Diário de Bordo - Islândia -
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- Sérgio Barateiro
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1 A educação é a arma mais poderosa que você pode utilizar para mudar o mundo (...) Nelson Mandela Diário de Bordo - Islândia - Projeto: Aprender Juntos com Erasmus PT01-KA Escola de origem: Colégio de Nossa Senhora da Graça Data das mobilidades: 3-9 de março de Local: Borgarnes - Islândia Intervenientes: Joana Costa e Rui Rijo O nosso curso intitulou-se Course 42 - Diverse Society diverse classrooms student diversity benefiting social diversity living together, learning together, working together. Foi ministrado por Guðrún Pétursdóttir, socióloga especializada em educação intercultural. Guðrún Pétursdóttir além de fundadora e gestora do ICI-Intercultural Iceland Institut, é formadora em cursos de formação de professores na Islândia e na Europa desde o ano de É autora dos livros Educação Intercultural, de 1999 e Todos podem fazer algo - Ninguém pode fazer tudo, de O curso é dirigido a grupos ou organizações que pretendem aumentar as suas competências de cooperação, comunicação, habilidades empreendedoras, pensamento crítico, cidadania, trabalho em equipa e resolução de problemas. A metodologia utilizada é o learning by doing, isto é, aprender fazendo, o que significa que todos os participantes têm um papel ativo e criativo durante o curso. Como resultado final, os participantes adquirirem ferramentas e competências de trabalho cooperativo e de interculturalidade, devendo esta abordagem ser aplicada em contexto de sala de aula e de trabalho cooperativo com os colegas. Durante todo o processo a formadora deu feedback a cada um dos diversos grupos de trabalho e a cada um dos participantes, de forma individual. 1
2 Figura 1- Foto de Grupo 1º dia- 3/4/2018 Palavra do dia: Apresentação Na estação de autocarros, BSI em Reykvajik, conhecemos alguns elementos do grupo de formação e a nossa formadora, representante da ICI-Intercultural Iceland Institut. Já com a apresentação informal seguimos em direção à cidade de Borgarnes, onde o curso se realizou. Fizemos o check-in no Hotel Borgarnes e jantamos no restaurante do mesmo. Tivemos a oportunidade de conhecer os elementos do grupo-turma e receber algumas informações práticas sobre a formação. Figura 2- Local da formação e hotel 2
3 2º dia- 4/4/2018 Palavra do dia: Jigsaw O curso iniciou com uma atividade em grupo, cujo objetivo era encontrar palavras que caracterizassem uma boa atmosfera em contexto de sala de aula. Uma das principais conclusões foi que devemos ensinar os nossos alunos através do nosso próprio exemplo de atitude e de respeito. Seguidamente fizemos a atividade jogo do Bingo, com perguntas gerais, a cada um dos professores/formandos. Isto permitiu conhecermo-nos melhor uns aos outros, desenvolver uma maior cooperação e interação entre os envolvidos e treinar as competências linguísticas. Posteriormente, fizemos o jogo do Carrossel com diversos temas. Este, permitiu reforçar a dinâmica de grupo, o trabalho de pares, a interação e cooperação e a aprendizagem sobre os interesses dos outros, sempre numa lógica não de competição, mas de aprendizagem. Após estas atividades, foram debatidas as competências necessárias para promover a interculturalidade, sendo aqui destacado o importante papel da integração dos alunos imigrantes e refugiados em sala de aula, tendo como premissa que a diversidade cultural deve ser aproveitada como uma oportunidade e não como um problema. Na parte da tarde fizemos um jogo designado Jigsaw puzzle, que envolveu a turma toda. O jogo, subordinado ao tema das competências cooperativas e interculturais, teve várias fases: - criação de quatro grupos, com letras de A a D; - resposta a perguntas em grupos especializados; - retorno ao grupo inicial para a disseminação das respostas; - discussão de situações onde se verifique cumprimento e incumprimento aprendizagem cooperativa; - apresentação de situações (role play) onde não exista trabalho cooperativo e situações onde exista trabalho cooperativo. Ao longo dos debates deste dia, concluiu-se que a educação do século XXI deve ter em linha de conta as competências e aptidões pessoais de cada aluno. 3
4 Figura 3- Momentos de aprendizagem no curso 3º dia- 5/4/2018 Palavra do dia: Interculturalidade No início do dia tivemos a possibilidade de observar auroras boreais, um fenómeno luminoso que pode ser observado durante a noite nos céus das zonas próximas aos polos (as boreais são as que vêm do Norte e as austrais do Pólo Sul). Em termos científicos, este fenómeno está relacionado com as radiações solares e a força magnética dos polos. Durante a parte da manhã do curso, foi a apresentação dos principais métodos que promovem interculturalidade dentro e fora de sala de aula, tendo sempre em conta as caraterísticas dos próprios alunos e a estrutura da aprendizagem cooperativa. De seguida, dando continuidade ao tema, fizemos novamente o jogo do Jigsaw, com tempos definidos. A turma foi dividida em grupos de quatro e atribuído um papel a cada elemento: Repórter, Gestor de Materiais, Gestor de Tempo e Facilitador. No final, cada grupo fez uma apresentação (formato talk show), referindo as vantagens e desvantagens da aprendizagem tradicional e vantagens e desvantagens do método cooperativo. Uma das principais conclusões desta atividade foi o facto da proximidade das mesas possibilitar um trabalho mais profícuo e o elevado número de vantagens associados à aprendizagem cooperativa tal como: participação equitativa, interação simultânea, interdependência positiva e responsabilidade individual. Na parte da tarde, fomos visitar as cascatas, a cratera vulcânica e as hotsprings em Borgarfjordur. 4
5 Figura 4- Aurora Boreal Figura 5- Visita às cascatas de Borgarfjordur Figura 6- Jigsaw Figura 7- Visita à cratera vulcânica 5
6 4º dia- 6/4/2018 Palavra do dia: Speed Date Iniciámos o dia com uma breve apresentação referente ao modo de preparação dos alunos para a aprendizagem cooperativa, destacando-se a importância da preparação da tarefa, do treino dos alunos, dos papéis que lhe são atribuídos e das estações de trabalho. De seguida fizemos um jogo para toda a turma intitulado, o Speed Date. Seguindo uma sequência, cada um dos professores/formandos tinha uma tarefa individual, que nos permitiu perceber a importância do trabalho em grupo, da atenção e concentração e da contribuição de cada um de nós para o sucesso da tarefa global. De seguida, fizemos um novo jogo onde ficámos a conhecer os diferentes métodos de aprendizagem cooperativa, com recurso a diferentes jogos. Os métodos trabalhados foram: numbered heads together, snowballing, fact or opinion, six thinking hats, zone of relevance e corners. Aplicando uma metodologia de pares, elaborámos um exemplo de uma tarefa de aprendizagem cooperativa, com base num dos métodos: zone of relevance. Neste método, o principal objetivo é organizar a informação de forma hierarquizada. Os alunos, organizados em grupos de quatro e com recurso a perguntas sobre uma matéria específica, deverão organizar a informação de um tema, definindo a questão central, isto é, o tema da tarefa, os pontos mais relevantes, relevantes e irrelevantes. Nesta tarefa, o tema escolhido, transversal às disciplinas de Economia e Geografia, foi a União Europeia. Este permitiu trabalhar a interdisciplinaridade. O objetivo principal para os alunos foi conhecer a história económico e monetária da União Europeia e identificar os países que fazem parte da UE. Como questão central, definimos a União Europeia. Assinalámos como pontos mais relevantes, a moeda e os países, as capitais e as instituições da União Europeia. Como pontos irrelevantes assinalámos algumas políticas da União Europeia. Para tal construímos o trabalho com recurso a diversos materiais disponíveis. Os trabalhos foram apresentados, individualmente, e cada um dos grupos ficou a conhecer o trabalho dos colegas. Na parte da tarde fomos visitar a montanha Kolbeinstaoafjall e a sua cratera, os campos de lava e ouvir uma história de família, na quinta da formadora. 6
7 Figura 8- Trabalho de grupo Figura 8- Aplicação do método de ensino através do jogo zone of relevance 7
8 5º dia- 7/4/2018 Palavra do dia: Assessment for learning O dia começou com uma breve explicação sobre os diferentes métodos de avaliação. Realizámos um exercício de desenho de uma casa, cujo objetivo foi perceber a importância da existência de critérios de avaliação. Após apresentação dos diversos tipos de avaliação (formativa, sumativa, pares, individual e criativa) ao pormenor desenvolvemos uma tarefa em grupo sobre a avaliação. Consistia na leitura de várias frases e classificar o tipo de avaliação utilizado. Este trabalho cooperativo permitiu aferir qual a importância da avaliação, sendo que os grupos, na sua maioria, concluíram que a avaliação formativa era a que mais contribuía para o sucesso dos alunos. Na parte da tarde, realizámos um exercício sobre os diferentes tipos de alunos e as suas capacidades, permitindo-nos perceber que existe uma diversidade de alunos de acordo com o seu status social. Por último, falámos da importância da equidade numa sala de aula heterogénea. Figura 9- Tarefa sobre a avaliação 8
9 6º dia- 8/4/2018 Palavra do dia: Sustainability Durante a manhã, foi distribuído a cada grupo de trabalho uma tarefa diferente, que consistia num jogo, sobre sustentabilidade. Esta tarefa relacionava-se com a tarefa seguinte, em que cada grupo fez uma apresentação (teatro, talk show, anúncio, etc), alusivo ao mesmo tema. De seguida, visualizámos um filme, de 1992, Elizabeth G. Cohen, sobre a importância da diversificação de estratégias em contexto de sala de aula, havendo depois um período de discussão sobre o mesmo. De tarde, cada grupo delineou a estratégia que utilizará para fazer a disseminação da formação nas respetivas escolas. Figura 10- Preparação da tarefa final 9
10 7º dia- 9/4/2018 Palavra do dia: Dissemination No último dia de curso, foi feita uma breve apresentação de todos os grupos sobre a forma de divulgação e disseminação do projeto nas respetivas escolas. Para terminar, a formadora deu-nos o feedback das apresentações e recebemos os certificados de participação na formação. À tarde, fomos para Reijkavik, onde aproveitamos para conhecer a cidade. A principal conclusão do curso foi que a aprendizagem cooperativa é um dos principais caminhos para a prática das competências da interculturalidade, por forma a quebrar os estereótipos e dar a cada um um melhor acesso ao processo de aprendizagem. Concluímos ainda que cada professor deverá criar os seus próprios materiais e tarefas cooperativas. O feedback é um passo muito importante em todo este processo, pois possibilita aos estudantes uma melhoria no seu processo de aprendizagem. A avaliação das aprendizagens, é um passo decisivo pois para além de promover a aprendizagem nos alunos, permite desenvolver a capacidade dos alunos se auto avaliarem, sendo um incentivo à aprendizagem ativa e ao desenvolvimento do pensamento crítico. O trabalho de pares também é importante neste contexto, pois possibilita a partilha de informação, a investigação mais profunda, a oportunidade de reflexão acerca da performance, construindo conhecimento e desenvolvendo novas capacidades. No contexto avaliativo, o importante é o processo e não apenas o resultado em si. Em síntese, a aprendizagem cooperativa contribui para uma aprendizagem a longo prazo, permitindo desenvolver alunos e cidadão ativos, responsáveis e competentes. Contribui para a organização em sala de aula e é um processo mais motivante para professores e alunos. No entanto é necessário perceber que este processo exige uma maior preparação da parte dos professores, no que concerne à organização do tempo e gestão dos materiais. Em suma, contribui para a criação de um ambiente inclusivo e multicultural. 10
11 Figura 11- Certificados de participação Figura 12- Momentos de descontração 11
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