RELATÓRIO DE PLANTIO. Código: 10/2011
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- Maria de Begonha Canto Padilha
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1 Código: 10/2011 Propriedade: Chácara Paraíso Coordenadas (UTM): L S Número de mudas plantadas: 240 (Duzentos e Quarenta) Datas do plantio: 01, 03 e 04 de novembro de 2011 Patrocinador(es): Agência de Correios - Unidade de Bonito; Agência Águas Turismo; Wetiga Hotel. Relator(a): Marilizi Duarte de Oliveira Data do relatório: 07/12/2011 Em termos gerais, qualquer modificação causada pelo homem no ambiente, altera suas características físicas, químicas e biológicas. Desta forma, visando à recuperação de áreas degradadas e a minimização dos gases de efeito estufa (GEE s) nos dias 01, 03 e 04 de novembro de 2011, foram plantadas 240 mudas de espécies nativas nas margens do Córrego Bonito no perímetro da Chácara Paraíso, distante 3,5 quilômetros do centro comercial do município de Bonito, Estado de Mato Grosso do Sul. Este plantio contou com a especial participação da Agência de Correios de Bonito que foi a primeira do Brasil a receber a Certificação de Neutralização de Carbono, com o plantio de 96 árvores para compensar 6,724 toneladas de CO². Durante sua vida a árvore sintetiza carbono, fornecendo serviços ecossistêmicos essenciais para a manutenção da biodiversidade e conservação dos recursos hídricos, além de auxiliar na proteção dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Foto 01: Dilson Jahn, proprietário da Chácara Paraíso. O proprietário se empenha em desenvolver ações ambientais com a produção de alimentos orgânicos e a conservação da mata ciliar do Córrego Bonito.
2 1. Caracterização da área O Córrego Bonito é um dos afluentes do Rio Formoso, importante rio da região da Serra da Bodoquena, ambos fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda. São cerca de quilômetros de área (aproximadamente 27% da área total do município). O córrego nasce a leste do centro comercial de Bonito e está inserida em propriedade particular. Por três quilômetros é cercado por residências e diferentes tipos de atividades comerciais, em alguns pontos recebe efluentes sem tratamento. Porém a Deliberação n.º 03/97, Conselho Estadual de Controle Ambiental - CECA/MS enquadrou o córrego Bonito, na Classe 2, com águas destinada ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário (natação e mergulho), à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação natural e/ou intensiva (eqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. O córrego é cortado por duas rodovias estaduais (MS e 365), sendo que nestes pontos foram construídas pontes de madeira e com a passagem de diferentes tipos de transporte ocorre o carreamento de sedimentos como terra e pedregulho para dentro do corpo d água. Imagem 01: Localização da área de plantio. Fonte: Google Earth, Acessado em 11/11/2011.
3 Na microbacia que o córrego está inserido, são encontradas diferentes coberturas vegetais, como Savana Florestada, além da vegetação nativa substituída, pois a região apresenta grande influência da Mata Atlântica, um dos biomas de transição do estado de Mato Grosso do Sul. A área a ser adensada possui aproximadamente 0,65 hectares, presença de capim braquiaria, algumas árvores de espécies nativas em desenvolvimento, como amendoim-bravo e açoita-cavalo, além de grande concentração da palmeira bacuri em desenvolvimento e arbustos variados. Buscando conter a entrada do gado e cavalos, foram construídos aproximadamente 170 metros de cerca. O acesso destes animais ao local pode compactar o solo, podem comer as mudas ou na busca por água para beber pisam na borda do córrego carreando sedimentos para o leito. 2. Metodologia Visando minimizar os custos de manutenção posterior ao plantio, foram aplicadas as técnicas propostas pelo Projeto Ilhas Verdes 1. Logo, a área não foi roçada, ou seja, não ocorreu a poda da braquiaria. Um dia antes do inicio do plantio a área foi preparada com coroamento na braquiaria, que consiste na abertura de um espaço no raio de 1 metro com a retirada do capim através de enxada, principalmente com a extração das raízes. No centro do raio foi feita uma cova com aproximadamente 30 cm de profundidade, aberta com menos de 24 horas antes do plantio, evitando o ressecamento do solo. Para a realização dessas atividades o IASB contou com o auxílio da brigada de incêndio do ICMBio - Parque Nacional da Serra da Bodoquena e com a contratação de um responsável pelo plantio, dando suporte técnico para a equipe do IASB. Foram utilizados 220 espécimes de árvores de 22 espécies, segue tabelas com nomes populares: Tabela 01: Espécies utilizadas no plantio Nome Popular Número de exemplares plantados Abacate-do-mato 06 Aguaí 10 Amendoim-do-campo 15 Amendoim-bravo 08 Angico-roxo 10 Aroeira 01 Aroeirinha 07 Barbatimão 18 Caroba 20 1 Para maiores informações sobre o Projeto Ilhas Verdes acessar o blog
4 Cerejeira 01 Embaúba 49 Figueira 06 Ingá 11 Ipê-amarelo 14 Jatobá-mirim 05 Leiteira 11 Maria-faceira 11 Paineira 05 Pitangueira 10 Pitomba 10 Sem identificação 08 Tarumã 04 Total 240 As espécies escolhidas para recuperação foram doadas pelo Viveiro RPPN Cabeceira do Prata e solicitadas após análise da área, respeitando os diferentes estágios sucessionais (pioneiras, secundarias e clímax), procurando respeitar a bibliografia como citado em Lorenzi (2002). Foram escolhidas espécies nativas que apresentam bom desenvolvimento em áreas ribeirinhas, sombreadas e com resistência ao sol. Tal escolha também se justifica por apresentar grande potencial para a atração de pássaros e animais silvestres que possam fazer a dispersão de suas sementes. As mudas foram retiradas dos tubetes e plantadas diretamente nas covas, sem passar por qualquer processo diferenciado. Após o fechamento da cova o solo foi coberto com a palha de arroz, visando não deixá-lo exposto e manter a umidade. As mudas foram molhadas e posteriormente não será necessário aguar, pois o período de chuva entre os meses de outubro a março possibilitará boa fixação e crescimento das mudas. Conforme metodologia do Projeto Ilhas Verdes, deve ocorrer um adensamento de arbustos e lianas, buscando proporcionar condições para que as mudas de espécie nativa se desenvolvam, logo, foi adicionada na área do raio uma farofa de sementes, que consiste na mistura de sementes de diferentes extratos vegetais. Para o plantio em questão foram misturados 25 espécies de porte arbóreo e 10 espécies de porte arbustivo visando aumentar o banco de germoplasma. Em 03 ilhas foram plantados caraguatás para teste, em 234 ilhas plantou-se a forrageira amendoim-do-campo, leguminosa que auxiliará na fixação de nitrogênio ao solo. Existem vários fatores que podem comprometer ou dificultar a formação da vegetação secundária, como baixo estoque de sementes de plantas nativas, efeitos alelopático da vegetação cultivada
5 (principalmente gramíneas de pastagem), alto nível de compactação do solo, baixa fertilidade do solo ou efeitos residuais de herbicidas e pesticidas. Imagem 02. Entrega de mudas de herbáceas para construção das ilhas no plantio da propriedade. Imagem 03.. Inicio do plantio. À esquerda, abertura de sulcos para receber farofa de sementes, buscando aumentar o banco de sementes da área. À direita, plantio de diferentes extratos florestais.
6 Imagem 04. Buscando não deixar o solo exposto, nesta área a cobertura do solo foi feita com serrapilheira retirada das proximidades da propriedade e braquiária cortada. Abaixo, plantio de caraguatás, visando combater a entrada do capim braquiária dentro da ilha. Imagem 05. Nesta área a cobertura do solo foi feita com serrapilheira retirada das proximidades da propriedade, pretende-se proteger o solo e as sementes espalhadas, além de manter a umidade.
7 Imagem 06. Modelo do sistema Ilhas Verdes. Ocorreu o coroamento da braquiária em raios de 1,5 metro, se faz importante ressaltar que neste processo é importante que seja feita a retirada a raiz do capim. Logo, ocorre o plantio da espécie nativa, ao redor espécies de herbáceas e arbustos. Posterior ao plantio a terra é afofada ao redor das mudas e adicionada farofa de sementes com diferentes extratos. A cobertura do solo ocorreu com palha de arroz e Serrapilheira. Observa-se que as setas amarelas indicam as espécies nativas; setas em vermelho os arbustos, lianas e herbáceas e as setas em azul indicam as ilhas.
8 Imagem 07. Lançamento de sementes de diferentes espécies. Modelo de ilhas plantadas com caraguatá e cobertura do solo com palha de arroz.
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