RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS

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1 RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS Espécie de réptil endêmica do bioma Cerrado (Coleodactylus brachystoma) registrado na área de influência da UHE São Domingos em abril de ª Campanha Fase pós-enchimento Junho/2014 1

2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO EQUIPE TÉCNICA INTRODUÇÃO OBJETIVOS METODOLOGIA Área de estudo Procedimentos Metodológicos Herpetofauna Avifauna Mastofauna RESULTADOS E DISCUSSÃO Herpetofauna Avifauna Mastofauna CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS

3 APRESENTAÇÃO O presente relatório apresenta os resultados obtidos durante as seis campanhas do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre referente à fase de pós-enchimento da Usina Hidrelétrica (UHE) São Domingos, empreendimento localizado no rio Verde, na divisa das cidades de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, Mato Grosso do Sul. O Monitoramento da Mastofauna Não Voadora, Avifauna e Herpetofauna compõe o Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna Silvestre, que teve início durante a fase de pré-enchimento da UHE São Domingos. O Programa segue as diretrizes e determinações do Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento e é composto pelo monitoramento dos quatro grupos de vertebrados terrestres (Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos), com periodicidade trimestral entre as campanhas de campo. Este relatório contém a descrição das atividades desenvolvidas durante as seis campanhas de campo do monitoramento pós-enchimento (para todos os grupos da fauna), que se iniciou em 2013, ano em que foram realizadas quatro campanhas nos períodos de 20 a 25 de fevereiro de 2013 (primeira campanha, estação chuvosa), 5 a 9 de maio de 2013 (segunda campanha, estação seca), 22 a 26 de julho de 2013 (terceira campanha, estação seca) e 14 a 18 de outubro (quarta campanha, estação chuvosa). As duas primeiras campanhas do segundo ano de monitoramento (2014) foram realizadas nos períodos de 20 a 24 de janeiro (quinta campanha, estação chuvosa) e 07 a 11 de abril (sexta campanha, estação seca), respectivamente. O presente documento inclui as metodologias utilizadas para a coleta de dados e análise preliminar dos resultados obtidos. 3

4 1. EQUIPE TÉCNICA Nome do Profissional Registro no Conselho Formação Responsabilidade no projeto Fernando Henrique Martin Gonçalves /01-D Biólogo, Mestre e Doutorando em Ecologia e Conservação PPGEC/UFMS Responsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de Mastofauna Mauricio Neves Godoi _ Bacharel em Ecologia (UNESP), Mestre e Doutorando em Ecologia e Conservação (UFMS) Responsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de Avifauna Camila Aoki /01-D Bióloga, Mestre e Doutora em Ecologia da Conservação (UFMS) Co-responsável pelo monitoramento da Avifauna Paulo Landgref Filho /01-D Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas, Mestre em Ecologia e Conservação Responsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de Herpetofauna José Antonio da Silva Menezes _ Auxiliar de campo Auxílio na campanha de campo Renato Martins de Oliveira _ Auxiliar de campo Auxílio na campanha de campo 4

5 Fernando Henrique Martin Gonçalves Biólogo, CRBio N /01-D Coordenador Geral de Campo e Responsável pelo Monitoramento da Mastofauna 5

6 2. INTRODUÇÃO Comunidades de diversos organismos podem sofrer mudanças ao longo do tempo através da perda ou surgimento de espécies e também pela alteração na densidade ou abundancia de suas populações (Hero & Ridgway, 2006). Monitoramentos de comunidades e populações podem ser entendidos como uma importante estratégia para se averiguar e compreender as alterações às quais estão submetidas as comunidades de fauna estudadas. Hartmann et al. (2008) afirmam que o monitoramento das populações em seus habitats são essenciais para o planejamento e efetivação de ações que visam minimizar os impactos provocados por qualquer empreendimento. Neste sentido, o monitoramento biológico constitui um instrumento de grande importância no processo de mitigação de impactos ambientais provocados por empreendimentos potencialmente impactantes (Yoccoz et al. 2001). A Usina Hidrelétrica (UHE) São Domingos está instalada no rio Verde no limite dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, inserida nos domínios do bioma do Cerrado. Estudos atribuem ao Cerrado o título de maior, mais diversificada e mais ameaçada savana tropical do mundo (Silva & Bates, 2002). Este bioma, conhecido como um conjunto de fisionomias campestres, florestais e savânicas presentes no Brasil Central, é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando 21% do território nacional, sendo superado em tamanho apenas pela Amazônia (Klink & Machado, 2005). A biodiversidade do Cerrado apresenta números impressionantes. No que diz respeito à herpetofauna, sabe-se que a fauna de anfíbios e répteis constituem um dos grupos menos estudados dentro do bioma, ainda assim, a riqueza de espécies conhecida para seus domínios corresponde a um número expressivo dentre os biomas brasileiros (Klink & Machado, 2005). Nas últimas décadas os anfíbios e répteis vêm ganhando destaque mundial devido a sua alta sensibilidade a alterações ambientais (Feder & Burggren, 1992) e por possuírem importante posição em cadeias alimentares (e.g. Marques et al. 1998, Machado & Bernarde, 2006), são considerados indicadores em potencial de alteração ambiental (e.g. Vitt et al. 1990, Heyer et al. 1994, Marques et al. 1998, Bastos et al. 2003, Uetanabaro et al. 2008), desta forma, informações sobre esses grupos podem fornecer respostas eficientes sobre a situação de determinado ambiente (Vitt et al. 1990, Tocher et al. 1997). 6

7 Quanto ao grupo das aves, a riqueza de espécies conhecida para o Cerrado chega a 856 espécies distribuídas em 64 famílias, sendo que 777 destas espécies (90,7%) são residentes e se reproduzem no domínio (Silva & Santos, 2005). Segundo Silva (1995c), a alta diversidade de aves do Cerrado se deve a forte influência e às interações bióticas históricas com domínios fitogeográficos adjacentes, especialmente a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica. A instalação e operação de Usinas Hidrelétricas (UHE s) têm um impacto direto sob a avifauna das regiões afetadas, seja pela perda e fragmentação de habitats naturais ribeirinhos, tanto florestais quanto abertos, seja pelo aumento na abundância de algumas espécies em áreas vizinhas não alagadas, já que estas podem receber um contingente populacional de aves vindas das áreas alagadas. Em relação à mastofauna, o Brasil é o país com a maior diversidade de mamíferos do mundo, contendo um valor aproximado de 530 espécies descritas (Costa et al. 2005). A maior parte das ordens de mamíferos existentes no Brasil é representada por espécies de médio e grande portes, normalmente com mais de 1kg de massa corporal. Entretanto, mais de 50% das espécies de mamíferos brasileiros possuem pequeno tamanho corpóreo, sendo representados especialmente por roedores, marsupiais e morcegos (Eisenberg & Redford 1999). Pequenos mamíferos não voadores, constituído por pequenos roedores e marsupiais, representam um dos mais ricos e diversificados grupos de mamíferos em quaisquer ecossistemas. Embora a fauna de pequenos mamíferos não voadores do Brasil seja relativamente bem conhecida quando comparada a outros grupos taxonômicos, poucas áreas têm sido amostradas adequadamente e listas locais de espécies normalmente encontram-se incompletas (Voss & Emmons 1996), embora tais informações sejam de suma importância para o manejo e conservação da fauna local. O estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, se constitui em uma lacuna de conhecimento sobre a presença e distribuição das espécies de pequenos mamíferos não voadores (Vieira & Palma 2005). Até o momento, no estado em questão, são conhecidos ao menos 34 espécies de pequenos mamíferos não voadores, sendo 12 marsupiais e 22 pequenos roedores (Alho et al. 2000; Mauro & Campos 2000; Rodrigues et al. 2002; Cáceres et al. 2007; Cáceres et al. 2008a). 7

8 Estudos de monitoramento da fauna, segundo Alho (2003), tem por função determinar a composição da comunidade, determinar as abundâncias relativas e identificar as possíveis alterações de densidade, constituindo assim de uma importante ferramenta para gerar subsídios para o conhecimento da dinâmica biológica natural das espécies monitoradas e para o esclarecimento das relações que se estabelecem entre os impactos advindos do empreendimento e as populações animais existentes em sua área de influência. 3. OBJETIVOS O objetivo deste estudo é dar prosseguimento ao levantamento e monitoramento da fauna silvestre presente nas áreas de influência da UHE São Domingos como parte integrante dos estudos que visam avaliar e monitorar os potenciais impactos ambientais das atividades da referida UHE sob a fauna da região. Dentre os objetivos específicos, destacam-se Inventariar a fauna de anfíbios, répteis, aves e mamíferos não voadores na área de influência do empreendimento; Complementar dados acerca da distribuição das espécies de vertebrados registradas; Registrar os dados de ocorrência, abundância, riqueza e diversidade das espécies de vertebrados diagnosticadas na área de estudo; Ressaltar o status de conservação, endemismo, habitat preferencial, estrutura trófica e interesse econômico das espécies de vertebrados registradas; Analisar os padrões de diversidade e abundância das espécies para cada ambiente amostrado, relacionando a ocorrência das mesmas com seus papéis ecológicos; Definir espécies de vertebrados bioindicadoras que permitam detectar modificações ambientais nos diferentes habitats estudados; Discutir ações de manejo que visem minimizar e mitigar os impactos ambientais das atividades da UHE sob a fauna da região, garantindo assim sua conservação no longo prazo. 8

9 4. METODOLOGIA 4.1 Área de estudo A UHE São Domingos está instalada no rio Verde, na divisa das cidades de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, Mato Grosso do Sul. O rio Verde está sob influencia da Bacia do Rio Paraná e a área onde está instalada a UHE São Domingos está localizada em uma região naturalmente dominada pelo bioma Cerrado. Atualmente, em grande parte da paisagem da região predominam atividades agropecuárias e plantações de Eucalyptus, sendo que os remanescentes de vegetação natural encontram-se fragmentados e isolados. Deve-se destacar que o Cerrado é considerado um dos hotspots, que são áreas de grande relevância ecológica em função da grande diversidade de espécies, alta proporção de espécies endêmicas e alto grau de ameaça, devendo ser estudados e conservados em relação a toda a sua diversidade biológica (Myers et al. 2000). Na área de influência da UHE São Domingos podem ser observadas diversas fitofisionomias tais como mata ciliar, mata aluvial, mata estacional semidecidual, veredas, cerradão e cerrado stricto sensu, além de formações antrópicas como pastagens e açudes. As fitofisionomias estão em diversos níveis de regeneração e conservação, cuja maioria encontra-se comprometida pela ação antrópica e de animais domésticos como bovinos, eqüinos e outros. 4.2 Procedimentos Metodológicos O monitoramento da fauna silvestre da fase pós-enchimento da UHE São Domingos é realizado em campanhas de cinco dias de campo, com periodicidade trimestral, de forma a contemplar as estações seca e chuvosa. Todos os grupos da fauna alvo do monitoramento (herpetofauna, avifauna e mastofauna) tiveram suas campanhas de campo realizadas concomitantemente. O período de realização das campanhas de monitoramento pósenchimento já realizadas é apresentado no Quadro 01. 9

10 Quadro 01 - Período e respectiva estação sazonal das campanhas de campo já realizadas referentes ao Programa de Monitoramento e Conservação da Fauna Silvestre da UHE São Domingos (fase pósenchimento), municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Ano de Monitoramento 1º Ano 2º Ano Amostragem Período Estação 1ª campanha 20 a 25 de fevereiro de 2013 Chuvosa 2ª campanha 5 a 9 de maio de 2013 Seca 3ª campanha 22 a 26 de julho de 2013 Seca 4ª campanha 14 a 18 de outubro de 2013 Chuvosa 5ª campanha 20 a 24 de janeiro de 2014 Chuvosa 6 campanha 07 a 11 de abril de 2014 Seca Os pontos e os métodos de amostragem empregados foram os mesmos nas seis campanhas de monitoramento. A descrição detalhada dos procedimentos metodológicos é apresentada a seguir para cada grupo da fauna. Todas as atividades de captura, manipulação, coleta e transporte de animais silvestres descritas nesse documento foram licenciadas por meio da Autorização Ambiental para Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre emitida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) Nº 002/2012 (Processo nº 23/105014/2012, válida até 24/10/2014) Herpetofauna Os pontos de amostragem da herpetofauna foram escolhidos no intuito de se contemplar as principais fitofisionomias presentes na área de influência do empreendimento. Foram selecionados nove pontos, os mesmos amostrados durante a fase de pré-enchimento. De forma geral os ambientes presentes na área de influência da UHE São Domingos apresentam-se descaracterizados, sendo a maioria convertidos em pastagem, não estando conservadas as matas ciliares. A maioria dos corpos d água amostrados é utilizada para dessedentação do gado, sendo esta a principal causa de assoreamentos, descaracterização da vegetação marginal e formação de pequenos barramentos (Fotos 1 a 9). As coordenadas 10

11 dos pontos amostrados no monitoramento da Herpetofauna são apresentadas no Quadro 02. Quadro 02 - Pontos de amostragem do monitoramento da herpetofauna (fase de pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Legenda: BALT Busca Ativa Limitava por tempo; AQ Armadilha de queda. Ponto de amostragem Coordenadas Geográficas (UTM 22K) DATUM - SAD 69 Altitude (m) Descrição do Ambiente Metodologias Aplicadas Procura Ativa / Procura Ativa / Procura Ativa / Procura Ativa / Procura Ativa / Área alagada na margem direita, formando um pequeno brejo Mosaico de ambientes: Mata aluvial, Mata ciliar, brejo Área alagada na margem direita, formando um pequeno brejo Represa em um córrego com vegetação herbácea e arbustiva bem estratificada Represa de nascente com vegetação herbácea e arbustiva bem estratificada BALT BALT BALT BALT BALT Procura Ativa / Campo úmido BALT Pitfall / Pitfall / Pitfall / Remanescente de Cerradão Remanescente de Cerradão Remanescente de Cerradão AQ AQ AQ 11

12 Foto 1 Procura Ativa 1 Foto 2 Procura Ativa 2 Foto 3 Procura Ativa 3 Foto 4 Procura Ativa 4 Foto 5 Procura Ativa 5 Foto 6 Procura Ativa 6 12

13 Foto 7 Pitfall 01 Foto 8 Pitfall 02 Foto 9 Pitfall 03 Em geral os estudos da herpetofauna que visam inventariar a comunidade utilizam-se de diversos métodos de captura conjugados, devido à grande diversidade de formas, tamanho, hábitos, hábitats e horários de atividade das espécies de répteis e anfíbios (Heyer et al. 1994). Neste estudo foram conjugados três métodos de amostragens: armadilhas de interceptação e queda (Cechin & Martins, 2000), busca ativa limitada por tempo (Heyer et al. 1994) e zoofonia (Scott Jr. & Woodwarr, 1994), cada um deles apresentando maior eficiência para determinados grupos, visando assim uma melhor caracterização da comunidade herpetofaunística. Complementarmente a estas metodologias, também foram registradas espécies por encontros oportunísticos. Segue a descrição de cada método. Armadilhas de queda com cerca-guia (Pitfall traps com drift-fences, Cecchin & Martins, 2000): Em cada um dos pontos de amostragem denominados Pitfall 01, 02 e 03 (Quadro 02) foi instalado uma linha de armadilhas (Fotos 10 e 11) composta por cinco baldes 13

14 (capacidade de 60 litros) enterrados com a abertura ao nível do solo, arranjados em formato linear e interligados por cerca de direcionamento de lona plástica de 30m (5m entre os baldes e 5m antes do primeiro e depois do último balde) de comprimento e 80cm de altura, com a extremidade inferior enterrada no solo, cerca de 10cm, para evitar que os animais pudessem passar por baixo do anteparo (Figura 01; Fotos 10 e 11). Este método é muito utilizado para amostragem de espécies terrestres, fossoriais e semifossoriais de pequeno e médio porte, sendo importante na amostragem de lagartos e no complemento das amostragens de serpentes. No caso de anfíbios, as armadilhas de interceptação e queda possibilitam o registro de espécies que raramente são encontradas quando outros métodos empregados são utilizados (Campbell & Christman, 1982). O conjunto de armadilhas ficou acionado por intervalo de tempo de cinco dias em cada campanha de campo, sendo realizadas vistorias, para observações e registros a cada 12 horas. O esforço amostral por campanha foi de 120 horas, totalizando 720 horas para as seis campanhas (24 horas x 5 dias x 6 campanhas). Foto 10 Armadilha de queda instalada no ponto Pitfall 02. Foto 11 Armadilha de queda instalada no ponto Pitfall 03. Figura 01 - Disposição dos baldes e desenho esquemático da armadilha de interceptação e queda. 14

15 Busca ativa limitada por tempo (Heyer et al. 1994): Busca ativa ou procura visual limitada por tempo é um método bastante generalista e amplamente utilizado em levantamento para amostragem de vertebrados. Esta metodologia permite o registro de espécies que se deslocam pouco, espécies arborícolas, que raramente descem ao chão e o registro de espécies que raramente são amostradas em armadilhas de queda. No estudo da herpetofauna da UHE São Domingos a busca ativa limitada por tempo foi empregada nos pontos 1 a 6 (Quadro 02). As buscas foram realizadas durante o período diurno e noturno, através de caminhadas assistemáticas, vasculhando os ambientes onde os animais habitualmente se abrigam (em cavidades de árvores, entre frestas de rochas, sob rochas e troncos, no solo, na serapilheira, nas moitas de bromélias e ao longo de vegetação marginal dos cursos d água). As coletas noturnas tiveram início pouco antes do ocaso e término entre 22:00h e 23:00h. A primeira metade da noite constitui o período de pico das atividades reprodutivas da maioria das espécies de anuros (Cardoso & Martins, 1987; Prado & Pombal Jr, 2005). A duração da coleta em cada ponto foi de 50 minutos a fim de padronizar o esforço amostral, além disso, eram feitos censos de carro no trajeto entre os pontos de coleta, buscando identificar eventuais espécimes observados nas estradas e suas imediações, para complementação do trabalho. Durante o dia, as áreas de amostragem eram visitadas a fim de se registrar qualquer ocorrência de répteis por encontro visual (Heyer et al., 1994). Zoofonia (Scott Jr. & Woodwarr, 1994): Este método consiste na identificação das espécies de anuros através das vocalizações emitidas pelos machos, realizadas em períodos de atividade reprodutiva. A identificação de todas as espécies foi realizada em campo. A zoofonia foi realizada nos pontos de procura ativa, sítios propícios para a reprodução, com presença de água em abundância. Este método permite o registro de espécies de anuros de tamanhos diminutos, que são dificilmente registrados por busca ativa e também permite inferir a época reprodutiva das espécies. Encontros oportunísticos (Sawaya, 2003): Esse tipo de registro de espécies é amplamente utilizado em trabalhos herpetofaunísticos, pois contribui consideravelmente com a listagem de espécies de uma dada área (Sawaya, 2003). Essa metodologia registra os espécimes vivos ou mortos que são encontrados durante a realização de outra atividade que não as outras metodologias supracitadas (por exemplo, durante o deslocamento pelas 15

16 estradas que ligam os pontos) e os animais encontrados por pesquisadores de outras equipes, quando a descrição pelos mesmos permite a identificação dos espécimes. Quando estes encontros eram realizados nos pontos de monitoramento, o registro era dado a este ponto. Porém quando era realizada fora dos pontos de coleta, mas dentro influência da usina registrava-se somente o dado de presença (sem localização). Os espécimes registrados através das metodologias supracitadas foram catalogados em cadernetas de campo, onde foram anotados os seguintes dados: data do registro, identificação da espécie, ponto de amostragem, descrição do habitat e microhabitat e metodologia de registro. Quando possível, os espécimes encontrados também foram fotografados. Para o auxílio na identificação taxonômica dos anfíbios foi utilizado o Guia de Campo dos Anuros do Pantanal Sul e Planaltos de Entorno (Uetanabaro et al. 2008) e Amphibian Species of the World (Frost, 2012). Para a determinação taxonômica das espécies de répteis foi utilizado Serpentes do Pantanal (Marques et al. 2005), o catálogo eletrônico para lagartos do cerrado de G. Colli & L. O. Oliveira ( e Giraudo (2001). A nomenclatura utilizada para a classificação das espécies segue aquela proposta por Segalla et al. (2012) e Bérnils & Costa (2012). As espécies de anfíbios e répteis foram enquadradas nas categorias de ameaça em nível nacional (MMA, 2008) e global (IUCN, 2013). Para as análises de diversidade foram utilizados os dados de composição, riqueza e abundância dos anfíbios e répteis registrados em cada ponto de coleta. Dessa maneira, foram calculados: A) Índice de Shannon-Wiener (H', logaritmo base e), estima a diversidade de variáveis categóricas em uma dada população, avaliando os aspectos da riqueza e equitabilidade, os quais dizem respeito ao número de categorias da variável em questão e as proporções de cada umas destas, respectivamente. É calculado através da seguinte fórmula: 16

17 Onde: p e = Abundância relativa da espécie e (p e =n e /N) n e = Número de indivíduos da espécie e N= Número total de indivíduos S= Número Total de espécies B) Índice de equitabilidade de Pielou (J), expressa a maneira pela qual o número de indivíduos está distribuído entre as diferentes espécies, isto é, indica se as diferentes espécies possuem abundâncias semelhantes ou divergentes. J=H /lns Onde: H = Índice de diversidade de Shannon S= Número Total de espécies Para determinar a suficiência amostral foi utilizada a curva de acumulação de espécies, também designada por curva do coletor, para as comunidades de anfíbios e répteis Avifauna No estudo da avifauna procurou-se manter as áreas de amostragem utilizadas durante o monitoramento da fase de pré-enchimento da UHE São Domingos, dando continuidade ao monitoramento destas áreas durante a fase de operação do empreendimento. Desta forma, foram mantidas oito áreas de amostragem distribuídas em diferentes fisionomias vegetais presentes no entorno da UHE. Porém, em função de dificuldades de acesso causadas pela formação do reservatório, não foi possível acessar duas destas áreas, a área A3 e o ponto P4 (Quadro 03). Foram amostradas diferentes fisionomias vegetais naturais e antrópicas como forma de aumentar a probabilidade de encontro do maior número possível de espécies de aves presentes na região. Na área onde foi instalada a UHE ocorrem florestas ripárias na forma de matas de galeria, matas aluviais e veredas de Buriti (Mauritia flexuosa), brejos e campos úmidos adjacentes, manchas de cerradão (savana florestada), cerrado stricto sensu (savana 17

18 arborizada) e pastagens ativas e abandonadas em diferentes estágios de regeneração (Fotos 12 a 15). No Quadro 03 são apresentadas as coordenadas e principais fisionomias vegetais presentes nas áreas de amostragem utilizadas para o monitoramento da avifauna da UHE São Domingos. Quadro 03 - Pontos de amostragem do monitoramento da avifauna (fase de pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Pontos de Amostragem Coordenadas Geográficas (UTM) 22K DATUM - SAD 69 Altitude (m) Descrição do Ambiente Metodologias Aplicadas A1 22 K / A2 22 K / Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos Cerrado s.s., mata aluvial e brejos Transectos Transectos A3 22 K / A4 22 K / P1 22 K / P2 22 K / P3 22 K / Cerradão, cerrado s.s. e pastagens Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos Mata ciliar, cerradão, brejos e pastagens Transectos Pontos de escuta Pontos de escuta Transectos P4 22 K / Foto 12 Ponto A1, com extensas áreas de cerradão, cerrado s.s., além de brejos e veredas. Foto 13 Ponto A2, com brejos, matas aluviais e cerrado s.s. 18

19 Foto 14 Ponto P3, com mata ciliar, cerradão e brejos. Foto 15 Ponto A4, com pequeno fragmento de cerrado s.s. e cerradão. O esforço amostral para avifauna em cada campanha da fase pós-enchimento foi de pelo menos 24 horas, totalizando 144 horas de amostragem considerando as seis campanhas. As amostragens foram realizadas no início das manhãs, das 05:30h 09:30h, e no fim das tardes, das 16:00h 18:00h, já que nestes períodos a maioria das espécies de aves está ativa, o que facilita o maior número de registros. As aves foram registradas por visualização e vocalização, com auxílio de binóculos Nikon Monarch 10 x 42 mm, câmera fotográfica Canon EOS 7D com lente Canon mm, gravador digital Olympus LS10 e microfone direcional Sennheiser ME66. A identificação das espécies foi feita com o auxílio de guias de campo (Souza, 2002; Sigrist, 2007; Van Perlo, 2009). A amostragem qualitativa e quantitativa das espécies de aves foi realizada através da aplicação de dois métodos conjugados: o censo por observação direta (transectos), empregado pelas manhãs nas áreas de amostragem A1, A2, P3 e A4, e pontos de escuta conduzidos no fim das tardes, nos pontos P1 e P2. Censo por observação direta: este método, também chamado de transecção, consiste em caminhar ao longo de áreas de amostragem pré-determinadas anotando todas as espécies observadas ou ouvidas, além do número de indivíduos registrados, evitando contar um mesmo indivíduo duas vezes (Develey, 2004; Rodrigues et al., 2005). Pontos de escuta: este método é aplicado com o observador parado em um ponto prédeterminado, quando ele então anota todas as espécies de aves observadas ou ouvidas, 19

20 além do número de indivíduos registrados, em um raio de 50 m em torno do ponto durante 20 minutos consecutivos (Develey et al. 2004). Nos dois métodos adotados, para as espécies que vivem em grandes bandos, como andorinhas e algumas espécies de psitacídeos, o número mínimo de indivíduos observados foi anotado. Através destes métodos também foram anotados dados de riqueza observada e abundância das espécies em cada área de amostragem, bem como para toda a área sob influência da UHE São Domingos. A ordenação taxonômica e nomenclatura científica seguem o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011). Foram apontadas as espécies de aves ameaçadas de extinção no Brasil (Silveira & Straube, 2008 in MMA, 2008) e em nível global (Birdlife International, 2009; IUCN, 2013). O reconhecimento de espécies endêmicas do Cerrado segue Silva (1995b, 1997) e de espécies endêmicas da Mata Atlântica segue Goerck (1997) e Brooks et al. (1999). Adicionalmente, foram apontadas espécies de aves características da Floresta Amazônica (Silva, 1996) e do Chaco (Straube et al., 2006b) que expandem sua distribuição geográfica até a Bacia do Alto Rio Paraná. A classificação das espécies quanto ao comportamento migratório segue o CBRO (2011) para as que realizam migrações intercontinentais. As espécies de aves foram classificadas quanto às categorias tróficas de acordo com o principal item alimentar consumido, adaptado de Karr et al. (1990) (Quadro 04) e também classificadas em três categorias quanto à sensibilidade às perturbações ambientais (Stotz et al., 1996), considerando-se como A as de alta sensibilidade, M as de média sensibilidade e B as de baixa sensibilidade. Também foram classificadas em três categorias quanto à dependência de ambientes florestados, de acordo com SILVA (1995a) (Quadro 05). Quadro 04 Categorias utilizadas para classificar as espécies de aves quanto ao hábito alimentar. Categorias de Hábito Alimentar Insetívora (I) Onívora(O) Frugívora (F) Granívora (G) Nectarívora (NT) Definição/Características Predomínio de insetos e outros artrópodes. Consumem diversos tipos de alimentos (Insetos/artrópodes e/ou pequenos vertebrados e/ou frutos e/ou sementes). Predomínio de frutos. Predomínio de sementes de gramíneas. Predomínio de néctar 20

21 Categorias de Hábito Alimentar Carnívora (C) Necrófagos (N) Piscívoros (P) Malacófagos (M) Definição/Características Predomínio de vertebrados capturados vivos na dieta Consomem animais mortos Alimentam-se de peixes; Alimentam-se de moluscos. Quadro 05 Categorias utilizadas para classificar as espécies de aves quanto à dependência florestal. Grau de Dependência Independente Semi-Dependente Dependente Características Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem preferencialmente na vegetação aberta como fisionomias naturais de Cerrado (campo limpo, campo rupestre) ou áreas antropizadas como pastagens. Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem tanto em ambientes abertos como em ambientes florestais. Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem principalmente em ambientes florestais (matas de galeria, cerradão e matas secas) Mastofauna A rede de amostragem para mastofauna não voadora foi composta ao longo da área diretamente afetada e indiretamente afetada pela UHE São Domingos, abrangendo estações de monitoramento previamente identificadas como de interesse para a fauna terrestre (Quadro 06, Fotos de 16 a 20). Também foram obtidos registros de forma oportunista no entorno destas estações em diferentes momentos de deslocamento pela área de estudo. A Área 4 foi contemplada com a metodologia de censos e procura por rastros e vestígios e os resultados foram analisados separadamente, uma vez que a área em questão foi utilizada para obtenção de dados complementares. 21

22 Quadro 06 - Coordenadas geográficas e fitofisionomia das estações amostrais utilizadas para o monitoramento da Mastofauna nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Área Denominação dos Pontos / Metodologia utilizada Coordenadas Geográficas (UTM) 22K DATUM - SAD 69 Descrição do Ambiente Área 1 Ponto 01 (Cerrado s.s.) / Estrada entre margem esquerda do Rio Verde Live trap / Cerrado Strictu Senso Pitfall / Fragmento de Cerrado em regeneração Ponto 02 (Cerradão) / Estrada entre Cerradão e área alagada Área 2 Live trap / Pitfall / Camera trap / Cerradão em estagio de recuperação, com áreas de pastagens próxima Cerradão em estagio de recuperação, com áreas de pastagens próxima Mata ciliar em córrego afluente ao Rio Verde Ponto 3 (Campo sujo - cerradão) / Áreas abertas entre cerradão, alagados e campos sujos Área 3 Live trap / Cerrado Pitfall / Cerradão Camera trap / Borda de Cerradão Área 4 Ponto 4 (Cerradão) / Cerradão Foto 16 Área 1: Cerrado Strictu Senso. Foto 17 Área 2: Cerradão em estágio avançado de recuperação. 22

23 Foto 18 Área 3: Cerradão. Foto 19 Cerrado campo sujo próximo à base da Polícia Militar Ambiental. PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES A amostragem de pequenos mamíferos não voadores foi realizada através do método de captura com armadilhas (Live trap) do tipo chapa de metal fechado (Sherman). Em cada campanha foram utilizadas 20 armadilhas em cada uma das três estações amostrais, pelo período de cinco dias. As armadilhas foram dispostas em duas transecções por estação de amostragem e cada transecção com cinco postos de captura equidistantes entre si aproximadamente 15 metros. Cada estação contou com duas armadilhas: uma no solo e outra no sub-bosque (altura em média de 1,5 a 2 m) (Fotos 20 e 21). As armadilhas foram iscadas com uma mistura de banana, bacon e óleo de fígado de bacalhau (emulsão Scotti ). O esforço de amostragem é calculado a partir do número de armadilhas X número de dias em que as mesmas permaneceram acionadas. Dessa maneira, em cada campanha foi empregado um esforço de 100 armadilhas-dia por estação (20 armadilhas x 5 dias). Considerando todas as estações de amostragem e somando as seis campanhas tem-se um esforço amostral de 1800 armadilhas-dia (100 armadilhas-dia x 3 estações x 6 campanhas). Para complementação do trabalho foi considerada a amostragem com armadilhas de interceptação e queda (Pitfall traps), instaladas nas estações para amostragem da herpetofauna (ver metodologia Herpetofauna). Essas armadilhas permaneceram ativas 23

24 pelos cinco dias consecutivos da campanha em cada estação amostral, totalizando 30 dias para as seis campanhas. Foto 20 Armadilha de metal disposta no solo. Foto 21 Armadilha de metal no sub-bosque. Os indivíduos de pequenos mamíferos não voadores foram identificados quanto à espécie, classe etária, sexo e condição reprodutiva. Foram tomadas suas medidas biométricas padrão e massa corporal (obtida com o uso de dinamômetros - Pesola ). Cada espécime capturado foi marcado com um brinco numerado (National Band and Tag Company ). Após o anilhamento os indivíduos capturados foram soltos no próprio local de captura. A marcação realizada permite a posterior individualização dos espécimes capturados. Os dados coletados durante a captura dos exemplares foram anotados em fichas individuais e, posteriormente, informatizados em planilha de dados. MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE O monitoramento das espécies de mamíferos de médio e grande porte foi realizado através de procura ativa de registros diretos, como visualizações, vocalizações e carcaças, e indiretos, através de pegadas, tocas e fezes. Os animais avistados foram identificados e quando possível, fotografados. As carcaças, pegadas, tocas e fezes encontradas foram fotografadas e identificadas ao menor nível taxonômico possível. Os rastros e outros vestígios foram identificados segundo Lima Borges & Tomás (2004) e Mamede & Alho (2008). A classificação taxonômica adotada neste trabalho segue Reis et al

25 Adicionalmente, foram utilizadas duas armadilhas fotográficas (camera-traps) que são equipamentos compostos por uma câmera fotográfica digital e um sensor passivo para detecção de calor e movimento (passive motion detection), que quando acionado, dispara a câmera. As armadilhas fotográficas foram instaladas em duas estações de amostragem (Quadro 06, Foto 22) e programadas para funcionamento durante 24 horas por dia, sem interrupções, durante os cinco dias de cada campanha. O esforço de amostragem para esse método foi calculado considerando o número de câmeras instaladas multiplicado pelo número de dias e horas em que estas permaneceram acionadas. Em cada estação de amostragem foi empregado um esforço de 5 cameras-dias, totalizando 10 cameras-dia por campanha e 60 cameras-dia considerando as seis campanhas. O esforço total para as seis campanhas foi de 1440 horas (2 cameras x 24 horas x 5 dias x 6 campanhas). Foto 22 Camera trap instalada para registro de mamíferos de médio e grande porte. A abundância das espécies de mamíferos foi expressa a partir do número de indivíduos registrados nas armadilhas fotográficas ou identificados através de vestígios em uma dada estação de amostragem. Deve-se ressaltar que o esforço amostral empregado na procura de vestígios foi padronizado para todas as estações amostrais em termos de tempo de procura e área percorrida. Usou-se o índice de diversidade de Shannon para cálculo da diversidade nas áreas (diversidade local). Este índice, comumente utilizados em estudos de fauna, é determinado pela seguinte fórmula: 25

26 Onde: pi = proporção de indivíduos na espécie i. pi = n i /N, número de indivíduos pertencentes à espécie i em relação ao total de indivíduos registrados, fornecendo a proporção da espécie i no local. Com o objetivo de determinar o quão representativa foi a amostragem em relação à comunidade de mamíferos não voadores presente na área de estudo, foi construída a curva do coletor baseada no número cumulativo de espécies encontradas em função do esforço amostral empregado (dias de amostragem). A riqueza de espécies também foi estimada pela média do estimador Jackknife 1, calculado por meio do software EstimateS Versão 8.2 (Colwell, 2011). 26

27 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Herpetofauna Durante a sexta campanha de monitoramento da Herpetofauna da UHE São Domingos foram registradas seis espécies, sendo cinco de anfíbios e apenas uma de réptil (Quadro 07). Este resultado se deu pela ocorrência de baixas temperaturas registradas na área do empreendimento nos dias de amostragens (15 C durante a madrugada). Anfíbios e répteis são ectotérmicos (a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do meio), portanto, quanto menor for a temperatura do ambiente, menores serão as atividades destes animais (busca de alimento e principalmente reprodução). Estes animais são mais facilmente encontrados no verão, período em que as temperaturas e umidade se encontram altas, aumentando assim o tempo de busca e a oferta de alimento. O grande número de espécies de anfíbios em comparação aos répteis pode ser resultado de características intrínsecas destes grupos. Anfíbios, de modo geral, são mais fáceis de serem observados, pois se encontram em grande número na época reprodutiva, momento em que os machos vocalizam (coaxam) para a atração de fêmeas para o acasalamento (Bastos et al., 2003), tornando-se mais visíveis e ocasionando a identificação, já que a vocalização é específica. Já em relação aos répteis, a grande mobilidade de lagartos e serpentes e a diversidade de substratos que utilizam para suas atividades podem ter influenciado no baixo número de registros obtidos durante as amostragens, pois são fatores que dificultam o encontro dos mesmos. Soma-se a isso o fato de não haver métodos de atração e/ou captura que sejam completamente eficientes e por não possuírem hábitos ligados diretamente à água (com exceção de quelônios e jacarés) (Strüssmann et al., 2000). Nenhuma das espécies registradas durante a sexta campanha se encontra inserida na lista das espécies ameaçadas de extinção em nível Nacional (MMA,2008) e/ou Internacional (IUCN, 2013). 27

28 Quadro 07 - Espécies de herpetofauna registradas durante as seis campanhas do Monitoramento da Herpetofauna realizadas nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do rio Pardo, MS. Legenda: PA: Procura Ativa; Categoria de Ameaça segundo: Nacional (MMA, 2003), Mundial (IUCN, 2013 e CITES 2013): LC Pouco preocupante, C1 Listada no apêndice I da CITES, C2 Listada no apêndice II da CITES, EN Endêmico do bioma Cerrado, Hábitat: BR - Brejo, RP Represamento, CM Campo úmido, CD Cerradão. Microhabitat: VA Vegetação Arbustiva, VAB Vegetação Arbórea, NS Nível do Solo, NA Nível d água. Família Hylidae (10) Taxa Nome popular Ponto de amostragem Campanha Amphibia Anura Categoria de Ameaça Hábitat Microhábitat Dendropsophus elianae (Napoli & Caramaschi, 2000) Perereca PA3, PA5 1ª, 5ª LC RP, BR NA Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Perereca PA4, PA5 4ª, 5ª LC RP, BR NA Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) Dendropsophus rubicundulus (Reinhardt & Lütken, ) Perereca PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 4ª, 5ª, 6ª LC RP, BR NA, VA Perereca PA3, PA5 1ª LC RP, BR VA, NS Dendropsophus sanborni (Schmidt, 1944) Perereca PA4, PA6 1ª, 4ª, 5ª, 6ª LC RP, BR VA, NS Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) Perereca PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 2ª, 4ª, 5ª, 6ª LC RP, BR, CM VAB, VA Hypsiboas punctatus (Schneider, 1799) Perereca-verde PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 5ª LC RP, BR VAB, VA Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Perereca-amarela PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 4ª, 5ª, 6ª LC RP, BR VAB, NS Phyllomedusa azurea Cope, 1862 PA2 5ª LC BR VA Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) Perereca PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 4ª, 5ª LC RP, BR VAB, NS Família Leiuperidae (5) Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 Rã-do-cerrado PA1, PA2, PA3, PA5 5ª LC RP, BR, CM Physalaemus centralis Bokermann, 1962 Rã PA1, PA3, PA5 1ª, 4ª, 5ª LC RP, BR NS, NA Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 Pseudopaludicola mystacalis (Cope, 1887) Rã-cachoro Rãzinha PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6, Pitfall 3 PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 NS, NA 1ª, 4ª, 5ª LC RP, BR NS, NA 1ª, 4ª, 5ª LC RP, BR NS, NA 28

29 Taxa Nome popular Ponto de amostragem Campanha Categoria de Ameaça Hábitat Microhábitat Pseudopaludicola saltica (Cope, 1887) Rãzinha PA3 4ª LC BR NS Família Leptodactylidae (6) Leptodactylus chaquensis (Cei, 1950) Rã-manteiga PA1, PA2, PA3, PA4, PA5 1ª, 4ª, 5ª, 6ª LC RP NS, NA Leptodactylus diptyx Boettger, 1885 Rãzinha PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 4ª, 5ª LC BR NS, NA Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Rã-bicuda PA1, PA2, PA3, PA4, PA5, PA6 1ª, 4ª, 5ª LC RP, BR NS, NA Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) Rã-pimenta PA3, PA4 1ª, 4ª LC BR NS, NA Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) Rã-tijolo PA3, PA4, PA6 4ª, 5ª LC BR NS, NA Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) Rã-gota PA1, PA2, PA3, PA5 1ª, 4ª, 5ª LC BR NS, NA Família Microhylidae (1) Elachistocleis cesarii (Miranda Ribeiro, 1920) Rãzinha PA2, PA4, PA5 1ª, 4ª, 5ª LC BR NS Reptilia Squamata Família Gymnophthalmidae (1) Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken, 1862) Família Sphaerodactylidae (1) Coleodactylus brachystoma (Amaral, 1935) Família Teiidae (1) Pitfall 2 1ª LC CD NS Pitfall 3 6ª EN CD NS Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Calango Pitfall 2 5ª LC CD NS Reptilia Crocodylia Família Alligatoridae (1) Caiman latirostris (Daudin, 1802) Reptilia Squamata Família Boidae (1) Lagartinho-dorabo-azul Lagartixaescorpião Jacaré-do-papoamarelo PA5 2ª, 4ª C1 RP NA Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) Sucuri-preta PA4 2ª C2 RP NA 29

30 Considerando os dados das seis campanhas, tem-se o registro de 27 espécies da herpetofauna, sendo 22 de anfíbios e cinco de répteis (Quadro 07), distribuídas em nove famílias. Hylidae foi a família que apresentou o maior número de espécies, 10 no total, o que representa 37% dos registros, seguida de Leptodactylidae com seis espécies (22,2%) e Leiuperidae com cinco espécies (18,5%). As demais famílias apresentaram apenas uma espécie (Figura 02). A maior representatividade específica destas famílias é um padrão para assembleias de anuros da região Neotropical (Duellman, 1999). Resultados semelhantes foram encontrados em trabalhos realizados nos Biomas da América do Sul, que também registraram a predominância desta família, p. ex. na Caatinga (Rodrigues, 2003), Cerrado (Strüssmann, 2000; Brandão & Peres-Júnior, 2001; Bastos et al., 2003; Uetanabaro et al., 2006; 2007; Vaz-Silva et al.; 2007), no Pantanal Mato-grossense (Strüssmann et al. 2000, Uetanabaro et al. 2008) e Chaco (Bucher, 1980; Brusquetti & Lavilla, 2006). Figura 02 Contribuição relativa de cada família na comunidade de anfíbios e répteis registrada na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Hylidae desponta como a maior família de anuros brasileira com 355 espécies, seguida por Leptodactylidae com 75 e Leuperidae com 58 espécies, em um total de 20 famílias em todo Brasil (Segalla et al., 2012). A dominância dos hilídeos pode estar ligada ao fato dos mesmos possuírem adaptações evolutivas, discos ou lamelas adesivas, que lhes permitem 30

31 ocupar com sucesso um maior número de microhabitas disponíveis no ambiente (Cardoso et al., 1989), como por exemplo gramíneas e árvores presentes na margem dos corpos d água encontradas na área de influência da usina. Em contrapartida, a maioria das espécies da família Leptodactylidae e Leiuperidae possui maior resistência a alterações ambientais produzidas pelo homem e os girinos parecem suportar um grau de poluição não aceitável por outras espécies de anuros (Izecksohn & Carvalho-e-Silva 2001, Maneyro et al. 2004). A quinta campanha foi a que apresentou a maior riqueza (20 espécies), seguida da primeira e quarta campanhas, ambas com 18 espécies. Já a segunda e terceira foram as que apresentaram as menores riquezas (Figura 03). As campanhas que registraram o maior número de espécies foram realizadas no período chuvoso. Este resultado é um padrão comum para a anurofauna Tropical, uma vez que em regiões com sazonalidade bem marcada (característica da área de estudo) a ocorrência da maioria das espécies é registrada na estação chuvosa (e.g. Bertoluci & Rodrigues 2002, Prado et al. 2005). Resultados semelhantes foram encontrados em outras regiões do país tais como na região Sul (e.g. Bernardes 2007, Conte & Machado 2005, Conte & Rossa- Feres 2006), Sudeste (e.g. Bertoluci & Rodrigues 2002, Grandinetti & Jacobi 2005) e no Nordeste (Arzabe 1999), demonstrando que a ocorrência dos anfíbios anuros (grupo de maior número de espécies para o monitoramento) é fortemente afetada por fatores abióticos. Segundo Duellman & Trueb (1986) a influência do clima na ocorrência de comunidades de anuros de regiões tropicais é determinada principalmente pela distribuição e pelo volume de chuvas. Já Pombal (1997) afirma que não há um único fator influenciando a ocorrência das espécies, mas sim um conjunto de fatores climáticos. Já as campanhas menos ricas foram realizadas em períodos de estiagem. Durante este período a ocorrência de baixas temperaturas e baixa umidade relativa do ar pode causar o desidratação e morte de muitos indivíduos. Como adaptação, algumas espécies podem entrar em estivação enterrando-se o suficiente na lama de modo a evitar o congelamento, outras podem se arrastar para dentro de troncos em decomposição ou para debaixo de 31

32 folhas, sendo ambas as estratégias capazes de providenciar calor suficiente para evitar as condições adversas. No entanto esses comportamentos dificultam o registro das espécies. Figura 03 Riqueza (número de espécies) registrada em cada uma das seis campanhas do monitoramento da herpetofauna (pós-enchimento) na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Reunindo os dados das seis campanhas, observa-se que as maiores riquezas foram registradas nos pontos PA3, PA5 e PA4, respectivamente. Já no ponto Pitfall 01 não foi registrada nenhuma espécie (Figura 04, Tabela 01). Os pontos com maiores abundâncias foram o PA5, com 351 indivíduos, e PA4, com 266 indivíduos (Tabela 01). O ponto PA5 se destaca em relação aos demais, pelos maiores valores de riqueza e abundância e o ponto PA3 pela alta diversidade. Estes pontos possuem em comum a diversidade de microhabitats. Todos estão inseridos em um mosaico de ambientes, tais como ambientes úmidos (brejo), formações de mata, pastagens, represamento, com presença de poáceas em sua margem (local propício a reprodução dos anuros). De acordo com Silvano & Pimenta (2003), a diversidade de microhabitats é um fator importante para determinar o número de espécies ocorrentes em um determinado ambiente. 32

33 Cabe ressaltar a alta equabilidade registrada nos pontos PA2 e PA6, indicando menor dominância de espécies nesses locais, o que contribuiu para os bons resultados do parâmetro de diversidade, juntamente com a riqueza de espécies. Figura 04 Número de espécies registradas em cada ponto de amostragem considerando os dados das seis campanhas do monitoramento de anfíbios e répteis na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Tabela 01 - Parâmetros de diversidade calculados a partir dos dados das seis campanhas de monitoramento da herpetofauna (fase pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Legenda: PA: Pontos de Procura ativa, PIT: Pontos de instalação de Pitfalls. Em negrito os maiores valores encontrados. Parâmetros Analisados PA1 PA2 PA3 PA4 PA5 PA6 PIT1 PIT2 PIT3 Riqueza de Espécies Abundância absoluta Diversidade de Shannon (H') 2,009 2,391 2,652 2,157 2,651 2, ,693 0,693 Equabilidade (E') 0,872 0,932 0,901 0,797 0,9 0, A curva do coletor (Figura 05), construída com os dados coletados durante as seis campanhas do monitoramento da Herpetofauna da UHE São Domingos, continua inclinada, devido ao registro de uma nova espécie, durante a 6 campanha (Coleodactylus brachystoma) (Figura 06). A não estabilização da curva do coletor, com acréscimo de espécies novas a cada campanha, é um indício de que a amostragem ainda não é 33

34 representativa. Em todo caso, a estabilização total da curva é bastante difícil, pois muitas espécies raras costumam ser adicionadas após muitas amostragens, sobretudo em regiões tropicais. O mais comum encontrado nos estudos de curto prazo é uma curva em ascensão, mas com tendência à estabilização, o que indica que embora existam outras espécies na área, a amostra é representativa. Figura 05 Curva do coletor construída com os dados das seis campanhas de monitoramento da herpetofauna (fase pós-enchimento) realizadas na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Durante as seis campanhas de monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos registrou-se apenas uma espécie endêmica para o bioma Cerrado (Colli et al., 2002): a lagartixa-escorpião (Coleodactylus brachystoma) (Foto 23). Nenhuma das espécies registradas está ameaçada de extinção em nível Nacional (MMA, 2008) e/ou Internacional (IUCN, 2013). Cabe ressaltar que Phyllomedusa azurea, registrada na 5ª campanha, consta como Deficiente em Dados na IUCN (2013). Essa espécie de anfíbio possui distribuição no Brasil Central na região correspondente aos biomas do Pantanal e Cerrado, ocorrendo nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, se estendendo até o leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina (Frost, 2012). Os estudos acerca da espécie ainda são escassos, destacando a publicação de Freitas e Colaboradores de

35 Duas espécies estão inseridas nos apêndices da Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Flora and Fauna CITES (2012). No apêndice I está a espécie Caiman latirostris. Esta categoria inclui espécies que estão em um maior grau de perigo e cujo comércio é proibido, exceto quando a importação é para fins não comerciais, por exemplo, para a pesquisa científica. No apêndice II está a espécie Eunectes murinus. Esta categoria inclui todas as espécies que embora não estejam ameaçadas de extinção no momento, podem vir a ficar, se o comércio de tais espécies não for regulamentado. Foto 23 Coleodactylus brachystoma espécie endêmica do bioma Cerrado, registrado pela primeira vez durante as campanhas de monitoramento, na área de influência da UHE São Domingos, Água Clara, MS. 5.2 Avifauna Nas seis campanhas de campo realizadas até o momento nas áreas de influência da UHE São Domingos (pós-enchimento) foram obtidos 2853 registros de 193 espécies de aves, pertencentes a 25 ordens e 52 famílias. Destes valores, foram obtidos 440 registros de 124 espécies na primeira campanha, 481 registros de 102 espécies na segunda campanha, 385 registros de 95 espécies na terceira campanha, 553 registros de 130 espécies na quarta campanha, 492 registros de 112 espécies na quinta campanha e 411 registros de 101 espécies na sexta campanha. Os menores valores de abundância e riqueza de espécies obtidos na terceira campanha se explicam pelo frio intenso durante a realização deste campo, prejudicando a amostragem de aves, já que várias espécies reduziram sua atividade durante este período. As famílias com maior riqueza de espécies foram Tyrannidae (27 espécies) e Thraupidae 35

36 (20 espécies), e as mais abundantes Thraupidae, Tyrannidae e Psittacidae (Quadro 08). A curva de rarefação não tendeu a estabilização (Figura 06) e a riqueza observada nestas seis primeiras campanhas também não se aproxima da riqueza estimada pelo Jacknife 1 (Tabela 02; Figura 07). Estes resultados indicam que ainda há muitas espécies de aves ainda não amostradas na área de estudo mas, certamente, com a continuidade do monitoramento, novas espécies serão adicionadas a lista, representando melhor a comunidade local de aves. 36

37 Quadro 08 - Composição, distribuição e abundância das espécies de aves registradas durante as seis campanhas do monitoramento pós-enchimento nas áreas sob influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Legenda: RO (Registros oportunistas); AT (Abundância Total); * (Espécies ameaçadas de extinção), nível nacional e/ou global. Endemismo: CE (endêmicas do Cerrado), MA (endêmicas da Mata Atlântica); CT (Categorias Tróficas): I (insetívoro), O (onívoro), F (frugívoro), G (granívoro), NT (nectarívoro), C (carnívoro), P (piscívoro), N (necrófago), M (malacófago); SP (Sensibilidade às perturbações ambientais): B (baixa), M (média), A (alta); DAF (Dependência de ambientes florestados): 1 (independente), 2 (semidependente), 3 (dependente). TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT RHEIFORMES Rheidae Rhea americana* ema O B TINAMIFORMES Tinamidae Crypturellus undulatus jaó F B Crypturellus parvirostris inhambu-chororó O B Rhynchotus rufescens perdiz O B Nothura maculosa codorna-amarela O B ANSERIFORMES Anatidae Cairina moschata pato-do-mato O M Amazonetta brasiliensis ananaí O B Dendrocygna viduata irerê O B GALLIFORMES Cracidae Penelope superciliares jacupemba F M

38 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Crax fasciolata mutum-de-penacho F A CICONIIFORMES Ciconiidae Jabiru mycteria tuiuiú P M SULIFORMES Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus biguá P B Anhingidae Anhinga anhinga biguatinga P M PELECANIFORMES Ardeidae Tigrisoma lineatum socó-boi P M Butorides striata socozinho P B Bubulcus ibis garça-vaqueira I B Ardea cocoi garça-moura P B Ardea alba garça-branca-grande P B Egretta thula garça-branca-pequena P B Syrigma sibilatrix maria-faceira I M Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis coró-coró I M Theristicus caudatus curicaca I B CATHARTIFORMES Cathartidae Catharters aura urubu-de-cabeça-vermelha N B

39 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela N M Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta N B Sarcoramphus papa urubu-rei N M ACCIPITRIFORMES Pandionidae Pandion haliaetus VN águia-pescadora P M Accipitridae Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza C M Elanus leucurus gavião-peneira C B Accipiter striatus gavião-miudo C M Ictinia plumbea sovi I M Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo C M Heterospizias meridionalis gavião-caboclo C B Urubitinga coronata* águia-cinzenta C A Rupornis magnirostris gavião-carijó C B Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco C M GRUIFORMES Rallidae Aramides cajaneus saracura-três-potes I A Porzana albicollis sanã-carijó I M Laterallus melanophaius sanã-parda I B Pardirallus nigricans saracura-sanã I M CHARADRIIFORMES Charadriidae 39

40 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Vanellus chilensis quero-quero I B Recurvirostridae Himantopus melanurus pernilongo-de-costas-branca 2 2 COLUMBIFORMES Columbidae Columbina talpacoti rolinha-caldo-de-feijão G B Columbina squammata fogo-apagou G B Claravis pretiosa pararu-azul F M Patagioenas picazuro asa-branca F M Patagioenas cayennensis pomba-galega F M Zenaida auriculata pomba-de-bando G B Leptotila verreauxi juriti-pupu F B CUCULIFORMES Cuculidae Piaya cayana alma-de-gato I B Coccyzus melacoryphus papa-lagarta-acanelado I B Crotophaga ani anu-preto I B Guira guira anu-branco I B STRIGIFORMES Strigidae Glaucidium brasilianum caburé C B Athene cunicularia coruja-buraqueira I M NYCTIBIIFORMES Nyctibiidae 40

41 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Nyctibius griseus mãe-da-lua I B CAPRIMULGIFORMES Caprimulgidae Chordeiles nacunda corucão I B Hydropsalis albicollis bacurau I B Hydropsalis torquata bacurau-tesoura I M APODIFORMES Apodidae Tachornis squamata andorinhão-do-temporal I B Trochilidae Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado NT B Eupetomena macroura beija-flor-tesoura NT B Antracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta NT B Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho NT B Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho NT B Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde NT M Hylocharis chrysura beija-flor-dourado NT B Amazilia fimbriata beija-flor-de-gargante-verde NT B TROGONIFORMES Trogonidae Trogon surrucura MA surucuá-variado O M Trogon curucui surucuá-de-barriga-vermelha O M CORACIIFORMES Alcedinidae 41

42 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Megaceryle torquata martim-pescador-grande P B Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno P B Chloroceryle amazona martim-pescador-verde P B Momotidae Momotus momota udu-de-coroa-azul O M GALBULIFORMES Galbulidae Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva I B Bucconidae Nystalus striatipectus rapazinho-do-chaco I M Nystalus chacuru joão-bobo I M PICIFORMES Ramphastidae Ramphastos toco tucano-toco O M Pteroglossus castanotis araçari-castanho O A Picidae Picumnus albosquamatus pica-pau-anão-escamado I B Melanerpes candidus bilro I B Veniliornis passerinus picapauzinho-anão I B Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado I B Colaptes campestris pica-pau-do-campo I B Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca I B Campephilus melanoleucus pica-pau-de-topete-vermelho I M CARIAMIFORMES 42

43 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Cariamidae Cariama cristata seriema O M FALCONIFORMES Falconidae Caracara plancus carcará O B Milvago chimachima carrapateiro I B Herpetotheres cachinnans acauã C B Falco sparverius quiriquiri I B Falco femoralis falcão-de-coleira C B PSITTACIFORMES Psittacidae Ara ararauna arara-canindé F M Diopsittaca nobilis maracanã-pequena F M Psittacara leucophthalmus periquitão-maracanã F B Eupsittula aurea jandaia-estrela F M Brotogeris chiriri periquito-de-encontro-amarelo F M Alipiopitta xanthops* CE papagaio-galego F M Amazona aestiva papagaio-verdadeiro F M PASSERIFORMES Thamnophilidae Thamnophilus doliatus choca-barrada I B Thamnophlius pelzeni choca-do-planalto I B Taraba major choró-boi I B Formicivora rufa papa-formiga-vermelho I B

44 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Dysithamnus mentalis choquinha-lisa I M Herpsilochmus longirostris CE chorozinho-de-bico-comprido I M Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde I M Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-do-cerrado I M Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande I M Furnariidae Furnarius rufus joão-de-barro I B Phacellodomus rufifrons joão-de-pau I M Synnalaxis albescens ui-pí I B Synnalaxis frontalis petrim I B Pipridae Antilophia galeata CE soldadinho O M Neopelma pallescens fruxu-do-cerradão O M Tityridae Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto O M Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto O B Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto O M Rhynchocyclidae Leptopogon amaurocephalus cabeçudo I M Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta I M Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio I B Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-olho-de-ouro I M Tyrannidae 44

45 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Camptostoma obsoletum risadinha I B Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela I B Suiriri suiriri suiriri-cinzento I M Myiopagis gaimardii maria-pechim I M Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta I M Myiopagis viridicata guaracava-de-crista-alaranjada I M Phaeomyias murina bagageiro I B Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata I B Myiarchus swainsoni irré O B Myiarchus ferox maria-cavaleira I B Myiarchus tyrannulus maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado I B Casiornis rufus caneleiro I M Pitangus sulphuratus bem-te-vi O B Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro I B Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado O B Megarynchus pitangua neinei O B Myiozetetes cayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea I B Tyrannus albogularis suiriri-de-garganta-branca I B Tyrannus savana tesourinha I B Empidonomus varius peitica I B Myiophobus fasciatus filipe I B Pyrocephalus rubinus verão I B Gubernetes yetapa tesoura-do-brejo I B Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu I B

46 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Knipolegus lophotes maria-preta-de-penacho I B Xolmis cinereus primavera I B Xolmis velatus maria-branca I M Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari I B Vireo olivaceus juruviara I B Corvidae Cyanocorax cristatellus CE gralha-do-campo O M Hirundinidae Progne tapera andorinha-do-campo I B Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa I B Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora I B Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco I B Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra I B Polioptilidae Polioptila dumicola balança-rabo-de-máscara I B Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira O B Turdus leucomelas sabiá-barranco O B Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo I B Motacillidae Anthus lutescens caminheiro-zumbidor I B

47 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Thraupidae Saltator similis trinca-ferro F B Saltatricula atricollis CE bico-de-pimenta G M Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto F B Cypsnagra hirundinacea bandoleta F A Lanio cucullatus tico-tico-rei G B Lanio penicillatus pipira-da-taoca F M Tangara sayaca sanhaçu-cinzento F B Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro F B Tangara cayana saíra-amarela F M Neothraupis fasciata* cigarra-do-campo F M Dacnis cayana saí-azul F B Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor F B Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto F B Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro G M Emberizoides herbicola canário-do-campo G B Volatinia jacarina tiziu G B Sporophila plumbea patativa G M Sporophila caerulescens coleirinha G M Sporophila leucoptera chorão G B Sporophila angolensis curió G B Passerellidae Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo G M Arremon flavirostris tico-tico-de-bico-amarelo G M

48 TAXON NOME POPULAR CLASSIFICAÇÃO PONTOS AMOSTRAIS CT SP DF A1 A2 P3 A4 RO AT Parulidae Geothlypis aequinoctialis pia-cobra I B Basileuterus culicivorus pula-pula I B Myiothlypis flaveolus canário-do-mato I M Myiothlypis leucophrys CE pula-pula-de-sobrancelha I M Icteridae Icterus pyrrhopterus encontro O M Gnorimopsar chopi pássaro-preto O B Pseudoleistes guirahuro chopim-do-brejo O M Molothrus rufoaxillaris vira-bosta-picumã O B Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul O B Fringillidae Euphonia chlorotica vivi F B Abundância Riqueza Diversidade H'

49 Figura 06 - Curva de rarefação representando o número cumulativo de espécies de aves amostradas x esforço amostral (em número de indivíduos registrados) para as seis campanhas de amostragem do monitoramento da avifauna (pós-enchimento) da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Tabela 02 - Número de campanhas de campo, riqueza observada e estimada pelo estimador Jacknife 1 para as áreas sob influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Parâmetros Monitoramento Pré-enchimento (2010) Riqueza estimada de espécies Monitoramento Pós-enchimento (2013/2014) N de Campanhas 4 6 Riqueza Observada Jacknife 1 Indisponível

50 Figura 07 Curva cumulativa da riqueza estimada de espécies em função do esforço amostral (n de áreas amostrais x n de amostragens/por área) utilizando o estimador Jacknife 1, para as seis campanhas do monitoramento da avifauna (pós-enchimento) da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Abaixo são apresentados os dados de abundância e riqueza observada de espécies em cada área amostral (Quadro 08, Figura 08). Deve-se destacar que os dados coletados em P1 e P2 foram agrupados aos dados coletados em A1, já que estas áreas são muito próximas fazendo com que os dados coletados não possam ser tratados de forma independente. Desta forma, as áreas A2 e P3 apresentaram maior abundância e riqueza de espécies, com A1 apresentando valores intermediários e A4 baixos valores de riqueza e abundância. As áreas A2 e P3 apresentam grande diversidade de habitats, com áreas de cerrado s.s., matas aluviais e brejos, permitindo a ocorrência de muitas espécies típicas de florestas e áreas abertas, tanto secas quanto úmidas. A diversidade de habitats, bem como a grande extensão de áreas naturais preservadas, também explicam a grande diversidade de aves na área A1. Finalmente, a área A4 apresentou baixa diversidade de aves por se tratar de um fragmento pequeno, relativamente isolado e com baixa heterogeneidade de habitats, sendo composto basicamente por cerradão e cerrado s.s. mais fechado. 50

51 Figura 08 - Abundância (n de registros) e riqueza observada de espécies em cada área amostral, considerando as seis campanhas do monitoramento da avifauna (pós-enchimento) da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. ESPÉCIES AMEAÇADAS E ENDÊMICAS Quatro espécies registradas na área são consideradas ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção: a ema (Rhea americana), o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops) e a cigarra-docampo (Neothraupis fasciata) constam na categoria quase ameaçados em nível global (Birdlife International, 2009; IUCN, 2013), enquanto a águia-cinzenta (Urubitinga coronata) é considerada ameaçada em nível global (Birdlife International, 2009; IUCN, 2013) e Vulnerável no Brasil (Silveira & Straube, 2008) (Quadro 08). Estas quatro espécies são habitantes de ambientes savânicos, como campos e cerrados abertos, sendo a ema e o papagaio-galego abundantes na porção sul-mato-grossense da Bacia do Alto Rio Paraná, enquanto a cigarra-do-campo e a águia-cinzenta parecem ser regionalmente raras (Godoi et al., 2012; Godoi et al. 2013). A perda de habitats savânicos, em especial campestres, pode ser apontada como o principal fator de ameaça para estas espécies no Cerrado, aliado a coleta de ovos e filhotes, nos casos da ema e papagaio-galego, e abate por populações rurais em função da predação de animais de criação de pequeno porte, no caso da águia-cinzenta. 51

52 Foram registradas seis espécies endêmicas do Cerrado (Silva, 1995b,c, 1997): papagaiogalego (A. xanthops), chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris), soldadinho (Antilophia galeata), gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), bico-de-pimenta (Saltatricula atricollis) e pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucophrys). Uma espécie é considerada endêmica da Mata Atlântica (Goerck, 1997; Brooks et al., 1999): o surucuávariado (Trogon surrucura). A presença das espécies endêmicas do Cerrado aponta a prevalência deste domínio fitogeográfico na região, sendo todas estas espécies endêmicas relativamente comuns na área de estudo, assim como em outras regiões de Cerrado no Mato Grosso do Sul (Godoi et al. 2013). A presença de uma espécie endêmica da Mata Atlântica evidencia a influência deste domínio sob a biogeografia do Cerrado, em especial sob as florestas estacionais e ripárias do Brasil central. ESPÉCIES CINEGÉTICAS E XERIMBABOS Atenção especial deve ser dada à ocorrência de espécies cinegéticas (utilizadas como alimento), como o jaó (Crypturellus undulatus), inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris), perdiz (Rhynchotus rufescens), codorna-amarela (Nothura maculosa), pato-do-mato (Cairina moschata), jacupemba (Penelope superciliares), mutum-de-penacho (Crax fasciolata), ou como animais de estimação provenientes do tráfico de animais silvestres (xerimbabos), como a arara-canindé (Ara ararauna), maracanã-pequena (Diopsittaca nobilis), papagaiogalego (A. xanthops), papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) (Foto 24), tucano-toco (Ramphastos toco), sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) (Foto 25), canário-da-terraverdadeiro (Sicalis flaveola) e curió (Sporophila angolensis) (RENCTAS, 2012). A maioria destas espécies tem sofrido uma nítida redução populacional em praticamente toda a sua área de distribuição em função de perda de habitat, mas também devido ao excesso de caça e coleta. 52

53 Foto 24 - Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), espécie comumente capturada e vendida no tráfico de animais silvestres: Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto 25 - Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), espécie comumente capturada e vendida no tráfico de animais silvestres: Foto: Mauricio Neves Godoi. CATEGORIAS TRÓFICAS Neste estudo foram obtidos registros de 87 espécies de aves insetívoras, 31 onívoras e 26 frugívoras. As categorias tróficas menos ricas, mas não menos importantes, são os granívoros (14 espécies), carnívoros (11 espécies), piscívoros (12 espécies), nectarívoros (oito espécies) e necrófagos (quatro espécies) (Quadro 08; Figura 09, Fotos 26 e 27). O grupo das aves insetívoras normalmente é o mais rico e abundante dentre os diferentes grupos tróficos de aves do Cerrado e de ambientes florestais fragmentados e degradados (Motta Júnior, 1990; Marini, 2001). Mesmo em grandes maciços florestais, as aves insetívoras são as mais abundantes e o grupo mais rico em espécies, como na Floresta Amazônica (Terborgh et al., 1990) e na Mata Atlântica (Willis, 1979). Na área deste estudo a alta abundância e riqueza de aves insetívoras ocorre tanto em função da presença de espécies de áreas abertas quanto pela presença de aves insetívoras que vivem no subbosque de ambientes florestais, sendo estas muito sensíveis às perturbações ambientais, tornando-se menos abundantes e diversas em fragmentos florestais e áreas degradadas (Stouffer & Bierregaard, 1995; Canaday, 1997). 53

54 Figura 09 Riqueza de espécies de aves em cada categoria trófica durante as seis campanhas de monitoramento da avifauna (pós-enchimento) na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. As aves onívoras utilizam diferentes itens alimentares, desde frutos, invertebrados e até mesmo pequenos vertebrados (Sick, 1997). Desta forma, podem utilizar diferentes tipos de ambientes para forragear, inclusive aqueles antrópicos e perturbados onde muitas outras espécies de aves tornam-se pouco abundantes (Motta-Júnior, 1990; Johns, 1991; Borges & Stouffer, 1999). As aves frugívoras normalmente são mais susceptíveis à degradação ambiental, principalmente por serem mais dependentes de ambientes bem arborizados, onde a riqueza e abundância de árvores frutíferas são maiores (Bersier & Meyer, 1994; Sick, 1997). As aves frugívoras destacam-se como importantes agentes no processo de dispersão de sementes de diversas espécies de plantas, auxiliando na regeneração dos ambientes naturais. Entretanto, vale ressaltar que as aves da família Psittacidae são frugívoras predadoras de sementes, atuando no controle populacional de muitas espécies vegetais (Sick, 1997). As aves granívoras estão representadas principalmente pelas famílias Columbidae, Thraupidae e Passerellidae. Estas aves alimentam-se principalmente de sementes e grãos, com algumas espécies podendo tornar-se pragas em campos agrícolas e pastagens (Sick, 1997; Marini, 2001). As aves de hábitos carnívoros (gaviões, falcões e corujas) são naturalmente raras em comparação com outros grupos de aves, já que predadores tendem 54

55 a ocupar grandes territórios e serem menos abundantes que suas presas, enquanto necrófagos são normalmente abundantes, mas representados por poucas espécies (Sick, 1997). As aves piscívoras, malacófagas e nectarívoras são normalmente representadas por poucas espécies, dado o alto grau de especialização em suas dietas, aliado a natureza concentrada da distribuição dos recursos alimentares utilizados por elas. Foto 26 Jandaia-estrela (Eupsittula aurea), exemplo de espécie frugívora. Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto 27 Bico-de-pimenta (Saltatriculla atricollis), espécie granívora e endêmica do Cerrado. Foto: Mauricio Neves Godoi. SENSIBILIDADE ÀS PERTURBAÇÕES AMBIENTAIS Até o momento foram obtidos registros de 120 espécies de baixa sensibilidade, 68 espécies de média sensibilidade e cinco espécies de alta sensibilidade às perturbações ambientais (Quadro 08; Figura 10; Foto 28). Desta forma, a maioria das espécies de aves registradas é comum em ambientes alterados, apresentando baixa sensibilidade às perturbações ambientais. Entre estas, ocorrem muitas espécies que podem ser consideradas comuns e generalistas, habitando especialmente áreas abertas, bordas de matas e áreas perturbadas. Destaca-se a ocorrência de um grande número de espécies na região que apresenta média sensibilidade às perturbações ambientais, muitas das quais associadas a formações florestais, estando portanto, sujeitas aos efeitos da perda de habitat e fragmentação florestal. Também ocorrem na região muitas espécies associadas a campos úmidos e brejos, ambientes ameaçados pela construção de hidrelétricas por serem frequentemente alagados com a formação de reservatórios. Por fim, ocorrem na área cinco espécies com alta sensibilidade às perturbações ambientais: o mutum-de-penacho (Crax fasciolata), águia- 55

56 cinzenta (U. coronata), saracura-três-potes (Aramides cajanea), araçari-castanho (Pteroglossus castanotis) e bandoleta (Cypsnagra hirundinacea). Foto 28 Bandoleta (Cypsnagra hirundinacea), espécie com alta sensibilidade às perturbações ambientais. Foto: Mauricio Neves Godoi. DEPENDÊNCIA DE AMBIENTES FLORESTADOS Considerando todas as espécies registradas durante as seis campanhas de monitoramento foram obtidos registros de 93 espécies independentes de ambientes florestados, 61 espécies semidependentes e 39 espécies dependentes destes ambientes (Silva, 1995a) (Quadro 04; Figura 10; Foto 29). Segundo Silva (1995a; 1997) a maioria das espécies de aves encontrada no Cerrado ocorre em ambientes florestais, sendo ao menos semidependentes de florestas. Entre as espécies de aves independentes de florestas, ocorrem na área principalmente aquelas comumente observadas em pastagens e áreas agrícolas, e diversas espécies associadas à ambientes úmidos, como brejos. Entre as aves semidependentes de florestas encontram-se muitas espécies que utilizam tanto áreas abertas quanto às bordas de florestas e cerrados fechados. As espécies dependentes de ambientes normalmente são mais sensíveis às perturbações ambientais, pois não ocorrem com frequência fora de florestas e dificilmente atravessam longas distâncias em áreas abertas para se deslocar entre fragmentos florestais. Em função de sua dependência de habitat, se faz necessária a conservação e re-conexão das manchas 56

57 remanescentes de matas estacionais, de cerradão, cerrado s.s. e veredas de buriti da região, sendo esta a única forma de evitar a extinção local destas espécies. Figura 10 - Riqueza de espécies de aves independentes, semidependentes e dependentes de ambientes florestados registradas durante as seis campanhas de monitoramento da avifauna (pósenchimento) na área de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. Foto 29 Sanhaçu-do-coqueiro (Tangara palmarum), espécie semidependente de ambientes florestados. Foto: Mauricio Neves Godoi. 57

58 5.3 Mastofauna Na sexta campanha de monitoramento (fase pós-enchimento) foram obtidos 17 registros de 9 espécies de mamíferos não voadores nas áreas sob influência da UHE São Domingos, pertencentes a 6 famílias e 4 ordens, sendo todas as espécies de médio e grande porte (Quadro 09). A ordem mais rica em espécies foi Carnivora (n = 4), seguido por Pilosa (n = 2), Artiodactyla e Perissodactyla (n = 1) (Quadro 09). Dentre as nove espécies registradas nesta campanha, duas não tinham sido registradas nas campanhas anteriores: a onça-parda (Puma concolor) e raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus). Considerando as seis campanhas de monitoramento da fase pós-enchimento, foram registradas 23 espécies (115 registros) de mamíferos não voadores nas áreas sob influência da UHE São Domingos, pertencentes a doze famílias e sete ordens, sendo três espécies de pequenos mamíferos e 20 espécies de médio e grande porte (Quadro 09). As ordens mais ricas em espécies foram Carnivora (10 espécies), Artiodactyla (4 espécies), Didelphimorphia, Cingulata, Pilosa e Rodentia (2 espécies), seguido por Perissodactyla (1 espécie) (Figura 12; Quadro 09). Quadro 09 - Composição, distribuição, riqueza (n observado de espécies), abundância (n de registros) e diversidade de mamíferos não voadores registrados nas seis campanhas do monitoramento pós-enchimento na UHE São Domingos, Água Clara e Ribas do rio Pardo, MS. Legenda: *Espécies ameaçadas de extinção segundo MMA (2008) e/ou IUCN (2013). C (Campanhas). Área 1, 2, 3 e 4 (Estações Amostrais). Métodos de amostragem: S (armadilhas tipo Sherman), V (registros visuais), P (pegadas), C (carcaças), F (fezes), T (tocas), VO (vocalização), PI (armadilhas de interceptação e queda), CT (câmera traps). TÁXON DIDELPHIMORPHIA Didelphidae NOME POPULAR C ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3 ÁREA 4 MÉTODOS Gracilinanus agilis cuíca 1, 2,3 2 2 PI, S Micoureus constantiae catita 3 1 S CINGULATA Dasypodidae Euphractus sexcinctus tatu-peba 1, P, T, C, V Priodontes maximus* tatu-canastra 4 1 CT CARNIVORA Felidae Leopardus pardalis* jaguatirica 1,5 1 1 P Leopardus tigrinus gato-do-mato- 1 1 P 58

59 TÁXON NOME POPULAR pequeno C ÁREA 1 ÁREA 2 ÁREA 3 ÁREA 4 MÉTODOS Puma concolor * onça-parda 6 1 P Canidae Cerdocyon thous Chrysocyon brachyurus * Lycalopex vetulus Procyonidae lobinho logo-guará 1,2,3,4, 5,6 1,2,4,5, P, V, CT P, V 6 1 P Procyon cancrivorus mão-pelada 2,3,5 2 3 P Nasua nasua quati 3,4 2 1 P Mustelidae Lontra longicaudis lontra 3 2 V Eira barbara irara 5 1 V PERISSODACTYLA Tapiridae Tapirus terrestris * ARTIODACTYLA Cervidae Mazama gouazoubira Mazama americana Tayassuidae anta 1,2,3,4, 5,6 1,2,3,4, 5, P,V P 1,4 2 P Tayassu pecari queixada 1 1 P Tayassu tajacu cateto 2,3,4,5, P RODENTIA Caviidae Hydrochoerus hydrochaeris Cricetidae Oligoryzomys fornesi PILOSA capivara 1,2,3,4, F, P,V,CT 4 1 S raposinha-docampo veadocatingueiro veadomateiro camundongodo-mato Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla* tamanduábandeira 6 1,2,4,5, V, P,CT Tamandua tetradactyla tamanduámirim 5,6 2 1 P Riqueza Abundancia Diversidade de espécies H' - - 2,17 2,46 2,44 1,96-59

60 Figura 12 - Riqueza de espécies por ordens de mamíferos não voadores registrados nas seis campanhas de monitoramento pós enchimento nas áreas sob influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do rio Pardo, MS. As 23 espécies amostradas durante as seis campanhas realizadas nas áreas sob influência da UHE São Domingos representam 25,7% da riqueza de mamíferos não voadores listada para todo o Mato Grosso do Sul. As 20 espécies de médios e grandes mamíferos aqui registradas representam 45,4% da riqueza deste grupo conhecida no estado, enquanto que as três espécies de pequenos mamíferos registradas nas campanhas constituem cerca de 4,8% da riqueza de marsupiais e pequenos roedores de Mato Grosso do Sul (Cáceres et al., 2008b). A curva cumulativa de espécies referente às seis campanhas do ciclo de monitoramento pós-enchimento apresentou ascensão (Figura 13) e a riqueza estimada pelo Jackknife 1 ficou acima da riqueza observada (Jack 1 = 30,5 ± 1,5). Esse resultado demonstra que com o aumento do esforço amostral, através da realização de novas etapas de campo, outras espécies de mamíferos podem ser adicionadas à lista local. 60

61 Figura 13 Curva do coletor: número cumulativo de espécies x esforço amostral em dias de campo referente às seis campanhas de monitoramento (pós-enchimento) de mamíferos não voadores nas áreas sob influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, MS. As pegadas, visualização direta e outros vestígios contribuíram para o registro de 20 espécies (95,3%), já as armadilhas contribuíram com a captura de apenas três espécies de pequenos mamíferos (4,7%). As armadilhas fotográficas registraram cinco espécies (Cerdocyon thous, Hydrochoerus hydrochaeris, Myrmecophaga tridactyla, Tapirus terrestris e Priodontes maximus), que, com exceção da ultima espécie, também foram registradas através das buscas ativas (Fotos 30 e 31). Foto 30 Pegada de onça-parda (Puma concolor) em terreno arenoso. Foto 31 Pegada de raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus). 61

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