandose o predomínio das indústrias alimentares associadas à transformação de produtos agrícolas (arroz, trigo, milho, vinha e tomate), actividades associadas à fileira florestal, com destaque para a Indústria do Papel (embalagens) e para a Indústria da Madeira (serração, carpintaria, mobiliário) e Cortiça (preparação), e fabricação de produtos metálicos. As empresas industriais concentram-se, fundamentalmente, em zonas industriais (ZI) de iniciativa autárquica, designadamente ZI de Ulme, ZI da Chamusca, ZI do Chouto e ZI de Parreira. A construção civil também desempenha um papel significativo na actividade económica do concelho, tendo sido contabilizadas, em 2011, 111 empresas, que empregavam 338 trabalhadores e geraram um volume de negócios de 8,7 milhões de euros. As actividades pertencentes ao ramo da gestão de resíduos têm um peso relevante na economia do concelho, com 115 trabalhadores afectos a 9 empresas, que geraram um volume de negócios de cerca de 28 milhões de euros, no mesmo período. Este ramo de actividade, com apenas 9 empresas, é o maior contribuinte para o VAB municipal, sendo terceiro em termos do volume de negócios gerado. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 87

95 Figura 5.18 Distribuição do número de empresas da indústria transformadora no concelho da Chamusca, 2011 Produtos metálicos Outros minerais 14% não metálicos 13% Produtos químicos e Fibras sintéticas 4% Pasta, Papel e Impressão 11% Mobiliário e Colchões 3% Madeira 19% Instalação/manuten ção máquinas e equipamentos 13% Alimentar e Bebidas 20% Textêis, Vestuário e Couro 3% Fonte: Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012 O sector dos serviços apresenta maior concentração na vila da Chamusca, sede do concelho e pólo municipal para aquisição de bens e serviços. As actividades predominantes no sector terciário estão ligadas ao comércio, por grosso e a retalho, representando quase 21% (198) das empresas sedeadas na Chamusca, que empregavam 393 trabalhadores (cerca de 18% da totalidade do pessoal ao serviço) e geraram um volume de negócios de 68,5 milhões de euros (39,4% do total), sendo o ramo de actividade que mais riqueza produziu em 2011 e o 2.º mais importante em termos de emprego e de número de empresas, atrás das actividades agrícolas e silvícolas. A actividade económica neste sector está representada, ainda, pelos serviços públicos e administrativos, actividades de restauração (cafés e restaurantes) e, mais recentemente, pelo sector turístico, designadamente na área do turismo em espaço rural. No Quadro 5.6 apresenta-se a distribuição das empresas sedeadas no concelho da Chamusca pelos sectores de actividade económica e respectivos ramos, assim como o volume de negócios e VAB gerados e respectivo pessoal ao serviço. Segundo o Anuário Estatístico da Região do Alentejo de 2012, estas 958 empresas (sector primário 23,5%, sector secundário 19,9% e sector terciário 56,6%) empregavam pessoas e geraram um volume de negócios de 176,6 milhões de euros e um VAB de cerca de 48 milhões de euros. Na Figura 5.19 apresenta-se a evolução dos indicadores económicos do concelho da Chamusca, podendo ser observado o efeito dinamizador e multiplicador da aposta na indústria como motor da economia local. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 88

96 Quadro 5.6 Empresas sedeadas no concelho da Chamusca, em 2011 por CAE (Rev. 3) Sectores de Actividade N.º Empresas Pessoal ao serviço Volume de negócios (milhares de Euros) Valor Acrescentado Bruto (milhares de Euros) Primário A Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca B Indústrias extractivas Terciário Secundário C Industrias transformadoras D Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio E Capt./trat./distribuição água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição F Construção G Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos auto e motociclos H Transportes e armazenagem I Alojamento, restauração e similares J Actividades de informação e de comunicação K Actividades financeiras e de seguros L Actividades imobiliárias M Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares N Actividades administrativas e dos serviços de apoio O Administração Pública e Defesa; Segurança Social obrigatória P Educação Q Actividades de saúde humana e apoio social R Actividades artísticas, de espectáculos, desportivas e recreativas S Outras actividades de serviços Total Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012 Nota: O N.º de empresas inclui os empresários em nome individual Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 89

97 Figura 5.19 Evolução indicadores económicos no concelho da Chamusca N.º Ano Número empresas Pessoal ao serviço Volume de negócios Milhões de Euros Nota: volume de negócios a preços constantes de 2002 O volume de negócios no concelho da Chamusca cresceu, em termos reais, 92% entre 2001 e 2011 e, relativamente a 2009, verificou-se um aumento de 27%, semelhante ao acréscimo que se verificou no VAB municipal (29%). O ramo de actividade que maior VAB gerou, no concelho da Chamusca, foi a Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição, correspondente a cerca de 31% do VAB total. A este ramo estão afectas 9 empresas que empregam 115 pessoas, ou seja, cerca de 6% da população empregada no concelho. Em conjunto com a indústria transformadora, estes dois ramos de actividade são responsáveis por cerca de 43% da riqueza produzida no município e pela criação de 362 postos de trabalho, o que representa 16% da população empregada no concelho da Chamusca. Em 2001, a representação da indústria transformadora no concelho era incipiente, com 3 empresas registadas, sem pessoal ao serviço e VAB nulo. As actividades em gestão ambiental eram inexistentes, sendo o sector secundário representado, essencialmente, por empresas ligadas à construção civil. A evolução do perfil das actividades económicas (Figuras 5.20 e 5.21) ilustra bem a estratégia delineada pela Câmara Municipal da Chamusca para o desenvolvimento económico e social do concelho, assente na dinamização do sector industrial, como complemento e factor de equilíbrio da estrutura produtiva concelhia, pelo seu elevado potencial de criação de emprego, fixação de população, qualificação de recursos humanos e geração de riqueza. Esta visão tem a sua expressão mais significativa no Eco-Parque do Relvão, projecto pioneiro no país na aplicação prática do conceito de simbiose industrial na área dos resíduos e da energia. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 90

98 Figura 5.20 Perfil sectorial das empresas no concelho da Chamusca % Número empresas Agricultura/silvicultura Ind.Transformadora Gás/electricidade Abastecimento/Saneamento/ Gestão resíduos Construção civil Comércio grosso e retalho Serviços Figura 5.21 Perfil sectorial do volume de negócios no concelho da chamusca % Volume de Negócios Agricultura/silvicultura Ind.Transformadora Gás/electricidade Abastecimento/Saneamento/ Gestão resíduos Construção civil Comércio grosso e retalho Serviços O Eco-Parque do Relvão foi criado para instalar indústrias ambientais e das energias renováveis, propondo-se explorar as sinergias resultantes dessa especificidade numa óptica de sustentabilidade ambiental, consubstanciada na redução dos resíduos, no incremento da reciclagem e no desenvolvimento das energias renováveis. O Relatório de Resultados elaborado pelo IST, em 2006, referente ao 1.º ano de funcionamento do Eco-Parque, explicita que apesar do conceito ECO estar associado a uma série de abordagens técnicas e metodológicas que se pretende que sejam aplicadas neste projecto - prevenção de poluição, eco-design, análise do ciclo de vida de produtos, programas de formação conjuntos, participação pública e educação ambiental, a principal ferramenta a ser testada e aplicada neste Parque diz respeito à constituição de simbioses industriais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 91

99 A partir desse entendimento e dado que a implementação de uma rede de simbiose industrial é um processo de médio a longo prazo, que depende de factores de natureza social, económica e legislativa, o desenvolvimento do Eco-Parque deverá ser faseado, de acordo com as seguintes orientações gerais: Fase 1 Captação de empresas cujas funções estão associadas a processamento de resíduos e reciclagem: Empresas que recepcionam os resíduos, processam e enviam fluxos de materiais para processamento e/ou reciclagem para outras empresas co-localizadas ou exteriores ao Eco-Parque; Fase 2 Captação de empresas cujo processo produtivo integre matérias-primas secundárias: Empresas que utilizem matérias-primas secundárias processadas no parque (ex. plástico, metal) no seu processo produtivo. Devem estar localizadas no parque ou na região, de modo a minimizar impactes ambientais resultantes do transporte das referidas matérias-primas secundárias; Fase Simultânea Análise de ligações de simbiose, de acordo com a fase de desenvolvimento do Eco-Parque: Empresas de vários tipos que reutilizam directamente subprodutos, materiais residuais, água ou energia residual nos seus processos. Esta fase depende, em grande parte, da evolução da legislação nacional relativa à gestão de resíduos e ao Mercado de Resíduos. Como já referido anteriormente, o Eco-Parque do Relvão integra um aterro de resíduos sólidos urbanos, um aterro de resíduos industriais banais, dois CIRVER e uma estação de triagem, para além de diversos loteamentos industriais, parcialmente ocupados por actividades ligadas à reciclagem. A qualidade do desempenho ambiental do Eco-Parque tem sido reconhecida, a nível nacional e internacional, sobretudo devido às opções tecnológicas tomadas e ao acompanhamento científico do seu desenvolvimento e funcionamento. Apesar da melhoria dos indicadores económicos expressa nos parágrafos anteriores, o VAB per capita no concelho da Chamusca apresenta valor inferior aos da NUTIII Lezíria do Tejo e da NUTII Alentejo onde se insere, designadamente 4,5 milhares de Euros/habitante contra 4,8 milhares de Euros/habitante, respectivamente, e longe do valor médio no continente, que é de 7,9 milhares de Euros/habitante (Anuário Estatístico do Alentejo, INE, 2012). Ainda segundo a mesma fonte, das empresas sedeadas no concelho da Chamusca, em 2012, cerca de 95,8% eram microempresas e 4,2% pequenas e médias empresas; o pessoal ao serviço, em média, era de 2,4 pessoas e o volume de negócios por empresa de 184,3 milhares de euros (na Lezíria do Tejo, no mesmo ano, cerca de 97,1% das empresas eram microempresas e 2,8% pequenas e médias empresas; o pessoal ao serviço, em média, era de 2,8 pessoas e o volume de negócios por empresa de 241,4 milhares de euros). Ou seja, apesar das melhorias ocorridas a nível económico, existe ainda um hiato a vencer relativamente ao desenvolvimento económico pretendido para o concelho da Chamusca. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 92

100 A evolução desejável, no sentido da instalação de novas indústrias e actividades no Eco- Parque, provavelmente ocorrerá a um ritmo mais lento do que seria expectável no quadro da actual conjuntura económica desfavorável que se verifica actualmente Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração A Proposta permitirá implementar um conjunto de projectos de investimento na área da gestão de resíduos e das energias renováveis, que irão contribuir para a criação de riqueza e, consequentemente, para o desenvolvimento económico e social do concelho e da região. O investimento total nos projectos que concretizam a Proposta está estimado em cerca de 25 milhões de euros, prevendo-se gerar uma receita anual superior a 15 milhões de euros (ver Quadro 5.7). Considerando apenas os valores disponíveis, verifica-se que a receita que será gerada pelos novos projectos objecto da Proposta representa cerca de 9% do volume de negócios apurado no concelho da Chamusca em Acresce que uma parte importante da produção nas novas instalações será para exportação, como é o caso da Bioenergy e da Finertec, com efeitos positivos ao nível do equilíbrio da balança comercial externa. Quadro 5.7 Investimento e receita dos projectos a implementar Investimento Receita anual (milhões de euros) (milhões de euros) Exportação (%) Ambimed 3,20 1,2 - Finertec 3,0 1,2 45 CIVTRHI 9,0 nd - Bioenergy 8, Tagusgás 1-0 Peralta & Coutinho 0,09 nd nd Total 24,9 15,4 - Fonte: dados fornecidos pelas empresas Nd não disponível De referir que a implementação dos projectos instalados, ou em curso, no Eco Parque do Relvão implicam um investimento na ordem dos 150 milhões de Euros. Para além do VAB gerado directamente através da actividade desenvolvida pelas instalações industriais a implementar, deverá considerar-se o resultante das obras de construção, actividade fundamental para a economia concelhia, e das actividades de transporte associadas à recepção de matérias-primas, sobretudo resíduos e biomassa florestal, e à expedição do produto final. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 93

101 Acresce notar que os novos projectos objecto da Proposta, nas áreas do tratamento de resíduos e das energias alternativas, possuem um perfil adequado para o desenvolvimento das simbioses industriais a centralizar no Eco-Parque do Relvão, pelo seu contributo para a reintrodução de matérias-primas secundárias no ciclo económico e para a redução do consumo de recursos naturais virgens, como se evidencia no Quadro 5.8. Quadro Circuitos simbióticos proporcionados pelos novos projectos que concretizam a Proposta de Alteração Projecto Entradas Saídas CIVTRHI Bioenergy Finertec Fuels Ambimed Resíduos Hospitalares (RH) dos GIII/GIV Biomassa florestal Plásticos provenientes de recolha selectiva da Ribtejo ou da Resitejo Resíduos Hospitalares dos GIII/GIV Energia Eléctrica para a Rede pública (SEP) Escórias para a Ribtejo Cinzas para CIRVER RH GIII tratados para a Ribtejo Peletes Cinzas para valorização/deposição na Ribtejo Combustível (hidrocarbonetos) para valorização energética com utilização potencial nas restantes instalações do Eco-Parque Materiais residuais do processamento para CIRVER Escórias para a Ribtejo Cinzas para CIRVER RH GIII tratados para a Ribtejo No Quadro 5.9 sintetizam-se os efeitos esperados no FCD Desenvolvimento Económico como resultado da concretização da Proposta Directrizes A estratégia delineada para o desenvolvimento económico e social do concelho, concretizada no Eco-Parque do Relvão, assenta na dinamização do sector industrial, sobretudo na área das indústrias ambientais e das energias renováveis. O desenvolvimento do Eco-Parque, baseado no conceito de simbiose industrial, será faseado e constituirá, necessariamente, um processo evolutivo de médio a longo prazo. Assim, recomenda-se a manutenção e reforço das parcerias existentes entre as empresas existentes e a instalar, a universidade (IST e outras) e a Câmara Municipal da Chamusca, dada a importância que, em geral, a cooperação entre as universidades e as empresas assume no desenvolvimento científico e tecnológico destas últimas e, neste caso particular, na plena integração no processo de desenvolvimento das simbioses industriais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 94

102 Quadro 5.9 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD desenvolvimento económico Critério de Avaliação Indicador Efeitos Positivos/Oportunidades Geração de produto interno bruto Investimento VAB Criação de riqueza associada ao investimento a realizar pelas novas empresas Possibilidade de criação de parcerias comerciais com entidades exteriores ao concelho, em áreas correlacionadas com os projectos Criação de riqueza associado ao VAB que será gerado pela actividade das novas empresas e das actividades relacionadas, como recolha de biomassa, transportes Aumento do VAB gerado no sector da construção Efeitos Negativos/Riscos Aumento do número de empresas instaladas no concelho, em áreas com perfil e potencial para integração em processos de simbiose industrial (energia e resíduos) Dinâmica empresarial na óptica da simbiose industrial N.º de empresas por sector de actividade agro-florestal, energético e de gestão de resíduos Produção de energia a partir de fontes renováveis, como os resíduos hospitalares, biomassa, resíduos plásticos, consubstanciando a convergência com os objectivos estratégicos nacionais no que se refere à utilização de energias renováveis e à redução da emissão de gases com efeito de estufa. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 95

103 5.6 Emprego e Coesão Social Situação actual e tendência de evolução Demografia O concelho da Chamusca tem uma população de habitantes, distribuídos por 7 freguesias (Carregueira, Chamusca, Chouto, Parreira, Pinheiro Grande, Ulme e Vale de Cavalos), com uma superfície total de cerca de 746 km 2 (INE - Censos 2011). A extensão do território concelhio, que engloba uma vasta área de charneca de ocupação predominantemente florestal, induz um povoamento esparso, traduzido pela reduzida densidade populacional média de 13,6 habitantes/km 2, valor inferior ao registado no Alentejo em 2011 (24,1 habitantes/km 2 ) e muito inferior ao valor médio no continente, na mesma data, que foi de 113,1 habitantes/km 2. A evolução populacional no concelho é caracterizada por perdas significativas de efectivos a partir de 1950 e que se têm mantido nas décadas subsequentes, como se ilustra na Figura Este comportamento demográfico, único entre os municípios que constituem a Lezíria do Tejo, resultou da baixa taxa de natalidade e dos saldos migratórios negativos ocorrentes nas últimas décadas, atenuados nas décadas de 80 e 90, mas que ganharam novamente uma expressão preocupante neste último período intercensitário. Figura 5.22 Evolução da população e do índice de envelhecimento no concelho da Chamusca População Fonte: INE, 1960Recenseamento 1970 Geral 1981 da População Índice de envelhecimento População residente Indice envelhecimento Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 96

104 O Quadro 5.10 regista os dados da população e da densidade populacional do concelho da Chamusca, entre 1991 e 2011, assim como na NUTIII Lezíria do Tejo, NUTII Alentejo e no Continente. Quadro 5.10 População e densidade populacional no concelho da Chamusca População Residente Unidade Territorial Variação 1991/2001 % Variação 2001/2011 % Área (km 2 ) Hab./km 2 em 2011 Carregueira ,6-12,0 98,8 20,4 Chamusca ,4-8,2 29,5 113,9 Chouto ,3-19,3 205,7 2,8 Parreira ,7-9,8 133,1 6,9 Pinheiro Grande ,6-10,7 37,5 25,0 Ulme ,2-15,0 121,9 10,5 Vale de Cavalos ,8-17,8 119,5 8,6 Chamusca ,4-11,9 746,0 13,6 (concelho) Lezíria do Tejo ,4 2, ,9 57,9 Alentejo ,9-2, ,6 24,1 Continente ,3 1, ,7 113,1 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População A densidade populacional média do concelho, de acordo com os dados dos Censos de 2011, é de 13,6 hab./km 2, com um valor máximo na sede do concelho (113,9 hab./km 2 ) e um valor mínimo na freguesia de Chouto (2,8 hab./km 2 ). Cerca de um terço da população total reside na freguesia da Chamusca, sede do concelho que, em conjunto com a freguesia de Carregueira, detém metade da população concelhia. Com efeito, dos alojamentos existentes no concelho da Chamusca, em 2011, cerca de 51% estão concentrados nas freguesias de Carregueira e Chamusca. Em média, a tipologia urbana é de 1,0 alojamento por edifício, o que evidencia um povoamento do tipo rural. No restante território, regista-se uma progressiva concentração dos habitantes nos lugares de maior dimensão (acima de 200 habitantes) e o desaparecimento gradual dos pequenos casais, sobretudo nas freguesias da charneca (Ulme, Chouto e Parreira). Em relação à estrutura etária da população do concelho da Chamusca, cuja evolução em termos percentuais se apresenta no Quadro 5.11, verifica-se uma redução da população jovem (0-14 e 15-24) e um aumento populacional nas restantes faixas etárias, em particular no grupo de 65 e mais anos. Quadro 5.11 Evolução da estrutura etária do concelho da Chamusca Zona 0-14 anos (%) anos (%) anos (%) 65 e mais (%) Geográfica Chamusca 17,3 12,5 11,6 12,9 12,9 9,3 51,3 51,6 52,2 18,5 23,0 26,8 Lezíria do Tejo 17,6 14,1 14,7 14,4 13,1 10,0 9,6 53,0 54,7 53,7 19,8 22,0 Continente 19,7 15,8 14,8 16,3 14,2 11,0 10,7 53,5 55,9 55,2 16,5 19,3 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 97

105 Zona Geográfica De um modo geral, a quebra da taxa de natalidade, associada ao aumento da esperança de vida tem contribuído para o envelhecimento geral da população. Os indicadores demográficos, apresentados no Quadro 5.12, traduzem o duplo envelhecimento da população, na base e no topo da pirâmide etária, que no concelho da Chamusca assume uma expressão particularmente significativa, em relação às divisões administrativas de referência. Quadro 5.12 Indicadores demográficos do concelho da Chamusca, em 2011 Taxa de crescimento natural (%) Taxa de crescimento efectivo (%) Taxa Bruta de Natalidade (% 0 ) Taxa Bruta de Mortalidade (% 0 ) Índice de envelhecimento Chamusca -0,99-1,04 6,3 16,2 236 Lezíria do Tejo -0,39-0,26 8,0 11,9 152 Continente -0,17-0,54 8,5 10,3 134 Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012 Assim, verifica-se que o índice de envelhecimento da população do concelho da Chamusca (quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos) é quase o dobro do valor médio do Continente. Esta situação, que resulta do contínuo decréscimo da taxa de natalidade, também associada à emigração e à desertificação demográfica, da redução da taxa de mortalidade e do aumento da esperança média de vida, tem vindo a agravar-se de forma notória nos últimos decénios, como ilustra a Figura Figura 5.23 Evolução da estrutura etária do concelho da Chamusca 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Fonte: INE, Recenseamento Geral da População 0-14 anos anos anos 65 e mais anos Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 98

106 Efectivamente, em 2005, o Ministério do Trabalho e Segurança Social referenciou o concelho da Chamusca como uma região em morte social, resultante de um elevado índice de envelhecimento, densidade populacional baixa, decréscimo do emprego e aumento do isolamento face à erosão de certos negócios e serviços comunitários e sugeriu a aposta em áreas de inovação, como modo de revitalizar o tecido económico local e alavancar a competitividade regional. Nesse sentido, a Câmara Municipal da Chamusca elegeu a área do Ambiente, materializada no Eco-Parque do Relvão, como motor da economia e competitividade regionais. A evolução expectável do concelho tenderá no sentido da redução populacional e no agravamento dos indicadores demográficos anteriormente apresentados, a menos que essa tendência seja invertida através do desenvolvimento de actividades económicas, nomeadamente na área ambiental, que promovam a fixação da população e criem condições económicas e de empregabilidade favoráveis ao desenvolvimento demográfico. População empregada A taxa de actividade no concelho da chamusca situa-se próximo dos 44%, cifra sensivelmente da mesma ordem de grandeza da registada em 1991, após se ter verificado um valor máximo de 46,5% em 2001 (ver Quadro 5.13). Quadro 5.13 Taxa de actividade Zona geográfica Taxa de Actividade (%) Chamusca 44,7 46,5 44,2 Lezíria do Tejo 44,3 48,1 46,6 Alentejo 42,0 45,4 45,3 Continente 44,9 48,4 47,6 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, 1991, 2001, 2011 Em termos sectoriais, a evolução da população activa em geral, desde 1960, tem sido marcada pela perda de activos no sector primário e por um reforço significativo das restantes áreas de actividade, sobretudo do sector terciário. A Figura 5.24 representa a evolução da repartição da população empregada do concelho da Chamusca pelos sectores de actividade, entre 1991 e 2011, indicando-se no Quadro 5.15 os respectivos valores percentuais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 99

107 Figura 5.24 Repartição da população empregada por sector de actividade no concelho da Chamusca em 1991, 2001 e Primário Terciário Secundário Fonte: INE, Recenseamento Geral da População Comparativamente à sub-região Lezíria do Tejo e região do Alentejo, constata-se uma maior afectação de activos ao sector primário no concelho da Chamusca, o que evidencia uma ainda importante ruralidade da área, apesar dos ganhos significativos do sector terciário. Quadro 5.14 Perfil sectorial da população empregada no concelho da Chamusca (%) Zona Geográfica Primário Secundário Terciário Chamusca 18,2 17,2 33,8 20,4 48,0 62,4 Lezíria do Tejo 10,0 7,8 31,8 22,1 58,2 70,0 Alentejo 12,0 10,5 27,9 19,4 60,1 70,2 Continente 4,8 3,2 35,5 25,3 59,7 71,5 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População Primário Secundário Terciário A população empregada do concelho da Chamusca, em 2011, era constituída por 3954 pessoas, das quais 2160 homens e 1794 mulheres, para uma população activa de 4474 indivíduos. Em 2001, a população empregada no concelho da Chamusca era de 4795 pessoas. Taxa de desemprego A taxa global de desemprego no concelho da Chamusca, em 2011, era de 11,6%, valor inferior às registadas na NUT III Lezíria do Tejo, NUT II Alentejo e no Continente (ver Quadro 5.15). O desemprego feminino atingia 10,0% da população activa e o desemprego masculino cerca de 12,5%, contrariamente ao que se verificou na NUTIII Lezíria do Tejo, em que a taxa de desemprego feminino era superior à taxa de desemprego masculino (13,1% contra 12,3%). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 100

108 Os desempregados à procura de novo emprego representavam cerca de 88,3% do total de desempregados (na Lezíria do Tejo, esse valor era de 85,9%). Quadro 5.15 Indicadores de emprego Zona geográfica Taxa de Desemprego (%) Chamusca 7,1 10,3 11,6 Lezíria do Tejo 7,1 8,1 12,7 Alentejo 9,2 8,4 12,8 Continente 6,1 6,9 13,2 Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, 1991, 2001, 2011 Formação profissional e investigação e desenvolvimento No concelho da Chamusca, a população empregada apresenta, em média, escolarização mais baixa que na Lezíria do Tejo e no Alentejo, o que se reflecte na disparidade no ganho médio mensal por nível de habilitação 7, que é superior no concelho da Chamusca comparativamente à sub-região e região onde este se insere. Com efeito, no concelho da Chamusca, cerca de 63,6% dos trabalhadores possuem um grau equivalente ou inferior ao ensino básico (na Lezíria do Tejo esta percentagem baixa para cerca de 50% e no Continente para 47%); cerca de 21% completaram o ensino secundário (na Lezíria do Tejo esta percentagem aumenta para 26% e no Continente para 25%) e cerca de 13% possuem habilitações a nível do ensino superior, sobretudo bacharelato e licenciatura (na Lezíria do Tejo esta percentagem aumenta para 21% e no Continente para 26%). Por seu lado, a disparidade no ganho médio mensal por nível de habilitação é de 30,9% no concelho da Chamusca, 27,4% na Lezíria do Tejo e de 38,1% no Continente (Indicadores do Mercado de Trabalho por Município - Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012). Os Quadros 5.16 e 5.17 apresentam os empregados segundo o nível de escolaridade e os níveis salariais médios segundo o nível de habilitações, em 2011, respectivamente. 7 Coeficiente de variação do ganho médio mensal ponderado pelo peso do emprego dos diversos níveis de habilitação no total do emprego da respectiva unidade territorial Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 101

109 Quadro 5.16 População empregada no concelho da Chamusca, segundo o nível de escolaridade, em 2011 Divisão Chamusca Lezíria do Tejo Alentejo Total Nenhum nível de escolaridade Ensino básico Ensino secundário Ensino póssecundário Ensino superior Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento % 1,3 63,6 21,0 0,8 13,3 0,8 10,5 1,9 0, % 1,2 49,9 26,4 1,4 21,1 2,1 15,8 2,7 0, ,3 50,7 26,1 1,2 20,7 1,9 15,2 2,9 0, Continente % 1,1 46,8 24,7 1,4 26,0 2,3 18,7 4,0 1,0 Fonte: INE, Censos 2011 Divisão Quadro 5.17 Ganho médio mensal ( ) dos trabalhadores por conta de outrem no concelho da Chamusca, segundo o nível de habilitações, em 2011 Total Inferior 1º ciclo ensino básico 1º ciclo ensino básico 2º ciclo ensino básico 3º ciclo ensino básico Ensino secundário Bacharelato Licenciatura Mestrado Doutoramento Chamusca 850,63 628,89 690,71 727,29 742,30 975, , , Lezíria do Tejo 964,21 702,55 794,37 830,65 845, , , , , ,96 Alentejo 982,23 697,74 794,21 834,53 871, , , , , ,46 Continente 1084,55 672,27 766,76 785,98 867, , , , , ,23 Fonte: INE; Anuário Estatístico da Região do Alentejo, 2012 Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 102

110 5.6.2 Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração A implementação dos novos projectos que concretizam a Proposta dará origem à criação de um mínimo de 95 postos de trabalho permanentes, de acordo com o quadro seguinte, que representará um acréscimo de cerca de 3,0% no número de trabalhadores por conta de outrem do concelho da Chamusca (3275 trabalhadores em 2011). Quadro 5.18 Pessoal ao serviço nos projectos que concretizam a Proposta de Alteração Trabalhadores Total Diferenciados Novos projectos Ambimed 8 Finertec Fuels 12 nd CIVTRHI Bioenergy Peralta & Coutinho nd nd Projectos já implementados Fase I nd nd Sisav 61 nd Ecodeal 80 nd Resitejo 216 nd Ribtejo 4 nd Total Fonte: dados fornecidos pelas empresas Nd não disponível Para além dos postos de trabalho directo, haverá lugar à criação de um número não determinado, mas que se estima significativo, de postos de trabalho indirecto, ligados à recolha e transporte de matérias-primas e transporte do produto final. Este incremento contribuirá para reduzir da taxa de desemprego local, dado que uma parte significativa dos postos de trabalho a criar será preenchida por trabalhadores do concelho. Espera-se, ainda, que a dinâmica económica que se promoverá contribuirá para atrair trabalhadores exteriores ao concelho e respectivas famílias, potenciando o crescimento demográfico e o reequilíbrio da estrutura etária municipal. Os novos projectos objecto da Proposta prevêem a criação de postos de trabalho diferenciados, compatíveis com níveis de escolaridade mais elevados. Os dados disponíveis para os projectos do CIVTRHI, Bioenergy e Ambimed indicam que se promoverão, pelo menos, 20 postos de trabalho qualificado, o que contribuirá para alterar a estrutura local do emprego. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 103

111 Os projectos objecto da Proposta irão privilegiar a formação do respectivo pessoal como forma de garantir a qualidade do desempenho e as condições de segurança das respectivas instalações, estando previstas acções de formação, nas áreas da produção, qualidade, ambiente e segurança e saúde no trabalho, a ser realizadas pelos principais fornecedores dos equipamentos, durante as fases de construção, comissionamento e arranque das instalações. O projecto do CIVTRHI prevê, ainda, a criação de um Centro de Investigação e Desenvolvimento para a Promoção do Ambiente e da Saúde Pública, dedicado à procura permanente das melhores soluções ambientais. Trata-se, aliás, de um projecto de referência nacional e de excelência, já reconhecido pelas atribuições do selo de qualidade do programa EUREKA e do estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN). Também, a Componatura prevê integrar na unidade a construir no Eco-Parque do Relvão um centro de investigação e desenvolvimento em técnicas de compostagem e de novas aplicações do composto. A componente de I&D dos projectos será enquadrada pelos princípios fundadores do próprio Projecto do Eco Parque do Relvão, que se baseia nos paradigmas da ecologia industrial, apoiado numa forte componente de Investigação e Desenvolvimento, tendo como principal objectivo a criação de uma rede de simbioses industriais (a primeira em Portugal), na área do Ambiente e dos Resíduos. Como já referido, os parceiros deste Projecto, para além da Câmara Municipal, são o IST - Instituto Superior Técnico, a CULT - Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, a NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, e os consórcios que exploram os dois CIRVER, designadamente Ecodeal e Sisav. O desenvolvimento de uma rede de simbioses implica a criação de uma estrutura de gestão (dinamizada pela Câmara Municipal), de uma equipa de âmbito multidisciplinar (a integrar no futuro Centro de Competências em Ambiente e Resíduos), a interacção continuada de vários grupos de interesse (gestores das empresas presentes no parque), o desenvolvimento de áreas de investigação dedicadas (resíduos e subprodutos, energias renováveis e outras) e a captação de fontes de financiamento (QREN). A médio prazo, estima-se que a experiência e tecnologia adquiridas no estabelecimento de simbioses industriais, tanto no interior como para o exterior do Eco-Parque, contribuam para o alargamento da rede nacional de simbioses industriais. Em termos demográficos, a expectável fixação de trabalhadores exteriores ao concelho e respectivas famílias contribuirá para aumentar a população activa, alterar a estrutura demográfica do concelho e, consequentemente, reduzir o índice de envelhecimento da população local. No Quadro 5.19 indicam-se os efeitos esperados no FCD Emprego e Coesão Social como resultado da Proposta. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 104

112 Quadro 5.19 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD emprego e coesão social Critério de Avaliação Indicador Efeitos Positivos/Oportunidades Criação de emprego Formação profissional e investigação e desenvolvimento Demografia População empregada Taxa de desemprego Emprego segundo o nível de escolaridade Intensidade em I&D Variação demográfica Estrutura etária Índice de envelhecimento Os projectos originam a criação de postos de trabalho, permanentes e temporários, que irão contribuir para reduzir a taxa de desemprego local, aumentar a população activa do concelho e atrair activos exteriores a este Os projectos promovem a criação de postos de trabalho diferenciados, compatíveis com níveis de escolaridade mais elevados, o que irá contribuir para alterar a estrutura local do emprego A implementação dos projectos induz a realização de actividades de I&D, a nível local e através de parcerias com entidades externas, bem como a utilização de novas tecnologias A implementação dos projectos, através da fixação de activos e respectivas famílias, irá contribuir para aumentar a população, alterar a respectiva estrutura etária e reduzir o índice de envelhecimento local Efeitos Negativos/Riscos Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 105

113 5.6.3 Directrizes Recomenda-se o cumprimento das disposições das DIA dos projectos objecto da Proposta, com particular incidência nos aspectos relacionados com a criação e desenvolvimento de emprego e, ainda, com a formação dos trabalhadores. Para os restantes projectos, deverá haver uma sensibilização em relação à importância da contratação de mão-de-obra local, quer a nível dos postos de trabalho temporários, quer dos postos de trabalho permanentes, e da necessidade de serem promovidas as acções de formação necessárias ao adequado desempenho das funções requeridas. 5.7 Ordenamento do Território Situação actual e tendência de evolução Ordenamento do uso do solo A Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e Urbanismo (Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, na sua actual redacção) estrutura o sistema de gestão territorial em três níveis distintos, designadamente, nacional, regional e municipal. Ao nível nacional, para além do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aplicam-se os Planos Sectoriais com Incidência Territorial (PSIT) e os Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT). Por sua vez, o âmbito regional concretiza-se através dos Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT). No âmbito municipal aplicam-se os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território (PIOT) e os Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT), compreendendo os Planos Directores Municipais (PDM), os Planos de Urbanização (PU) e os Planos de Pormenor (PP). O regime jurídico de elaboração, aprovação, execução e avaliação dos instrumentos de gestão territorial encontra-se definido no Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redacção actual, que introduziu um conjunto significativo de alterações ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT). Ao concelho da Chamusca aplica-se o PNPOT, como o instrumento que define as grandes opções estratégicas do modelo de desenvolvimento e coesão do território nacional, e, dentro dos PSIT, são aplicáveis o Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que integram a Região Hidrográfica 5 PGBH do Tejo e o Plano Regional de Ordenamento das Florestas do Ribatejo. No nível regional, há a considerar o Plano Regional de Ordenamento Territorial do Oeste e Vale do Tejo - PROT OVT e no âmbito municipal, refere-se o Plano Director Municipal, à data em revisão. Na área de intervenção não são aplicáveis quaisquer planos de pormenor ou de urbanização. Aplica-se, ainda, à área de intervenção o Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 106

114 PGBH do Tejo O actual quadro legal da gestão da água é composto por um conjunto alargado de diplomas, que teve origem na Directiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000, também designada Directiva-Quadro da Água (DQA). A DQA estabeleceu um quadro de acção de âmbito comunitário para o domínio da política da água que constitui hoje a ferramenta principal para a gestão integrada dos recursos hídricos, satisfazendo as necessidades actuais sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras e evitando o conflito entre desenvolvimento e protecção ambiental, e a promoção de medidas articuladas em cada bacia hidrográfica, com vista a garantir uma gestão sustentável dos recursos hídricos, protegendo assim as águas superficiais interiores, de transição e costeiras e as águas subterrâneas. A DQA foi transposta para o direito nacional pela Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro (Lei da Água), complementada pelo Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março. A nova Lei da Água integra conceitos e estratégias inovadoras para a gestão e protecção dos recursos hídricos, designadamente, o estado ecológico como medida de avaliação do estado das massas de água, a aplicação do princípio de recuperação do custo dos serviços hídricos, o princípio do valor social e económico da água e a sua dimensão ambiental e, ainda, a promoção da participação pública na gestão da água. No que concerne à articulação entre o ordenamento e o planeamento dos recursos hídricos, o Artigo 17.º da Lei da Água prevê que os instrumentos de planeamento das águas referidos nos Artigos 23.º a 26.º vinculam a Administração Pública, devendo as medidas preconizadas nos instrumentos de gestão territorial, designadamente nos planos especiais de ordenamento do território e nos planos municipais de ordenamento do território, ser com eles articuladas e compatibilizadas, bem como com as medidas de protecção e valorização previstos no Artigo 32.º. O PGBH do Tejo foi publicado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 16-F/2013, de 22 de Março. O Plano estabelece os seguintes objectivos estratégicos para a RH5: AT1: Quadro institucional e normativo - Promover a racionalização, optimização e harmonização da intervenção do quadro institucional em matéria de recursos hídricos da região, criando condições para o cumprimento integral do normativo nacional e comunitário, para uma repartição de esforços entre os diferentes sectores utilizadores; AT2: Quantidade de água - Garantir a gestão sustentável da água, baseada na gestão racional dos recursos disponíveis e na optimização da eficiência da sua utilização, de modo a assegurar a disponibilidade de água para a satisfação das necessidades dos ecossistemas, das populações e das actividades económicas; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 107

115 AT3: Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico - Assegurar uma gestão integrada do domínio hídrico, procedendo à prevenção e mitigação dos efeitos provocados por riscos naturais ou antropogénicos, com especial enfoque para as cheias, secas e poluição acidental; AT4: Qualidade da água - Promover o bom estado das massas de água através da protecção, melhoria e recuperação da qualidade dos recursos hídricos da região mediante a prevenção dos processos de degradação e a redução gradual da poluição, visando assim garantir uma boa qualidade da água para os ecossistemas e diferentes usos; AT5: Monitorização, investigação e conhecimento - Promover o aumento do conhecimento sobre os recursos hídricos da região, suportado pela monitorização do estado quantitativo e qualitativo das massas de água e na investigação aplicada às matérias relacionadas; AT6: Comunicação e governança - Promover a comunicação, a sensibilização e o envolvimento das populações, dos agentes económicos e de outros agentes com interesses directos ou indirectos no sector da água, no processo de planeamento e gestão dos recursos hídricos da região; AT7: Quadro económico e financeiro - Promover a sustentabilidade económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, contribuindo simultaneamente para a utilização racional dos recursos e para a valorização social e económica dos mesmos. No quadro da Lei da Água, identificam-se, na área de influência da presente Proposta de Alteração, as seguintes áreas protegidas: No domínio das massas de águas subterrâneas: Zona designada para a captação de água para consumo humano; Zona Vulnerável do Tejo (localizadas a jusante, na direcção da drenagem); No domínio das massas de águas superficiais (todas localizadas as jusante, na direcção da drenagem): Captação de água superficial destinada ao consumo humano; Sítio de Importância Comunitária Estuário do Tejo; Reserva Natural do Estuário do Tejo; Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo; Zona sensível do ponto de vista da descarga de águas residuais urbanas. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 108

116 PROF do Ribatejo Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) são instrumentos sectoriais de gestão territorial que estabelecem as normas de intervenção sobre a ocupação e a utilização dos espaços florestais, encontrando-se previstos na Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96, de 17 de Agosto) e regulados pelo Decreto-Lei n.º 204/99, de 9 de Junho. O PROF Ribatejo - Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo foi aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 16/2006 e publicado no Diário da República n.º 202, Iª Série, de 19 de Outubro. Este Plano encontra-se actualmente em revisão, dado que, nos termos da Portaria n.º 78/2013, de 19 de Fevereiro, ocorreram e estão em curso factos relevantes que determinam a necessidade de iniciar tal procedimento, designadamente, a existência de nova informação actualizada relativa à ocupação florestal do território, o aparecimento e expansão de pragas e doenças, a consolidação de estratégias para o mercado da biomassa para energia, entre os principais. Simultaneamente procedeu-se à suspensão parcial do artigo 39.º e artigos 41.º a 45.º do regulamento anexo ao Decreto Regulamentar n.º 16/2006, de 19 de Outubro, que aprova o PROF do Ribatejo. Segundo o PROF do Ribatejo em vigor, o concelho da Chamusca está inserido na sub-região homogénea (srh) da Charneca, caracterizada por uma elevada potencialidade produtiva para as espécies das fileiras com interesse nacional, nomeadamente o pinheiro bravo, o sobreiro e o eucalipto e para algumas das espécies das fileiras regionais (destacando-se o pinheiro manso). A hierarquização das funções dos espaços florestais para esta srh foi definida da seguinte maneira: 1.ª Função:... Produção; 2.ª Função:... Silvo-pastorícia, caça e pesca; 3.ª Função:... Protecção; 4.ª Função:... Conservação de habitats, de espécies da fauna e da flora e de geomonumentos. Na Figura 5.25 apresenta-se um extracto do mapa síntese que acompanha o PROF Ribatejo para a zona do Eco-Parque do Relvão, fazendo-se referência a que a área em apreço está sinalizada como zona crítica do ponto de vista da defesa da floresta contra incêndio. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 109

117 Figura 5.25 Mapa-síntese do PROF Ribatejo (extracto) Principais albufeiras Área de Intervenção Fonte: PROF Ribatejo Todas as freguesias do concelho da Chamusca estão propostas e identificadas como espaços florestais prioritários para instalação de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF). As ZIF são áreas territoriais contínuas e delimitadas, constituídas maioritariamente por espaços florestais, submetidas a um plano de gestão florestal e a um plano de defesa da floresta e geridas por uma única entidade. A sua constituição permite agrupar áreas florestais de vários produtores e proprietários para assim ser praticada uma gestão florestal conjunta e com maior rentabilidade. Existem 3 ZIF no concelho da Chamusca, constituídas em 2008 e geridas pela ACHAR - Associação dos Agricultores de Charneca, que abrangem uma parte significativa do território das 7 freguesias que integram o concelho da Chamusca. O Eco-Parque do Relvão está abrangido pelas ZIF n.º 36 - Chamusca, Pinheiro Grande e Carregueira e ZIF n.º 42 Ulme e Vale de Cavalos. ZIF n.º 36 Chamusca, Pinheiro Grande e Carregueira (Figura 5.26), com uma área de ha, equivalentes a cerca de 76% da área total destas freguesias (Portaria n.º 1471/2008, de 17 de Dezembro); Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 110

118 Figura 5.26 ZIF Chamusca, Pinheiro Grande e Carregueira Zona de Intervenção Florestal de Chamusca, Pinheiro Grande e Carregueira Aderente Sim Não Área de Intervenção Fonte: ACHAR ZIF n.º 42 Ulme e Vale de Cavalos (Figura 5.27), com uma área de ha, equivalente a cerca de 94% da área total destas freguesias (Portaria n.º 1489/2008, de 19 de Dezembro); Figura 5.27 ZIF Ulme e Vale de Cavalos Zona de Intervenção Florestal de Ulme e Vale de Cavalos Aderente Sim Não Fonte: ACHAR Área de Intervenção Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 111

119 As orientações estratégicas florestais constantes nos PROF, fundamentalmente no que se refere à ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais, são integradas nos planos municipais de ordenamento do território (PMOT) e nos planos especiais de ordenamento do território (PEOT), de acordo com as devidas adaptações propostas por estes. PROTOVT O PROTOVT - Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo foi aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 64-A/2009, publicada no Diário da República n.º 151, I.ª Série, de 6 de Agosto, e alterado pela Declaração de Rectificação n.º 71-A/2009, publicada no Diário da República n.º 192, I.ª Série, de 2 de Outubro. O PROTOVT é um instrumento de desenvolvimento territorial e de natureza estratégica, destinando-se a cumprir as seguintes funções principais: a) Definir directrizes para o uso, ocupação e transformação do território, num quadro de opções estratégicas estabelecidas; b) Promover a integração das políticas sectoriais e ambientais no ordenamento do território e a coordenação das intervenções; c) Orientar a elaboração dos respectivos PMOT abrangidos. O PROTOVT identifica 16 Unidades Territoriais, correspondentes a espaços que, à escala regional, evidenciam características específicas do ponto de vista da ocupação e da utilização do solo e que, pela sua extensão e particularidades, são merecedores de uma abordagem conjunta e integrada e objecto de normas detalhadas dirigidas ao planeamento das ocupações e usos do solo. O concelho da Chamusca é abrangido por duas unidades territoriais, designadamente: Unidade Territorial 10 - Lezíria do Tejo, que abrange as zonas limítrofes do Rio Tejo, pertencentes aos concelhos de Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente Cartaxo, Chamusca, Golegã, Salvaterra de Magos e Santarém. Esta unidade engloba a totalidade da área de baixa aluvionar do Rio Tejo (aluviões do Tejo), cujos solos têm grande fertilidade e aptidão para a agricultura intensiva de regadio; Unidade Territorial 14 - Charneca Ribatejana, que compreende as áreas predominantemente agro-florestais dos concelhos de Abrantes, Constância, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos, Benavente e Coruche. Predominam os montados de sobro alternados com povoamentos de outras espécies, designadamente pinheiro e com produção extensiva de gado. Esta unidade divide-se em duas subunidades: Subunidade Territorial 14.a - Charneca Ribatejana Norte, que abrange parte dos concelhos de Abrantes, Constância, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos e Coruche; Subunidade Territorial 14.b - Charneca Ribatejana Sul, que abrange parte dos concelhos de Coruche e Benavente. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 112

120 A área de intervenção está inserida na subunidade Charneca Ribatejana Norte. De entre as directrizes específicas para esta subunidade, destaca-se a seguinte: Consolidar a formação de uma área de actividades ligada às indústrias da fileira ambiental (Eco-Parque do Relvão), garantindo a devida preservação do aquífero e assegurando a ocupação de áreas menos produtivas ou menos valiosas do ponto de vista ambiental e da conservação da natureza. No PROT OVT, o sistema ambiental é traduzido no modelo territorial pela Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental, incluindo os recursos hídricos e o litoral, o solo e a paisagem, bem como a temática da energia e as áreas de risco. O sistema ambiental identifica os recursos e valores mais significativos do OVT, visando a manutenção, valorização e promoção dos bens e serviços fundamentais para a qualificação territorial e para qualidade de vida das populações, a redução das situações de risco e do impacto de eventos, bem como o contributo para a melhoria da qualidade ambiental geral por via da racionalização da produção energética e da promoção de maior eficiência dos consumos. Nesta perspectiva, o modelo territorial preconiza o apoio à diversidade do aprovisionamento energético (explorando o potencial das energias renováveis) e a transição para uma economia regional de baixo carbono. A abordagem definida no Plano privilegiou áreas, valores e sistemas fundamentais para a protecção e valorização ambiental, designadamente as áreas consagradas à Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental (ERPVA). A ERPVA constitui uma estrutura hierarquizada, suportada por um conjunto de áreas territoriais e corredores, que incluem as áreas com maior valor natural ou com maior sensibilidade ecológica. A rede encontra-se organizada segundo tês níveis, designadamente, Rede Primária, que inclui as principais unidades ecológicas que apresentam elevado valor natural e paisagístico e cujas prioridades de conservação são relevantes à escala europeia e nacional; Rede Secundária, correspondente aos valores ecológicos com relevância regional e intermunicipal, e Rede Complementar, que compreende um conjunto relevante de valores naturais, de valores associados às actividades agrícola e florestal e a paisagens muito humanizadas com elevado valor paisagístico. Nas Figuras 5.28 e 5.29 apresenta-se a rede primária e secundária e a rede complementar da ERPVA, respectivamente, para a área em análise. O Eco-Parque do Relvão está localizado entre o Corredor Ecológico Estruturante correspondente ao rio Tejo e o Corredor Ecológico Secundário, da ribeira de Ulme, pertencentes à rede primária e à rede secundária da ERPVA, respectivamente. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 113

121 Figura 5.28 Rede Primária e Secundária da ERPVA no OVT Figura 5.29 Rede Complementar da ERPVA no OVT Legenda: Legenda: Rede Primária Rede Secundária Área de Intervenção CEE Corredores Ecológicos Estruturantes ANE Áreas Nucleares Estruturantes CES Corredor Ecológico Secundário ANS Áreas Nucleares Secundárias Corredor Ecológico Complementar Paisagem Notável Sítio Interesse Paisagístico Área de Intervenção Paisagens Florestais de Elevado Valor Ecológico Paisagens agrícolas de Elevado Valor Ecológico Montados Fonte: PROTOVT Fonte: PROTOVT Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 114

122 Por sua vez, o Eco-Parque localiza-se numa área ecológica complementar de paisagem florestal de elevado interesse, correspondente a uma grande mancha designada por montados, integrada na rede complementar (ver Figura 6.6). Esta mancha apresenta relevância à escala regional, quer na sua valência produtiva, quer enquanto sistema agro-silvo-pastoril ambientalmente sustentável e refúgio de biodiversidade. Plano Director Municipal Os planos municipais de ordenamento do território estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos de evolução previsível da ocupação humana e da organização de redes e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros de aproveitamento do solo e de garantia da qualidade ambiental. O Plano Director Municipal da Chamusca foi aprovado pela Assembleia Municipal em 25 de Agosto de 1995, ratificado pelo Conselho de Ministros em 12 de Outubro de 1995 através da Resolução n.º 180/95 e publicado no Diário da República n.º 297, I.ª Série B, de 27 de Dezembro, tendo sido sujeito a algumas alterações. Encontra-se em revisão desde O modelo territorial que está a ser desenvolvido para o concelho da Chamusca, no âmbito da revisão do PDM, prevê a reclassificação da área destinada ao desenvolvimento do Eco-Parque para a categoria de Área Urbanizável Multiusos, incluída na classe de Solos cuja Urbanização seja Possível Programar. Devido à morosidade que o processo de revisão do PDM está a experimentar, a Câmara Municipal deliberou proceder à alteração do PDM para uma área de, aproximadamente, 410 ha no Eco-Parque do Relvão, correspondente a espaços já efectivamente ocupados e outros a ocupar por instalações já previstas. A área será reclassificada como Zona Industrial e simultaneamente proceder-se-á a nova delimitação da Carta de REN. Nos termos do regime da REN, consignado no Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto, na sua actual redacção, as áreas estratégicas de protecção e recarga de aquíferos são as áreas geográficas que, devido à natureza do solo, às formações geológicas, aflorantes e subjacentes e à morfologia do terreno, apresentam condições favoráveis à ocorrência de infiltração e recarga natural dos aquíferos e se revestem de particular interesse na salvaguarda da quantidade e qualidade da água, a fim de prevenir ou evitar a sua escassez e deterioração. Conforme apresentado no ponto do presente Relatório, os estudos realizados concluem que o planalto da Carregueira, pelas suas condições geolitológicas, não apresenta as características adequadas à sua classificação como área com relevância para a recarga de aquíferos, conclusão que é corroborada pela ARH do Tejo (ver Anexo III). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 115

123 Em termos de ordenamento do território, a evolução expectável é no sentido de que a Carta de REN do concelho seja corrigida em função das reais características dos solos e da ocupação existente e prevista, ultrapassando-se, assim, as actuais condicionantes à sua utilização. Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios No concelho da Chamusca vigora o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), elaborado em 2006, que se constitui como o instrumento operacional de planeamento, programação, organização e execução de um conjunto de acções de prevenção, pré-supressão e reabilitação de áreas ardidas e tem como principais objectivos, os seguintes: Definir as medidas necessárias à defesa da floresta contra incêndios; Definir as medidas de prevenção; Estabelecer o planeamento integrado e a previsão das intervenções das diferentes entidades envolvidas, perante a eventual ocorrência de incêndios. O PMDFCI estabelece o zonamento do concelho em termos da perigosidade e do risco de incêndio, de que se apresentaram extractos no ponto 5.4 relativo aos Riscos Tecnológicos. De acordo com as referidas cartas, na área objecto da presente Proposta identificamse algumas manchas classificadas com perigosidade alta a muito alta. Nos termos do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, é interdita a construção nas classes de espaço de alta e muito alta perigosidade. O PMDFCI define igualmente as faixas de gestão de combustível que cumprem um importante papel na defesa da floresta contra incêndios, citando-se, entre os principais, a melhoria do acesso para intervenção directa e o isolamento dos focos de eventuais incêndios. Na Figura 5.30 apresenta-se a carta de faixas e mosaicos de gestão de combustível do concelho da Chamusca. Para as áreas industriais, os proprietários são obrigados a garantir a gestão de combustível numa faixa envolvente da instalação com 50 m de largura. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 116

124 Figura 5.30 Carta de faixas e mosaicos de gestão de combustível do concelho da Chamusca Fonte: Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios Ocupação e uso do solo O solo é um recurso finito, limitado e não renovável face às taxas de degradação potencialmente rápidas e às suas taxas de formação e regeneração extremamente lentas. A formação de uma camada de solo de 30 cm leva 1000 a anos a estar completa (Haberli et al., 1991). Sendo um recurso natural finito, as políticas de solos devem prever medidas de conservação e de salvaguarda que impeçam a degradação das suas características, assim como acções que promovam um mais correcto aproveitamento das suas potencialidades e que garantam o respeito pelas suas funções básicas: i) produção primária e funções complementares; ii) conservação e valorização da biodiversidade e de recursos e valores naturais, ambientais, paisagísticos e culturais; iii) serviços dos ecossistemas, tais como formação e protecção do solo, regulação da qualidade e quantidade de água, sequestro de carbono e regulação do clima. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 117

125 No quadro normativo em vigor, destaca-se o Decreto Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de Maio, que no artigo 13.º define a qualificação do solo rural em função do seu aproveitamento sustentável para a: produção agrícola, pecuária e florestal, exploração de recursos geológicos, produção de energias renováveis, conservação de recursos e valores naturais, culturais, paisagísticos, entre outras funções compatíveis com estes espaços. Com excepção do centro concelhio da Chamusca, dos centros de 2.ª, 3.ª e 4.ª ordem e dos espaços industriais, a restante área do concelho, que é a parte substancial, insere-se em espaço rural. De acordo com INE (2013), cerca de 99% do território está ocupado com usos afectos ao aproveitamento agrícola, pecuário e florestal ou de recursos geológicos, a espaços naturais de protecção ou de lazer ou a outros tipos de ocupação humana que não lhe conferem o estatuto de solo urbano. No concelho, distingue-se a zona de Lezíria, onde os solos são de boa fertilidade e de grande aptidão agrícola. A zona de transição está representada pelos vales das linhas de água que descem do planalto miocénico em direcção ao Tejo. No planalto, os solos são mais pobres e com pouca capacidade produtiva e representam a maior parcela do território chamusquense (cerca de 92% da área total do concelho, correspondente a ha), estando ocupados maioritariamente por espécies florestais. As três espécies mais significativas no concelho são o sobreiro, pinheiro e eucalipto, sendo o primeiro o que maior área ocupa, embora de forma dispersa. As áreas de pinheiro e eucalipto encontram-se em maior escala na zona setentrional do concelho. A ocupação humana no território é bastante difusa, sendo a densidade populacional média do concelho, de acordo com os dados dos Censos de 2011, de 13,6 hab./km 2, com um valor máximo na sede do concelho (113,9 hab./km 2 ) e um valor mínimo na freguesia de Chouto (2,8 hab./km 2 ). Com excepção dos centros urbanos da Chamusca e Carregueira, a população distribuise por lugares de reduzida dimensão, inferiores a 1000 habitantes, em grande parte inferiores a 500 habitantes. Por seu lado, cerca de um terço da população total reside na freguesia da Chamusca, sede do concelho que, em conjunto com a freguesia de Carregueira, detém metade da população concelhia. Os espaços urbanos localizam-se, de uma forma geral, nas áreas baixas do concelho, junto ao rio Tejo e nas zonas de lezíria. À medida que se avança em direcção ao planalto Miocénico, o povoamento torna-se esparso, sustentando-se em pequenos aglomerados ou habitações isoladas. A indústria extractiva não tem grande representatividade no concelho, estando registadas apenas duas explorações, em Casal do Pereiro (empresa Faceril) e em Gouxaria (empresa Sobritas), esta última localizada em espaço florestal objecto da presente proposta de alteração. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 118

126 Os espaços industriais estão instalados em áreas dedicadas, em regra inseridos nos espaços urbanos ou localizados nas suas proximidades, referindo-se a Zona Industrial (Z.I.) de Ulme, com uma área total de cerca de 30 ha, Z.I. da Chamusca, com uma área total de cerca de 12 ha, a Z.I. do Chouto (em construção) e a Z.I. de Parreira (em fase de projecto). O Eco-Parque do Relvão, objecto da presente Proposta de Alteração, é um espaço vocacionado para actividades económicas centradas nos cluster da gestão de resíduos e das energias renováveis. O Eco-Parque tem uma área projectada de 335 ha, estando ocupados 100 ha. A evolução da ocupação do solo no concelho da Chamusca tem-se caracterizado pelo aumento do solo afecto a usos urbanos. A análise das cartas de ocupação do solo elaboradas em 1990 e 2006 no âmbito do projecto Corine Land Cover permite concluir que entre os dois períodos se registou um aumento da área afecta a usos urbanos de cerca de 60%. A alteração de uso do solo ocorreu, principalmente, nas freguesias de Carregueira e de Ulme (cerca de 85% e 60%, respectivamente, no período de referência) e com menor expressão na freguesia de Chamusca (cerca de 40%, em igual período). Em 2013, o Anuário Estatístico da Região do Alentejo regista, no concelho da Chamusca, uma área afecta a utilizações urbanas de 858,9 ha, o que representa, admitindo uma coerência de pressupostos de contabilização entre as duas fontes, um aumento em relação a 2006 de cerca de 120%. Não obstante os valores poderem expressar aumentos com algum significado, é necessário salientar que a actual (2013) ocupação urbana do solo representa 0,6% da área total do concelho da Chamusca, podendo-se concluir que o solo municipal é maioritariamente rural Acessos e infra-estruturas Acessibilidades Rede Actual A EN118 é a via estruturante do concelho da Chamusca, atravessando-o sensivelmente no sentido Norte-Sul, num percurso paralelo ao rio Tejo, na sua margem esquerda, entre Alcochete, no distrito de Setúbal, e Nisa, no distrito de Portalegre. Na área em estudo, a EN118 tem as seguintes ligações principais: EN243 (Sul) troço a Sul da vila da Chamusca, ligando à EN2 em Montargil; EN243 (Norte) / Ponte Isidro dos Reis faz o atravessamento do rio Tejo imediatamente a Norte da Chamusca, constituindo uma importante ligação à Golegã, ao Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e à A1/A23 (pela EN365); Ponte da Praia do Ribatejo fechada habitualmente a veículos com peso superior a 10 toneladas e, desde Julho de 2010, encerrada a todo o tráfego, liga a EN118 a Constância e à margem Norte do Tejo, com controlo semafórico (permite circulação apenas num sentido). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 119

127 O acesso directo ao Eco-Parque do Relvão para veículos pesados e de transporte de mercadorias faz-se através da EN118 seguindo, a partir desta, pela EM573, seguida da EM1375 (ver Figura 5.31). Os veículos ligeiros podem, opcionalmente, utilizar a EN118 e a rua do Relvão/EM1375. Qualquer uma das vias referidas encontra-se pavimentada e em bom estado de conservação. Na envolvente mais afastada, as vias utilizadas para aceder ao Eco-Parque são: A1/A23...com atravessamento da ponte Isidro dos Reis, na Chamusca, seguindo pela EN243 até à Golegã e a pela EN365 até Atalaia, com entrada na A23; IC10... com atravessamento da Ponte Salgueiro Maia, em Santarém; EN com atravessamento da ponte S. Luís I, em Santarém; EN2... com atravessamento da ponte sobre o Tejo, em Abrantes. Tráfego na Rede No âmbito dos Estudos de Impacte Ambiental de alguns dos projectos a implementar no Eco-Parque, foram elaborados estudos de tráfego, citando-se os produzidos pela Exacto (Estudo de Acessibilidades do Loteamento Industrial Fase II do Eco-Parque do Relvão, 2010, e Análise do Impacte na Procura de Tráfego do Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais, 2012) e, mais recentemente, o estudo realizado pela TIS.PT (Estudo de Tráfego para o Centro Integrado de Gestão de Resíduos / Estudo de Tráfego para o Eco-Parque do Relvão Relatório, 2013). De referir que estes estudos, apesar de terem sido realizados para projectos específicos a implementar no Eco-Parque, referem-se à totalidade da área de intervenção desta infra-estrutura, para o que foram definidos diferentes cenários de ocupação da área disponível e a correspondente geração de tráfego, que não se refere apenas à que respeitaria ao projecto em particular que deu origem à necessidade de elaboração desses estudos. Assim, as conclusões estabelecidas pelos estudos de tráfego realizados são abrangentes, permitindo uma avaliação integrada dos impactes na acessibilidade ao Eco-Parque do Relvão. No Quadro 5.20 apresenta-se o tráfego na rede estimado para as condições actuais pelo Estudo de Acessibilidades do Loteamento Industrial Fase II do Eco-Parque do Relvão (Exacto, 2010). Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 120

128 Figura 5.31 Rede rodoviária na área de análise A23/IP6 23/IP6 EN118 EN118 EM571 EN365 EM573 EN118 EM1375 EN243 EN118 EM1375 EN118 EM1375 EN243 EM574 EN118 Legenda: Eco Parque do Relvão Nova via municipal (prevista) IC3 (em projecto) Imagem extraída de Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 121

129 Quadro 5.20 Tráfego médio diário em dia útil (2010) Secção TMDútil (Lig / Pes) (2 sentidos) EN118 (C2 secção Norte) 4633 / 569 EN118 (Alpiarça) 4632 / 747 EN574 (Semideiro) 180 / 20 EN243 (Ulme secção Sul) 600 / 80 EN243 (Ponte Isidro dos Reis) 6350 / 968 EN118 (C2 secção Sul) 6077 / 909 EN118 (Constância) 3500 / 420 EN243 (Ulme secção Oeste) 800 / 180 Fonte: Exacto, 2010 Os maiores rácios veículos/capacidade são registados na hora de ponta da tarde, no entanto, este valor não ultrapassa os 75%, de acordo o estudo da TIS.PT (2013). A simulação do nível de serviço na rede, quer em secção, quer em intersecção, indica que as condições actuais de circulação são satisfatórias, com valores para este indicador sempre superiores ao nível C (TIS.PT, 2013). Não obstante estes resultados, uma análise mais fina permite identificar alguns constrangimentos pontuais na circulação, designadamente, o atravessamento da ponte Isidro dos Reis por veículos pesados (impossibilidade de cruzamento de dois pesados), o estreito perfil transversal da EM573 (apenas 6 metros de faixa pavimentada, o que torna perigosa a circulação de tráfego pesado significativo) e o atravessamento de localidades (Carregueira, Chamusca, Almeirim, Alpiarça) por veículos transportando mercadorias perigosas. Os problemas aqui referenciados são relevantes, e fazem com que, em muitos casos, a acessibilidade ao Eco Parque se processe, na situação actual, com níveis de serviço não satisfatórios (Exacto, 2010). As perspectivas de desenvolvimento mais relevantes nas acessibilidades ao concelho da Chamusca assentam, principalmente, na construção do novo IC3, com nova travessia do Tejo a Norte da Chamusca. É de referir que existem outros projectos para novas vias (e novas travessias do Tejo) na região, nomeadamente o IC9, entre Abrantes e Ponte do Sor (nova travessia do Tejo em Abrantes), e também a Variante à EN118, entre Constância e Gavião, com nova travessia do Tejo em Constância. Não obstante qualquer destas novas travessias do Tejo possibilitarem uma melhoria significativa das condições de acessibilidade ao concelho da Chamusca, a actual conjuntura económico-financeira do país determinou a suspensão do desenvolvimento destes projectos, não sendo conhecida uma nova calendarização para a sua execução. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 122

130 Infra-estruturas Abastecimento de água e saneamento O concelho da Chamusca faz parte do Sistema Intermunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais dos Municípios da Lezíria do Tejo. Este sistema intermunicipal, constituído pelos municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Golegã e Salvaterra de Magos, é gerido, por um período mínimo de 40 anos, pela empresa AR - Águas do Ribatejo, EIM. Este Sistema está previsto no PEAASAR (Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais), integrando-se nos objectivos nele fixados e dando, assim, cumprimento à legislação ambiental comunitária. No concelho da Chamusca, a taxa de cobertura da população servida por sistema público de abastecimento de água é de 100%, tendo a água fornecida origem subterrânea. No Eco-Parque do Relvão, a água para consumo humano é fornecida pela Câmara e a água para utilização industrial tem, em geral, origem em sistemas próprios, individuais. A Câmara Municipal da Chamusca tem vindo a realizar obras de refoço do sistema de aastecimento de água na área do Eco-Parque, estando em construção um novo reservatório associado às captações da Carregueira para abastecimento do parque. No que se refere ao saneamento básico, Ulme e Carregueira constituem sub-sistemas de tratamento com rede e unidade terminal de depuração. A ETAR da Carregueira entrou recentemente em funcionamento, embora a rede de drenagem não esteja ainda totalmente concluída. O Eco-Parque do Relvão não é servido por rede de drenagem de esgotos pública, sendo a Câmara responsável pela recolha das águas residuais domésticas por limpafossas e descarga numa das ETAR do concelho. As águas residuais industriais são tratadas em sistemas próprios, individuais. Electricidade e gás O concelho da Chamusca não está servido por rede de gás natural, pese embora ser atravessado pelo gasoduto de 1.º escalão Campo Maior Leiria Braga, que se desenvolve a pouco menos de 5 km a Norte das áreas objecto de apreciação. O Eco-Parque do Relvão dispõe de abastecimento de energia eléctrica a partir de uma linha de média tensão de 30 kv. De acordo com informação da EDP Distribuição de Energia, está prevista a instalação de uma subestação e linha de alta tensão associada para serviço ao Eco- Parque. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 123

131 Paisagem Comunicações O Eco-parque dispõe de infra-estruturas de telecomunicações, designadamente uma rede de fibra óptica com um ponto de acesso, com ligação ADSL. A área objecto da Proposta está enquadrada na Unidade de Paisagem da Charneca Ribatejana, na designação adoptada pelo estudo Contributos para a Identificação e Caracterização da Paisagem em Portugal Continental (Cancela d Abreu et al., 2004). Esta unidade de paisagem, de acordo com os citados autores, caracteriza-se por um suave relevo ondulado e pela utilização predominantemente florestal dos solos por espécies de folha perene, com destaque para o montado de sobro. Cortando as manchas florestais, surgem vales de pequena e média dimensão de ocupação essencialmente agrícola, que utilizam os solos de melhor qualidade associados às aluviões. Tipicamente, os fundos planos das linhas de água são ocupados por arrozais e outras culturas anuais ou pastagens, mas o progressivo abandono da actividade agrícola tem propiciado a invasão destas áreas por matos e matas. O povoamento é de baixa densidade e concentrado em pequenos aglomerados. Domina a grande propriedade, sobretudo de exploração extensiva do solo, tanto ligada ao montado, como a plantações estremes de pinheiro e eucalipto ou, ainda, a povoamentos mistos destas espécies. A área objecto da Proposta, no entanto, tem vindo a perder as características que a enquadravam na unidade de paisagem acima descrita, não apenas devido às alterações do coberto vegetal, ocorridas na sequência dos grandes incêndios de 2003 e 2005, e à progressiva substituição do montado por eucalipto e outras espécies, mas também devido à instalação das unidades englobadas no Eco-Parque do Relvão. Em termos previsionais, a descaracterização paisagística da área objecto da Proposta tenderá a acentuar-se, mesmo na ausência desta Património A envolvente da área em estudo apresenta potencialidades patrimoniais decorrentes da sua localização privilegiada relativamente a rotas de passagem das populações em época Pré-Histórica Antiga, enquadráveis, nomeadamente, nos Períodos Paleolítico e Mesolítico, e posteriormente no Período Romano. Encontram-se referenciados quatro locais de interesse patrimonial, designadamente o sítio romano de Galega Nova (CNS 873), o sítio de Galega Nova/Vale de Moinho (CNS 20717) (Canha e Caninas, 2004), os sítios de Lagoa da Murta 1/2 (CNS 32992) (Canha, 2010), o sítio de Casal do Relvão (CNS 33758) (Canha, 2011), o sítio de Carregueira (CNS 29379) e o sítio de Lagoa Grande (CNS 30082), de acordo com a localização apresentada na Figura Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 124

132 A E B F 2 3 C 5 4 G D SIMBOLOGIA: - ECO-PARQUE - FASE I (1) - SISAV (2) - ECODEAL (3) - RESITEJO (4) ESC.: 1/ RIBTEJO (5) - CIVTRHI (6) - BIOENERGY (7) Galega Nova/Vale de Moinhos (CNS 20717) 2 - Galega Nova (CNS 873) 3 - Lagoa da Murta 1 (CNS 32992) 4 - Lagoa da Murta 2 (CNS 32992) 6 - Carregueira (CNS 29379) CHAMUSCA Lagoa Grande (CNS 30082) 2

133 A existência de estações arqueológicas desta tipologia e contexto temporal explica-se pelas características dos terrenos em análise, correspondentes a antigos terraços fluviais, cuja topografia e paisagem (zonas ribeirinhas com abundantes recursos) eram privilegiadas e integradas nas rotas de passagem das populações caçadoras/recolectoras, que subsistiram no longo período decorrente entre o Paleolítico e o Mesolítico. A existência de uma nascente de água (Fonte da Aboboreira) a W da parcela 6 (CIVTRHI), em conjunto com as linhas de água existentes e a abundância de matéria-prima, terá certamente contribuído para determinar o deambular de comunidades por esta zona. Próximo da área afecta ao CIRVER/Sisav foi identificada uma mancha de dispersão de materiais líticos, atribuíveis ao período Paleolítico. Para Nascente, encontra-se a estação romana da Galega Nova, constituída por vestígios de paredes de habitações romanas. Neste sítio, foi recolhido algum espólio, como sigillata hispânica, fragmentos de lucernas, elementos de mó, cerâmica comum e vários numismas dos finais do século III e do século IV. No local destinado à implementação do CIVTRHI foram identificadas duas manchas de dispersão de materiais líticos, de cronologia Paleolítica e Pós-Paleolítica, aparentando esta última corresponder a um espaço de debitagem esporádico, com dispersão de instrumentos, produtos e subprodutos de talhe. No local destinado à ampliação da unidade da Bioenergy foi identificada apenas uma ocorrência, designadamente uma lasca de sílex, de cronologia indeterminada. Ña área do CIRVER/Ecodeal foi identificada uma mancha de ocupação de cronologia pré-histórica. Também, no lote onde está instalado o Somos Ambiente, foi identificada uma mancha de dispersão atribuída ao período Paleolítico. Com o desenvolvimento que se espera para o Eco-Parque do Relvão será expectável o aprofundamento do conhecimento dos povos que em épocas anteriores da nossa história ocuparam este território, no pressuposto de que a implantação de novas unidades será sempre precedida de intervenções preventivas na vertente arqueológica Efeitos decorrentes da implementação da Proposta de Alteração Ordenamento territorial A Proposta de alteração do PDM vertente irá viabilizar um conjunto de investimentos no sector das energias renováveis e da gestão de resíduos e simultaneamente regularizar a situação de desajustamento entre o uso real do solo e a classificação que actualmente impende sobre as áreas já ocupadas do Eco-Parque do Relvão. Considera-se que a alteração da classificação do solo associada à Proposta dá resposta, à escala municipal, às estratégias vertidas nos instrumentos de ordenamento territorial de hierarquia superior, designadamente o PNPOT, o PROT OVT, PROF e PGRH, de reforço da competitividade territorial, promoção do desenvolvimento policêntrico do território, coesão territorial e desenvolvimento económico. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 126

134 Com efeito, o PNPOT considera para a região do Oeste e Vale do Tejo a necessidade de (...) implementar as infra-estruturas ambientais que minimizem as agressões das actividades económicas (...). Por seu lado, o PROT OVT, considera que A concretização das opções estratégicas do PROT OVT pressupõe, no domínio da actividade empresarial da indústria e serviços às empresas, a construção de um modelo territorial que valorize o potencial de iniciativa e atractividade empresarial da região, envolvendo um conjunto de elementos de qualificação dos espaços territoriais para localização empresarial, a sua articulação em rede de forma a permitir ganhos de eficiência colectiva para os agentes económicos (...). (...) As propostas neste domínio pretendem incentivar a construção de estratégias de eficiência colectiva que criem e desenvolvam economias de proximidade e de aglomeração (...), entre outras, através do (...) Desenvolvimento de clusters ou redes de empresas, apoiadas em parcerias estabelecidas com agências da administração local e central, suportadas em projectos âncora ou de requalificação e reestruturação de actividades económicas existentes, vocacionadas para a criação de valor, centradas numa partilha de visão estratégica e de racionalização de infra-estruturas e serviços comuns. No quadro das directrizes para a subunidade Charneca Ribatejana Norte, onde se localiza a área em análise, o PROT OVT refere a necessidade de (...) consolidar a formação de uma área de actividades ligada às indústrias da fileira ambiental (Eco- Parque do Relvão), garantindo a devida preservação do aquífero e assegurando a ocupação de áreas menos produtivas ou menos valiosas do ponto de vista ambiental e da conservação da natureza. O Eco-Parque do Relvão constitui-se como pólo de actividades especializadas nos domínios dos resíduos e das energias renováveis, estabelecidas numa base preferencialmente simbiótica, com ligação a centros de investigação e universidades que cooperam mutuamente na partilha de conhecimentos, de que se citam o Instituto Superior Técnico e o ECOLivingLAb. O Eco Parque afirma-se como um parque industrial de excelência, tecnologicamente avançado e dotado de um conjunto de infra-estruturas, equipamentos e serviços de alta qualidade. Relativamente ao PGBH do Tejo, considera-se que não existem desajustamentos ou incompatibilidades com os objectivos estratégicos definidos neste plano, no âmbito da valorização, protecção e gestão equilibrada da água nesta bacia. Com efeito, a Proposta promove a adequação do uso do solo às suas reais potencialidades no campo da protecção dos sistemas aquíferos, dado que, como foi já amplamente justificado, os solos da área em apreço não apresentam características que suportem a sua integração na REN, como área estratégica para a recarga de aquíferos. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 127

135 Também no que se refere à protecção da zona designada para captação de água subterrânea, são respeitados os limites dos perímetros de protecção das captações da Carregueira, como se pode verificar pela consulta da Figura 5.12, já apresentada. No que respeita ao PROF do Ribatejo, considera-se que a Proposta não promove a estratégia de fomento das funções dos espaços florestais, designadamente, no presente caso, as funções de produção, silvo-pastorícia, caça, pesca e protecção. Também de acordo com o PROF, a área em análise está classificada como zona crítica do ponto de vista da floresta contra incêndios, existindo, segundo o PMDFCI zonas classificadas com perigosidade elevada a muito elevada. Nos termos do Decreto-Lei n.º 126/2004, de 28 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria, fora das áreas edificadas consolidadas, é proibida nos terrenos classificados nos PMDFCI com risco de incêndio das classes alta ou muito alta. Outro aspecto que interessa relevar, prende-se com a proibição de acções, por um prazo de 10 anos, nos terrenos com povoamentos florestais percorridos por incêndios (estabelecimento de quaisquer actividades industriais, entre outras) em áreas não classificadas nos planos municipais de ordenamento do território como solos urbanos, urbanizáveis ou industriais (Decreto-Lei n.º 327/90, de 22 de Outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 34/99, de 5 de Fevereiro e Decreto-Lei n.º 55/2007, de 12 de Março). Esta legislação prevê a possibilidade dessas proibições serem levantadas, por Despacho Conjunto dos Ministros do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, desde que se comprove que a origem do incêndio se ficou a dever a causas a que os interessados são alheios, a requerimento dos interessados ou da respectiva câmara municipal, apresentado no prazo de um ano após a data de ocorrência do incêndio. No caso em análise, as áreas percorridas pelo grande incêndio de 2003 já não estão abrangidas pelos condicionalismos acima referidos, dado ter já decorrido o prazo previsto na lei. Por seu lado, o Despacho n.º 4136/2015, de 24 de abril procedeu ao levantamento da proibição de construção em área ardida para as áreas afetadas por incêndio nos anos que se seguiram a Importa também acautelar o cumprimento do regime legal de protecção às espécies de Sobreiro e Azinheira, consignado no Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de Maio, na sua actual redacção, nas zonas onde foram identificados esses espécimes. Uso do solo A estratégia de desenvolvimento do concelho da Chamusca fundamenta-se na dinamização dos sectores de base da economia, que se traduz, no modelo de organização territorial em implementação, na criação de uma rede de áreas de especialização industrial, concretizada em espaços de iniciativa autárquica, já citados anteriormente. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 128

136 As dinâmicas espaciais e temporais de transformação do uso e ocupação do solo no município têm sido dominadas mais pelas alterações na tipologia do coberto vegetal, em grande parte devido aos incêndios que têm percorrido esta área e também devido ao incremento dos povoamentos de eucalipto e pinheiro em detrimento do montado de sobro, e menos pelo aumento do solo urbano, que como se viu, representa cerca de 0,6% da área total do concelho. De acordo com a carta de ocupação do solo do projecto Corine Land Cover (2006), o solo urbano no concelho da Chamusca enquadrava-se na categoria tecido urbano descontínuo e áreas de extracção de inertes totalizando uma superfície total de cerca de 415 ha. Neste enquadramento, a presente pretensão de reclassificação do solo representa uma perda de 266 ha de solo rural, ou seja, cerca de 0,4% da área total enquadrada por esta classificação, solo este que apresenta capacidade de uso reduzida a nula, excepto para o montado de uso múltiplo ou pinhal de exploração e se encontra actualmente marioritariamente ocupado por matos e provoamentos monoespecíficos de eucalipto. O Eco-Parque do Relvão, objecto da presente Proposta de Alteração, é um espaço de especialização para as actividades ligadas à gestão de resíduos e às energias renováveis, único no país, e que, comprovadamente, se tem constituído como motor de desenvolvimento economómico e social no concelho. O seu desenvolvimento e pleno aproveitamento dos benefícios económicos, sociais e ambientais passa pela eliminação de um conjunto de constrangimentos, entre eles as questões de ordenamento territorial. Assim, estão verificados os requisitos que se impõem à reclassificação do solo em referência, designadamente o articulado n.º 6 do Decreto-Regulamentar n.º 11/2009, de 29 de Maio: 1 - A classificação do solo como urbano visa a sustentabilidade, a valorização e o pleno aproveitamento das áreas urbanas, no respeito pelos imperativos de economia do solo e dos demais recursos territoriais. 2 - O solo urbano compreende os terrenos urbanizados e aqueles cuja urbanização seja possível programar, incluindo os solos afectos à estrutura ecológica necessários ao equilíbrio do espaço urbano. 3 - A classificação do solo como urbano fundamenta-se na indispensabilidade e adequação quantitativa e qualitativa de solo para implementar a estratégia de desenvolvimento local. 4 - A classificação do solo como urbano observa, cumulativamente, os seguintes critérios: a) Inserção no modelo de organização do sistema urbano municipal; b) Existência ou previsão de... actividades geradora de fluxos significativos de população, bens e informação; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 129

137 c) Existência ou garantia de provisão, no horizonte do plano municipal de ordenamento do território, de infra-estruturas urbanas e de prestação dos serviços associados, compreendendo, no mínimo, os sistemas de transportes públicos, de abastecimento de água e saneamento, de distribuição de energia e de telecomunicações;.... Acessos e Infra-estruturas O Eco-Parque do Relvão dispõe das necessárias e adequadas infra-estruturas de abastecimento de água, energia eléctrica e telecomunicações. Não obstante não estar previsto a curto prazo a extensão da rede de saneamento da Carregueira ao Eco- Parque, a Câmara da Chamusca assegura a recolha das águas residuais urbanas das diversas instalações por limpa-fossas. No que se refere à acessibilidade, de acordo com os estudos da Exacto (2010 e 2012), mesmo no cenário de crescimento económico optimista do concelho (assente na ocupação forte do Eco-Parque do Relvão), as previsões indicam que existe reserva de capacidade de carga na rede em geral. Estas conclusões são corroboradas pelo estudo de tráfego realizado pela TIS.PT, no âmbito do EIA do CIGR. No entanto, o estudo da Exacto refere a existência de uma restrição num ponto nevrálgico da rede vária do concelho que coloca alguns problemas de circulação, nomeadamente, o atravessamento da ponte Isidro dos Reis (EN243, imediatamente a Norte da Chamusca) por veículos pesados, em consequência do perfil transversal estreito, agravado pela superstrutura metálica e guardas de segurança interiores da ponte, que dificulta, senão mesmo impede, o cruzamento na ponte de veículos desta categoria. Este ponto de estrangulamento será ultrapassado com a construção dos troços do IC3 Chamusca/Almeirim e Chamusca/Barquinha. Também a construção da via municipal de ligação ao Eco-Parque, em conjugação com o IC3, permitirá desviar o tráfego do interior das povoações, com minimização dos incómodos a nível do ruído, qualidade do ar e, não menos importante, em termos de segurança. Dado não se prever a curto prazo a construção dos troços do IC3 referidos, devido às condições económico-financeiras do país, a Estradas de Portugal, em articulação com a Câmara da Chamusca, irá proceder à semaforização do tráfego de pesados na ponte Isidro dos Reis, de modo a minimizar as ocorrências indesejáveis referidas. Interferências com valores paisagísticos e patrimoniais Em termos paisagísticos, conforme anteriormente referido, a área objecto da Proposta não apresenta valor significativo. Não obstante, a implantação de novos estabelecimentos industriais no Eco-Parque do Relvão estará sujeita à aplicação dos requisitos previstos no Regulamento do PDM em vigor, ponto 1.6 do Artigo 20.º, que para além dos índices urbanísticos aplicáveis e outras medidas de carácter ambiental, estipula o enquadramento paisagístico das instalações, nomeadamente: Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 130

138 5.7.3 Directrizes Cada instalação deverá ter, nos lados confinantes com a via pública, faixas arborizadas, com 1,5 m de largura, que melhorem o enquadramento paisagístico e contribuam para assegurar a qualidade ambiental. Para além do cumprimento deste requisito, verifica-se que os projectos das unidades em fase mais adiantada de desenvolvimento (CIVTRHI, Bioenergy e Ambimed) incluem medidas específicas de integração paisagística que minimizam o impacte resultante dos novos elementos construídos. Em relação aos aspectos patrimoniais, a implementação dos projectos objecto da Proposta tem contribuído para ampliar o conhecimento sobre o passado arqueológico do planalto da Carregueira, fruto dos levantamentos arqueológicos que têm sido realizados no âmbito dos respectivos Estudos de Impacte Ambiental (por exemplo, CIRVER, Somos Ambiente e CIVTRHI), e que será eventualmente aprofundado através do acompanhamento arqueológico da construção das novas unidades. Acresce referir que o Regulamento do PDM em vigor, ponto 1.6 do Artigo 20.º, aplicável à implantação de novos estabelecimentos industriais no Eco-Parque do Relvão, estabelece o seguinte: Nos sítios arqueológicos qualquer edificação ou modificação de solos fica condicionada à realização prévia de trabalhos arqueológicos de prospecção e escavação arqueológica. No Quadro 5.21 indicam-se os efeitos esperados no FCD Ordenamento do Território como resultado da Proposta. Os objectivos de sustentabilidade definidos para o FCD Ordenamento do Território referem a protecção de áreas ambientalmente vulneráveis e dos solos de boa qualidade, de forma a prevenir perdas por ocupação ou erosão, bem como a protecção da paisagem e dos elementos culturais. Refere-se ainda a necessidade de garantir uma adequada acessibilidade e infraestruturação de suporte ao desenvolvimento económico pretendido. Os projectos que sustentam a Proposta serão implementados numa área de ocupação florestal, sem aptidão agrícola, percorrida por grandes incêndios, considerando-se que as situações de conflito com o uso potencial dos solos estão minimizadas, para além de que se irá proceder à exclusão dos solos do regime da REN, dado que estes não cumprem os requisitos exigíveis a tal classificação. Por outro lado, os EIA dos projectos que concretizam a Proposta incluem medidas concretas de protecção e valorização dos elementos culturais e paisagísticos, bem como cumprem os requisitos urbanísticos exigíveis, não se afigurando necessárias recomendações adicionais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 131

139 Quadro 5.21 Critérios e indicadores de avaliação para o FCD ordenamento do território FCD Critério de Avaliação Indicador Objectivos de sustentabilidade Efeitos Positivos/Oportunidades Ordenamento do uso do solo Áreas de solo rural e solo urbano Promover uma melhor e mais equilibrada organização espacial do território Proteger áreas ambientalmente vulneráveis Preservar os solos de boa qualidade prevenindo perdas por ocupação ou erosão Pretensão vai de encontro à estratégia definida nas figuras de ordenamento supra concelhias, da concentração da actividade industrial, contrariando a dispersão territorial de estabelecimentos, através da promoção de pólos de competitividade, organizados em clusters, ou em rede, que dinamizem a economia regional com valorização dos recursos endógenos A proposta de reclassificação do solo fundamenta-se na adequação quantitativa e qualitativa de solo para implementar a estratégia de desenvolvimento local Efeitos Negativos/Riscos A Proposta não promove as funções pretendidas para os espaços florestais, de produção e protecção, embora potencie a valorização da floresta como recurso energético endógeno Actualmente o solo urbano representa 0,6% da área total do concelho da Chamusca, pelo que a perda de solo rural afecta à reclassificação em proposta não representa um efeito negativo com relevância. Ordenamento do território Acessos e Infraestruturas Rede viária (volume de tráfego, nível de serviço) Infra-estruturas gerais (electricidade, gás natural, telecomunicações, abastecimento de água, drenagem de águas residuais) Garantir a infra-estruturação e as acessibilidades necessárias a um harmonioso desenvolvimento das actividades económicas Os estudos de tráfego elaborados asseguram que a rede viária existente tem capacidade para os volumes de tráfego que a Proposta irá gerar sem perda significativa dos níveis de serviço O actual constrangimento no atravessamento da Ponte Isidro dos Reis irá ser minimizado através da semaforização inteligente que a Estradas de Portugal irá implementar a curto prazo O Eco-Parque dispõe de adequadas infra-estruturas de abastecimento de água, energia eléctrica e telecomunicações A decisão relativa à construção do IC3 e da via municipal de ligação ao Eco- Parque do Relvão encontra-se actualmente suspensa devido à crise financeira que o país atravessa O Eco-Parque do Relvão não dispõe de rede de saneamento pública, sendo a recolha das águas residuais urbanas realizada por limpa-fossas dos serviços camarários Interferência com valores paisagísticos Áreas com características paisagísticas a preservar Proteger o carácter e diversidade da paisagem através da consideração de índices urbanísticos apropriados e da adequada integração dos projectos que concretizam a Proposta A concentração das actividades industriais no Eco-Parque preserva a paisagem do território concelhio do efeito resultante da dispersão destas, estando também previsto o enquadramento paisagístico adequado da área do projecto Alteração da paisagem eminentemente agro-florestal do local para uma paisagem de cariz industrial Interferência com valores patrimoniais Elementos patrimoniais classificados e em vias de classificação e respectivas áreas de protecção Outros elementos patrimoniais a preservar Proteger e valorizar os elementos culturais A implementação dos projectos contribuirá para a identificação de valores patrimoniais, se existentes, e desse modo ampliar o conhecimento sobre as épocas históricas anteriores Possível, embora muito improvável, afectação de áreas com interesse patrimonial, caso não se tenha em consideração as regras e cuidados exigíveis Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 132

140 Relativamente às acessibilidades, considera-se que se deverá proceder à monitorização dos volumes de tráfego e determinação dos níveis de serviço nas vias de acesso ao Eco- Parque, com especial atenção na secção da EN243 correspondente à Ponte Isidro dos Reis, de modo a avaliar o sucesso da implementação do controlo semaforizado do tráfego de pesados na ponte. 5.8 Avaliação Global De acordo com a avaliação ambiental efectuada admite-se que a Proposta de Alteração do PDM e os projectos que a concretizam irão ter um contributo positivo para a prossecução dos objectivos do Quadro de Referência Estratégico da presente AAE e dos objectivos de sustentabilidade definidos. A área a que respeita à Proposta conjuga características particularmente favoráveis à instalação deste tipo de actividade, não apresentando valores ou sensibilidades particulares a atender nas vertentes física, biótica e humana. Com efeito, trata-se de uma área isolada, sem aglomerações a menos de 5 km, afastada de zonas classificadas do ponto de vista da conservação da natureza, e sem valores particulares nos domínios geológico, pedológico, paisagístico, dos recursos hídricos e do património. Do ponto de vista sócio-económico, a área insere-se numa região com problemas de envelhecimento populacional e de fixação da população, em que o tecido produtivo assenta primordialmente no sector terciário, que tem captado progressivamente activos provenientes do sector agro-florestal. A Proposta constituirá factor de desenvolvimento sustentável do concelho, originando a criação de postos de trabalho, em parte qualificados, que irão contribuir para reduzir a taxa de desemprego local, melhorar a estrutura da população activa, e, também, fixar activos exteriores, promovendo a atractividade territorial do concelho. Contribuirá também para a dinamização do Eco-Parque do Relvão e dos seus conceitos enquadradores, assentes na criação de redes de parcerias na gestão sustentável de recursos, gerando efeitos ambientais e económicos positivos, quer para as empresas, quer para a região. Outra oportunidade a realçar refere-se ao contributo para o cumprimento dos objectivos estabelecidos no QRE no que se refere à utilização de energias renováveis e à redução da emissão de gases com efeito de estufa por via da utilização de resíduos hospitalares e industriais e de biomassa florestal residual em substituição dos combustíveis fósseis. Assinala-se também oportunidades no que respeita ao combate aos incêndios, quer na gestão do combustível, quer na beneficiação da rede de pontos de água e nos meios de primeira intervenção que poderão ser disponibilizados pelas empresas, para além dos que estão previstos sediar no próprio Parque. Por seu lado, os projectos em apreço internalizam questões de preservação do ambiente e minimização dos efeitos negativos, que se reflectem nas opções tecnológicas efectuadas e nas medidas adoptadas no desenvolvimento dos projectos. Citam-se, a utilização de tecnologias menos intensivas em termos do consumo de água e da produção de águas residuais e a adopção de sistemas eco-eficientes na gestão dos circuitos internos às instalações. Os efluentes residuais das instalações são devidamente Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 133

141 encaminhados para tratamento no exterior. Os resíduos produzidos nas instalações são recolhidos e armazenados separativamente em locais adequados, sendo depois enviados para valorização ou destino final de acordo com as suas características. Em relação às emissões gasosas, os projectos integram tecnologias de tratamento state-of-the-art, que reduzem significativamente os níveis de poluentes emitidos, garantindo-se concentrações não relevantes junto dos receptores sensíveis e efeitos desprezáveis em termos da saúde pública. À sua escala de influência, os projectos que sustentam a Proposta contribuem para melhorar o valor ecológico do planalto da Carregueira através da inclusão de medidas de preservação e beneficiação de pequenas áreas com interesse para a conservação da natureza, localizadas no interior das parcelas. Como aspectos negativos, podem citar-se um aumento, ainda que reduzido, do consumo de água, da carga poluente afluente às massas de água e emitida para a atmosfera e da impermeabilização do solo, com potenciais repercussões a nível do controlo dos processos erosivos e de cheias nos vales adjacentes. Na situação de ocorrência de um acidente, de acordo com as simulações efectuadas, poderão ser afectadas pessoas e bens, embora em área circunscrita ao interior das instalações. Apenas no caso de formação de nuvem tóxica a área de influência poderá ser maior, contudo sem afectar as casas de habitação isoladas próximas. A alternativa da não concretização da alteração do PDM mostrou-se comparativamente mais desvantajosa, impossibilitando a criação das oportunidades e dinâmicas económicas e sociais conducentes a níveis de desenvolvimento progressivamente mais elevados. 6. AVALIAÇÃO E CONTROLO 6.1 Monitorização De acordo com a alínea h) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, a avaliação ambiental deverá conter uma descrição das medidas de avaliação e controlo dos efeitos ambientais associados à implementação da alteração do PDM, numa perspectiva de monitorização, em conformidade com o artigo 11.º do mesmo diploma. Com efeito, nos termos deste artigo, as entidades responsáveis pela elaboração dos planos e programas avaliam e controlam os efeitos significativos no ambiente decorrentes da respectiva aplicação e execução, verificando a adopção das medidas previstas na declaração ambiental, a fim de identificar atempadamente e corrigir os efeitos negativos imprevistos. Assim, a monitorização e controlo serão desenvolvidos tendo em conta os seguintes objectivos: Acompanhar e validar a avaliação dos efeitos no ambiente identificados no decurso da avaliação ambiental da Proposta de Alteração do PDM; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 134

142 Avaliar se a concretização da Proposta contribui eficazmente para alcançar os objectivos de sustentabilidade definidos; Avaliar a eficácia das directrizes propostas, tendo em vista a identificação e correcção atempada dos efeitos negativos imprevistos, e se justificável, a revisão dos mesmos; Promover uma maior participação e envolvimento dos agentes com responsabilidades no processo de avaliação ambiental da Proposta. Dado que alguns dos projectos que concretizam a Proposta estão ou estiveram em fase de procedimento de AIA, a proposta de monitorização e controlo que aqui se apresenta tem em devida conta as medidas e programa de monitorização já consignadas nas respectivas DIA. Para efeitos de controlo, seleccionaram-se os indicadores capazes de representar o afastamento ou aproximação aos objectivos de sustentabilidade pré-definidos e facilmente mensuráveis, fiáveis e reprodutíveis. Durante a fase de seguimento os indicadores podem ser adaptados, face aos resultados obtidos, ou à facilidade em obter informações/dados que à data não se encontram sistematizados. As metas podem também ter que ser reajustadas devido a alterações normativas ou dos objectivos estratégicos. Nos quadros seguintes apresentam-se, por FCD, os indicadores de controlo, bem como a periodicidade do registo e a fonte de informação. 6.2 Medidas a Adoptar na Sequência dos Resultados da Monitorização Caso os resultados da monitorização apontem para um quadro ambiental divergente ou aquém dos objectivos de sustentabilidade definidos para a presente Avaliação Estratégica, deverão ser propostas directrizes adicionais que reforcem os meios para atingir os fins pretendidos. Deverá ser também analisada a necessidade de rever os indicadores de controlo acima definidos com vista a melhor definir a evolução do quadro ambiental em direcção às metas desejáveis, como já referido. 6.3 Periodicidade da Avaliação e Controlo A verificação das condições de implementação da Proposta de Alteração do PDM da Chamusca, quer no que respeita à concretização dos objectivos de sustentabilidade, quer em relação às directrizes e efeitos esperados, será efectuada com periodicidade bianual. Serão elaborados relatórios bianuais dando conta das questões acima referidas, que serão divulgados através de meios electrónicos e enviados à APA, em conformidade com o n.º 3 do art.º 11 do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 135

143 Quadro 6.1 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD conservação da natureza FCD Critério de Avaliação Indicador Métrica Periodicidade Fonte de Informação Conservação da natureza Afectação de áreas classificadas ou de outras áreas para a conservação da natureza Afectação de eixos de conectividade Afectação de áreas de complementaridade ecológica Existência de áreas classificadas próximas ou de outras áreas com interesse para a conservação da natureza Existência de eixos de conectividade Existência de áreas de complementaridade ecológica N.º de exemplares de sobreiros plantados na área do Eco-Parque do Relvão em acções promovidas pela entidade gestora do Eco-Parque ou por outras entidades Alocação de áreas destinadas exclusivamente à instalação de estruturas sustentáveis que originem biótopos viáveis de modo a contribuir positivamente para a funcionalidade ecológica regional (m 2 ) Anual Proponentes dos projectos que concretizam e proposta de alteração ou de outros que irão ocupar as áreas em apreço Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 136

144 Quadro 6.2 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD qualidade ambiental FCD Critério de Avaliação Indicador Métrica Periodicidade Fontes de Informação Qualidade ambiental Afectação da qualidade dos meios hídricos e do solo Afectação da qualidade do ar Afectação da saúde pública Afectação do conforto acústico das populações Área de solos classificados na REN Estado químico e ecológico das massas de água superficiais e subterrâneas Produção, tratamento, destino final/valorização das águas residuais e dos resíduos Infra-estruturas de gestão ambiental públicos ou privados (águas residuais, resíduos, outros) com capacidade e adequabilidade técnica para absorver as solicitações resultantes dos projectos que concretizam a Proposta Estado de qualidade do ar Produção/tratamento das emissões gasosas Níveis de exposição da população aos poluentes de risco Níveis de ruído nos receptores sensíveis próximos, povoação da Carregueira, herdade da Galega Nova e herdade da Valeira e outros Registo dos níveis de água (estático e dinâmico) nos furos das instalações do Eco-Parque, nos furos de abastecimento à Carregueira e nos poços/furos das herdades da Valeira e de Galega Nova Volume de água captado em cada unidade e sua repartição por sector (m³) Taxa de água reutilizada/recirculada no Eco-Parque do Relvão (%) % de parâmetros não conformes na descarga de águas residuais das instalações que descarregam em meio hídrico % de parâmetros não conformes na qualidade da água das linhas de água a jusante dos pontos de descarga de águas residuais tratadas % de parâmetros não conformes na qualidade das águas subterrâneas Taxa de recirculação/reutilização de águas residuais nas instalações Taxa de valorização material e energética dos resíduos produzidos nas instalações Eficiência média dos sistemas de tratamento receptores das descargas das unidades (%) N.º de registos de avaria/by-pass dos sistemas de tratamento acima referidos % de não conformidades nas emissões das instalações % de não conformidades dos parâmetros medidos na estação de monitorização da Chamusca e nas estações a instalar no âmbito do projecto de CIVTRHI Evolução da taxa de morbilidade e mortalidade por doenças cancerígenas (%) % de não conformidades nos resultados biométricos da população Taxa de rejeição das instalações do Eco-Parque pela população (%) N.º de reclamações por parte da população Número de situações de não conformidade junto dos receptores próximos Medidas de controlo acústico para mitigação do ruído a implementar pelos proponentes dos projectos (n.º) Anual Anual Anual Anual Anual Anual Anual Projectos que concretizam a Proposta Projectos que concretizam a Proposta Câmara da Chamusca Águas do Ribatejo Projectos que concretizam a Proposta Projectos que concretizam a Proposta Câmara Municipal da Chamusca Projectos que concretizam a Proposta CCDR LVT INE CIVTRHI Câmara Municipal da Chamusca e Junta de Freguesia da Carregueira Câmara Municipal da Chamusca Projectos que concretizam a Proposta Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 137

145 Quadro 6.3 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD riscos naturais, ambientais e tecnológicos FCD Critério de Avaliação Indicador Métrica Periodicidade Fontes de informação Susceptibilidade à ocorrência de incêndios Áreas percorridas por incêndios N.º de ocorrências Área ardida (ha) Autoridade Nacional de Protecção Civil Autoridade Nacional Florestal Câmara Municipal da Chamusca Perigosidade dos processos tecnológicos (grau de risco dos estabelecimentos) Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção e Controlo de Acidentes Graves Envolvendo Substâncias Perigosas (Decreto-Lei n.º 254/2007) ou por outras normas aplicáveis ao fabrico e armazenagem de substâncias explosivas Estabelecimentos enquadrados pelo regime da Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP) N.º de estabelecimentos N.º de estabelecimentos Anual Agência Portuguesa do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente Transporte de mercadorias perigosas N.º de acidentes no transporte rodoviário de substâncias perigosas Autoridade Nacional de Protecção Civil Instituto de Mobilidade e dos Transportes Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 138

146 Quadro 6.4 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD desenvolvimento económico FCD Critério de Avaliação Indicador Periodicidade Fontes de Informação Evolução do PIB municipal (M ) Desenvolvimento económico Geração de produto interno bruto Dinâmica empresarial na óptica da simbiose industrial Evolução do VAB municipal (M ) N.º de empresas por sector de actividade agro-florestal, energético e de gestão de resíduos Anual Anual INE Quadro 6.5 Indicadores de monitorização e controlo para o emprego e coesão social FCD Critério de Avaliação Indicador/Métrica Periodicidade Fontes de informação Evolução da população empregada (%) Criação de emprego Evolução da taxa de actividade por sector de actividade (%) Anual INE Emprego e coesão social Formação profissional e investigação e desenvolvimento Evolução da taxa de desemprego (%) Emprego segundo o nível de escolaridade Intensidade em I&D N.º de acções de formação proporcionadas pelas empresas aos seus trabalhadores Anual INE Empresas instaladas no Eco- Parque Variação demográfica Demografia Evolução da estrutura etária Evolução do índice de envelhecimento Anual INE Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 139

147 Quadro 6.6 Indicadores de monitorização e controlo para o FCD ordenamento do território FCD Critério de Avaliação Indicador/Métrica Periodicidade Fonte de Informação Ordenamento do uso do solo Evolução das áreas de solo rural e solo urbano no concelho (ha) Trianual Câmara da Chamusca Volume de tráfego nas secções das vias de acesso ao Eco-Parque Níveis de serviço nas secções de acesso ao Eco-Parque Bianual Estradas de Portugal Ordenamento do território Acessos e Infra-estruturas Interferência com valores paisagísticos N.º de pedidos de instalação de contadores de água; N.º pedidos de serviço de recolha de águas residuais e volume recolhido N.º de queixas por insatisfação dos serviços de fornecimento Área beneficiada por acções de reflorestação por espécies autóctones e de integração paisagística (m 2 ) Anual Anual Águas do Ribatejo Câmara da Chamusca Projectos que concretizam a Proposta Câmara Municipal da Chamusca ACHAR N.º de trabalhos arqueológicos realizados (prospecções, acompanhamentos, sondagens/escavações) Interferência com valores patrimoniais Número de unidades industriais construídas Anual DGPC N.º de sítios inéditos descobertos Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 140

148 7. ENVOLVIMENTO PÚBLICO E INSTITUCIONAL Ao longo do procedimento de AAE está prevista a possibilidade da entidade responsável pela elaboração do Plano ou Programa conduzir um conjunto de consultas a entidades com responsabilidades ambientais específicas (ERAE), às quais possa interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação da Proposta, no caso vertente. Assim, foram efectuadas consultas a um conjunto de entidades, já citadas em outras partes deste documento, quer na 1.ª fase do processo de AAE (Factores Críticos para a Decisão), quer na fase relativa ao Relatório Ambiental Preliminar. Os pareceres emitidos nas fases de apreciação referidas deram lugar à reformulação/ajustamento da Proposta de Alteração e do Relatório Ambiental Preliminar, da forma que foi já explicitada no ponto 4 do presente documento. A fase seguinte do procedimento de AAE refere-se ao período de discussão pública, procedimento que permite um envolvimento activo e construtivo, com recolha de sugestões e observações, por parte de todos os intervenientes ou interessados, num quadro de transparência, responsabilização e cidadania. Durante o prazo de consulta pública, a qual é anunciada com uma antecedência de 5 dias e tem a duração mínima de 22 dias, todos os elementos serão facultados através da Internet e estarão disponíveis para consulta na Câmara Municipal da Chamusca. 8. FASES SEGUINTES DO PROCESSO Ponderados os resultados da consulta e discussão públicas será elaborada a versão final da Alteração do PDM e do Relatório Ambiental, a aprovar por deliberação da Assembleia Municipal. Após a aprovação, será elaborada a Declaração Ambiental, nos termos do Artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, onde será identificada a forma como as considerações ambientais e o relatório ambiental foram integrados na Alteração do PDM. Serão também referidas as observações apresentadas na consulta pública e pelas entidades, bem como a forma como esses contributos foram ponderados na elaboração da proposta final, justificando-se eventuais situações em que não tenham sido acolhidos. A declaração apresentará, ainda, as razões que fundamentaram a aprovação do plano e as medidas de controlo dos efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação da Alteração do PDM. A declaração ambiental será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente a qual a disponibilizará para consulta, na sua página de Internet. A Alteração do PDM e a Declaração Ambiental serão enviadas à DGOTDU e disponibilizadas por meios electrónicos pela CM Chamusca. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 141

149 9. SÍNTESE CONCLUSIVA O objectivo estratégico nuclear que rege a presente Proposta de Alteração do PDM da Chamusca prende-se com a necessidade de, em tempo útil, rever as regras de uso, ocupação e transformação do solo que vigoram actualmente num conjunto de parcelas do território da Chamusca, as quais se encontram desajustadas do modelo de desenvolvimento local, nomeadamente o que é promovido pelo Eco-Parque do Relvão, plataforma logística de acolhimento empresarial de empresas simbióticas nos sectores dos resíduos e das energias renováveis. A dinamização do sector industrial é parte fundamental da estratégia de desenvolvimento económico e social do concelho da Chamusca, pela criação de emprego, fixação da população, qualificação dos recursos humanos e geração de riqueza que promove. É, assim, nesta visão de desenvolvimento sustentável do concelho e da região que o presente procedimento de alteração se fundamenta, objectivando-se criar as condições legais e regulamentares de natureza urbanística para a dinamização de um projecto o Eco-Parque do Relvão - considerado estratégico para os fins em prossecução, estando em total concordância, não só com o modelo de desenvolvimento e planeamento que está a ser delineado no âmbito do processo de revisão do PDM, em curso, mas também nas orientações estratégicas vertidas nos planos de hierarquia superior, designadamente, entre os principais, o PROT OVT e o PNPOT. A avaliação ambiental efectuada, consubstanciada no presente documento, dá conta de que a pretensão potencia a concretização de um conjunto significativo de objectivos ambientais que decorrem directamente do QRE da presente AAE e constitui uma oportunidade de desenvolvimento real para o concelho da Chamusca. O balanço dos Riscos e Oportunidades da Proposta é francamente positivo, sendo os riscos inerentes de significância não relevante. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Página 142

150 ANEXOS Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

151 Anexo I Instrumentos Estratégicos de Referência Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

152 1. Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) Os objectivos definidos na RCM n.º 109/2007, de 20 de Agosto, da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável são: Preparar Portugal para a «Sociedade do Conhecimento». Este objectivo incorpora dois níveis cruciais: acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico como base para a inovação e a qualificação; melhorar as qualificações e criar as competências adequadas para um novo modelo de desenvolvimento. Aposta-se, assim, no desenvolvimento do capital humano nacional, que integra a generalização da educação pré-escolar, a melhoria da qualidade dos ensinos básico, secundário e superior, a aprendizagem ao longo da vida, a criação de novas competências e o reforço da investigação e desenvolvimento de base científica e tecnológica, e, ainda, o incentivo ao desenvolvimento cultural e artístico. Este esforço integrado na promoção do capital humano terá repercussões no potencial de inovação das empresas e da sociedade, bem como num cabal desempenho das tarefas de cidadania e de defesa do ambiente, num contexto de crescente complexidade nacional e internacional, condições indispensáveis para que se possam explorar as oportunidades abertas pela evolução para a «sociedade do conhecimento»; Crescimento Sustentado, Competitividade à Escala Global e Eficiência Energética. Pretende-se um crescimento mais rápido da economia portuguesa, potenciado pelo desenvolvimento de um comportamento responsável por parte dos agentes económicos, que permita retomar a dinâmica de convergência, assente num crescimento mais significativo da produtividade associado a um forte investimento nos sectores de bens e serviços transaccionáveis, o que, para ser compatível com a criação de emprego, exige uma mudança no padrão de actividades do País, num sentido mais sintonizado com a dinâmica do comércio internacional, aproveitando e estimulando as suas possibilidades endógenas; Melhor Ambiente e Valorização do Património. Este objectivo visa assegurar um modelo de desenvolvimento que integre, por um lado, a protecção do ambiente, com base na conservação e gestão sustentável dos recursos naturais, de modo que o património natural seja evidenciado como factor de diferenciação positiva e, por outro, o combate às alterações climáticas que, sendo em si mesmo um desafio para diversos sectores da sociedade, deve ser encarado como uma oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável. Tem-se em vista, também, a preservação e valorização do património construído; Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social. Este objectivo estratégico visa a garantia da satisfação das necessidades básicas na área da saúde, educação, formação, cultura, justiça e segurança social, de modo a favorecer a qualidade de vida num quadro de coesão, inclusão, equidade e justiça social, bem como de sustentabilidade dos sistemas públicos de protecção social. Visa-se, também, fazer face a novos riscos de exclusão, em particular resultantes da difusão das novas tecnologias de informação e comunicação, que deve ser acompanhada por medidas activas de combate à infoexclusão; Melhor Conectividade Internacional do País e Valorização Equilibrada do Território. O que se pretende é mobilizar os diversos instrumentos de planeamento com efeitos directos no território, de modo a reduzir o impacto negativo do posicionamento Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-1

153 periférico de Portugal no contexto europeu, melhorando ou criando infra-estruturas de acesso eficaz às redes internacionais de transportes e de comunicações, tirando partido da conectividade digital e reforçando as condições de competitividade nacional e regional. Preconiza-se, também, o valorizar do papel das cidades como motores fundamentais de desenvolvimento e internacionalização, tornando-as mais atractivas e sustentáveis, de modo a reforçar o papel do sistema urbano nacional como dinamizador do conjunto do território; Um Papel Activo de Portugal na Construção Europeia e na Cooperação Internacional. Este objectivo reafirma o compromisso de Portugal com o projecto europeu e compreende a cooperação internacional em torno da sustentabilidade global, envolvendo o aprofundamento do nosso relacionamento externo com algumas regiões de interesse prioritário para a afirmação de Portugal no Mundo. Essa cooperação visa contribuir de forma empenhada para o desenvolvimento económico e social global, para a consolidação e aprofundamento da paz, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de Direito, para a luta contra a pobreza e, em geral, para a concretização dos objectivos de desenvolvimento do Milénio, bem como para um ambiente melhor e mais seguro à escala do planeta e, em particular, para a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade dos ecossistemas; Uma Administração Pública mais Eficiente e Modernizada. Assume-se o propósito estratégico de promover a modernização da administração pública como elemento fundamental para uma governação qualificada e para uma maior eficiência na prestação dos serviços aos cidadãos. Pretende-se, assim, reforçar o contributo da Administração para o desenvolvimento do País, adaptando-a nas suas funções e modelos organizacionais e melhorando a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e às empresas, para uma sociedade mais justa e com uma melhor regulação, bem sustentada num sistema de justiça mais eficaz. Legislar melhor, simplificar os procedimentos administrativos, valorizar as tecnologias da informação e comunicação, adoptar boas práticas no domínio da sustentabilidade são linhas de força essenciais no necessário processo de modernização da administração pública. 2. Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) O novo Quadro de Referência Estratégico Nacional para o período , denominado Portugal 2020, estrutura as intervenções, os investimentos e as prioridades de financiamento fundamentais para promover, no nosso país, o crescimento inteligente, sustentável e inclusivo no período A intervenção dos fundos europeus estruturais e de investimento subordinar-se-ão, no período de programação , a uma lógica de intervenção organizada em torno de domínios temáticos Competitividade e Internacionalização; Inclusão Social e Emprego; Capital Humano; Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos - e duas dimensões de natureza transversal Reforma da Administração Pública e Territorialização das Políticas: Competitividade e a Internacionalização da economia - O desafio da alteração do perfil de especialização produtiva e do aumento da sua competitividade estará associado, neste novo ciclo, a apoios fundamentalmente direccionados ao investimento empresarial, à produção e difusão de conhecimento científico e Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-2

154 tecnológico e à formação empresarial. As empresas estão, na primeira linha dos destinatários do Portugal 2020; Fomento do Capital Humano - A longo prazo, a competitividade depende essencialmente das pessoas, da qualidade da sua formação e da sua empregabilidade no mercado de trabalho de uma economia em mutação. Por isso, Portugal 2020 aposta decisivamente no aumento do Capital Humano; Inclusão Social e o Emprego - O desemprego é a sequela mais grave da crise para que Portugal foi arrastado, por anos de adiamento das reformas fundamentais, que deveriam ter acompanhado a migração para o novo regime monetário do euro; Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos - Promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável que integre a eficiência na utilização de recursos, a protecção do ambiente e a prevenção de riscos e adaptação às alterações climáticas. Por último estes quatro domínios temáticos deverão estar articulados e contribuir positivamente para dois domínios transversais: Redução das assimetrias regionais, tendo em consideração as suas potencialidades específicas; Promoção de uma administração pública mais eficaz e eficiente. Exercício de programação será efectuado tendo em consideração um conjunto de Objectivos Temáticos pré-definidos na Regulamentação Comunitária (inovação face a anteriores ciclos de programação): Objectivo Temático OT1 OT2 OT3 OT4 OT5 OT6 OT7 OT8 OT9 OT10 OT11 Nome Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação Melhorar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, bem como a sua utilização e qualidade Reforçar a competitividade das pequenas e médias empresas e dos sectores agrícola (para o FEADER), das pescas e da aquicultura (para o FEAMP) Apoiar a transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os sectores Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão de riscos Proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos Promover transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais redes de infra-estruturas Promover o emprego e apoiar a mobilidade laboral Promover a inclusão social e combater a pobreza Investir no ensino, nas competências e na aprendizagem ao longo da vida Reforçar a capacidade institucional e uma administração pública eficiente Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-3

155 Metas de Portugal no âmbito da Estratégia Europa 2020 e situação em 2011 Objectivo Indicadores Meta PT Reforço da I&D e da Inovação Investimento: % do PIB Entre 2,7% e 3,3% 1,5% Melhor e Mais Educação Taxa de abandono escolar precoce 10,0% 23,2% Clima/Energia % População com ensino superior ou equiparado entre anos Emissões de gases de Efeito de estufa (variação % face a 2005 em emissões não CELE) 40,0% 26,1% +1,0% -8,0% (1) Energias renováveis no consumo de energia final % 31,0% 27,3% Eficiência Energética (ganho % no consumo de energia primária face a 2005) 20,0% 16,5% Aumentar o emprego Taxa de emprego (população anos) 75,0% 69,1% Combate à pobreza e às desigualdades sociais Pessoas em risco pobreza (2) /exclusão social (variação face a 2008) (1) Dados provisórios, com base na versão preliminar do inventário de emissões 2013 (2) Rendimentos referentes a mil -156 mil As políticas a prosseguir são: Estímulo à produção de bens e serviços transaccionáveis; Incremento das exportações; Transferência de resultados do sistema científico para o tecido produtivo; Cumprimento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos; Redução dos níveis de abandono escolar precoce; Integração das pessoas em risco de pobreza e combate à exclusão social; Promoção do desenvolvimento sustentável, numa óptica de eficiência no uso dos recursos; Reforço da coesão territorial, particularmente nas cidades e em zonas de baixa densidade; Racionalização, modernização e capacitação da Administração Pública. 3. Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT) Os objectivos definidos no n.º 2 do art. 5º da Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro, do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território são: 1) Conservar e valorizar a biodiversidade e o património natural, paisagístico e cultural, utilizar de modo sustentável os recursos energéticos e geológicos, e prevenir e minimizar os riscos, devendo atender-se aos seguintes objectivos específicos: Produzir, organizar e monitorizar o conhecimento sobre o ambiente e os recursos naturais. Aperfeiçoar e consolidar os regimes, os sistemas e as áreas fundamentais para proteger e valorizar a biodiversidade e os recursos naturais. Definir e executar uma Estratégia Nacional de Protecção do Solo. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-4

156 Promover o ordenamento e a gestão sustentável da silvicultura e dos espaços florestais. Definir e executar uma política de gestão integrada da água. Definir e executar uma política de ordenamento e gestão integrada da orla costeira, nas suas componentes terrestre e marítima. Proteger e valorizar o espaço marítimo e os recursos oceânicos. Definir e executar uma política de gestão integrada dos recursos geológicos. Definir e executar um Estratégia Nacional para a Energia. Proteger e valorizar as paisagens e o património cultural. Avaliar e prevenir os factores e as situações de risco, e desenvolver dispositivos e medidas de minimização dos respectivos efeitos. 2) Reforçar a competitividade territorial de Portugal e a sua integração nos espaços ibérico, europeu e global, de acordo com os seguintes objectivos específicos: Reforçar a capacidade de as cidades se afirmarem como motores de internacionalização e desenvolvimento. Melhorar os sistemas e infra-estruturas de suporte à conectividade internacional de Portugal no quadro ibérico, europeu e global. Promover pólos regionais de competitividade e qualificar o emprego. Promover um maior equilíbrio na distribuição territorial da população e assegurar condições de atracção de populações de níveis elevados de qualificação. Implementar uma estratégia que promova o aproveitamento sustentável do potencial turístico de Portugal às escalas nacional, regional e local. 3) Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infra-estruturas de suporte à integração e à coesão territoriais, segundo os objectivos específicos: Reforçar os centros urbanos estruturantes das regiões, em particular nos espaços de urbanização difusa e nas regiões menos desenvolvidas. Estruturar e desenvolver as redes de infra-estruturas de suporte à acessibilidade e à mobilidade, favorecendo a consolidação de novas centralidades urbanas e de sistema urbanos mais policêntricos. Promover um desenvolvimento urbano mais compacto e policêntrico, contrariando a construção dispersa e a urbanização difusa e incentivando o reforço de centralidades intra-urbanas. Racionalizar e qualificar os espaços para implantação de actividades económicas, tendo em vista a exploração de economias de aglomeração e o desenvolvimento policêntrico dos territórios. Promover um desenvolvimento rural ajustado à diversidade dos territórios, considerando em especial as necessidades e a especificidade das áreas mais vulneráveis e despovoadas. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-5

157 4) Assegurar a equidade territorial no provimento de infra-estruturas e de equipamentos colectivos e a universalidade no acesso aos serviços de interesse geral, promovendo a coesão social: Promover o ordenamento das redes de educação do pré-escolar, do ensino básico e do secundário, da formação tecnológico/profissionalizante e da educação e formação de adultos, e implementar critérios de racionalidade no ordenamento territorial do ensino superior. Desenvolver uma rede nacional de prestação de cuidados de saúde que garanta a universalidade de acesso e racionalize a procura do Serviço Nacional de Saúde (SNS), valorizando os cuidados de saúde primários e a resposta aos grupos mais vulneráveis. Desenvolver programas e incentivar acções que melhorem as condições de habitabilidade, nomeadamente no que se refere aos grupos sociais mais vulneráveis. Desenvolver programas que favoreçam a integração social e urbana dos grupos sociais mais vulneráveis face à pobreza e à exclusão social. Desenvolver uma rede supramunicipal articulada de equipamentos desportivos e de lazer activo que valorize a motricidade, aprofunde a equidade de acesso e qualifique a evolução do sistema urbano. Dinamizar uma rede de equipamentos culturais que valorize identidades, patrimónios e formas de expressão artística num quadro de aprofundamento da educação para a cultura e de reforço da equidade de acesso e da participação nas actividades culturais. Desenvolver os serviços de abastecimento público de água, e de recolha, tratamento e reutilização de águas residuais e de resíduos, estruturando a gestão na óptica da co-responsabilidade social e melhorando os níveis e a qualidade de atendimento. Desenvolver as redes de infra-estruturas, de equipamentos e de serviços de suporte à acessibilidade e à mobilidade, reforçando a segurança, a qualidade de serviço e as condições de equidade territorial e social. Planear e implementar uma rede integrada de serviços de Justiça, definindo a distribuição e implantação geográfica dos equipamentos públicos de Justiça, nomeadamente tribunais, julgados de paz, conservatórias, prisões e centros educativos. 5) Expandir as redes e infra-estruturas avançadas de informação e comunicação e incentivar a sua crescente utilização pelos cidadãos, empresas e administração pública, segundo os objectivos específicos listados abaixo: Alargar o acesso à Internet de Banda Larga em todo o país e promover uma rápida e efectiva apropriação económica e social das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Promover as TIC como instrumento fundamental de desenvolvimento territorial e de coesão social, generalizando a sua utilização na difusão de informação e na oferta de serviços de interesse público. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-6

158 4. Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo O PROF Ribatejo obedece aos seguintes princípios orientadores: Promover e garantir um desenvolvimento sustentável dos espaços florestais; Promover e garantir o acesso à utilização social da floresta, promovendo a harmonização das múltiplas funções que ela desempenha e salvaguardando os seus aspectos paisagísticos, recreativos, científicos e culturais; Constituir um diagnóstico integrado e permanentemente actualizado da realidade florestal da região; Estabelecer a aplicação regional das directrizes estratégicas nacionais de política florestal nas diversas utilizações dos espaços florestais, tendo em vista o desenvolvimento sustentável; Estabelecer a interligação com outros instrumentos de gestão territorial, bem como com planos e programas de relevante interesse, nomeadamente os relativos à manutenção da paisagem rural, à luta contra a desertificação, à conservação dos recursos hídricos e à estratégia nacional de conservação da natureza e da biodiversidade; Definir normas florestais ao nível regional e a classificação dos espaços florestais de acordo com as suas potencialidades e restrições; Potenciar a contribuição dos recursos florestais na fixação das populações ao meio rural. O PROF Ribatejo visa o ordenamento dos espaços florestais da região a longo prazo e, para tal, tem como objectivos gerais os seguintes: Melhorar a gestão florestal e condução dos povoamentos com ganhos de produtividade e rentabilidade das explorações florestais e em simultâneo promover a certificação da gestão florestal sustentável; Diversificar as funcionalidades associadas aos espaços florestais, contribuindo para aumentar a rentabilidade das explorações florestais; Melhorar o estado de conservação dos habitats classificados florestais e silvestres na região; Diminuir significativamente as áreas florestais que não são sujeitas a qualquer tipo de condução; Ganhar coerência e racionalidade na gestão e condução das áreas florestais nas zonas onde a propriedade florestal é muito fragmentada através da constituição de unidades territoriais de dimensão adequada; Recuperação das áreas ardidas introduzindo modelos de organização territorial eficientes sob o ponto de vista da prevenção dos incêndios florestais; Implementar um plano estratégico para a recolha de informação sobre o estado sanitário da floresta; Melhorar o conhecimento técnico e científico relativo à gestão dos espaços florestais nas suas diversas vertentes, bem como a sua transferência para os diversos agentes do sector; Aumentar a qualidade paisagística dos espaços florestais e o seu contributo para o bem-estar das populações; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-7

159 Diminuir a incidência territorial dos incêndios florestais de forma significativa, privilegiando as medidas de carácter preventivo, a estruturação coerente da Rede Regional de Defesa da Floresta Contra Incêndios e a diversificação da composição das áreas florestais; Melhorar a qualificação técnica e profissional dos diversos agentes da fileira florestal de modo a fazer face aos desafios colocados ao sector. 5. Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares ( ) A visão subjacente ao PERH é Assegurar que a estratégia nacional em matéria de resíduos hospitalares promova a prevenção da produção de resíduos, assente numa lógica do ciclo de vida dos materiais e na valorização destes resíduos, num referencial de eficiência e segurança das operações de gestão de resíduos, impulsionando a utilização das melhores técnicas disponíveis e fomentando o conhecimento e a inovação, na assunção da salvaguarda da protecção do ambiente e da saúde humana. A aposta nesta Visão implicou a adopção de um conjunto de objectivos que sustentem a estratégia preconizada, e que definam as grandes linhas de orientação para a tradução dessa estratégia na política de gestão dos resíduos hospitalares. Neste contexto, o PERH define 5 Eixos Estratégicos, nomeadamente: Eixo I Prevenção, visando reduzir a produção de resíduos e a sua perigosidade pela promoção de padrões de produção, de consumo e de gestão responsáveis, que assegurem a minimização do risco para a saúde humana e para o ambiente. Eixo II Informação, Conhecimento e Inovação, orientado especialmente para a promoção de novos métodos organizacionais, de novos produtos e processos, de modo a encontrar as melhores soluções, técnica e economicamente viáveis, que deverão servir os objectivos preconizados no Plano. Este eixo visa, ainda, a recolha da informação e a sua disponibilização. Eixo III Sensibilização, Formação e Educação, visando, por um lado, preparar os intervenientes no processo de gestão de resíduos hospitalares, desde a produção de resíduos até ao seu tratamento e destino final, no sentido da adopção de procedimentos adequados que garantam uma maior segurança e eficiência; e, por outro lado, difundir junto do público em geral, e de alguns alvos específicos, informação em matéria de resíduos hospitalares. A promoção da formação especializada constitui um dos objectivos centrais da estratégia abrangida por este eixo. Eixo IV Operacionalização da Gestão, alicerçada nos princípios da responsabilidade pela gestão de resíduos, da prevenção e redução, da hierarquia das operações de gestão de resíduos, da auto-suficiência e proximidade, da responsabilidade da regulação da gestão de resíduos, e da equivalência. Eixo V Acompanhamento e Controlo, visando o desenvolvimento de acções de auto-controlo dos intervenientes e de inspecção e fiscalização periódicas que garantam a adequada gestão dos resíduos hospitalares, nomeadamente no que respeita à eficácia dos tratamentos e qualidade dos mesmos. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-8

160 Os Eixos Estratégicos do PERH encerram um conjunto de Objectivos Operacionais, seguidamente apresentados, a concretizar através de Acções a implementar ou operacionalizar por diferentes stakeholders, públicos e privados, entidades singulares ou colectivas, designadamente: [ Eixo I Prevenção I.1 - Reduzir a produção de resíduos hospitalares; I.2 - Reduzir a perigosidade dos resíduos hospitalares; I.3 - Minimizar os impactes adversos resultantes dos resíduos hospitalares produzidos. [ Eixo II Informação, Conhecimento e Inovação II.1 - Garantir e disponibilizar informação fiável e atempada em matéria de resíduos hospitalares; II.2 - Incentivar a investigação e a inovação em matéria de resíduos hospitalares. [ Eixo III Sensibilização, Formação e Educação III.1 - Assegurar que os profissionais envolvidos na gestão dos resíduos hospitalares possuem a habilitação e qualificação adequada ao desempenho das suas funções; III.2 - Garantir que os diferentes intervenientes contribuem para a concretização da estratégia a nível da gestão dos resíduos hospitalares. [ Eixo IV Operacionalização da Gestão IV.1 - Melhorar a gestão e logística dos resíduos hospitalares nos locais de produção; IV.2 - Aumentar a quantidade de resíduos encaminhados para reutilização, reciclagem e outras formas de valorização; IV.3 - Mitigar a exportação de resíduos hospitalares perigosos; IV.4 - Garantir uma melhor regulação da gestão dos resíduos hospitalares; IV.5 - Garantir a efectiva aplicação de um regime económico e financeiro da actividade de gestão de resíduos hospitalares. [ Eixo V Acompanhamento e Controlo V.1 - Incentivar a utilização de mecanismos que permitam uma melhoria da gestão dos resíduos hospitalares; V.2 - Garantir o cumprimento da legislação por parte dos diferentes intervenientes. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-9

161 6. Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde ( ) O Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde PNAAS ( ) tem como desígnio melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução de riscos para a saúde com origem em factores ambientais, promovendo a integração do conhecimento e a inovação, contribuindo também, desta forma, para o desenvolvimento económico e social do país. O PNAAS define como principais objectivos: Intervir ao nível dos factores ambientais para promover a saúde do indivíduo e das comunidades a eles expostos; Sensibilizar, educar e formar os profissionais e a população em geral, por forma a minimizar os riscos para a saúde associados a factores ambientais; Promover a adequação de políticas e a comunicação do risco, Construir uma rede de informação que reforce o conhecimento das inter-relações ambiente e saúde. Para a consecução dos objectivos preconizados, o PNAAS adopta como estratégia a promoção da saúde, consubstanciada na educação para a saúde, protecção da saúde e prevenção da doença, alicerçada no conhecimento e na inovação nas intervenções nesta interface Ambiente e Saúde, optimização de recursos e potenciação da articulação institucional e da participação comunitária, plasmada nos Vectores de Intervenção do Plano. Para responder aos desafios estratégicos enunciados, o PNAAS estabelece 5 vectores de intervenção, que se desdobram em 36 acções programáticas integradas em 9 domínios prioritários, designadamente: (1) água; (2) ar; (3) solo e sedimentos; (4) químicos; (5) alimentos; (6) ruído; (7) espaços construídos; (8) radiações; e (9) fenómenos meteorológicos. Os Vectores de Intervenção do Plano são os seguintes: Vector I Integração de Informação e Investigação Aplicada; O Vector I prevê o levantamento, o desenvolvimento, a sistematização e a integração da informação, quer ao nível dos factores de risco, quer ao nível da descrição do estado de saúde dos indivíduos e grupos populacionais. Esta informação é produzida no âmbito de processos de investigação que permitam avaliar eventuais relações causa-efeito entre factores de risco ambientais e efeitos na saúde ou através da sistematização da informação disponível. Vector II Prevenção, Controlo e Redução de Riscos; O Vector II visa diminuir os impactes na saúde resultantes da exposição a factores de risco ambientais, através de medidas de prevenção, controlo e minimização de risco. Vector III Informação, Sensibilização, Formação e Educação; O Vector III visa dotar o público em geral e os profissionais de sectores específicos de saberes e competências que lhes permitam ajustar a percepção do risco ao risco real. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-10

162 Vector IV Concertação de Políticas e Comunicação do Risco; No quadro do Vector IV, pretende-se elaborar directrizes nacionais, de carácter normativo ou informativo, promover uma adequada comunicação do risco e a adopção de boas práticas, conducentes a comportamentos e atitudes saudáveis. Vector V Articulação com as Iniciativas Internacionais de Ambiente. O enquadramento internacional em que Portugal se insere contém Planos, contextos legislativos, orientações e/ou recomendações relativamente às matérias que integram os diversos Domínios Prioritários do PNAAS. Neste sentido, o Vector V visa explorar plataformas internacionais de cooperação e a partilha de saberes e experiências. 7. Plano de Gestão de Região Hidrográfica 5 - Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica do Rio Tejo A Lei da Água (LA - Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro) transpôs para a ordem jurídica nacional a Directiva Quadro da Água (DQA - Directiva 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro), que estabelece um quadro de acção comunitária no domínio da política da água. Tem por objectivo proteger as massas de água superficiais interiores, costeiras e de transição, e subterrâneas. A DQA/LA estipula como objectivos ambientais o bom estado, ou o bom potencial, das massas de água, que devem ser atingidos até 2015, através da aplicação dos programas de medidas especificados nos planos de gestão das regiões hidrográficas. A região hidrográfica, constituída por uma ou mais bacias hidrográficas, é a unidade territorial de gestão da água. A competência para elaboração dos planos de gestão de região hidrográfica, enquanto instrumentos de planeamento dos recursos hídricos que visam a gestão, a protecção e a valorização ambiental, social e económica das águas ao nível das bacias hidrográficas integradas numa região hidrográfica, está cometida à Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. Os PGRH estão sujeitos ao parecer do Conselho de Região Hidrográfica e à aprovação da Autoridade Nacional da Água (APA, I.P.) O planeamento das águas visa fundamentar e orientar a protecção e a gestão das águas e a compatibilização das suas utilizações com as suas disponibilidades de forma a: Garantir a sua utilização sustentável, assegurando a satisfação das necessidades das gerações actuais, sem comprometer as gerações futuras; Proporcionar critérios de afectação aos vários tipos de usos pretendidos, tendo em conta o valor económico de cada um deles, bem como assegurar a harmonização da gestão das águas com o desenvolvimento regional e as políticas sectoriais, os direitos individuais e os interesses locais; Fixar as normas de qualidade ambiental e os critérios relativos à avaliação do estado das águas. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-11

163 Os objectivos estratégicos do PGRH Tejo, por área temática, estão indicados no Quadro seguinte. Para além dos objectivos estratégicos, foram definidos objectivos ambientais a serem atingidos até 2015, de acordo com o Artigo 4.º da DQA e os Artigos 45.º a 47.º da Lei da Água. Para as águas superficiais são: Evitar a deterioração do estado de todas as MA; Alcançar o bom estado ecológico e bom estado químico de todas as MA, com excepção das MA artificiais e fortemente modificadas; Alcançar o bom potencial ecológico e o bom estado químico de águas artificiais e fortemente modificadas; Reduzir progressivamente a poluição provocada por substâncias prioritárias e outras substâncias perigosas e eliminar as emissões, descargas e perdas de substâncias prioritárias perigosas. e para as águas subterrâneas: Evitar ou limitar a descarga de poluentes e evitar a deterioração do estado de todas as MA; Assegurar a protecção, melhoria e recuperação de todas as MA subterrâneas, garantindo o equilíbrio entre as captações e as recargas dessas águas; Inverter quaisquer tendências significativas persistentes para o aumento da concentração de poluentes que resulte da actividade humana, com vista a reduzir gradualmente os seus níveis de poluição. Designam-se por Zonas Protegidas no âmbito da DQA/LA, as zonas que exigem protecção especial ao abrigo da legislação comunitária no que diz respeito à protecção das águas superficiais e subterrâneas ou à conservação dos habitats e das espécies directamente dependentes da água. De acordo com a LA, constituem zonas protegidas: 1. As zonas designadas por normativo próprio para a captação de água destinada ao consumo humano ou a protecção de espécies aquáticas de interesse económico; 2. As massas de água designadas como águas de recreio, incluindo zonas designadas como zonas balneares; 3. As zonas sensíveis em termos de nutrientes, incluindo as zonas vulneráveis e as zonas designadas como zonas sensíveis; 4. As zonas designadas para a protecção de habitats e da fauna e da flora selvagens e a conservação das aves selvagens em que a manutenção ou o melhoramento do estado da água seja um dos factores importantes para a sua conservação, incluindo os sítios relevantes da rede Natura 2000; 5. As zonas de infiltração máxima. Para as Zonas Protegidas, foi estabelecido, como objectivo ambiental, assegurar o cumprimento de normas e objectivos que justificaram a criação dessas zonas protegidas, observando-se integralmente as disposições legais estabelecidas com essa finalidade e que garantem o controlo da poluição. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-12

164 Águas Superficiais Área Temática 1 Quadro Institucional e Normativo Águas Subterrâneas AT1.SUP- Promover a racionalização, optimização e harmonização da intervenção do quadro institucional em matéria de recursos hídricos da região, criando condições para o cumprimento integral do normativo nacional e comunitário, para uma repartição de esforços entre os diferentes sectores utilizadores. Área Temática 2 Quantidade da Água AT2.SUP - Garantir a gestão sustentável da água, baseada na gestão racional dos recursos disponíveis e na optimização da eficiência da sua utilização, de modo a assegurar a disponibilidade de água para a satisfação das necessidades dos ecossistemas, das populações e das actividades económicas. Área Temática 3 Gestão de Riscos e Valorização do Domínio Hídrico AT3.SUP - Assegurar uma gestão integrada do domínio hídrico, procedendo à prevenção e mitigação dos efeitos provocados por riscos naturais ou antropogénicas, com especial enfoque para as cheias, secas e poluição acidental. Área Temática 4 Qualidade da Água AT4.SUP - Promover o bom estado das massas de água através da protecção, melhoria e recuperação da qualidade dos recursos hídricos da região mediante a prevenção dos processos de degradação e da redução gradual da poluição, visando assim garantir uma boa qualidade da água para os diferentes usos. Área Temática 5 Monitorização, Investigação e Conhecimento AT5.SUP - Promover o aumento do conhecimento sobre os recursos hídricos da região, suportado pela monitorização do estado quantitativo e qualitativo das massas de água e na investigação aplicada às matérias relacionadas. Área Temática 6 Comunicação e Governança AT2.SUB - Alcançar o bom estado das águas subterrâneas, garantindo o equilíbrio entre as extracções e as recargas das massas de águas. AT3.SUB - Aperfeiçoar processos de análise e de gestão do risco, através do desenvolvimento de modelos numéricos que permitam uma melhor gestão do risco, em especial em zonas de influência de captações para abastecimento público e em áreas de influência a jusante das lixeiras. AT4.SUB - Alcançar o bom estado das águas subterrâneas, para o que se deve assegurar a protecção, melhoria e recuperação de todas as massas de água subterrâneas e inverter quaisquer tendências significativas persistentes para o aumento da concentração de poluentes que resulte do impacte da actividade humana, com vista a reduzir gradualmente os seus níveis de poluição. AT5.SUB - Alteração de todas das redes de monitorização com excepção de Escusa e a realização de um conjunto de Projectos de investigação (Maciço Calcário Estremenho, Ota-Alenquer, Penela-Tomar, Estremoz Cano, Penela-Tomar, Sicó-Alvaiázere, Ourém, Monforte - Alter do Chão, Bacia Tejo-Sado Margem Esquerda, Bacia Tejo- Sado Margem Direita e Aluviões do Tejo) tendo em vista o aumento do conhecimento disponível, visando a continuada protecção dos recursos hídricos. AT6.SUP - Promover a comunicação, sensibilização e envolvimento das populações, dos agentes económicos e de outros agentes com interesses directos ou indirectos no sector da água, no processo de planeamento e gestão dos recursos hídricos da região. Área Temática 7 Quadro Económico e Financeiro AT7.SUP - Promover a sustentabilidade económica e financeira das utilizações dos recursos hídricos, contribuindo simultaneamente para a utilização racional dos recursos e para a valorização social e económica dos mesmos. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-13

165 Os objectivos ambientais para as águas superficiais, para as áreas subterrâneas e para as zonas protegidas serão alcançados mediante a aplicação de programas de medidas, especificados no PGRH Tejo, referentes ao bom estado e ao bom potencial das MA, o mais tardar até 2015, sem prejuízo de possíveis prorrogações e derrogações. Atendendo à classificação dos estados das MA efectuado no âmbito do PGRH Tejo, e por forma a atingir os objectivos ambientais dispostos na Lei da Água e na DQA, o PGRH Tejo define um conjunto de medidas para as MA, tendo em conta o prazo em que os objectivos ambientais deverão ser atingidos: Massas de água em que o estado bom deve ser mantido ou melhorado até 2015; Massas de água em que o estado bom deverá ser atingido até 2015; Massas de água em que se prevê que o estado bom não seja atingido até 2015: Massas de água em que se prevê que o estado bom seja atingido até 2021; Massas de água em que se prevê que o estado bom seja atingido até 2027; Massas de água em que se prevê que o estado bom seja atingido depois de 2027, sendo apresentada a justificação da adopção de objectivos menos exigentes, a atingir em Nesse sentido, nos n.º 4 a 7 do Artigo 4.º da DQA e nos Artigos 50.º e 51.º da Lei da Água, são estabelecidas um conjunto de possíveis prorrogações/derrogações dos objectivos ambientais. Para além dos objectivos ambientais para as águas superficiais, águas subterrâneas e zonas protegidas dispostos no Artigo 4.º da DQA e os Artigos 45.º a 47.º da Lei da Água, no âmbito do projecto do PGRH Tejo, são, ainda, estabelecidos outros objectivos ambientais, designadamente: Mitigar os efeitos das inundações e das secas; Assegurar o fornecimento em quantidade suficiente de água suficiente de água de origem superficial e subterrânea de boa qualidade; Proteger as águas marinhas, incluindo as territoriais e assegurar o cumprimento dos objectivos dos acordos incluindo os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho; Aplicação da abordagem combinada; Convenção sobre a Cooperação para a Protecção e o Aproveitamento Sustentável das águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas Convenção de Albufeira. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-14

166 8. Plano Regional de Ordenamento do Oeste e Vale do Tejo 8.1 Opções estratégicas de base territorial O PROT OVT, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 64 - A/2009, de 6 de Agosto, define as estratégias de base territorial para o desenvolvimento do Oeste e Vale do Tejo, contemplando, designadamente: a) A concretização das opções constantes dos instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional, no respeito pelos princípios gerais da coesão, da equidade, da segurança de pessoas e bens, da competitividade, da sustentabilidade dos recursos naturais e da qualificação ambiental, urbanística e paisagística do território; b) A inserção destes territórios nas dinâmicas de afirmação da Região de Lisboa e Vale do Tejo no contexto das grandes regiões capitais europeias e de valorização do seu potencial de interface entre a Europa e o mundo; c) A integração, do ponto de vista estratégico, funcional e territorial, do novo aeroporto de Lisboa, enquanto plataforma de mobilidade e motor de desenvolvimento da actividade económica e social, numa perspectiva de afirmação, valorização e estruturação do conjunto da Região; d) O desenvolvimento das actividades logísticas e o reforço dos factores de atracção e acolhimento de actividades empresariais, da indústria e dos serviços; e) O reforço da competitividade económica e da sustentabilidade ecológica da agricultura, das explorações agrícolas e florestais; f) A definição de um modelo sustentável de desenvolvimento. Para o horizonte de 2020, a visão para o Oeste e Vale do Tejo adopta uma abordagem holística, propondo um modelo de desenvolvimento e de estruturação territorial que acrescenta qualidade de vida, coesão e competitividade regional. Partindo desta ideia-chave estruturam-se 4 Eixos Estratégicos de base territorial que se materializam através de Objectivos Estratégicos, designadamente: Eixo Estratégico 1...Ganhar a aposta da inovação, competitividade e internacionalização; Eixo Estratégico 2...Potenciar as vocações territoriais num quadro de sustentabilidade ambiental), Eixo Estratégico 3...Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana; Eixo Estratégico 4...Descobrir as novas ruralidades. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-15

167 8.1.1 Eixos e objectivos estratégicos Eixo estratégico 1: Ganhar a aposta da inovação, competitividade e internacionalização A estratégia de valorização da inovação, competitividade e internacionalização no Oeste e Vale do Tejo parte de um novo entendimento do posicionamento desta região no espaço territorial nacional, ibérico e europeu que aposta determinantemente na sua abertura e qualificação, de forma específica, como espaço integrante e activo na internacionalização da grande região de Lisboa e na afirmação da região capital com dimensão e competitividade europeia relevante. A prioridade a conceder à promoção da competitividade e inovação no Oeste e Vale do Tejo deve ser orientada, em primeiro lugar, para a eficiência dos processos competitivos, para a racionalização, diferenciação e inovação na produção de bens e serviços e para a valorização das novas oportunidades logísticas no contexto da intensificação do relacionamento económico ibérico e europeu e, em segundo lugar, para a rentabilização dos equipamentos colectivos em iniciativas muito mais centradas na gestão de redes de prestação de serviços progressivamente mais avançados em resposta a procuras cada vez mais diferenciadas. A valorização da competitividade, inovação e internacionalização deverá, ainda, procurar repercutir-se no fomento da formação de novas competências, orientadas para as necessidades de recursos humanos crescentemente qualificados e na intensificação do esforço de I&D e desenvolvimento tecnológico. Objectivos estratégicos: Renovar o modelo de crescimento económico, valorizando os recursos endógenos da região, promovendo pólos de competitividade e tecnologia, afirmando lógicas sectoriais ou de actividades relacionadas e organizadas em clusters ou redes e dinamizando a renovação económica urbana e revitalização da actividade económica em centros urbanos Apostar na qualificação territorial através do reforço de infra-estruturas de internacionalização, acolhendo actividades produtivas, logísticas e de serviços, e da afirmação de um leque de especializações regionais nas áreas do turismo, cultura, desporto e lazer, acolhimento empresarial, agricultura/agro-alimentar, ambiente, recursos energéticos endógenos, pesca e aquicultura Potenciar a utilização eficiente das infra-estruturas de transportes existentes ou a criar, promovendo-se a elaboração e implementação de um Plano Regional de Transportes, impulsionando-se a criação de uma estrutura de coordenação dos transportes regionais e aumentando a acessibilidade aos centros urbanos e outros pólos/equipamentos relevantes Fomentar a iniciativa empresarial e o empreendedorismo, garantindo a ligação das redes empresariais aos Centros de Investigação e às Universidades, e promovendo uma melhoria dos parques empresariais existentes Apostar na qualificação humana, através do reforço da capacidade de qualificação técnica para a agricultura, floresta e pesca, do apoio ao desenvolvimento das actividades económicas associadas à produção cultural, e da orientação da prestação dos serviços públicos com base na utilização das TIC. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-16

168 Eixo Estratégico 2: Potenciar as vocações territoriais num quadro de sustentabilidade ambiental O recreio, lazer e turismo integrados nos valores naturais, patrimoniais e paisagísticos serão uma oportunidade para o Oeste e Vale do Tejo, que se afirmará como um território de lazer, de turismo cultural e residencial, em complementaridade com o principal destino turístico e de lazer do país - a Região Metropolitana de Lisboa, devendo contribuir, também, para a minimização de desequilíbrios internos à Região, nomeadamente entre o litoral e o interior, e entre as duas margens do Tejo. As opções e objectivos estratégicos no domínio cultural devem promover o resgate, a salvaguarda, a preservação, a valorização e a divulgação do património cultural actual, gerando no futuro vantagens comparativas e determinando a sustentabilidade da organização económica e territorial regional. Por outro lado, o objectivo de manter as identidades regionais e as características intrínsecas do território implica uma actividade pró-activa em relação a processos e dinâmicas induzidas pela Área Metropolitana de Lisboa e pelo Novo Aeroporto de Lisboa. A Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental (ERPVA) corresponde a uma das estruturas centrais da competitividade do Oeste Vale do Tejo, integrando as áreas nucleares e os corredores ecológicos de ligação que, no conjunto, garantem a biodiversidade da Região, a protecção dos recursos solo e água e a integridade do modelo territorial, potenciando os sistemas e serviços de qualidade. No domínio da energia, o Oeste e Vale do Tejo deverá adoptar acções estratégicas inovadoras e pró-activas, quer nas tradicionais vertentes de oferta e redes, como na emergente vertente da gestão da procura. Num contexto de valorização dos recursos regionais, os objectivos para a Região devem pautar-se pela inovação nos domínios da prevenção e gestão de riscos, tomando em consideração a ocupação actual do território, a aplicação da legislação em vigor e as projecções da sua utilização futura, garantindo o direito à segurança das populações e dos bens e à qualidade do ambiente. Assim a aplicação da regra evitar o risco nos territórios perigosos identificados no Oeste e Vale do Tejo, que não se encontram ocupados por estruturas e infra-estruturas, deve constituir-se como uma orientação estratégica básica. Objectivos estratégicos: Proteger e valorizar os recursos naturais, patrimoniais e culturais através de medidas que os integrem na gestão do planeamento territorial regional e municipal, numa perspectiva de coesão territorial e reforço da identidade regional Apostar no desenvolvimento sustentável das actividades de turismo e lazer, nomeadamente o touring cultural e paisagístico, através da identificação de temas e recursos a preservar para a constituição de rotas turísticas, considerando a localização de referência das portas do mar, e do apoio a estratégias de comunicação e marketing que estruturem a procura dos produtos culturais regionais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-17

169 2.3 - Potenciar o aproveitamento das actividades agrícolas, florestais, nomeadamente as associadas à exploração de produtos verdes (agro-florestais e energias renováveis), conciliando-as com as dinâmicas urbanas e as áreas fundamentais para a conservação da natureza e da paisagem e promover o aproveitamento dos recursos geológicos, numa perspectiva de compatibilização dos valores naturais e patrimoniais com as componentes económica e social Dar continuidade à aposta no aproveitamento da energia eólica da Região, e gerir a procura de energia através de políticas de planeamento do licenciamento urbanístico, de sensibilização e educação de populações e agentes económicos Identificar a distribuição espacial dos perigos naturais, tecnológicos e ambientais no território regional, e promover a gestão adequada das águas residuais e de resíduos de origem agrícola e não agrícola, tomando em consideração a saúde pública e segurança de pessoas e bens, a ocupação actual do território e as projecções da sua utilização futura. Eixo Estratégico 3: Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana No Oeste e Vale do Tejo pretende-se um sistema urbano - constituído essencialmente por uma rede de centros urbanos de pequena e média dimensão - denso, qualificado e articulado, capaz de assegurar funções avançadas à Área Metropolitana de Lisboa, de potenciar as vocações e especializações regionais de forma competitiva e de consolidar as complementaridades urbanas sub-regionais. Deverá ainda inovar na relação urbano-rural, afirmando-se como território de forte densidade relacional e elevada qualidade de vida. A afirmação do Oeste e Vale do Tejo na Região de Polarização Metropolitana far-se-á através do desenvolvimento de redes de pólos urbanos dinâmicos, competitivos e integrados em conjuntos territoriais alargados e solidários, onde se partilham competências, infra-estruturas e equipamentos. A visão policêntrica do Oeste e Vale do Tejo assenta em estratégias locais diferenciadas e apoia-se na recomposição regional em torno das comunidades de aglomeração, contribuindo decisivamente para dinamizar sistemas produtivos locais e espaços integrados de gestão de oportunidades e de riscos naturais e sociais. Entende-se a recomposição regional na OVT no sentido da reorganização das aglomerações urbanas locais e da estruturação dos espaços alargados e pertinentes ao nível demográfico, cultural, ambiental, económico e social. Objectivos estratégicos: Reforçar e consolidar os subsistemas urbanos regionais, mitigando a dicotomia litoral/interior no sentido da estruturação de uma rede urbana polinucleada, integrando soluções de carácter plurimunicipal no âmbito dos sectores do abastecimento público de água e saneamento de águas residuais e reforçando complementaridades e sinergias em redes de equipamentos para as áreas da saúde, educação, cultura, desporto e lazer. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-18

170 3.2 - Apostar na qualificação dos centros urbanos através da valorização dos recursos patrimoniais e frentes ribeirinhas, da recuperação dos espaços urbanos desqualificados, e do estabelecimento de redes de equipamentos, assegurando condições de acessibilidade e de mobilidade adequadas, e criar condições para o aparecimento de estruturas de nível concelhio vocacionadas para a reabilitação urbana, e promoção e recuperação do parque habitacional dos Centros Históricos, de modo a melhorar a sua atractividade Apostar em formas de turismo alternativas, materializadas nas áreas urbanas e nos pequenos aglomerados tradicionais, com base na valorização dos recursos do património cultural, requalificando Fátima como centro urbano de Turismo Religioso Apostar na qualificação dos recursos humanos, valorizando a oferta de ensino profissional e politécnico, e alargando a gama de oferta de serviços colectivos e de interesse público suportados na Internet e na utilização das TIC aos centros urbanos de menor dimensão. Eixo Estratégico 4: Descobrir as novas ruralidades O PROTOVT aposta na convergência da multifuncionalidade das explorações agrícolas com a competitividade económica dos respectivos sistemas de agricultura de forma a assegurar a futura sustentabilidade económica, ambiental e social, quer do sector agroflorestal, quer das zonas rurais do Oeste e Vale do Tejo. Uma visão estratégica do tipo multifuncional e económica visa a concretização dos três seguintes objectivos: Promover sistemas de produção agrícolas e florestais economicamente competitivos e ambientalmente sustentáveis; Viabilizar sistemas de ocupação e uso do solo que valorizem os recursos naturais, paisagísticos e patrimoniais das zonas rurais; Incentivar a diversificação e reforço do tecido económico e social das zonas rurais e contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida. A concretização destes objectivos vai depender da capacidade dos produtores agrícolas da Região para desempenhar três diferentes tipos de funções: Uma função económica baseada na prática de actividades agrícolas de tipo agrocomercial capazes de serem competitivas no contexto de mercados cada vez mais alargados e concorrenciais e respeitadoras do ambiente, segurança alimentar e bem-estar animal; Uma função ambiental baseada na prática de actividades agrícolas de tipo agroambiental orientada para a conservação da natureza e da biodiversidade para o ordenamento do espaço rural; Uma função social baseada em actividades agrícolas e não agrícolas, de tipo agrorural, orientadas para a consolidação e diversificação do tecido económico e social das zonas rurais. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-19

171 A ideia das novas ruralidades assenta, pois, na capacidade de harmonizar a competitividade com a multifuncionalidade nos espaços rurais; estes hoje incorporando elementos e características do urbano. A emergência de uma nova ruralidade está em curso no Oeste e Vale do Tejo a qual, na actualidade, exige o reconhecimento do rural, tanto nas suas relações com o urbano, como segundo as suas relações internas e específicas, mas que não lhe nega as mesmas condições de acesso. As cidades e as áreas rurais do Oeste e Vale do Tejo são mutuamente responsáveis pelo seu desenvolvimento futuro e, segundo lógicas de partilha de custo - benefício, adiantam esforços para formar internamente sub-regiões funcionais. Esta complementaridade funcional e territorial, seguindo estratégias de aglomeração e equidade, valoriza as funções económicas, ambientais e residenciais dos espaços rurais e, simultaneamente, reforça as economias de aglomeração nas áreas urbanas. A integração das áreas rurais nas estratégias de ordenamento das regiões urbanas joga também um importante papel na economia regional e no aprofundamento das relações urbano-rurais. Neste contexto, os sistemas urbanos definidos no modelo territorial do Oeste e Vale do Tejo concorrem para o aprofundamento do policentrismo à escala regional. Objectivos estratégicos: Incrementar e consolidar, de forma sustentável, a competitividade das fileiras de produção agrícola, florestal e agro-pecuária, valorizando os produtos de grau elevado de diferenciação e qualidade, e garantindo uma valorização ambiental, paisagística, da biodiversidade e dos recursos naturais, e da valência turística dos espaços rurais Requalificar e consolidar a agricultura de regadio, associada à promoção de mecanismos sustentáveis de gestão das infra-estruturas e dos recursos naturais, e redimensionando as estruturas de transformação e comercialização Inovar ao nível da articulação urbano-rural, diversificando a economia e as funcionalidades agrícola e não agrícola associadas ao espaço rural, dirigida por uma utilização sustentável dos recursos naturais e do património rural e apostando numa ruralidade qualificada, através do desenvolvimento de competências técnicas, da melhoria da organização dos sectores produtivos, e do alargamento da gama de oferta de serviços colectivos e de interesse público suportados na Internet e na utilização das TIC. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-20

172 8.2 Modelo de Organização do Território Regional O PROTOVT define o modelo de organização do território regional, tendo em conta as seguintes necessidades: Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, articulando e dando coerência aos subsistemas urbanos, no quadro das oportunidades de reconfiguração territorial abertas pelas novas acessibilidades, pelas grandes infra-estruturas e equipamentos e pelos processos de desconcentração da Área Metropolitana de Lisboa; Organizar o sistema de acessibilidades, de forma a potenciar o dinamismo dos principais centros urbanos, a optimizar o impacte regional das grandes infra-estruturas de transportes implantadas nestes territórios e a assegurar a coerência das opções das entidades responsáveis nos domínios rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário; Definir uma rede de espaços de localização empresarial de elevada qualidade que reforce o potencial de desenvolvimento e atracção de actividades económicas de forte competitividade internacional e a disponibilidade de espaços adequados à instalação de actividades intensivas em conhecimento; Identificar a estrutura regional de protecção e valorização ambiental, integrando as áreas classificadas nos termos do regime jurídico da conservação da natureza e biodiversidade e outras áreas ou corredores ecológicos relevantes do ponto de vista dos recursos, valores e da estruturação do território; Identificar os riscos naturais e tecnológicos que possam pôr em causa a segurança de pessoas e bens e definir normas para a sua prevenção; Introduzir uma rede de planeamento, agenciamento e monitorização que apoie a Região no desenvolvimento da sua sustentabilidade em relação aos recursos energético e às alterações climáticas, contribuindo simultaneamente para reduzir a sua exposição aos riscos associados ao contexto externo dos combustíveis fósseis; Promover o adequado ordenamento agrícola e florestal do território e preservar os solos agrícolas, que são os mais produtivos do país, nomeadamente das pressões da urbanização e de valorizações especulativas; Articular as opções estratégicas com as estratégias de desenvolvimento das regiões do Centro e do Alentejo, com particular relevo para a valorização do papel de charneira inter-regional e o potencial para localização de actividades no polígono urbano do Médio Tejo. Atendendo às necessidades enunciadas, o modelo de organização territorial do Oeste e Vale do Tejo identifica, como alavancas do desenvolvimento, 3 Sistemas Estruturantes Fundamentais: o sistema urbano e a competitividade, o sistema ambiental e o sistema de mobilidade. Assim, o PROTOVT: Identifica espaços sub-regionais relevantes para a operacionalização do plano, em particular considerando o litoral e o rio Tejo como referências territoriais específicas, e definidas orientações e critérios de localização aplicadas às respectivas sensibilidades paisagísticas e aos recursos e valores naturais a salvaguardar e valorizar. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-21

173 Define orientações e propõe medidas para contrariar os fenómenos de urbanização e edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de actividades não rurais, promovendo o devido acolhimento das dinâmicas edificatórias no âmbito da programação do sistema urbano e das áreas de localização de actividades. Estabelece orientações para a clarificação e gestão equilibrada dos vários regimes a que estão sujeitos os diversos territórios e propõe medidas que salvaguardem a segurança de pessoas e bens nas zonas sujeitas a riscos naturais e tecnológicos, incluindo a minimização dos efeitos das situações de cheias do rio Tejo. Propõe medidas para a protecção e valorização do património arquitectónico e arqueológico, condicionando o uso dos espaços inventariados e das suas envolventes. Identifica e hierarquiza os principais projectos estruturantes do modelo territorial que contribuem para o desenvolvimento dos sectores a valorizar e define orientações para a racionalização e coerência dos investimentos públicos. Contribui para a formulação da política regional de ordenamento do território, harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e constitui um quadro de referência para as decisões da administração e para a elaboração de outros instrumentos de gestão territorial. Define mecanismos de monitorização avaliação e gestão das suas orientações Sistemas estruturantes fundamentais Os sistemas estruturantes fundamentais, em termos de organização territorial do Oeste e Vale do Tejo, caracterizam-se da seguinte forma: i) O sistema urbano e de competitividade é suportado por um conjunto de centralidades articuladas em subsistemas urbanos que orientam, organizam e reforçam a rede urbana regional e por uma malha de áreas de localização empresarial que, aproveitando as dinâmicas instaladas e emergentes, promovem o desenvolvimento de actividades âncora fortemente mobilizadoras de recursos de conhecimento e de tecnologia avançada e com elevado potencial de internacionalização. Esta armadura de centros urbanos e pólos empresariais polariza o espaço regional, estabelece os principais eixos de articulação e sinergia com os territórios exteriores ao Oeste e Vale do Tejo e suporta, do ponto de vista funcional, uma matriz difusa de actividades produtivas de elevado valor e afirmação competitiva ligadas às fileiras da produção agrícola e florestal, organizadas em extensas áreas de vocação e desenvolvimento sectorial especializado, bem como as ligadas a exploração especializada de recursos naturais. A estruturação da rede urbana e vitalidade económica da matriz rural do Oeste e Vale do Tejo, associada à qualidade dos seus recursos patrimoniais e culturais à elevada qualidade ambiental e paisagística do território, posiciona a região num patamar de grande atractividade para o Turismo, o Lazer e o Recreio, num registo de complementaridade com outras actividades e reforça o seu potencial de desenvolvimento. ii) O sistema ambiental é traduzido no modelo territorial pela Estrutura Regional de Protecção e Valorização Ambiental, incluindo os recursos hídricos, o litoral, o solo e a paisagem, bem como a temática da energia e as áreas de risco. O sistema ambiental identifica os recursos e valores mais significativos do Oeste e Vale do Tejo, visando a manutenção, valorização e promoção dos bens e serviços fundamentais para a Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-22

174 qualificação territorial e para qualidade de vida das populações, a redução das situações de risco e do impacto de eventos, bem como o contributo para a melhoria da qualidade ambiental geral por via da racionalização da produção energética e da promoção de maior eficiência dos consumos. Nesta perspectiva, a aposta do modelo territorial preconiza o apoio à diversidade do aprovisionamento energético (explorando o potencial das energias renováveis) e a transição para uma economia regional de baixo carbono. iii) O sistema de mobilidade preconizado para o Oeste e Vale do Tejo assenta na rede de infra-estrutura físicas rodoferroviárias existentes e num conjunto de propostas que visam o reforço da malha existente. Pretende-se o completamento da rede viária principal programada e a melhoria das condições de acessibilidade proporcionadas pela ferrovia, mediante a modernização de linhas existentes e a construção de troços de conexão que visam a melhoria significativa da conectividade da rede e o incremento da utilização do modo de transporte ferroviário, no contexto da promoção do transporte público em detrimento do transporte individual. A decisão governamental de localização do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete veio impor uma nova abordagem às redes de acessibilidade no sentido do reposicionamento dos territórios da margem esquerda a Sul do Sorraia. 9. Agenda 21 Regional Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo A Estratégia de Desenvolvimento da Lezíria do Tejo assenta na grande ambição de Fazer da Lezíria do Tejo, no horizonte de 2015, uma das regiões mais desenvolvidas do país, com níveis de crescimento elevados e recursos humanos altamente qualificados, com um sistema territorial e urbano coeso, moderno e competitivo, num quadro de acrescida qualidade ambiental e protecção social. Para esse efeito, a Agenda 21 da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo preconiza os seguintes 4 Eixos de Intervenção: Eixo 1 - Região com um Modelo Territorial Mais Coeso e Competitivo, cujo objectivo central é o reforço e a consolidação de um sistema territorial e urbano coeso, moderno e competitivo, capaz de gerar novas configurações territoriais e de promover a melhoria da qualidade de vida das populações, assumindo os princípios e dimensões do processo de desenvolvimento integrado e sustentado; Eixo 2 - Região com Recursos Humanos mais Qualificados e Competências acrescidas, que tem como objectivo central a melhoria da qualificação dos recursos humanos da Lezíria do Tejo, contribuindo para o desenvolvimento de competências acrescidas e, por conseguinte, para o fortalecimento dos factores estratégicos de competitividade regional; Eixo 3 - Região Mais Competitiva e Inovadora dirigido ao reforço da competitividade da região, apostando na inovação em actividades económicas com maior potencial de desenvolvimento competitivo e na penetração dos novos factores de competitividade no tecido empresarial e institucional; Eixo 4 - Região com Melhor Qualidade Ambiental que prossegue a melhoria da qualidade ambiental do conjunto dos onze concelhos que formam a Lezíria do Tejo, através da prossecução de um modelo de desenvolvimento que integre a protecção do ambiente numa região dotada de equipamentos e infra-estruturas que assegurem uma Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-23

175 adequada disponibilidade de serviços ambientais, numa sociedade que assegura cabalmente o desempenho das tarefas de defesa e promoção do ambiente, e em que a preservação e valorização dos recursos naturais e do património natural sejam assumidas como vectores essenciais da qualidade de vida das populações e da promoção do crescimento, quer ao nível da actividade agrícola quer ao nível do sector do turismo. Os Eixos Estratégicos, acima referidos, desenvolvem-se de acordo com as seguintes Linhas de Intervenção: Eixo 1 - Região com um Modelo Territorial Mais Coeso e Competitivo Rede polinucleada de equipamentos colectivos Regeneração, revitalização e competitividade urbana Acessibilidade e mobilidade multimodais Eixo 2 - Região com Recursos Humanos mais Qualificados e Competências acrescidas Valorização e qualificação de recursos humanos Rede de equipamentos de ensino e formação estruturantes Rede de equipamentos locais e concelhios de ensino Eixo 3 - Região Mais Competitiva e Inovadora Densificação de fileiras económicas e incorporação de factores dinâmicos de competitividade nas empresas Inovação e renovação do modelo territorial e do padrão de especialização Rede e infra-estruturas de suporte à competitividade Redução dos custos públicos de contexto Eixo 4 - Região com Melhor Qualidade Ambiental Desenvolvimento dissociado do consumo de recursos naturais e impactes ambientais nocivos Recursos hídricos superficiais, corredores fluviais, prevenção de riscos naturais e património natural Sistemas públicos de abastecimento domiciliário de água e redes de drenagem de águas residuais Política de resíduos baseada na redução, reutilização e reciclagem Mobilidade sustentável Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-24

176 10. Plano Director Municipal da Chamusca (proposta de revisão) As opções estratégicas da proposta de revisão do PDM da Chamusca surgem enquadradas por um conjunto de instrumentos e orientações que, no contexto regional, tomam em conta os instrumentos de gestão aplicáveis, designadamente os anteriormente referidos PNPOT Plano Nacional de Política do Ordenamento do Território e PROTOVT Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo. No contexto local, o objectivo principal consiste na elaboração e concretização do Programa de Intervenção Chamusca, um concelho onde o progresso é solidário, que será constituído pelas medidas de acção a elaborar em fases sequentes da revisão do PDM, de acordo com um conjunto de objectivos específicos e orientações, designadamente: Criar entidades gestoras para o desenvolvimento económico e empresarial; Integrar todas as acções potencialmente geradoras de crescimento económico e emprego; Proporcionar a existência de receitas extraordinárias para o Município, objectivando o reinvestimento público; Desenvolver padrões de planeamento face ao crescimento populacional (política de concentração - nas áreas de crescimento populacional e política de proximidade nas áreas de decréscimo populacional); Desenvolver padrões de inclusão social sustentáveis / repartição de custos e benefícios; Promover métodos de combate ao analfabetismo e iliteracia existentes; Desenvolver padrões de formação socioeducativa, cultural, ambiental e desportiva; Proporcionar a criação de um pólo Científico-Tecnológico; Criar uma bolsa de oportunidades para emprego e empreendedorismo; Proporcionar a qualificação digital do Concelho; Proporcionar a eco-eficiência do Concelho. Estes objectivos e orientações, baseados no aproveitamento das oportunidades intrínsecas de um cenário de desenvolvimento que considera a continuação da implementação dos projectos de investimento, tanto municipais como os já em curso na região, pretende para cada uma delas: 1) Eco Parque do Relvão Futura área industrial dedicada à simbiose industrial, eco-eficiência, formação dedicada, formação técnica e técnico-profissional, ambiente, energia e resíduos; 2) Zonas industriais Desenvolver as novas zonas e ampliar as existentes; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-25

177 3) Recursos naturais, Agricultura e Floresta Agricultura e Floresta Base Actual da Economia Local manutenção de cooperação em todo o concelho com os agentes destes sectores. Potencial Energético biomassa; 4) Estrutura Habitacional Potencial de habitação em baixa densidade e zonas de expansão loteamentos. Bolsas de requalificação urbana dos centros cívicos. Repovoamento dos centros cívicos, política de habitação em parceria com o estado e agentes económicos do sector. Política de ordenamento, estacionamento e qualidade urbanística. Actividades e dinâmicas de referência cultural, desportiva e empresarial. Conciliação da estrutura habitacional e urbanística com a definição de núcleos de turismo e lazer na proximidade de perímetros urbanos alojamento e lazer / 2.ª residência; 5) Turismo na Charneca Ribatejana e Zonas Ribeirinhas Proporcionar nos assentos de lavoura o Turismo em Espaço Rural (TER). Turismo de Natureza (TN). Núcleos de Desenvolvimento Económico (NDE) dirigidos para áreas da 3.ª idade. Núcleos de Desenvolvimento Turístico (NDT) dirigidos para áreas de caça, pesca, golfe e hotéis isolados. Área de Vocação Turística A definir no âmbito do Parque Almourol, frentes ribeirinhas, diques e açudes; Parque Natural da Charneca Ribatejana. 11. Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) é um instrumento operacional de planeamento, programação, organização e execução de um conjunto de acções de prevenção, pré-supressão e reabilitação de áreas ardidas, que visa concretizar os objectivos estratégicos definidos e quantificados no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI), no Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo (PROF Ribatejo), bem como nas Orientações Estratégicas da Comissão Regional de Reflorestação do Ribatejo (CRR-R). Dando cumprimento ao Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, o PMDFCI tem por missão: Definir uma estratégia para a Defesa da Floresta Contra Incêndios; Estabelecer a política e as medidas para a defesa da floresta contra incêndios, englobando planos de prevenção, sensibilização, vigilância, detecção, combate, supressão, recuperação de áreas ardidas, investigação e desenvolvimento, coordenação e formação dos meios e agentes envolvidos, bem como a definição clara de objectivos e metas a atingir. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-26

178 O PMDFCI tem como principais objectivos: Definir as medidas necessárias à defesa da floresta contra incêndios; Definir as medidas de prevenção; Estabelecer o planeamento integrado e a previsão das intervenções das diferentes entidades envolvidas, perante a eventual ocorrência de incêndios. Com base no historial do concelho (causas dos incêndios, motivações e localização geográfica), a estratégia concelhia será delineada tendo em vista: Reduzir o número de incêndios causados por negligência, designadamente através de sensibilização, sinalização, informação, divulgação do risco e acções de queima tecnicamente assistida; Reduzir o número de incêndios com causa intencional, designadamente através da estabilização dos usos e ocupações do solo (caça, construção e outros); Reduzir o tempo de intervenção, melhorando os circuitos de vigilância, a rede de comunicação, a organização do dispositivo local e o pré-posicionamento dos recursos de combate; Reduzir a carga combustível nas áreas prioritárias; Reduzir a vulnerabilidade dos espaços florestais, nomeadamente através da definição das funções de uso do solo, da adopção de modelos de silvicultura adequados, do ordenamento do território e da promoção da gestão florestal activa. O PMDFCI será implementado segundo os seguintes Eixos Estratégicos: Eixo Estratégico 1 - Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais; O objectivo estratégico define-se pela promoção da gestão florestal e intervenção preventiva nas áreas estratégicas, através das seguintes acções: Criar e manter redes de faixas de gestão de combustível; Promover acções de silvicultura; Manter redes de infra-estruturas (rede viária e rede de pontos de água). Eixo Estratégico 2 - Reduzir a Incidência dos Incêndios Florestais; Este objectivo estratégico assenta na prevenção dos incêndios, através do controlo das ignições e no controlo da propagação de um incêndio. Para actuar nestas duas vertentes, é importante educar os diferentes grupos populacionais de modo a reconhecerem o património florestal como algo de todos, do qual é possível retirar valores económicos, sociais e ambientais, de modo a minimizar ou até mesmo eliminar os comportamentos de risco. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-27

179 Para atingir os referidos objectivos, serão efectuadas as seguintes acções: Implementar campanhas de sensibilização de acordo com os grupos populacionais; Definir áreas críticas e prioritárias de fiscalização, tendo em consideração o valor dos espaços naturais, o risco de incêndio as freguesias de risco, os dias da semana e os períodos do dia mais críticos. Eixo Estratégico 3 - Melhoria da Eficácia do Ataque e da Gestão de Incêndios; Os objectivos estratégicos para a melhoria da eficácia do ataque e da gestão de incêndios são: Articulação dos sistemas de vigilância e detecção com os meios de 1.ª intervenção; Melhoria da eficácia do rescaldo e vigilância pós-incêndio. Para atingir estes objectivos, serão executadas as seguintes acções: Executar a inventariação dos meios e recursos existentes; Identificar todos os sistemas de vigilância e detecção, responsabilidades, procedimentos e objectivos; Elaborar cartas de visibilidade para os postos de vigia; Definir procedimentos de mobilização para cada nível de alerta. Eixo Estratégico 4 - Recuperar e Reabilitar os Ecossistemas; O objectivo é recuperar e reabilitar os ecossistemas das áreas ardidas, através da avaliação e mitigação dos impactos causados pelos incêndios e da implementação de estratégias de reabilitação a longo prazo. Sendo assim, para atingir os objectivos referidos, serão executadas as seguintes acções: Avaliação e monitorização de todas as áreas ardidas, estabelecendo parcelas em locais mais problemáticas na capacidade de regeneração, para que em situações semelhantes, sejam tomadas medidas de acordo com as previsões baseadas nos dados recolhidos. Ter em atenção a situações de fitossanidade consequentes de incêndios florestais; Intervenção localizada nos locais mais sensíveis em termos de erosão e prevenção de problemas fitossanitários, relativos ao escoamento de material lenhoso; Adoptar estratégias de ordenamento nas áreas ardidas superiores a 500 ha, identificando as situações mas problemáticas e aplicar as Orientações Estratégicas do Conselho Nacional de Reflorestação. Elaborar um relatório com as orientações para reflorestação da área ardida em causa, criando assim um instrumento de orientação para o Município. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-28

180 Eixo Estratégico 5 - Adaptação de uma Estrutura Orgânica Funcional e Eficaz. Neste eixo, o objectivo estratégico é operacionalizar a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (CMDFCI), garantir o apoio técnico e logístico necessário. As acções a desenvolver para atingir os objectivos serão: Planear e monitorizar as acções de Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI) na CMDFCI; Seguir as orientações das linhas orientadoras da Comissão Regional de Reflorestação; Definir acções prioritárias a executar na DFCI. 12. Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água - Bases e Linhas Orientadoras (PNUEA), publicado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 5 de Junho, tem como principal finalidade a promoção do uso eficiente da água em Portugal, especialmente nos sectores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos. O PNUEA foi regulamentado pelo Despacho Conjunto n.º 405/2006 do Ministério da Administração Interna, Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Ministério da Economia e da Inovação, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que criou um grupo interministerial com vista à implementação do Plano. Em 2012, a APA, I.P reactivou o Programa Nacional do Uso Eficiente da Água com um plano para e alterou estrategicamente a governança do programa, constituindo a Comissão de Implementação e Acompanhamento (CIA), com representação e envolvimento activo dos sectores mais consumidores de água (urbano, agrícola e industrial). De acordo com o novo plano, a melhoria da eficiência do uso da água é necessária porque: É um imperativo ambiental: a água é um recurso limitado que é necessário proteger, conservar e gerir para garantir a sustentabilidade dos ecossistemas e dos serviços que estes proporcionam à sociedade em geral e para garantir a sustentabilidade de outros recursos intrinsecamente associados; É uma necessidade estratégica: o aumento das disponibilidades e das reservas de água no País é fundamental; Corresponde a um interesse económico a diversos níveis; Constitui uma obrigação do País, em termos de normativo nacional e comunitário; É um imperativo ético: a água é fundamental para a vida, precisa de ser gerida tendo em conta as gerações seguintes. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-29

181 Fundamentos Estratégicos A água, sendo um factor essencial para o desenvolvimento sócio-económico do País, deve ser considerada como um recurso estratégico e estruturante, tendo necessariamente de se garantir uma elevada eficiência do seu uso. Esta opção corresponde: A um imperativo ambiental, pela necessidade de uma crescente consciencialização da sociedade de que os recursos hídricos não são ilimitados e que portanto é necessário protegê-los e conservá-los; A uma necessidade estratégica ligada às disponibilidades e reservas de água no País, na medida em que, embora à escala nacional e anual Portugal não tenha grandes problemas de escassez de água em situação hídrica normal, podem no entanto ocorrer situações críticas de seca, sazonais ou localizadas. O PNUEA salvaguarda, ainda, os interesses económicos a nível nacional, a nível do tecido empresarial, a nível das entidades gestoras da água e a nível dos cidadãos, bem como assegura a satisfação das obrigações do País em termos de legislação comunitária, nomeadamente da Directiva Quadro da Água e da Directiva Relativa à Prevenção, o esforço de planeamento tem vindo a ser desenvolvido, materializado nos Planos de Bacia Hidrográfica, no Plano Nacional da Água e no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais. Áreas programáticas O PNUEA assenta sobre quatro áreas programáticas, nomeadamente: AP1 - Medição e reconversão de equipamentos de utilização da água; AP2 - Sensibilização, informação e educação; AP3 - Regulamentação e normalização; AP4 - Formação e apoio técnico. Para cada área programática são definidas acções, entendidas como medidas executadas por diferentes organismos participantes na implementação do plano e dirigidas a diferentes sectores ou grupos de utilizadores, sendo também definidos os responsáveis pela sua implementação, os destinatários e o conjunto de medidas a promover no seu âmbito, bem como as prioridades de aplicação (função das poupanças obtidas, da exequibilidade das propostas e da relação custo benefício). Metas para o uso da água no horizonte de vigência do Programa (2020) A definição de metas para o PNUEA passa pela definição de um indicador que traduza a eficiência de utilização da água em qualquer dos sectores considerados, tornando directa e transparente a comparação entre metas e resultados obtidos. Assim, são definidas três metas, aplicáveis respectivamente ao consumo urbano, agrícola e industrial: Meta no consumo urbano - propõe-se atingir em 2020 uma ineficiência de utilização de água inferior a 20%; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-30

182 Meta no consumo agrícola - propõe-se atingir em 2020 uma ineficiência de utilização de água inferior a 35%; Meta no consumo industrial - propõe-se atingir em 2020 uma ineficiência de utilização da água inferior a 15%. Objectivos estratégicos para o sector Industrial: Optimização do uso da água na unidade industrial, sem prejuízo na eficiência dos processos e operações em que decorre desta utilização, tal como no âmbito da aplicação das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) no contexto do regime de Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP); Limitação dos impactos no meio ambiente associados às descargas de águas residuais industriais, conseguida através de uma melhor gestão do ciclo da água, no sentido da prevenção ligada a uma maior poupança já prevista em sede da PCIP. Objectivos específicos para o sector Industrial: Redução dos consumos de água e dos volumes de águas residuais geradas através da adequação de procedimentos, utilização mais eficiente de equipamentos e dispositivos e a adopção de sistemas de reutilização/recirculação da água; Redução do consumo de água na unidade industrial através da diminuição das perdas reais nos sistemas de distribuição; Redução do consumo de água na unidade industrial racionalizando a água através de alterações efectuadas ao nível dos processos de fabrico industrial; Utilização na unidade industrial de águas residuais ou remanescentes, provenientes de outros processos nos sistemas de arrefecimento e na lavagem de equipamentos; Redução do consumo de água na unidade industrial através da alteração de hábitos dos utilizadores; Redução do consumo de água na unidade industrial recuperando o vapor de água gerado nos sistemas de aquecimento da unidade industrial. Metas para o sector Industrial No quadro seguinte listam-se as metas gerais e específicas aplicáveis ao sector industrial em situação hídrica normal e em situação de seca. 13. Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) O PANCD foi publicado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 17 de Junho com o objectivo de orientar, disciplinar, promover, dinamizar, integrar e coordenar as acções de combate à desertificação e minimização dos efeitos da seca nas zonas semiáridas e sub-húmidas, nomeadamente naquelas em que é mais notória e problemática a erosão e a degradação das propriedades do solo, a destruição da vegetação e a deterioração do ambiente e dos recursos naturais e da paisagem em geral. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-31

183 Medidas aplicáveis ao uso industrial em situação hídrica normal N.º Designação da medida Descrição sumária da medida Medida 73 Adequação de procedimentos da utilização da água na unidade industrial Gerais Alteração de hábitos humanos para reduzir o consumo de água Medida 74 Optimização da utilização da água na unidade industrial Utilização de equipamentos e dispositivos mais eficientes e recirculação e reutilização de água de qualidade inferior Medida 75 Redução de perdas de água na unidade industrial Eliminação de perdas de água na rede de abastecimento à unidade industrial Processo de fabrico industrial Medida 76 Utilização de águas residuais do processo de fabrico Reutilização da água residual da própria unidade industrial, após tratamento adequado Medida 77 Substituição ou adaptação do processo de fabrico Substituição dos equipamentos do processo de fabrico por outros de maior eficiência no consumo de água Medida 78 Recirculação de água no processo de fabrico Utilização da água residual resultante do processo de fabrico Sistemas de transferência de calor Medida 79 Recirculação de água no sistema de arrefecimento industrial Reutilização da água de arrefecimento industrial em sistemas fechados Medida 80 Utilização de água de outros processos no sistema de arrefecimento industrial Utilização da própria água residual da unidade industrial no sistema de arrefecimento Medida 81 Utilização para outros fins de água de arrefecimento industrial Recuperação da água utilizada no arrefecimento para fins compatíveis Medida 82 Utilização de água de outros processos no sistema de aquecimento industrial Utilização da água residual no sistema de aquecimento Medida 83 Utilização de água de condensado para outros fins Recuperação do vapor de água gerado no processo industrial Limpeza de instalações e equipamentos Medida 84 Adequação de procedimentos na gestão de resíduos Gestão correcta dos resíduos produzidos com minimização da necessidade de lavagem Medida 85 Utilização de equipamento para limpeza a seco das instalações Aspiração de resíduos com minimização de lavagem Medida 86 Utilização de dispositivos portáteis de água sob pressão Lavagem das instalações com dispositivos de jacto de água sob pressão Medida 87 Reutilização ou uso de água de qualidade inferior Utilização de água proveniente de outras fontes para lavagens Medidas 10 a 25, 30 a 32 e 34 a 40 Ao nível dos usos similares aos urbanos Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-32

184 Medidas aplicáveis em situação de escassez hídrica (seca) N.º Designação da medida Descrição sumária da medida Processamento fabril Medida 73: Adequação de procedimentos da utilização da água na unidade industrial Alteração de hábitos humanos para reduzir o consumo de água Medida 85: Utilização de equipamento para limpeza a seco das instalações Aspiração de resíduos com minimização de lavagem Ao nível dos usos similares aos urbanos Medida 10: Adequação da utilização de autoclismos Alteração de hábitos de uso do autoclismo para descargas mínimas Medida 14: Adequação da utilização de chuveiros Alteração de hábitos no duche e banho reduzindo o tempo de água corrente Medida 16: Adequação da utilização de torneiras Alteração de hábitos da população de forma a evitar desperdícios de água Medida 18: Adequação de procedimentos de utilização de máquinas de lavar Alteração de comportamentos humanos para minimizar o número de utilizações da máquina Medida 20: Adequação de procedimentos de utilização de máquinas de lavar louça Alteração de comportamentos humanos para minimizar o número de utilizações da máquina Medida 22: Adequação da utilização de urinóis Garantir a regulação do volume em função do número de descargas Medida 30: Adequação de procedimentos na lavagem de veículos Alteração de hábitos na forma de efectuar lavagens de veículos Medida 33: Proibição de utilização de água do sistema público de abastecimento na lavagem de veículos (em período de seca) Proibição de usar água potável, ou limitação do seu uso por períodos de tempo Medida 34: Adequação da gestão da rega em jardins e similares Alteração de comportamentos na rega por alteração de intensidade de água ou períodos de rega Medida 40: Proibição de utilização de água do sistema público de abastecimento em jardins e similares (em período de seca) Proibição de usar água potável, ou limitação do seu uso por períodos de tempo Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-33

185 Objectivos estratégicos O PANCD visa cinco objectivos estratégicos: Conservação do solo e da água; Fixação da população activa nos meios rurais; Recuperação das áreas afectadas; Sensibilização da população para a problemática da desertificação; Consideração da luta contra a desertificação nas políticas gerais e sectoriais. Objectivos específicos No âmbito dos objectivos estratégicos estabelecidos relativamente ao PANCD foram ainda definidos como fundamentais os seguintes objectivos específicos: Desenvolvimento regional, rural e local, como factor determinante da fixação das populações nas regiões mais susceptíveis à desertificação e à seca, e da diminuição das pressões humanas sobre as zonas mais densamente povoadas; Organização dos agentes do desenvolvimento económico e social, em torno dos seus interesses profissionais, económicos, culturais, desportivos, ambientais, como via para uma participação activa da população nas decisões que lhes respeitam e na valorização e qualificação do território; Melhoria das condições de exercício das actividades agrícolas compatíveis com as características do suporte natural em que são desenvolvidas; Alargamento e melhoria da ocupação e gestão florestal para reforço do papel da floresta na conservação do solo e da água; Identificação das áreas mais afectadas e afectação dos meios necessários para recuperação das áreas degradadas; Política de gestão de recursos hídricos que assegure a necessária integração territorial dessa gestão, articulando adequadamente as diferentes utilizações da água e a protecção do ambiente e conservação dos recursos naturais; Investigação concertada sobre os fenómenos geradores de desertificação e seu combate, experimentação e aplicação prática dos seus resultados; Criação de centros e campos de demonstração de boas técnicas de conservação do solo e da água; Informação e sensibilização permanente aos diferentes sectores da população, habitantes e decisores, sobre a problemática da luta contra a desertificação e a seca, e seu contributo para a defesa da vida na Terra. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-34

186 Eixos de intervenção e linhas de acção Considerando como quadro orientador os objectivos estratégicos definidos para o PANCD e tendo em consideração os objectivos específicos atrás referenciados, foram estabelecidos os seguintes eixos de intervenção e linhas de acção para a luta contra a desertificação e a seca: Eixo 1 - Conservação do solo e da água: Garantir a elaboração e a aplicação de códigos de boas práticas agrícolas e silvícolas; Apoiar os investimentos em pequenos regadios; Ampliar e alargar os apoios à manutenção dos sistemas agrícolas tradicionais geradores de externalidades ambientais positivas; Reforçar os apoios à manutenção de áreas agrícolas no interior da floresta; Incentivar e apoiar os serviços de extensão rural; Reforço dos apoios à agricultura familiar e a tempo parcial; Criação do centro de culturas regadas e dinamização do processo de reconversão cultural associado ao Alqueva; Consolidação do Centro Experimental de Vale Formoso como pólo de investigação sobre o processo de erosão dos solos; Adopção de medidas de estruturação fundiária; Ampliação dos apoios à agricultura biológica e à certificação de produtos de qualidade; Ampliação das ajudas à silvo pastorícia; Reforço dos sistemas de detecção e de prevenção de incêndios; Adaptação das ajudas às condições de seca; Ampliação das ajudas à manutenção de maciços de espécies autóctones; Consideração da problemática da desertificação nos PROF e PGF; Fomento do emparcelamento das áreas ardidas; Consideração dos contributos dos planos de bacias hidrográficas na problemática da desertificação; Condicionamento das actividades visando a defesa das linhas de água; Ampliação das obras de correcção torrencial; Ampliação das obras de limpeza e conservação das linhas de água; Adequação da aplicação do Plano Nacional de Reabilitação da Rede Hidrográfica; Monitorização da poluição urbano - industrial; Gestão integrada dos recursos aquáticos; Ampliação da defesa das albufeiras; Apoio à reutilização de águas residuais; Elaboração de planos de emergência para situações de seca; Adequação das infra-estruturas rurais ao escoamento dos caudais de ponta; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-35

187 Eixo 2 - Manutenção da população activa nas zonas rurais: Garantir o correcto ordenamento e a gestão do território; Melhorar as infra-estruturas de base e as acessibilidades; Implementar formas de descentralização da Administração; Promover a modernização e a reconversão da agricultura e incentivar a sua multifuncionalidade; Encorajar a manutenção de modos de produção tradicionais que geram externalidades positivas em termos ambientais; Apoiar a actividade florestal e incentivar e garantir a gestão sustentável da floresta; Garantir o desenvolvimento e consolidação das cidades, vilas e demais centros populacionais de pequena e média dimensão; Incentivar e apoiar a diversificação do tecido económico das zonas rurais; Apoiar a reabilitação imobiliária e a recuperação do património e dos espaços construídos; Eixo 3 - Recuperação das áreas mais ameaçadas pela desertificação: Apoiar a recuperação de assentos de lavoura; Promover a drenagem e a conservação dos solos; Incentivar e apoiar a requalificação ambiental; Reforçar os apoios à florestação e à beneficiação florestal de protecção; Ampliar e adaptar as medidas agro-ambientais aos objectivos de combate à desertificação; Modular o tipo e o nível dos apoios à agricultura e à silvicultura em função do grau de susceptibilidade à desertificação; Promover e garantir a defesa e valorização dos montados; Qualificar e valorizar os territórios; Eixo 4 - Investigação, experimentação e divulgação: Investigação das causas das secas e da desertificação; Investigação e aplicação de meios de combate à seca; Ampliação das cartas de solos e interpretativas; Harmonização das cartas de solos portuguesas e EU; Projecto-piloto sobre a defesa e valorização dos montados; Criação de campos de demonstração; Enriquecimento dos programas escolares e universitários; Formação e reciclagem de técnicos; Promover e dinamizar a educação ambiental; Organização de campanhas públicas de divulgação sobre a desertificação; Apoio às organizações de agricultores (visitas, divulgação de resultados e outras formas); Divulgação das previsões hidrológicas, hidrometeorológicas e agrícolas; Divulgação do PANCD; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-36

188 Eixo 5 - Integração da problemática da desertificação nas políticas de desenvolvimento: Integração da problemática da desertificação nas políticas de desenvolvimento; Consideração da problemática da desertificação nos planos de actividades dos organismos públicos; Ponderação das necessidades associadas à luta contra a desertificação e a seca no âmbito dos trabalhos de ordenamento e gestão do território e na definição das estratégias nacionais de conservação da Natureza e de utilização dos recursos hídricos; Consideração dos objectivos estratégicos e específicos do PANCD nas medidas e nos instrumentos de política para o desenvolvimento económico e social; Reflectir os objectivos do PANCD nos exercícios de programação associados a apoios comunitários, nomeadamente no âmbito do ambiente, da agricultura e do desenvolvimento rural e das infra-estruturas. Revisão do PANCD ( ) Por decisão da Comissão Nacional de Coordenação do PANCD, entidade responsável pela elaboração do programa, a proposta de Revisão do Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação ( ), foi sujeita a um processo de Avaliação ambiental Estratégica (AAE), que se encontra em fase de discussão pública (entre 29 de Janeiro e 11 de Março). Listam-se seguidamente uma listagem dos 4 Objectivos Estratégicos e 21 Objectivos Específicos correspondentes, apresentados na referida Proposta de Revisão. Objectivos Estratégicos e Específicos 1. Promover a melhoria das condições de vida da população das áreas susceptíveis; 1.1 Qualificar e valorizar os territórios; 1.2 Promover a capacitação e a diversificação económica; 1.3 Promover o reconhecimento e a valorização dos serviços ambientais prestados pelos espaços e comunidades rurais; 1.4 Diferenciar positivamente os projectos e intervenções rurais nas áreas susceptíveis; 1.5 Apoiar e promover a defesa das populações contra os efeitos de fenómenos meteorológicos extremos; 2. Promover a gestão sustentável dos ecossistemas das áreas susceptíveis e a recuperação das áreas afectadas; 2.1 Conservar e promover os montados e outros sistemas agro-florestais mediterrânicos; 2.2 Promover, conservar e gerir adequadamente as outras florestas e os matagais mediterrânicos; 2.3 Conservar e promover os sistemas de produção agrícola mediterrânicos com adequação às especificidades regionais; 2.4 Controlar e recuperar áreas degradadas; Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-37

189 3. Gerar benefícios globais e potenciar sinergias com os processos das alterações climáticas e da biodiversidade nas áreas susceptíveis; 3.1 Proteger e conservar o solo; 3.2 Promover o aproveitamento e a gestão sustentável da água; 3.3 Conservar e promover a biodiversidade das zonas áridas e sub-húmidas seca; 3.4 Promover a mitigação e a adaptação às alterações climáticas; 4. Mobilizar recursos para a implementação do PANCD e da Convenção de Combate à Desertificação no geral 4.1 Desenvolver o PANCD com integração no Planeamento Nacional e nos Instrumentos de Gestão do Território aplicáveis às áreas susceptíveis / afectadas; 4.2 Assegurar a representação externa portuguesa; 4.3 Promover Acções de Cooperação e Ajuda ao Desenvolvimento; 4.4 Promover e apoiar a organização e a intervenção participativa das populações e suas organizações no PANCD; 4.5 Promover e apoiar o desenvolvimento do conhecimento científico sobre a desertificação e o seu combate; 4.6 Reorganizar as estruturas do PANCD e dos PARCD; 4.7 Promover a divulgação sobre a desertificação e o seu combate; 4.8 Assegurar os recursos financeiros, técnicos e tecnológicos às instituições responsáveis pela aplicação do PANCD e dos PRCD, bem como para a cooperação e desenvolvimento com e em países terceiros. 14. Plano Rodoviário Nacional O Plano Rodoviário Nacional em vigor está publicado no Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 98/99, de 26 de Julho, pela Declaração de rectificação n.º 19-D/98 e pelo Decreto-Lei n.º 182/2003, de 16 de Agosto. Na definição da Nova Rede Rodoviária Nacional adoptam-se critérios funcionais, operacionais e de acessibilidade. Em termos de funcionalidade, serão assegurados por estradas nacionais as seguintes ligações: a) da sede de cada distrito com os contíguos; b) da sede de cada distrito com os centros urbanos do mesmo; c) entre a sede de cada distrito o porto e a fronteira mais importantes desse distrito, quando existentes. Sob o ponto de vista operacional, serão servidos por estrada nacional os percursos de extensão superior a 10 km e tráfego médio diário superior a 2000 veículos relativo ao ano de 1975 (4300 em 1990), bem como aqueles que, com tráfego médio diário superior a 1000 veículos, estabeleçam a ligação entre sedes de concelho. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-38

190 Finalmente, estabeleceu-se que todas as sedes de concelho terão acesso por estrada nacional à rede definida a partir dos critérios acima enunciados. Importa salientar que, para aquela determinação, se procedeu ao agrupamento dos centros urbanos, em função do seu potencial demográfico, dos serviços de apoio às atividades económicas e às populações e da sua capacidade exterior, em três grupos: A - Sede de distrito e centros urbanos equiparados; B - Centros urbanos de influência supraconcelhia, mas infra distrital; C - Centros urbanos só com influência concelhia. A Rede Nacional integra apenas duas categorias de estradas, que constituirão a Rede Nacional Fundamental e a Rede Nacional Complementar. A Rede Nacional Fundamental tem menor extensão, a fim de a dotar de características técnicas indispensáveis num período de tempo aceitável. Assim, definiram-se nove Itinerários Principais, três longitudinais e seis transversais, numa extensão de cerca de 2500 km. Os Itinerários longitudinais terão o nível de serviço B, o que significa que asseguram correntes de tráfego estáveis, permitindo a circulação em excelentes condições de comodidade e segurança. A Rede Nacional Complementar, com a extensão total de km, assegura as ligações entre os centros urbanos de nível B e C, assim como as ligações operacionais e as resultantes do critério de acessibilidade. Esta rede integra quatro Itinerários Complementares longitudinais, dez transversais, as vias de acesso e envolventes das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, bem como outros lanços de estrada. As vias da Rede Nacional Complementar terão o nível de serviço C, que proporciona boas condições de circulação. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Preliminar Anexos Página I-39

191 Anexo II Pareceres das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas ao Relatório dos Factores Críticos para a Decisão Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

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225 Anexo III Parecer da ARH do Tejo Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

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228 Anexo IV Ponderação e Consideração dos contributos das ERAE Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

229 Quadro IV.1 Pareceres das entidades na fase 1 do procedimento de AAE Pareceres ao FCD Tradução no Relatório Ambiental Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo CCDR LVT No FCD Qualidade Ambiental, a avaliação da qualidade do ar deve assentar no valor das concentrações dos poluentes associados às fontes de poluição atmosférica que venham a ser identificadas, incluindo os poluentes com maior relevância no tráfego rodoviário, as partículas em suspensão e o dióxido de azoto No FCD Qualidade Ambiental, os receptores sensíveis devem ser aferidos após a elaboração do estudo de tráfego/estudo acústico que evidenciem a área de influência do tráfego afecto ao Eco-Parque Incluir no procedimento de AAE as entidades gestoras das infra-estruturas rodoviárias, atendendo às suas competências no cumprimento dos níveis de ruído ambiente exterior na área das vias sob sua jurisdição No FCD Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos, ter em consideração a aplicação de regimes especiais relativos ao fabrico, armazenagem, comércio e emprego de produtos explosivos No FCD Riscos Naturais, Ambientais e Tecnológicos, reformular o objectivo de sustentabilidade referente ao indicador perigosidade dos processos tecnológicos tendo em atenção os Anexos do Decreto-Lei n.º 254/2007 As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental Autoridade Nacional de Protecção Civil ANPC O Relatório Ambiental deverá avaliar o modo como a Proposta tem em consideração os riscos existentes na área de intervenção e a forma como esta contribui para o agravamento/introdução de situações de risco ou para a sua mitigação Deverão ser propostas medidas a nível do ordenamento do território, de modo a garantir a segurança de populações, bens e ambiente Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas Acautelar o cumprimento da legislação relativa a espécies protegidas, designadamente o sobreiro Acautelar o cumprimento da legislação relativa às áreas percorridas por incêndios, designadamente às áreas ardidas nos incêndios de 2003 e 2005 Acautelar o cumprimento das disposições constantes do Decreto-lei n.º 124/2006, de 28 de Junho na sua actual redacção, nomeadamente a proibição de edificar, fora das áreas edificadas consolidadas, em áreas de risco de incêndio alto a muito alto As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental A proibição que impendia sobre os terrenos percorridos pelo incêndio de 2003 está entretanto levantada, dado ter já decorrido o período de 10 anos previsto na lei Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-1

230 Quadro IV.1 Pareceres das entidades na fase 1 do procedimento de AAE (cont.) Pareceres ao FCD Tradução no Relatório Ambiental Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamentos do MAI Refere nada ter a obstar Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo Refere nada a haver a opor à Proposta, relevando a importância da criação de áreas planeadas para acolhimento industrial e chamando a atenção para a necessidade de respeitar as servidões e restrições de utilidade pública associadas a linhas eléctricas e gasodutos se existentes e para a necessidade de proceder ao licenciamento das instalações energéticas nos termos da lei Concorda genericamente com o teor do documento Direcção-geral do Património Cultura Propõe incluir no FCD Ordenamento do Território o indicador Património Arqueológico Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo Recomenda a identificação de todas as captações de águas existentes e descargas de águas residuais Propõe incluir a monitorização da qualidade do ar e prever medidas para cumprimento dos normativos legais aplicáveis Considera necessário assegurar a preservação de linhas de água e de origens de água subterrâneas/superficiais, garantir a existência de sistemas de tratamento de águas residuais adequados de modo a não comprometer a qualidade dos meios receptores e prever sistemas de reutilização de água assegurando a sua monitorização Recomenda a adequada gestão dos resíduos de modo a reduzis os riscos associados A ponderação destas questões foi realizada no âmbito do FCD Ordenamento do Território A ponderação destas questões foi realizada no âmbito do FCD Qualidade Ambiental Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-2

231 Quadro IV.1 Pareceres das entidades na fase 1 do procedimento de AAE (cont.) Pareceres ao FCD Tradução no Relatório Ambiental Instituto da Mobilidade e dos Transportes (ex-inir) Ressalva que as competências deste instituto devem ser enquadradas na qualidade de Entidade Representativa de Interesse a Ponderar e não como Entidade com Responsabilidades Ambientais Específicas Considera que se deverá reforçar que a base metodológica na AAE é de natureza estratégica Considera que se deverá expor com mais clareza os objectivos e visão da Proposta, focando os problemas e oportunidades e priorizações Considera que se deveria ter realizado uma análise preliminar de diagnóstico que sustentasse cada FCD e seus critérios de avaliação Sugere a apresentação de formas de quantificação/tendência dos indicadores dos FCD Estradas de Portugal Ressalva que as competências deste instituto devem ser enquadradas na qualidade de Entidade Representativa de Interesse a Ponderar e não como Entidade com Responsabilidades Ambientais Específicas Considera que o indicador rede viária do FCD Ordenamento do Território deve explicitar os parâmetros que objectivamente deverão ser avaliados As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental A ponderação destas questões foi realizada no âmbito do FCD Ordenamento do Território Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-3

232 Quadro IV.2 Pareceres das entidades na fase 2 do procedimento de AAE Pareceres ao RAP Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo 1) Objectivos e metodologia da AAE 1.1 Considerar o PERSU2020 e a Estratégia Nacional para a Energia no QRE 1.2 Não foi incluído o Estudo de Acessibilidades aprovado pela EP; 1.3 Não foi apresentado o Estudo Acústico solicitado em fase de RFCD 2) FCD, critérios e indicadores 2.1 Desagregar os objectivos de sustentabilidade Recolha diferenciada dos resíduos... por tipo de fluxo 2.2 Esclarecer o que se pretende com o objectivo de sustentabilidade Garantir um nível de infraestruturação...sustentabilidade das infra-estruturas Dado que a área a ser ocupada pela Maxampor foi excluída da proposta de alteração questiona-se a referência a armazenagem de substâncias explosivas 2.4 Os indicadores e objectivos de sustentabilidade do FCD Ordenamento do Território não reflectem a abordagem que se pretende para este FCD 2.5 Não é apresentada descrição das tendências de evolução do ambiente sonoro na ausência da proposta de alteração. 2.6 Não é apresentada previsão quantitativa dos impactes no ambiente sonoro 2.7 O RA não faz referência ao novo estudo de tráfego que foi aprovado pela EP 2.8 Análise do FCD Desenvolvimento do território não teve em conta o objectivo de sustentabilidade definido para este critério, devendo ser feita uma análise mais abrangente a nível de toda a área do Eco-Parque e também ao nível do concelho. 3) Oportunidades e riscos 3.1 Não concordam que seja um aspecto favorável o dispositivo geológico presente no local não ser favorável à recarga de aquíferos e portanto não sustentar a classificação de área integrada na REN. 3.2 Não foram observadas as orientações preconizadas pela CCDR sobre a avaliação do indicador conforto acústico das populações 3.3 Reanalisar as oportunidades e riscos do FCD Ordenamento do território, tendo em atenção a reavaliação da Análise de Tendências de acordo com as observações efectuadas. A fundamentação para a reclassificação do solo obedece a outros critérios para além dos referidos. 3.4 Os Estudos de Tráfego que fundamentam o RA não se aplicam, uma vez que foram elaborados para projectos específicos e não para a totalidade da área objecto da proposta de alteração. Reiteram a necessidade de colmatar esta lacuna com estudos abrangendo toda a área do Eco-Parque e das infraestruturas deverem ser planeadas para toda a área de intervenção, designadamente, entre outras, a rede viária. Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Tradução no Relatório Ambiental Final As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental Página IV-4

233 Quadro IV.2 Pareceres das entidades na fase 2 do procedimento de AAE (cont.) Pareceres ao RAP Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo 4) Programa de Seguimento 4.1 Métricas para seguimento do FCD Ordenamento do Território são generalistas mais apropriadas para uma revisão de PDM. 4.2 Analisar a coerência da métrica evolução das áreas de solo urbano e solo rural se estender a todo o território concelhio 4.3 Métrica n.º de pedidos de... e n.º de queixas.. não tem lógica no contexto da Proposta de Alteração 4.4 São incompreensíveis os objectivo de sustentabilidade Preservar o carácter e diversidade da paisagem..., indicador área com características paisagísticas a preservar e a métrica área beneficiada por acções reflorestação Definir metas para todos os FCD Tradução no Relatório Ambiental Final As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental REN Emite parecer favorável dado não existir, nem estar em projecto quaisquer elementos da RNT - Autoridade Nacional de Protecção Civil Emite parecer favorável - EDP Emite parecer favorável - Águas do Ribatejo, SA Emite parecer favorável, Área de expansão B está na bacia de drenagem das captações da Carregueira devendo ser dada especial atenção a esse facto As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental Direcção Regional de Economia de Lisboa e Vale do Tejo Emite parecer favorável - Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-5

234 Quadro IV.2 Pareceres das entidades na fase 2 do procedimento de AAE (cont.) Pareceres ao RAP Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo Direcção-geral do Património Cultural Emite parecer favorável condicionado a: 1. Inclusão na Figura 5.3 o sítio patrimonial n.º5 Casal do Relvão, Carregueira e Lagoa Grande 2, Incluir nos indicadores de monitorização e controlo para o FCD Ordenamento do Território a métrica - n.º de trabalhos arqueológicos realizados (prospecções, acompanhamentos, sondagens/avaliações) - n.º de unidades industriais construídas - n.º de sítios arqueológicos descobertos Tradução no Relatório Ambiental Final A ponderação destas questões foi realizada no âmbito do FCD Ordenamento do Território Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo Emite parecer favorável condicionado à implementação de: 1. Elaboração de um Plano de Emergência Externo para a totalidade do Eco-Parque do Relvão 2. Implementação de um observatório ambiental do Eco-Parque do Relvão 3. Implementação de um código de boas práticas e de eco-eficiência na gestão dos recursos hídricos no Eco-Paruqe 4. Construção de vias de acesso às localidades que dão acesso ao Eco-Parque, nomeadamente a ligação entre Almeirim e Vila nova da Barquinha APA Agência Portuguesa do Ambiente Em relação ao RA Recursos hídricos, Qualidade Ambiental e Ordenamento do Território, emite parecer favorável condicionado a: 1. Integrar no QRE o Plano Nacional da Água, PEAASAR, PNACPNPA 2. No Quadro 5.3 abordar o agravamento dos processos de cheia a jusante 3. Ponderar a proposta de pavimentos porosos com o efeito de contaminação das águas subterrâneas por derrame de hidrocarbonetos em zonas de elevado tráfego e em estacionamento. Sugere-se a eventual necessidade de instalação de separadores de hidrocarbonetos nas fases de licenciamento 4. Está omisso o facto das massas de água subterrâneas se encontrarem classificadas como Zona Protegida para captação de água destinada ao consumo humano 5. Na avaliação global deve ser incluída a questão sobre a potenciação do risco de cheias a jusante 6. Incluir um indicador de controlo relativo à qualidade da água captada para consumo humano tendo em conta a protecção existente - As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-6

235 Pareceres ao RAP Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo APA Agência Portuguesa do Ambiente (cont.) Quadro IV.2 Pareceres das entidades na fase 2 do procedimento de AAE (cont.) 7. Medição do volume recolhida de águas residuais 8. Consideram que a área do Eco-Parque do Relvão deverá ser objecto de um PP ou em sede de revisão do PDM definir uma UOPG para esta área. Em relação ao RA Riscos tecnológicos, emite parecer favorável condicionado a: 1. Existem dois estabelecimentos abrangidos pelo DL 254/2007: Maxampor e uma UAG da TAGUSGÁS, com ACL aprovado pela APA. Esta última está numa das áreas abrangidas pela Proposta 2. Referem que o RA deveria ter feito referência a UAG (embora o processo ACL tenha entrado na APA em Outubro corrente mais de três meses depois da elaboração do RA) Referem que esta proposta de alteração tem de ser sujeita a AIA porque se enquadra no n.º4 do art.º 1.º do DL 151-B/2013 ANACOM Tradução no Relatório Ambiental Final As questões levantadas foram devidamente ponderadas e integradas no presente Relatório Ambiental Emite parecer favorável - Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página IV-7

236 Anexo V Referências Bibliográficas Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

237 Bibliografia Albuquerque, J.P.M., Carta ecológica de Portugal à escala 1: Ministério da Economia, Direcção Geral dos Serviços Agrícolas, Repartição de Estudos, Informação e Propaganda, Lisboa Albuquerque, J.P.M., Carta Ecológica - Fito-edafo-climática (Carta III.4 do Atlas do Ambiente) à escala 1: Albuquerque J., Regiões Naturais - Caracterização eco-fisionómica (Carta III.5 do Atlas do Ambiente) à escala 1: ATKINS (2007), Relatório Ambiental da Avaliação Ambiental Estratégica do Plano Rodoviário Nacional, na Região Centro Interior (IC6, IC7 e IC37), EP Estradas de Portugal, S.A. COBA/PROCESL (2007), Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico - Relatório Ambiental, IA/DGEG/REN Comissão das Comunidades Europeias (2003) Uma Estratégia Europeia de Ambiente e Saúde, COM (2003) 338 final, Bruxelas Comissão das Comunidades Europeias (2005) Estratégia Temática sobe Ambiente Urbano, COM (2005) 718 final, Bruxelas Comissão das Comunidades Europeias (2006) Relatório da Comissão Aplicação da Directiva AAE relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, COM (2006) 639 final, Bruxelas. DPP (Departamento de Prospectiva e Planeamento) (2006) Portugal Visão 2015 Contributo para o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN); MAOTDR; Lisboa DPP (Departamento de Prospectiva e Planeamento) (2006) Quadro de Referência Estratégico Nacional Avaliação Ex-Ane; MAOTDR; Lisboa Environmental Assessment Tool Kit, do The Scottish Government (September, 2006) Frosch, R.A.; Gallopoulos, N.E. (1989) "Strategies for Manufacturing" Scientific American 261 (september) Handbook of Strategic Environmental Assessment (SEA) for Cohesion Policy ( ), desenvolvido pela Greening Regional Development Programmes Network e recomendado pela Comissão Europeia IA (Instituto do Ambiente) (2002) Programa Nacional para as Alterações Climáticas versão IA/MCOTA IST (2008), Avaliação Ambiental Estratégica do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo Resumo Não Técnico, CCDR-LVT IST/REN (2008), Avaliação Ambiental Estratégica do Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Transporte de Electricidade (2016) Relatório Ambiental, REN José Luiz Zêzere, Catarina Ramos, Eusébio Reis, Ricardo Garcia, Sérgio Oliveira, (2007/2008), Perigos naturais, Tecnológicos e Ambientais na Região do Oeste e Vale do Tejo, INFORGEO, 22/23, LNEC (2008), Avaliação Ambiental Estratégica do Estudo para Análise Técnica Comparada das Alternativas de Localização do Novo Aeroporto de Lisboa na Zona da Ota e na Zona do Campo de Tiro de Alcochete - Relatório Ambiental Versão Final, MOPTC Matthews, E., Amann, C., Fischer-Kowalski, M., Bringezu, S., Hu ttler, W., Kleijn, R., Moriguchi, Y., Ottke, C., Rodenburg, E., Rogich, D., Schandl, H., Schu tz, H., van der Voet, E. and Weisz, H. (2000) The Weight of Nations: Material Outflows from Industrial Economies (Washington, DC: World Resources Institute). Partidário, M. R. (2003), Guia para Avaliação Estratégica de Impactes em Ordenamento do Território, Colecção Estudos 9; DGOTDU Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página V-1

238 Partidário, M.R. (2006), Termo de Referência e Metodologia para Avaliação Ambiental Estratégicadas Propostas de Programas Operacionais, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, QCAIV e Directiva Europeia 2001/42/CE Partidário, M.R. (2007), Guia de Boas Práticas para avaliação Ambiental Estratégica Orientações Metodológicas, Agência Portuguesa do Ambiente; Lisboa Partidário, M.R (2012), Guia das Melhores Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica Orientações Metodológicas para um Pensamento Estratégico em AAE, Agência Portuguesa de Ambiente (com apoio da REN, S.A.), Lisboa QREN (2007), Quadro de Referência Estratégico Nacional Portugal , Observatório do QCA III, Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Setembro/2007 Vieira, S.R. S. (2008), Guia para a Integração da Prevenção de Acidentes Graves na Avaliação Ambiental Estratégica dos Planos Municipais de Ordenamento do Território, APA, Lisboa Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página V-2

239 Legislação Resolução do Conselho de Ministros n.º 109/2207, 20 de Agosto, que aprova a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2015 (ENDS) Resolução de Conselho de Ministros n.º 86/2007, de 3 de Julho, Aprova a versão final do QREN Lei n.º 58/2007, de 4 de Setembro, Aprova o Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território Resolução de Conselho de Ministros n.º 25/2006, de 10 de Março, Aprova as Orientações Fundamentais para a Elaboração do QREN e Programas Operacionais para o período de Decreto-Lei n.º 112/2002, de 17 de Abril, aprova o Plano Nacional da Água (PNA) Resolução do Conselho de Ministros n.º 16-F/2013, de 22 de Março, que aprova o Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica do Tejo Decreto Regulamentar n.º 16/2006, de 19 de Outubro, que aprova o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo Decreto-lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, transpondo para a ordem jurídica interna as Directivas n.º 2001/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho, e 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro, que altera e republica o Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, relativo às bases da política de ordenamento do território e urbanismo Resolução de Conselho de Ministros n.º 115-A/2008, de 21 de Julho, que aprova o Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Resolução do Conselho de Ministro n.º 104/2006, de 23 de Agosto, que aprova o Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2006 (PNAC) Resolução do Conselho de Ministros n.º 69/99, de 17 de Junho, que publica o Programa Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) Resolução do Conselho de Ministros n.º 113/2005, de 5 de Junho, que publica o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água - Bases e Linhas Orientadoras (PNUEA) Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos Página V-3

240 Anexo VI Parecer da APA Relativo à MAXAMPOR Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

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242 Anexo VII Mapa de Ruído do Concelho da Chamusca Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

243 Castelo de Almourol Carregueira Pinheiro Grande MÉTODO DE CÁLCULO NMPB96 e XP S Norma ISO 8297:1994 Schall 03 Chamusca LEGENDA Edíficios Limite Concelho Balsas Semideiro Rodovias Ferrovia Ulme Áreas industrias Vale de Cavalos Caniceira ESCALA DE CORES - LDEN (APA 2007) Chouto Marvila Tojeiras de Baixo > 50.0 db A > 55.0 db A > 60.0 db A > 65.0 db A > 70.0 db A Gorjão ELABORADO POR Parreira CLIENTE Câmara Municipal da Chamusca Dados Rodoviários referentes ao período 2004/2005; Dados das Indústrias Existentes referentes ao ano 2005; Dados Ferroviários referentes ao ano de 2009; Dados das Novas Indústrias referentes ao ano de TÍTULO Mapa de Ruído do Concelho de Chamusca Lden CARTA ESCALA Anexo I - Carta 1 1: DATA Maio 2009 REFERÊNCIA 09_049MRPM_RNT01 Os resultados de ensaio referem-se exclusivamente aos itens ensaiados. Este Relatório só pode ser reproduzido na íntegra, excepto quando haja autorização expressa do dblab. Mod

244 Castelo de Almourol Carregueira Pinheiro Grande MÉTODO DE CÁLCULO NMPB96 e XP S Norma ISO 8297:1994 Schall 03 Chamusca LEGENDA Edíficios Limite Concelho Balsas Semideiro Rodovias Ferrovia Ulme Áreas industrias Vale de Cavalos Caniceira ESCALA DE CORES - LN (APA 2007) Chouto Marvila Tojeiras de Baixo > 40.0 db A > 45.0 db A > 50.0 db A > 55.0 db A > 60.0 db A Gorjão ELABORADO POR Parreira CLIENTE Câmara Municipal da Chamusca Dados Rodoviários referentes ao período 2004/2005; Dados das Indústrias Existentes referentes ao ano 2005; Dados Ferroviários referentes ao ano de 2009; Dados das Novas Indústrias referentes ao ano de TÍTULO Mapa de Ruído do Concelho de Chamusca Ln CARTA ESCALA Anexo I - Carta 2 1: DATA Maio 2009 REFERÊNCIA 09_049MRPM_RNT01 Os resultados de ensaio referem-se exclusivamente aos itens ensaiados. Este Relatório só pode ser reproduzido na íntegra, excepto quando haja autorização expressa do dblab. Mod

245 Anexo VIII Pareceres das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas ao Relatório Ambiental Preliminar Alteração do Plano Director Municipal para o Eco-Parque do Relvão Relatório Ambiental Anexos

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