PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA DA UHE SÃO DOMINGOS

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1 GM DE MNITMENT D FUN D UHE SÃ DMINGS elatório Final Fase pós-enchimento Dezembro/0

2 SUMÁI ESENTÇÃ.... EQUIE TÉCNIC.... INTDUÇÃ BJETIVS METDLGI Área de estudo rocedimentos Metodológicos Herpetofauna vifauna Mastofauna.... nálise de dados ESULTDS E DISCUSSÃ Herpetofauna esultados do Monitoramento da Fase ós-enchimento Comparações com os esultados do Monitoramento da Fase ré-enchimento e com os Estudos do EI vifauna esultados do Monitoramento da Fase ós-enchimento Comparações com os esultados do Monitoramento da Fase ré-enchimento e com os Estudos do EI Mastofauna esultados do Monitoramento da Fase ós-enchimento Comparações com os esultados do Monitoramento da Fase ré-enchimento e com os Estudos do EI CNSIDEÇÕES FINIS EFEÊNCIS BIBLIGÁFICS... 9 NEXS... 0

3 ESENTÇÃ presente relatório apresenta os resultados obtidos durante o rograma de Monitoramento da Fauna referente à fase de pós-enchimento da Usina Hidrelétrica (UHE) São Domingos, situada no rio Verde, entre os municípios de Água Clara e ibas do io ardo, região leste do Mato Grosso do Sul. Monitoramento da Herpetofauna, vifauna e Mastofauna Não Voadora compõe o rograma de Monitoramento e Conservação da Fauna Silvestre que teve início durante a fase de pré-enchimento da UHE São Domingos. rograma segue as diretrizes e determinações do rojeto Básico mbiental (B) da UHE São Domingos e constitui-se uma das condicionantes da licença de operação do empreendimento. Esse documento compõe o relatório final referente às oito campanhas de campo realizadas durante a fase pós-enchimento da UHE São Domingos. s campanhas dessa fase foram realizadas em intervalos trimestrais e tiveram início em fevereiro de 0, sendo a última campanha realizada em outubro de 0. presente relatório traz a descrição dos métodos utilizados para coleta de dados, a análise consolidada dos resultados obtidos durante as oito campanhas, a comparação com dados anteriores (monitoramento da fase de préenchimento e estudos do EI) e por fim, as discussões e conclusões acerca das interferências causadas pelas atividades da fase de operação da UHE sobre a fauna, ressaltando as espécies que merecem atenção sob o ponto de vista da conservação da biodiversidade local.

4 . EQUIE TÉCNIC Nome do rofissional egistro no Conselho Formação esponsabilidade no rojeto Fernando Henrique Martin Gonçalves 075/0-D Biólogo, Mestre e Doutorando em Ecologia e Conservação GEC/UFMS esponsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de Mastofauna Mauricio Neves Godoi _ Bacharel em Ecologia (UNES), Mestre e Doutorando em Ecologia e Conservação (UFMS) esponsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de vifauna Camila oki 0578/0-D Bióloga, Mestre e Doutora em Ecologia da Conservação (UFMS) Corresponsável pelo monitoramento da vifauna aulo Landgref Filho 0788/0-D Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas, Mestre em Ecologia e Conservação esponsável pelos estudos de campo e elaboração do relatório de Herpetofauna José ntônio da Silva Menezes _ uxiliar de campo uxílio na campanha de campo enato Martins de liveira _ uxiliar de campo uxílio na campanha de campo

5 Fernando Henrique Martin Gonçalves Biólogo, CBio N 075/0-D Coordenador Geral de Campo e esponsável pelo Monitoramento da Mastofauna 5

6 . INTDUÇÃ Comunidades de diversos organismos podem sofrer mudanças ao longo do tempo através da perda ou surgimento de espécies e também pela alteração na densidade ou abundância de suas populações (Hero e idgway, 006). Monitoramentos de comunidades e populações podem ser entendidos como uma importante estratégia para se averiguar e compreender as alterações às quais estão submetidas as comunidades de fauna estudadas. Hartmann et al. (008) afirmam que o monitoramento das populações em seus habitats são essenciais para o planejamento e efetivação de ações que visam minimizar os impactos provocados por qualquer empreendimento. Neste sentido, o monitoramento biológico constitui um instrumento de grande importância no processo de mitigação de impactos ambientais provocados por empreendimentos potencialmente impactantes (Yoccoz et al. 00). Usina Hidrelétrica (UHE) São Domingos está instalada no rio Verde no limite dos municípios de Água Clara e ibas do io ardo, inserida nos domínios do bioma do Cerrado. Estudos atribuem ao Cerrado o título de maior, mais diversificada e mais ameaçada savana tropical do mundo (Silva e Bates, 00). Este bioma, conhecido como um conjunto de fisionomias campestres, florestais e savânicas presentes no Brasil Central, é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando % do território nacional, sendo superado em tamanho apenas pela mazônia (Klink e Machado, 005). Deve-se destacar ainda que o Cerrado é considerado um hotspot da biodiversidade, que são áreas de grande relevância ecológica em função da grande diversidade de espécies, alta proporção de espécies endêmicas e alto grau de ameaça, devendo ser estudados e conservados em relação à toda a sua diversidade biológica (Myers et al., 000). biodiversidade do Cerrado apresenta números impressionantes. No que diz respeito à herpetofauna, sabe-se que anfíbios e répteis constituem um dos grupos menos estudados dentro do bioma, ainda assim, a riqueza de espécies conhecida para seus domínios corresponde a um número expressivo dentre os biomas brasileiros (Klink e Machado, 005). Nas últimas décadas os anfíbios e répteis vêm ganhando destaque mundial devido a sua alta sensibilidade a alterações ambientais (Feder e Burggren, 99) e por possuírem importante posição em cadeias alimentares (e.g. Marques et al. 998, Bernarde e Machado, 6

7 006), sendo considerados indicadores em potencial de alteração ambiental (e.g. Vitt et al. 990, Heyer et al. 99, Marques et al. 998, Bastos et al. 00, Uetanabaro et al. 008). Dessa forma, informações sobre esses grupos podem fornecer respostas eficientes sobre a situação de determinado ambiente (Vitt et al. 990, Tocher et al. 997). Quanto ao grupo das aves, a riqueza de espécies conhecida para o Cerrado chega a 856 espécies distribuídas em 6 famílias, sendo que 777 destas espécies (90,7%) são residentes e se reproduzem no domínio (Silva e Santos, 005). Segundo Silva (995c), a alta diversidade de aves do Cerrado se deve à forte influência e às interações bióticas históricas com domínios fitogeográficos adjacentes, especialmente a Floresta mazônica e a Mata tlântica. instalação e operação de Usinas Hidrelétricas (UHE s) têm um impacto direto sob a avifauna das regiões afetadas, seja pela perda e fragmentação de habitats naturais ribeirinhos, tanto florestais quanto abertos, seja pelo aumento na abundância de algumas espécies em áreas vizinhas não alagadas, já que estas podem receber um contingente populacional de aves vindas das áreas inundadas. Em relação à mastofauna, o Brasil é o país com a maior diversidade de mamíferos do mundo, contendo um valor aproximado de 50 espécies descritas (Costa et al., 005). maior parte das ordens de mamíferos existentes no Brasil é representada por espécies de médio e grande portes, normalmente com mais de kg de massa corporal. Entretanto, mais de 50% das espécies de mamíferos brasileiros possuem pequeno tamanho corpóreo, sendo representados especialmente por roedores, marsupiais e morcegos (Eisenberg e edford 999). equenos mamíferos não voadores, constituído por pequenos roedores e marsupiais, representam um dos mais ricos e diversificados grupos de mamíferos em quaisquer ecossistemas. Embora a fauna de pequenos mamíferos não voadores do Brasil seja relativamente bem conhecida quando comparada a outros grupos taxonômicos, poucas áreas têm sido amostradas adequadamente e listas locais de espécies normalmente encontram-se incompletas (Voss e Emmons, 996), embora tais informações sejam de suma importância para o manejo e conservação da fauna local. 7

8 estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, se constitui uma lacuna de conhecimento sobre a presença e distribuição das espécies de pequenos mamíferos não voadores (Vieira e alma 005). té o momento, no estado em questão, são conhecidos ao menos espécies de pequenos mamíferos não voadores, sendo marsupiais e pequenos roedores (lho et al., 000; Mauro e Campos, 000; odrigues et al., 00; Cáceres et al., 007; Cáceres et al., 008a). Estudos de monitoramento da fauna, segundo lho (00), tem por função determinar a composição da comunidade, determinar as abundâncias relativas e identificar as possíveis alterações de densidade, constituindo assim de uma importante ferramenta para gerar subsídios para o conhecimento da dinâmica biológica natural das espécies monitoradas e para o esclarecimento das relações que se estabelecem entre os impactos advindos do empreendimento e as populações animais existentes em sua área de influência.. BJETIVS objetivo deste estudo foi dar prosseguimento ao levantamento e monitoramento da fauna silvestre presente nas áreas de influência da UHE São Domingos como parte integrante dos estudos que visam avaliar e monitorar os potenciais impactos ambientais das atividades da referida UHE sob a fauna da região. Dentre os objetivos específicos, destacam-se: Inventariar a fauna de anfíbios, répteis, aves e mamíferos não voadores na área de influência do empreendimento; Complementar dados acerca da distribuição das espécies de vertebrados registradas; egistrar os dados de ocorrência, abundância, riqueza e diversidade das espécies de vertebrados diagnosticadas na área de estudo; essaltar o status de conservação, endemismo, habitat preferencial, estrutura trófica e interesse econômico das espécies de vertebrados registradas; nalisar os padrões de diversidade e abundância das espécies para cada ambiente amostrado, relacionando a ocorrência das mesmas com seus papéis ecológicos; 8

9 Definir espécies de vertebrados bioindicadoras que permitam detectar modificações ambientais nos diferentes habitats estudados; Discutir ações de manejo que visem minimizar e mitigar os impactos ambientais das atividades da UHE sob a fauna da região, garantindo assim sua conservação no longo prazo.. METDLGI. Área de estudo UHE São Domingos está instalada no rio Verde, na divisa das cidades de ibas do io ardo e Água Clara, Mato Grosso do Sul. rio Verde está sob influência da Bacia do io araná e a área onde está instalada a UHE São Domingos está localizada em uma região naturalmente dominada pelo bioma Cerrado. tualmente, em grande parte da paisagem da região predominam atividades agropecuárias e plantações de Eucalyptus, sendo que os remanescentes de vegetação natural encontram-se fragmentados e isolados. Na área de influência da UHE São Domingos podem ser observadas diversas fitofisionomias tais como mata ciliar, mata aluvial, mata estacional semidecidual, veredas, cerradão e cerrado stricto sensu, além de formações antrópicas como pastagens e açudes. s fitofisionomias estão em diversos níveis de regeneração e conservação, sendo que maioria encontra-se comprometida pela ação antrópica e de animais domésticos como bovinos, equinos e outros.. rocedimentos Metodológicos coleta de dados do monitoramento de fauna foi realizada no decorrer de 8 (oito) campanhas de monitoramento, conduzidas em intervalos semestrais, sendo (quatro) na estação seca e (quatro) na estação chuvosa, como pode ser visualizado no Quadro 0. 9

10 Quadro 0 eríodo das campanhas de amostragem e respectiva estação sazonal do monitoramento da fauna (herpetofauna, avifauna e mastofauna não voadora) realizado durante a fase pós-enchimento da UHE São Domingos instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Número da Campanha eríodo Estação ª campanha 0 a 5 de fevereiro de 0 ª campanha 5 a 9 de maio de 0 Seca ª campanha a 6 de julho de 0 Seca ª campanha a 8 de outubro de 0 5 campanha 0 a de janeiro de 0 6 campanha 07 a de abril de 0 Seca 7 campanha a 5 de julho de 0 Seca 8 campanha a 7 de outubro de 0 s pontos e os métodos de amostragem empregados foram os mesmos nas oito campanhas de monitoramento da fase pós-enchimento. descrição detalhada dos procedimentos metodológicos é apresentada a seguir para cada grupo da fauna monitorado. Todas as atividades de captura, manipulação, coleta e transporte de animais silvestres descritas nesse documento foram licenciadas por meio da utorização mbiental para Captura, Coleta e Transporte de Fauna Silvestre emitida pelo Instituto de Meio mbiente de Mato Grosso do Sul (IMSUL) N. 00/0 (rocesso n. /050/0, válida até /0/0). cópia da referida autorização encontra-se no NEX V... Herpetofauna s pontos de amostragem da herpetofauna foram escolhidos no intuito de se contemplar as principais fitofisionomias, ambientes e microambientes presentes na área de influência do empreendimento. Foram selecionados nove pontos, os mesmos amostrados durante o monitoramento da fase de pré-enchimento. Na região podem ser observadas diversas fitofisionomias tais como mata ciliar, mata aluvial, mata estacional semidecidual, veredas, cerradão e cerrado stricto sensu, além de formações 0

11 antrópicas como pastagens e açudes. s fitofisionomias estão em diversos níveis de regeneração e conservação, sendo que maioria encontra-se comprometida pela ação antrópica e de animais domésticos como bovinos e equinos. De forma geral, os ambientes presentes nas áreas de influência da UHE São Domingos apresentam-se descaracterizados, sendo a maioria convertidos em pastagem, não estando conservadas as matas ciliares. maioria dos corpos d água amostrados é utilizada para dessedentação do gado, sendo esta a principal causa de assoreamentos, descaracterização da vegetação marginal e formação de pequenos barramentos. s coordenadas geográficas, a descrição do ambiente e as metodologias aplicadas em cada ponto de amostragem selecionado para o monitoramento da herpetofauna são apresentados no Quadro 0. s Fotos 0 a 09 ilustram tais pontos. Quadro 0 ontos de amostragem do monitoramento da herpetofauna (fase de pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: Metodologias aplicadas: BLT Busca tiva Limitava por tempo; Q rmadilha de queda. Fase: ; I Instalação. onto de amostragem Coordenadas Geográficas (UTM K) DTUM - SD 69 ltitude (m) Descrição do mbiente Metodologias plicadas Fase tiva 0780 / Área alagada na margem direita, formando um pequeno brejo BLT /I tiva 0776 / Mosaico de ambientes: Mata aluvial, Mata ciliar, brejo BLT /I tiva 0787 / Área alagada na margem direita, formando um pequeno brejo BLT /I tiva 0765 / epresa em um córrego com vegetação herbácea e arbustiva bem estratificada BLT /I

12 onto de amostragem Coordenadas Geográficas (UTM K) DTUM - SD 69 ltitude (m) Descrição do mbiente Metodologias plicadas Fase tiva / epresa de nascente com vegetação herbácea e arbustiva bem estratificada BLT /I tiva / Campo úmido BLT /I itfall / emanescente de Cerradão Q /I itfall / emanescente de Cerradão Q /I itfall / emanescente de Cerradão Q /I Foto 0 onto de amostragem tiva. Foto 0 onto de amostragem tiva. Foto 0 onto de amostragem tiva. Foto 0 onto de amostragem tiva.

13 Foto 05 onto de amostragem tiva 5. Foto 06 onto de amostragem tiva 6. Foto 07 onto de amostragem itfall 0. Foto 08 onto de amostragem itfall 0. Foto 09 onto de amostragem itfall 0. Em geral, os estudos da herpetofauna que visam inventariar a comunidade utilizam-se de diversos métodos de captura conjugados, devido à grande diversidade de formas, tamanho, hábitos, horários de atividade e preferência de hábitats das espécies de répteis e anfíbios

14 (Heyer et al., 99). Neste estudo foram conjugados três métodos de amostragens: rmadilhas de Queda com Cerca-Guia (Cechin e Martins, 000), Busca tiva Limitada por Tempo (Heyer et al., 99) e Zoofonia (Scott Jr. e Woodwarr, 99), cada um deles apresentando maior eficiência para determinados grupos, visando assim uma melhor caracterização da comunidade herpetofaunística. Complementarmente a estas metodologias, também foram registradas espécies por encontros oportunísticos. seguir estão apresentadas as descrições referentes a cada método. rmadilhas de Queda com Cerca-guia (itfall traps with drift-fences, Cecchin e Martins, 000): em cada um dos pontos de amostragem denominados itfall 0, 0 e 0 (Quadro 0) foi instalada uma linha de armadilhas composta por cinco baldes (capacidade de 60 litros) enterrados com a abertura ao nível do solo, arranjados em formato linear e interligados por cerca de direcionamento de lona plástica de 0 m (5 m entre os baldes e 5 m antes do primeiro e depois do último balde) de comprimento e 80 cm de altura, com a extremidade inferior enterrada no solo, cerca de 0 cm, para evitar que os animais pudessem passar por baixo do anteparo (Figura 0; Fotos 0 a 5). Este método é muito utilizado para amostragem de espécies terrestres, fossoriais e semifossoriais de pequeno e médio porte, sendo importante na amostragem de lagartos e no complemento das amostragens de serpentes. No caso de anfíbios, as armadilhas de interceptação e queda possibilitam o registro de espécies que raramente são encontradas quando outros métodos empregados são utilizados (Campbell e Christman, 98). conjunto de armadilhas ficou acionado por um intervalo de tempo de cinco dias em cada campanha de campo, sendo realizadas vistorias para observações e registros a cada horas. esforço amostral por campanha foi de 0 horas, totalizando 960 horas para as oito campanhas ( horas x 5 dias x 8 campanhas). Figura 0 Disposição dos baldes e desenho esquemático da armadilha de interceptação e queda.

15 Foto 0 bertura das cavidades para enterrar os baldes durante a campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. Foto bertura da valeta para enterrar a lona durante a campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. Foto osição que a cerca de lona passa no balde campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. Foto rmadilha de queda instalada no ponto de amostragem itfall 0 durante a campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. Foto rmadilha de queda instalada no ponto de amostragem itfall 0 durante a campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. Foto 5 rmadilha de queda instalada no ponto de amostragem itfall 0 durante a campanha do monitoramento da herpetofauna da UHE São Domingos. 5

16 Busca tiva Limitada por Tempo (Heyer et al., 99): busca ativa ou procura visual limitada por tempo é um método bastante generalista e amplamente utilizado em levantamento para amostragem de vertebrados. Esta metodologia permite o registro de espécies que se deslocam pouco, espécies arborícolas, que raramente descem ao chão e o registro de espécies que raramente são amostradas em armadilhas de queda. No estudo da herpetofauna da UHE São Domingos a busca ativa limitada por tempo foi empregada em seis pontos denominados tiva (Quadro 0). s buscas foram realizadas durante o período diurno e noturno, através de caminhadas assistemáticas, vasculhando os ambientes onde os animais habitualmente se abrigam (em cavidades de árvores, entre frestas de rochas, sob rochas e troncos, no solo, na serrapilheira, nas moitas de bromélias e ao longo de vegetação marginal dos cursos d água). s coletas noturnas tiveram início pouco antes do ocaso e término entre :00h e :00h. primeira metade da noite constitui o período de pico das atividades reprodutivas da maioria das espécies de anuros (Cardoso e Martins, 987; rado e ombal Jr., 005). duração da coleta em cada ponto foi de 50 minutos em cada período (50 minutos no período diurno e 50 minutos no período noturno, totalizando h0) a fim de padronizar o esforço amostral. lém disso, eram feitos censos de carro no trajeto entre os pontos de coleta, buscando identificar eventuais espécimes observados nas estradas e suas imediações, para complementação do trabalho. Durante o dia, as áreas de amostragem foram visitadas a fim de se registrar qualquer ocorrência de répteis por encontro visual (Heyer et al., 99). esforço amostral pela busca ativa limitada por tempo foi de h0 por cada ponto amostral, totalizando 0 horas por campanha e 80 horas considerando as oito campanhas. Zoofonia (Scott Jr. e Woodwarr, 99): este método consiste na identificação das espécies de anuros através das vocalizações emitidas pelos machos, realizadas em períodos de atividade reprodutiva. identificação de todas as espécies foi realizada em campo. método foi empregado nos pontos de procura ativa, sítios propícios para a reprodução, com presença de água em abundância. Este método permite o registro de espécies de anuros de tamanhos diminutos, que são dificilmente registrados por busca ativa e também permite inferir a época reprodutiva das espécies. 6

17 esforço de amostragem do método de zoofonia foi de hora por cada ponto amostral, totalizando 6 horas por campanha e 8 horas considerando as oito campanhas. Encontros oportunísticos (Sawaya, 00): esse tipo de registro de espécies é amplamente utilizado em trabalhos herpetofaunísticos, pois contribui consideravelmente com a listagem de espécies de uma dada área (Sawaya, 00). São considerados os registros de espécimes vivos ou mortos que são encontrados durante a realização de outra atividade que não as outras metodologias supracitadas (por exemplo, durante o deslocamento pelas estradas que ligam os pontos) e os animais encontrados por pesquisadores de outras equipes, quando a descrição pelos mesmos permite a identificação dos espécimes. Quando estes encontros foram realizados nos pontos de monitoramento, o registro foi dado a este ponto. orém quando foi realizada fora dos pontos de coleta, mas dentro da área de influência da UHE, registrou-se somente o dado de presença (sem localização). s espécimes registrados através das metodologias supracitadas foram catalogados em cadernetas de campo, onde foram anotados os seguintes dados: data do registro, identificação da espécie, ponto de amostragem, descrição do habitat e microhabitat e metodologia de registro. Quando possível, os espécimes encontrados também foram fotografados. ara o auxílio na identificação taxonômica dos anfíbios foi utilizado o Guia de Campo dos nuros do antanal Sul e lanaltos de Entorno (Uetanabaro et al., 008) e mphibian Species of the World (Frost, 0). ara a determinação taxonômica das espécies de répteis foi utilizado o guia ilustrado Serpentes do antanal (Marques et al., 005) e o catálogo eletrônico para lagartos do Cerrado de G. Colli e L.. liveira (Universidade de Brasília UnB) e Giraudo (00)... vifauna No estudo da avifauna procurou-se manter as áreas de amostragem utilizadas durante o monitoramento da fase de pré-enchimento da UHE São Domingos, dando continuidade ao monitoramento destas áreas durante a fase de operação do empreendimento (Quadro 0). orém, em função das dificuldades de acesso causadas pelo alagamento do reservatório, 7

18 não foi possível acessar duas destas áreas, a área e o ponto. lém disso, como os pontos e estavam localizados próximos a área, todos estes pontos foram unidos em uma única estação amostral. Dessa maneira, os pontos amostrados que foram mantidos desde o monitoramento da fase de pré-enchimento foram:,, e (Quadro 0). Foram amostradas diferentes fisionomias vegetais naturais e antrópicas como forma de aumentar a probabilidade de encontro do maior número possível de espécies de aves presentes na região. Na área onde foi instalada a UHE ocorrem florestas ripárias na forma de matas de galeria, matas aluviais e Veredas de Buriti (Mauritia flexuosa), brejos e campos úmidos adjacentes, manchas de cerradão (savana florestada), cerrado stricto sensu (savana arborizada) e pastagens ativas e abandonadas em diferentes estágios de regeneração (Fotos 6 a 9). No Quadro 0 são apresentadas as coordenadas e principais fisionomias vegetais presentes nas áreas de amostragem utilizadas para o monitoramento da avifauna da UHE São Domingos. Quadro 0 ontos de amostragem do monitoramento da avifauna (fase de pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: Fase: ; I Instalação. *ontos não amostrados na fase pós-enchimento em função das dificuldades de acesso causadas pelo alagamento do reservatório. ** ontos localizados muito próximos à área, por isso foram unidos em uma única estação amostral (). ontos Coordenadas Geográficas (UTM) K ltitude (m) Descrição do mbiente Metodologias plicadas Fase / Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos Transectos /I 0779 / Cerrado s.s., mata aluvial e brejos Transectos /I * / ontos de escuta I 076 / Cerradão, cerrado s.s. e pastagens Transectos /I ** / Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos ontos de escuta (I) Transectos () /I ** 0766 / Cerrado s.s., cerradão, mata aluvial e brejos ontos de escuta (I) Transectos () /I 0770 / Mata ciliar, cerradão, brejos e pastagens Transectos /I 8

19 ontos Coordenadas Geográficas (UTM) K ltitude (m) Descrição do mbiente Metodologias plicadas Fase * 076 / ontos de escuta I Foto 6 onto de amostragem, com extensas áreas de cerradão, cerrado s.s., além de brejos e veredas. Foto 7 onto de amostragem, com brejos, matas aluviais e cerrado s.s. Foto 8 onto de amostragem, com mata ciliar, cerradão e brejos. Foto 9 onto de amostragem, com pequeno fragmento de cerrado s.s. e cerradão. Durante o monitoramento da fase de pré-enchimento foram utilizados dois métodos para amostragem das aves: Censo por bservação Direta (Transecção) e ontos de Escuta. Já no monitoramento pós-enchimento foi aplicado somente o método de Transecção. Essa mudança ocorreu por dois motivos: () algumas áreas onde se estabeleceram pontos de escuta na fase de pré-enchimento (área e ponto ) ficaram inacessíveis com a formação do reservatório e, portanto, não poderiam mais ser acompanhadas; () alguns pontos de escuta estavam dispostos nos mesmos locais dos transectos (pontos e ), e portanto, foi escolhido o método mais adequado segundo os objetivos deste estudo 9

20 (transectos) para amostragens rápidas da avifauna, não havendo necessidade da aplicação concomitante de ambos os métodos. Censo por bservação Direta foi empregado pela manhã e no fim da tarde nas áreas de amostragem,, e. método consiste em caminhar ao longo de áreas de amostragem pré-determinadas, anotando todas as espécies de aves observadas ou ouvidas, além do número de indivíduos registrados, evitando contar um mesmo indivíduo duas vezes (Develey, 00; odrigues et al., 005), o que é garantido pela experiência do observador. ara as espécies que vivem em grandes bandos, como andorinhas e algumas espécies de psitacídeos, o número mínimo de indivíduos observados foi anotado. esforço amostral para avifauna em cada campanha da fase pós-enchimento foi de pelo menos horas, totalizando 9 horas de amostragem considerando as oito campanhas. s amostragens foram realizadas no início das manhãs, das 05:0h 09:0h, e no fim das tardes, das 6:00h 8:00h, já que nestes períodos a maioria das espécies de aves está ativa, o que facilita o maior número de registros. s aves foram registradas por visualização e vocalização, com auxílio de binóculos Nikon Monarch 0 x mm, câmera fotográfica Canon ES 7D com lente Canon mm, gravador digital lympus LS0 e microfone direcional Sennheiser ME66 (Foto 0). identificação das espécies foi feita com o auxílio de guias de campo (Souza, 00; Sigrist, 007; Van erlo, 009). Foto 0 Condução da metodologia de censo por observação direta durante a 8 campanha do monitoramento da avifauna nas áreas de influência da UHE São Domingos. 0

21 .. Mastofauna rede de amostragem para mastofauna não voadora foi composta ao longo da área diretamente afetada e indiretamente afetada pela UHE São Domingos, abrangendo estações de monitoramento previamente identificadas como de interesse para a fauna terrestre (Quadro 0; Fotos a ). Também foram obtidos registros de forma oportunista no entorno destas estações em diferentes momentos de deslocamento pela área de estudo. Foram selecionadas quatro áreas de amostragem, sendo que as Áreas e foram mantidas como sítio amostral desde o monitoramento da fase de pré-enchimento. essaltase que a Área foi contemplada com a metodologia de censos e procura por rastros e vestígios e os resultados foram analisados separadamente, uma vez que a área em questão foi utilizada para obtenção de dados complementares. metodologia específica aplicada para o grupo dos pequenos mamíferos e dos mamíferos de médio e grande porte é apresentada a seguir. Quadro 0 ontos de amostragem do monitoramento da mastofauna não voadora nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: Fase: ; I Instalação. Área Denominação dos ontos / Metodologia utilizada ltitude Coordenadas Geográficas (UTM) K DTUM - SD 69 Descrição do mbiente Fase Área onto / Cerrado Strictu Senso Estrada entre margem esquerda do io Verde Live trap / Cerrado Strictu Senso itfall / Fragmento de Cerrado em regeneração onto / 7789 Cerradão Estrada entre Cerradão e área alagada /I Área Live trap / Cerradão em estágio de recuperação com áreas de pastagens próximas /I itfall / Cerradão em estágio de recuperação com áreas de pastagens próximas /I

22 Área Denominação dos ontos / Metodologia utilizada ltitude Coordenadas Geográficas (UTM) K DTUM - SD 69 Descrição do mbiente Fase Camera trap / 7789 onto / Mata ciliar em córrego afluente ao io Verde Campo Sujo - Cerradão Áreas abertas entre Cerradão, alagados e Campos Sujos /I /I Área Live trap / Cerrado /I itfall / Cerradão /I Camera trap 0 07 / Borda de Cerradão /I Área onto / Cerradão /I Foto Área : Cerrado Strictu Senso. Foto Área : Cerradão em estágio avançado de recuperação. Foto Área : Mata Ciliar. Foto Área : Cerradão.

23 EQUENS MMÍFES NÃ VDES amostragem de pequenos mamíferos não voadores foi realizada através do método de captura com armadilhas (Live trap) do tipo chapa de metal fechado (Sherman). Em cada campanha foram utilizadas 0 armadilhas em cada uma das três estações amostrais, pelo período de cinco dias. s armadilhas foram dispostas em duas transecções por estação de amostragem e cada transecção com cinco postos de captura equidistantes entre si aproximadamente 5 metros. Cada estação contou com duas armadilhas: uma no solo e outra no sub-bosque (altura em média de,5 a m). s armadilhas foram iscadas com uma mistura de banana, bacon e óleo de fígado de bacalhau (emulsão Scotti ) (Fotos 5 a 7). esforço de amostragem foi calculado a partir do número de armadilhas X número de dias em que as mesmas permaneceram acionadas. Dessa maneira, em cada campanha foi empregado um esforço de 00 armadilhas-dia por estação (0 armadilhas x 5 dias). Considerando todas as estações de amostragem e somando as oito campanhas tem-se um esforço amostral de.00 armadilhas-dia (00 armadilhas-dia x estações x 8 campanhas). ara complementação do trabalho foi considerada a amostragem com armadilhas de interceptação e queda (itfall traps), instaladas nas estações para amostragem da herpetofauna (ver metodologia.. Herpetofauna). Foto 5 rmadilha de metal disposta no solo Foto 6 rmadilha de metal no sub-bosque 8

24 8 campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos. campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos. Foto 7 Verificação das armadilhas 6ª campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos. Foto 8 Captura e Marcação de pequenos mamíferos campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos. s indivíduos de pequenos mamíferos não voadores capturados nas armadilhas foram identificados quanto à espécie, classe etária, sexo e condição reprodutiva. Foram tomadas suas medidas morfométricas padrão e massa corporal (obtida com o uso de dinamômetros - esola ). Cada espécime capturado foi marcado com um brinco numerado (National Band and Tag Company ) (Foto 8). anilhamento foi empregado a fim de permitir a individualização dos espécimes capturados, detectando assim, as recapturas. pós o anilhamento, os indivíduos capturados foram soltos no próprio local de captura. s dados coletados durante a captura dos exemplares foram anotados em fichas individuais e, posteriormente, informatizados em planilha de dados. MMÍFES DE MÉDI E GNDE TE monitoramento das espécies de mamíferos de médio e grande porte foi realizado através de procura ativa de registros diretos, como visualizações (Foto 9), vocalizações e carcaças, e indiretos, através de pegadas, tocas e fezes. s animais avistados foram identificados e quando possível, fotografados. s carcaças, pegadas, tocas e fezes encontradas foram fotografadas e identificadas ao menor nível taxonômico possível. s rastros e outros vestígios foram identificados segundo Borges e Tomás (00) e Mamede e lho (008).

25 dicionalmente foram utilizadas duas armadilhas fotográficas (camera-traps), que são equipamentos compostos por uma câmera fotográfica digital e um sensor passivo para detecção de calor e movimento (passive motion detection), que quando acionado (diante do movimento de um animal), dispara a câmera. s armadilhas fotográficas foram instaladas em duas estações de amostragem (Quadro 0; Foto 0) e programadas para funcionamento durante horas por dia, sem interrupções, durante os cinco dias de cada campanha. esforço de amostragem para esse método foi calculado considerando o número de câmeras instaladas multiplicado pelo número de dias e horas em que estas permaneceram acionadas. Em cada estação de amostragem foi empregado um esforço de 5 câmeras-dia, totalizando 0 câmeras-dia por campanha e 80 câmeras-dia considerando as oito campanhas. esforço total para as oito campanhas foi de.90 horas ( câmeras x horas x 5 dias x 8 campanhas). Foto 9 Lobinho (Cerdocyon thous), visualizado durante busca ativa campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos. Foto 0 rmadilha fotográfica instalada para registro de mamíferos de médio e grande porte 6ª campanha de monitoramento da mastofauna não voadora da UHE São Domingos.. nálise de Dados nomenclatura utilizada para a classificação taxonômica dos espécimes registrados segue aquela proposta por Segalla et al. (0); Bérnils e Costa (0) para herpetofauna, o Comitê Brasileiro de egistros rnitológicos (CB, 0) para avifauna e eis et al. (0); aglia et al. (0) para mastofauna não voadora. 5

26 ara determinação do status de conservação das espécies foram consultados o Livro Vermelho de Espécies da Fauna meaçadas de Extinção do Brasil (MM, 008) e a Lista Vermelha de Espécies meaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN (Versão 0.). ara avifauna, além da lista da IUCN, foi consultada a lista da organização ambiental Birdlife International (009). reconhecimento de espécies endêmicas do Cerrado segue Colli et al. (00) para herpetofauna, Silva (995b, 997) para avifauna e Marinho-Filho et al. (00); Dalponte e Courtenay (008) para mastofauna não voadora. Especificamente para avifauna, foi realizado o reconhecimento de espécies endêmicas da Mata tlântica, o qual seguiu Goerck (997) e Brooks et al. (999). dicionalmente, foram apontadas espécies de aves características da Floresta mazônica (Silva, 996) e do Chaco (Straube et al., 006), que expandem sua distribuição geográfica até a bacia do lto io araná. classificação das espécies de aves quanto ao comportamento migratório segue o CB (0) para as que realizam migrações intercontinentais. s espécies de aves registradas foram classificadas quanto às categorias tróficas de acordo com o principal item alimentar consumido, adaptado de Karr et al. (990) (Quadro 05). s aves também foram classificadas em três categorias quanto à sensibilidade às perturbações ambientais (Stotz et al., 996), considerando-se como as de alta sensibilidade, M as de média sensibilidade e B as de baixa sensibilidade. Também foram classificadas em três categorias quanto à dependência de ambientes florestados, de acordo com Silva (995a) (Quadro 06). Quadro 05 Categorias utilizadas para classificar as espécies de aves registradas durante o monitoramento pós-enchimento da UHE São Domingos, quanto ao hábito alimentar. Categorias de Hábito limentar Insetívora (I) nívora () Frugívora (F) Granívora (G) Nectarívora (NT) Definição/Características redomínio de insetos e outros artrópodes. Consumem diversos tipos de alimentos (Insetos/artrópodes e/ou pequenos vertebrados e/ou frutos e/ou sementes). redomínio de frutos. redomínio de sementes de gramíneas. redomínio de néctar. 6

27 Categorias de Hábito limentar Carnívora (C) Necrófagos (N) iscívoros () Malacófagos (M) Definição/Características redomínio de vertebrados capturados vivos. Consomem animais mortos. limentam-se de peixes. limentam-se de moluscos. Quadro 06 Categorias utilizadas para classificar as espécies de aves registradas durante o monitoramento pós-enchimento da UHE São Domingos, quanto à dependência florestal. Grau de Dependência Características Independente Semi-Dependente Dependente Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem preferencialmente em vegetação aberta, como fisionomias naturais de Cerrado (campo limpo, campo rupestre) ou áreas antropizadas, como pastagens. Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem tanto em ambientes abertos como em ambientes florestais. Espécies que ocupam, alimentam-se e reproduzem principalmente em ambientes florestais (matas de galeria, cerradão e matas secas). Com o objetivo de determinar o quão representativas foram as amostragens em relação às comunidades presentes na área de estudo, foi construída a curva do coletor apresentando a riqueza observada e a estimada para cada grupo. curva foi baseada no número cumulativo de espécies encontradas em função do esforço amostral empregado. ara herpetofauna, o esforço amostral considerado foi o número de campanhas do monitoramento pós-enchimento realizadas, enquanto para avifauna foi utilizado o número de amostras, considerando cada amostragem (campanha de campo) em cada ponto amostral como uma amostra. ara mastofauna o esforço considerado foi o número de dias de amostragem das oito campanhas da fase pós-enchimento. 7

28 riqueza de espécies foi estimada pela média do estimador Jackknife, calculado por meio do software EstimateS, versão 8. (Colwell, 0). riqueza estimada por Jackknife segue a seguinte fórmula (Krebs, 999): S Jack = S obs + L (a -/a) nde: S Jack = estimador de riqueza Jackknife de ª ordem; S obs = número total de espécies observadas em todas as amostras; L = número de espécies que ocorrem só em uma amostra (espécies únicas); a = número de amostras. análises estatísticas e gráficos apresentados neste estudo foram feitos utilizando os softwares BioDiversity ro, Biostat e Microsoft ffice Excel. ara o método de captura, marcação e recaptura, aplicado para o monitoramento de pequenos mamíferos não voadores, foi calculado o sucesso de captura, através da seguinte fórmula: ara todos os grupos foram realizadas as seguintes análises: riqueza, abundância, diversidade, equabilidade e similaridade. riqueza (número absoluto de espécies) e abundância (número de indivíduos por espécie) foram comparadas entre as áreas de amostragem para destacar o padrão da comunidade local de espécies, apontando os locais com maior interesse de conservação na área de influência da UHE São Domingos. Também foram apresentadas as variações temporais da riqueza e abundância nas áreas amostrais para avaliar se houve redução destes parâmetros ao longo do tempo. ara diversidade foi utilizado o índice de diversidade de Shannon-Weaver (Shannon e Weaver, 99) baseado na seguinte fórmula: nde: S = número de espécies; 8

29 p i = proporção da amostra contendo indivíduos da espécie i. ara equabilidade (distribuição dos indivíduos entre as espécies) foi utilizado o Índice de Equabilidade de ielou, segundo a fórmula: J = H /H máx nde: J = equabilidade H = valor obtido para o índice de diversidade de Shannon; Hmáx = diversidade máxima medida por ln (S), onde ln (S) é o logaritmo neperiano do número de espécies. essalta-se que o valor máximo () para o Índice de ielou representa máxima uniformidade e seu valor mínimo (0) a mínima uniformidade entre as espécies. ara o cálculo da diversidade e equabilidade foram consideradas as quatro campanhas realizadas na estação seca e as quatro na chuvosa, por ponto de amostragem. Também foram calculadas a diversidade e equabilidade total para cada ponto de amostragem considerando as oito campanhas. similaridade foi utilizada para análise entre os pontos de amostragem, considerando os dados agrupados das oito campanhas. ara calcular a similaridade de espécies de anfíbios, répteis e aves entre as áreas de amostragem foi utilizado o Índice de Similaridade de Bray- Curtis. fórmula utilizada para calcular este índice está apresentada a seguir. B= xij-xik / (xij+xik) nde: Xij, xik = abundância de espécies em cada área (j,k) ara mastofauna, utilizou-se o Índice de Similaridade de Sorensen, que é qualitativo. Este índice dá menos ênfase na ausência de determinadas espécies. Considerando assim, a presença de determinada espécie é mais informativa do que a ausência. similaridade de Sorensen foi calculada por meio da seguinte fórmula: 9

30 S s = a / (a + b + c) nde: a = número de espécies encontradas em ambos os locais, e B, b = número de espécies no local B, mas que não existem em ; c = número de espécies no local, mas que não existem em B. ara mastofauna utilizou-se ainda o Teste do Qui-Quadrado para comparação do número de registros entre as estações seca e chuvosa e o Teste T (Zar, 999) para comparar a média das diversidades entre as estações sazonais. Utilizou-se o software livre ST (Hammer et al., 00) para o cálculo dos índices. Foram analisados os relatórios da fase de pré-enchimento e o EI da UHE São Domingos a fim de comparar os dados com os resultados da fase pós-enchimento. No monitoramento da fase pré-enchimento foram realizadas quatro campanhas, duas na estação seca ( a 8 de maio e 6 de agosto a de setembro de 00) e duas na estação chuvosa ( a 0 de fevereiro e 9 a 6 de março de 00). 0

31 5. ESULTDS E DISCUSSÃ 5. Herpetofauna 5.. esultados do Monitoramento da Fase ós-enchimento Durante as oito campanhas de monitoramento da herpetofauna foram registradas 8 espécies, sendo de anfíbios e cinco de répteis (Quadro 07; Tabela 0). baixo número de espécies registradas em alguns meses pode ser resultado, principalmente, das temperaturas baixas registradas durante os dias de amostragem ( C durante a madrugada), já que estes animais são ectotérmicos (a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do meio). Quando estes animais estão buscando alimento ou se reproduzindo é possível melhor observação e captura, porém, essas atividades estão relacionadas com as temperaturas ambientais. Quanto menor a temperatura ambiente, menor serão as atividades da herpetofauna, o que dificulta o seu encontro. Sendo assim, estes animais são mais facilmente encontrados nos meses de verão, período em que as temperaturas e umidade se encontram altas. maior número de espécies de anfíbios em comparação aos répteis pode ser resultado de características intrínsecas destes grupos. nfíbios de modo geral são mais fáceis de serem observados, pois se encontram em grande número na época reprodutiva, momento em que os machos vocalizam (coaxam) para a atração de fêmeas para o acasalamento (Bastos et al., 00), tornando-se mais visíveis e ocasionando a identificação, já que a vocalização é específica. Já em relação aos répteis, o que mais pode ter influenciado nas amostragens foi a grande mobilidade de lagartos e serpentes e a diversidade de substratos que utilizam para suas atividades, dificultando o registro dos mesmos. Soma-se a isso o fato de não haver métodos de atração e/ou captura que sejam completamente eficientes e pelo fato da maioria desses animais não possuírem hábitos ligados diretamente a água (com exceção de quelônios e jacarés) (Strüssmann et al., 000).

32 Quadro 07 Espécies de herpetofauna registradas durante as oito campanhas do Monitoramento da Herpetofauna realizadas nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: onto de amostragem: - tiva. Categoria de meaça: Nacional (MM, 008), Mundial (IUCN, 0 e CITES, 0): LC ouco preocupante; CITES: C Listada no apêndice I da CITES; C Listada no apêndice II da CITES. Hábitat: B Brejo; epresamento; CM Campo úmido; CD Cerradão. Microhabitat: V Vegetação rbustiva; VB Vegetação rbórea; NS Nível do Solo; N Nível d água. Espécie seguida de * indica endêmica do Bioma Cerrado. Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) NU Bufonidae () Nome opular onto de mostragem MHIBI Campanha Categoria de meaça / CITES Hábitat Microhábitat hinella schneideri (Werner, 89) sapo-cururu 5 8ª LC CD NS Hylidae (0) Dendropsophus elianae (Napoli e Caramaschi, 000) perereca, 5 ª, 5ª LC, B N Dendropsophus minutus (eters, 87) perereca,, 5, 6 ª, 5ª, 7ª, 8ª LC, B N Dendropsophus nanus (Boulenger, 889) Dendropsophus rubicundulus (einhardt e Lütken, ) perereca,,,, 5, 6 ª, ª, 5ª, 6ª, 8ª LC, B N, V perereca,, 5 ª, 8ª LC, B V, NS Dendropsophus sanborni (Schmidt, 9) perereca, 6 ª, ª, 5ª, 6ª LC, B V, NS Hypsiboas albopunctatus (Spix, 8) perereca,,,, 5, 6 ª, ª, ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª LC, B, CM VB, V Hypsiboas punctatus (Schneider, 799) perereca-verde,, 5, 6 ª, 5ª LC, B VB, V

33 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular onto de mostragem Campanha Categoria de meaça / CITES Hábitat Microhábitat Hypsiboas raniceps (Cope, 86) pererecaamarela,,,, 5, 6 ª, ª, 5ª, 6ª, 8ª LC, B VB, NS hyllomedusa azurea (Cope, 86) 5ª LC B V Scinax fuscomarginatus (. Lutz, 95) perereca,,,, 5, 6 ª, ª, 5ª, 7ª, 8ª LC, B VB, NS Leptodactylidae () Leptodactylus chaquensis (Cei, 950) rã-manteiga,,,, 5 ª, ª, 5ª, 6ª, 7ª LC NS, N Leptodactylus diptyx Boettger, 885 rãzinha,, 5, 6 ª, ª, 5ª, 7ª, 8ª LC B NS, N Leptodactylus fuscus (Schneider, 799) rã-bicuda,,,, 5, 6 ª, ª, 5ª, 8ª LC, B NS, N Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 8) rã-pimenta, ª, ª LC B NS, N Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 86) rã-tijolo,, 6 ª, 5ª LC B NS, N Leptodactylus podicipinus (Cope, 86) rã-gota,,, 5 ª, ª, 5ª LC B NS, N hysalaemus centralis (Bokermann, 96) rã,, 5 ª, ª, 5ª, 7ª LC, B NS, N hysalaemus cuvieri (Fitzinger, 86) rã-cachoro,,,, 5, 6, itfall ª, ª, 5ª LC, B NS, N hysalaemus nattereri (Steindachner, 86) rã-do-cerrado,,, 5 5ª LC, B, CM NS, N seudopaludicola mystacalis (Cope, 887) rãzinha,,,, 5, 6 ª, ª, 5ª LC, B NS, N seudopaludicola saltica (Cope, 887) rãzinha, ª, 8ª LC B NS

34 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular onto de mostragem Campanha Categoria de meaça / CITES Hábitat Microhábitat Microhylidae () Elachistocleis cesarii (Miranda ibeiro, 90) rãzinha,, 5 ª, ª, 5ª LC B NS ETILI SQUMT - SUI Gymnophthalmidae () Micrablepharus maximiliani (einhardt e Luetken, 86) Sphaerodactylidae () Coleodactylus brachystoma (maral, 95)* Teiidae () itfall ª LC CD NS itfall, itfall 6ª, 8ª _ CD NS meiva ameiva (Linnaeus, 758) calango, itfall, itfall 5ª, 8ª LC CD NS SQUMT - SEENTES Família Boidae () Eunectes murinus (Linnaeus, 758) sucuri-preta ª C N CCDYLI Família lligatoridae () Caiman latirostris (Daudin, 80) lagartinho-dorabo-azul lagartixaescorpião jacaré-do-papoamarelo, 5 ª, ª, 7ª, 8ª LC/C N

35 Tabela 0 iqueza e abundância registradas em cada uma das campanhas de monitoramento da herpetofauna nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Campanha Estação Sazonal iqueza bundância rimeira 8 6 Segunda Seca Terceira Seca 0 0 Quarta 8 5 Quinta 0 Sexta Seca 6 7 Sétima Seca 7 9 itava 07 Total _ 8 8 comunidade de anfíbios e répteis registrada durante o monitoramento nas áreas de influência da UHE São Domingos está distribuída em nove famílias, sendo Leptodactylidae a que apresentou maior riqueza, com espécies, seguida de Hylidae, com 0 espécies no total. Juntas, estas famílias representam 75% de toda a comunidade (Figura 0). maior representatividade específica destas famílias é um padrão para assembleias de anuros da região Neotropical (Duellman, 999). esultados semelhantes foram encontrados em trabalhos realizados nos Biomas da mérica do Sul, que também registraram grande predominância da família Hylidae, por exemplo: na Caatinga (odrigues, 00), no Cerrado (Strüssmann, 000; Brandão e eres-júnior, 00; Bastos et al., 00; Uetanabaro et al., 006; 007; Vaz-Silva et al.; 007), no antanal Mato-grossense (Strüssmann et al. 000, Uetanabaro et al. 008) e Chaco (Bucher, 980; Brusquetti e Lavilla, 006). maioria das espécies da família Leptodactylidae possui uma maior resistência a alterações ambientais produzidas pelo homem e os girinos parecem suportar um grau de poluição não aceitável por espécies de outras famílias de anuros (Izecksohn e Carvalho-Silva, 00; Maneyro et al., 00). Já os hilídeos possuem adaptações evolutivas, discos ou lamelas adesivas, que lhes permitem ocupar com sucesso um maior número de microhabitats disponíveis no ambiente (Cardoso et al., 989), como por exemplo gramíneas e árvores presentes na margem dos corpos d água encontradas na área de influência da usina. Hylidae desponta como a maior família de anuros brasileira com 69 espécies e 5

36 Leptodactylidae é a segunda com 5, em um total de 9 famílias de anuros reconhecidas em todo Brasil (Segalla et al., 0). Figura 0 Contribuição relativa de cada família na comunidade de anfíbios e répteis registrada nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do rio ardo, MS. Na última campanha de monitoramento foi encontrada uma espécie que ainda não tinha sido registrada durante o monitoramento pós-enchimento: o sapo-cururu (hinella schneideri). Esse novo registro fez com que a curva do coletor voltasse a se inclinar após estabilização verificada na sétima campanha (Figura 0). Considerando as oito campanhas, a riqueza de espécies de anfíbios e répteis observada foi de 8 espécies e a riqueza estimada pelo estimador Jacknife foi de, espécies. Como a riqueza estimada esteve próxima da observada (90,%) e a curva apresentou tendência à estabilização pode-se afirmar que a amostragem durante o monitoramento da fase pós-enchimento foi representativa. essalta-se, no entanto, que mesmo com a estabilização da curva e proximidade entre os valores de riqueza observada e estimada é comum a inclusão de novas espécies principalmente as raras, no caso de novas amostragens. Isso ocorre porque muitas espécies 6

37 de difícil detecção costumam ser adicionadas após muitas amostragens, sobretudo em regiões tropicais, onde há grande riqueza de espécies. Figura 0 Curva do coletor contendo a iqueza observada e iqueza estimada (Jacknife ), elaborada com os dados das oito campanhas de monitoramento da herpetofauna realizadas nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Tabela 0 apresenta os parâmetros de riqueza, abundância, diversidade e equitabilidade para cada ponto de amostragem considerando as oito campanhas (agrupando as campanhas na seca e chuva e valor total por área de amostragem). eunindo os dados das oito campanhas, observa-se que as maiores riquezas foram registradas nos pontos de tiva, mais especificamente nos pontos e 5 (ambos com 9 espécies). s outros quatro pontos onde este método foi aplicado ficaram com valores de riqueza próximos ( 5 espécies; e espécies; 6 espécies). Já nos pontos onde foram instaladas as rmadilhas de Interceptação e Queda, houve registro de poucas espécies, sendo que o ponto IT foi o que apresentou maior riqueza ( espécies), seguido do IT ( espécies) e do IT ( espécie) (Tabela 0; Figura 0). s pontos que apresentaram maior abundância de indivíduos foram, e 5, que possuem em comum a diversidade de microhabitats, uma vez que todos estão inseridos 7

38 em um mosaico de ambientes, tais como ambientes úmidos (brejo), formações de mata, pastagens, represamento com presença de poáceas em sua margem (local propício à reprodução dos anuros). De acordo com Silvano e imenta (00), a diversidade de microhabitats é um fator importante para determinar o número de espécies ocorrentes em um determinado ambiente. baixo registro de espécies nos pontos em que os itfalls foram instalados provavelmente está relacionado à baixa diversidade de microhabitats, assim como a ausência de corpo d água próximo às armadilhas de interceptação e queda, promovendo um local com baixa umidade relativa, sendo desfavorável para a ocorrência de anfíbios anuros. or outro lado, os pontos de tiva estiveram em locais favoráveis à habitação dos anfíbios, com presença de corpos d água e diferentes tipos de vegetação, favorecendo a ocorrência e reprodução das espécies. Com exceção dos locais dos itfalls, os pontos amostrados, ou seja, pontos de tiva, representaram locais com alta diversidade de espécies, onde foram registradas diversas espécies para cada ponto, não havendo a dominância de uma espécie específica. Com exceção do ponto IT, onde foi registrado apenas um exemplar de uma espécie, todas as outras áreas amostradas apresentaram uma alta equabilidade com valores próximos ou iguais a, o que significa que o número de indivíduos capturados para cada espécie apresentou uma distribuição homogênea, ou seja, não houve uma espécie dominante nas amostragens. quinta campanha foi a que apresentou a maior riqueza (0 espécies), seguida da primeira e quarta campanhas, ambas com 8 espécies, e oitava ( espécies). Já a segunda e terceira foram as que apresentaram as menores riquezas (Figura 05). 8

39 Tabela 0 arâmetros calculados a partir dos resultados obtidos durante as oito campanhas de monitoramento da herpetofauna (fase pós-enchimento) nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: : ativa. onto de mostragem Estação Sazonal iqueza observada bundância Diversidade de Shannon (H') Equabilidade de ielou (J') Seca Chuva Total Seca Chuva Total Seca Chuva Total Seca Chuva Total Seca Chuva Total Seca Chuva Total Seca itfall Chuva 0 0 Total Seca itfall Chuva 0.0 Total 0.0 Seca 0.0 itfall Chuva 0.0 Total 0.60 TTL

40 Figura 0 iqueza observada (barras) e abundância (linha) em cada ponto do monitoramento da herpetofauna nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Figura 05 iqueza observada (número de espécies) e abundância (número de indivíduos) registrada em cada uma das oito campanhas do monitoramento da herpetofauna na área de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. 0

41 s campanhas mais ricas em termos de espécies de anfíbios foram realizadas no período chuvoso. Este resultado é um padrão comum para a anurofauna neotropical, uma vez que em regiões com sazonalidade bem marcada (característica da área de estudo) a ocorrência notável da maioria das espécies é na estação chuvosa (e.g. Bertoluci e odrigues, 00; rado et al., 005), já que a maioria dos anfíbios se reproduz e possui maior atividade durante os meses com maiores precipitações pluviométricas. esultados semelhantes foram encontrados em outras regiões do país tais como na região Sul (e.g. Bernardes, 007; Conte e Machado, 005; Conte e ossa-feres, 006), Sudeste (e.g. Bertoluci e odrigues, 00; Grandinetti e Jacobi, 005) e no Nordeste (rzabe, 999), demonstrando que a ocorrência dos anfíbios anuros (grupo de maior número de espécies para o monitoramento) é fortemente afetada por fatores abióticos. Segundo Duellman e Trueb (986), a influência do clima na ocorrência de comunidades de anuros de regiões tropicais é determinada principalmente pela distribuição e volume de chuvas. Já ombal (997) afirma que não há um único fator influenciando na ocorrência das espécies, mas sim um conjunto de fatores climáticos. s campanhas menos ricas foram realizadas em épocas de estiagem. Durante este período, devido à ocorrência de baixas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, que pode causar a desidratação e a morte de muitos indivíduos, muitas espécies podem entrar em estivação enterrando-se o suficiente na lama de modo a evitar o congelamento, enquanto outras podem arrastar-se para dentro de troncos em decomposição ou para debaixo de folhas, sendo ambas as estratégias capazes de providenciar calor suficiente para evitar as condições adversas. Comparando-se as estações seca e chuvosa é possível constatar que 89% dos indivíduos foram registrados durante a estação chuvosa (Tabela 0). s parâmetros de Diversidade de Shannon e a Equabilidade de ielou também foram mais altos na época das chuvas. Esse resultado demonstra a importância de um monitoramento em longo prazo, evidenciando a flutuação da população de anfíbios e a importância de se realizar a amostragem ao longo do ano.

42 Tabela 0 arâmetros calculados a partir dos resultados obtidos durante as oito campanhas de monitoramento da herpetofauna (fase pós-enchimento) considerando as estações seca e chuvosa, nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. arâmetros nalisados Estação Seca Estação iqueza observada 7 bundância 7 8 Diversidade de Shannon (H') Equabilidade de ielou (J ) análise de similaridade entre os pontos de amostragem mostrou uma clara divisão em duas grandes chaves, a primeira formada pelos pontos de itfall e a segunda formada pelos pontos de tiva (Figura 06). Estas chaves apresentam uma semelhança entre si de apenas %. s pontos mais semelhantes foram os pontos e com 6,5% de semelhança de suas comunidades. Como o esperado, a análise agrupou ambientes com características estruturais semelhantes, no caso de e são um complexo vegetacional formado por várzeas e matas aluviais. De acordo com Santos (009), em áreas que apresentam as mesmas características morfoestruturais, vegetacionais e climáticas, a composição faunística tende a ser semelhante. Figura 06 Similaridade ente os pontos do monitoramento de anfíbios e répteis na área de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS.

43 Durante as oito campanhas foi registrada apenas uma espécie endêmica para o Cerrado, a lagartixa-escorpião (Coleodactylus brachystoma) (Foto ), segundo Colli et al. (00). Esta espécie foi registrada apenas nas campanhas de monitoramento pós-enchimento (6 e 8 campanhas) com um indivíduo em cada, podendo ser considerada uma espécie rara. Nenhuma das espécies registradas durante as campanhas do monitoramento pósenchimento está inserida na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira meaçadas de Extinção (MM, 008) e na IUCN (0). Duas espécies estão inseridas nos apêndices da Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Flora and Fauna CITES (0). No apêndice I está a espécie Caiman latirostris. Esta categoria inclui espécies que estão em um maior grau de perigo e cujo comércio é proibido, exceto quando a importação é para fins não comerciais, como por exemplo para a pesquisa científica. No apêndice II está a espécie Eunectes murinus. Trata-se de uma categoria que inclui todas as espécies que embora não estejam ameaçadas de extinção no momento, podem vir a ficar, se o comércio de tais espécies não for regulamentado. Foto Coleodactylus brachystoma, espécie endêmica do bioma Cerrado, registrado na oitava campanha de campanha de monitoramento da herpetofauna nas áreas de influência da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS.

44 5.. Comparações com os esultados do Monitoramento da Fase réenchimento e com os Estudos do EI Considerando os dados do EI, do monitoramento da fase de pré-enchimento e do monitoramento da fase de pós-enchimento foi registrado um total de 5 espécies da herpetofauna, sendo 8 espécies de anfíbios e espécies de répteis (Quadro 08). Em relação à riqueza de anfíbios nos diferentes estudos, verificou-se que no EI foram registradas cinco espécies, sendo que todas foram registradas posteriormente, durante os monitoramentos pré e pós-enchimento. Durante a fase de pré-enchimento foram registradas espécies de anfíbios sendo três delas exclusivas dessa fase. Já no monitoramento pósenchimento foram registradas espécies de anuros, sendo espécies exclusivas dessa fase. diferença de riqueza de anfíbios entre as fases pode ser atribuída ao número de campanhas que foi menor durante o EI (duas campanhas) e monitoramento pré-instalação ( campanhas). lgumas espécies de anuros, como por exemplo, das famílias Hylidae e Leptodactylidae, foram registradas ao longo dos dois monitoramentos: Hypsiboas albopunctatus, Hypsiboas raniceps, Scinax fuscomarginatus, Leptodactylus fuscus, hysalaemus centralis e hysalaemus cuvieri. Esses registros constantes são indícios da capacidade de adaptação dessas espécies e de certa tolerância a atividades antrópicas. Já em relação à riqueza de répteis, nos estudos do EI foram catalogadas espécies, sendo seis delas exclusivas dessas campanhas. No monitoramento pré-enchimento foram registradas 7 espécies, sendo oito delas encontradas somente durante essa fase. Durante o monitoramento pós-enchimento foram encontradas 5 espécies de répteis, sendo que uma espécie ainda não tinha sido registrada nos estudos anteriores. Um dos fatores ao qual essa diferença de riqueza pode ser atribuída é que durante o EI e monitoramento pré-enchimento foi empregado o método de entrevistas para o registro de espécies, enquanto que durante a fase pós-enchimento foram considerados apenas os métodos de registros diretos (itfall e busca ativa). lgumas espécies como jiboia (Boa constrictor), cobra-cipó (hilodryas olfersii) e urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus), por exemplo, foram registradas apenas através de relatos de moradores locais. De fato são espécies fáceis de serem reconhecidas pela população, no entanto, atribuir temporalidade

45 (quando as espécies foram vistas) e espacialidade (locais de visualização) dos registros é uma tarefa difícil de ser realizada de maneira fidedigna no método de entrevistas. Diferenças sazonais ou viés de amostragem (o registro de espécies muitas vezes ocorre ao acaso) também podem explicar parte da diferença no número de registros de répteis entre as fases de monitoramento e EI. or outro lado algumas espécies registradas apenas durante os estudos do EI (por exemplo: Tupinambis sp., Tropidurus sp., Boa constrictor, Spilotes pullatus, Hydrodynastes gigas, Xenodon merremii e Crotalus durissus) podem ter se deslocado para áreas mais afastadas do local do enchimento, impossibilitando o registro das mesmas nos pontos amostrados. 5

46 Quadro 08 Espécies da herpetofauna registradas durante os estudos do EI, Monitoramento ré-enchimento e Monitoramento ós-enchimento realizados nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: Status de Conservação: Nacional (MM, 008) e Mundial (IUCN, 0): LC ouco preocupante. CITES: C Listada no apêndice I da CITES; C Listada no apêndice II da CITES. * Espécie endêmica do Cerrado. Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular Categoria de meaça/ CITES Estudos do EI Monitoramento réenchimento Monitoramento ósenchimento MHIBI NU Bufonidae () hinella schneideri (Werner, 89) sapo-cururu LC X X Hylidae () Dendropsophus elianeae (Napoli e Caramaschi, 000) perereca LC X Dendropsophus minutus (eters, 87) perereca LC X X Dendropsophus nanus (Boulenger, 889) Dendropsophus rubicundulus (einhardt e Lütken, ) Dendropsophus sanborni (Schmidt, 9) perereca LC X perereca LC X X perereca LC X Hypsiboas albopunctatus (Spix, 8) perereca LC X X Hypsiboas punctatus (Schneider, 799) perereca-verde LC X Hypsiboas raniceps (Cope, 86) perereca-amarela LC X X hyllomedusa azurea (Cope, 86) LC X 6

47 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular Categoria de meaça/ CITES Estudos do EI Monitoramento réenchimento Monitoramento ósenchimento seudis bolbodactyla (. Lutz, 95) rã d água LC X Scinax fuscomarginatus (. Lutz, 95) perereca LC X X Scinax fuscovarius (. Lutz, 95) perereca LC X X Leptodactylidae () Leptodactylus chaquensis (Cei, 950) rã-manteiga LC X Leptodactylus diptyx (Boettger, 885) rãzinha LC X Leptodactylus fuscus (Schneider, 799) rã-bicuda LC X X X Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 8) rã-pimenta LC X X Leptodactylus latrans (Steffen, 85) rã-manteiga LC X X Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 86) rã-tijolo LC X Leptodactylus podicipinus (Cope, 86) rã-gota LC X hysalaemus centralis (Bokermann, 96) rã LC X X hysalaemus cuvieri (Fitzinger, 86) rã-cachoro LC X X Eupemphix nattereri (Steindachner, 86) seudopaludicola mystacalis (Cope, 887) rã-do-cerrado LC X X rãzinha LC X seudopaludicola saltica (Cope, 887) rãzinha LC X seudopaludicola sp. rãzinha LC X 7

48 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular Categoria de meaça/ CITES Estudos do EI Monitoramento réenchimento Monitoramento ósenchimento Microhylidae () Elachistocleis cesarii (Miranda ibeiro, 90) Elachistocleis cf. ovalis (Schneider, 799) rãzinha LC X sapo-guarda LC X ETILI SQUMT - SUI Gymnophthalmidae () Colobosaura modesta (einhardt e Luetken, 86) Micrablepharus maximiliani (einhardt e Luetken, 86) lagartinho-liso LC X lagartinho-do-rabo-azul LC X X Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 90) lagartinho-do-rabovermelho LC X Mabuyidae () Copeoglossum nigropunctatum (Spix, 85) calango-liso LC X Sphaerodactylidae () Coleodactylus brachystoma (maral, 95)* lagartixa-escorpião - X Teiidae () meiva ameiva (Linnaeus, 758) calango LC X X Cnemidophorus sp. calango LC X 8

49 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular Categoria de meaça/ CITES Estudos do EI Monitoramento réenchimento Monitoramento ósenchimento Tupinambis sp. teiu LC X X Tropiduridae () Tropidurus sp. calango LC X SQUMT - SEENTES Boidae () Boa constrictor (Linnaeus, 758) jiboia LC X X Eunectes murinus (Linnaeus, 758) sucuri-preta C X X X Colubridae () Spilotes pullatus (Linnaeus, 758) caninana LC X hilodryas olfersii (Lichtenstein, 9) Cobra-cipó _ X Xenodon merremii (Wagler, 8) Boipeva X xyrhopus sp. Falsa-coral _ X Dipsadidae () Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibron e Duméril, 85) surucucu-do-pantanal LC X Xenodon merremii (Wagler, 8) boipeva LC X X Leptotyphlopidae () Epictia sp. cobra-cega LC X Viperidae () Bothrops moojeni (Hoge, 966) jararaca LC X X 9

50 Taxa (DEM-SUBDEM, Família, Espécie) Nome opular Categoria de meaça/ CITES Estudos do EI Monitoramento réenchimento Monitoramento ósenchimento Bothrops alternatus (Duméril, Bibron e Duméril, 85) urutu-cruzeiro X Crotalus durissus (Lineu, 758) cascavel LC X ETILI CCDYLI lligatoridae () Caiman latirostris (Daudin, 80) jacaré-do-papo-amarelo C X X aleosuchus palpebrosus (Cuvier, 807) jacaré-coroa LC X ETILI QUELÔNIS Chelidae () hrynops sp. cágado-de-barbicha LC X 50

51 5. vifauna 5.. esultados do Monitoramento da Fase ós-enchimento Nas oito campanhas de campo do monitoramento da fase pós-enchimento da UHE São Domingos foram obtidos.75 registros de 0 espécies de aves, pertencentes a 5 ordens e 5 famílias. s famílias com maior riqueza de espécies foram Tyrannidae (8 espécies) e Thraupidae (0 espécies), e as mais abundantes (número de indivíduos) Thraupidae, Tyrannidae e sittacidae (Quadro 09). 5

52 Quadro 09 Composição, distribuição e abundância das espécies de aves registradas durante as oito campanhas de monitoramento (fase pósenchimento) nas áreas com influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: *Espécies ameaçadas de extinção, nível nacional e/ou global. Endemismo: CE (endêmicas do Cerrado), M (endêmicas da Mata tlântica). CT (Categorias Tróficas): I (insetívoro), (onívoro), F (frugívoro), G (granívoro), NT (nectarívoro), C (carnívoro), (piscívoro), N (necrófago), M (malacófago). S (Sensibilidade às perturbações ambientais): B (baixa), M (média), (alta). DF (Dependência de ambientes florestados): (independente), (semidependente), (dependente). Taxon (DEM, Família, Espécie) HEIFMES heidae Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF hea americana* ema B TINMIFMES Tinamidae Crypturellus undulatus jaó B 6 Crypturellus parvirostris inhambu-chororó B hynchotus rufescens perdiz B Nothura maculosa codorna-amarela B NSEIFMES natidae Cairina moschata pato-do-mato M mazonetta brasiliensis ananaí B 8 Dendrocygna viduata irerê B GLLIFMES 5

53 Taxon (DEM, Família, Espécie) Cracidae Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF enelope superciliares jacupemba F M Crax fasciolata mutum-de-penacho F CICNIIFMES Ciconiidae Jabiru mycteria tuiuiú M SULIFMES halacrocoracidae halacrocorax brasilianus biguá B nhingidae nhinga anhinga biguatinga M ELECNIFMES rdeidae Tigrisoma lineatum socó-boi M Butorides striata socozinho B Bubulcus ibis garça-vaqueira I B rdea cocoi garça-moura B rdea alba garça-branca-grande B Egretta thula garça-branca-pequena B Syrigma sibilatrix maria-faceira I M Threskiornithidae 5

54 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Mesembrinibis cayennensis coró-coró I M 6 6 Theristicus caudatus curicaca I B CTHTIFMES Cathartidae Catharters aura urubu-de-cabeça-vermelha N B Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela N M Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta N B Sarcoramphus papa urubu-rei N M CCIITIFMES andionidae andion haliaetus águia-pescadora M ccipitridae Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza C M Elanus leucurus gavião-peneira C B ccipiter striatus gavião-miudo C M Ictinia plumbea sovi I M Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo C M Heterospizias meridionalis gavião-caboclo C B Urubitinga coronata* águia-cinzenta C upornis magnirostris gavião-carijó C B Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco C M 7 6 5

55 Taxon (DEM, Família, Espécie) GUIFMES allidae Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF ramides cajaneus saracura-três-potes I orzana albicollis sanã-carijó I M Laterallus melanophaius sanã-parda I B ardirallus nigricans saracura-sanã I M CHDIIFMES Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero I B ecurvirostridae Himantopus melanurus CLUMBIFMES Columbidae pernilongo-de-costasbranca I M Columbina talpacoti rolinha-caldo-de-feijão G B Columbina squammata fogo-apagou G B Claravis pretiosa pararu-azul G M atagioenas picazuro asa-branca G M atagioenas cayennensis pomba-galega G M Zenaida auriculata pomba-de-bando G B Leptotila verreauxi juriti-pupu G B 5 55

56 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira G B CUCULIFMES Cuculidae iaya cayana alma-de-gato I B Coccyzus melacoryphus papa-lagarta-acanelado I B Crotophaga ani anu-preto I B Guira guira anu-branco I B Tapera naevia saci I B STIGIFMES Strigidae Glaucidium brasilianum caburé C B thene cunicularia coruja-buraqueira C M 8 CIMULGIFMES Nyctibiidae Nyctibius griseus mãe-da-lua I B Caprimulgidae Chordeiles nacunda corucão I B Hydropsalis albicollis bacurau I B Hydropsalis torquata bacurau-tesoura I M DIFMES podidae 56

57 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Tachornis squamata andorinhão-do-buriti I B 6 6 Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal I B Trochilidae Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta NT B haethornis pretrei rabo-branco-acanelado NT B Eupetomena macroura beija-flor-tesoura NT B ntracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta NT B Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho NT B Chlorostilbon lucidus NT B Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde NT M Hylocharis chrysura beija-flor-dourado NT B mazilia fimbriata beija-flor-de-gargante-verde NT B TGNIFMES Trogonidae Trogon surrucura M surucuá-variado M Trogon curucui CCIIFMES lcedinidae besourinho-de-bicovermelho surucuá-de-barrigavermelha M Megaceryle torquata martim-pescador-grande B 57

58 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno B Chloroceryle amazona martim-pescador-verde B Momotidae Momotus momota udu-de-coroa-azul I M 8 GLBULIFMES Galbulidae Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva I B 6 5 Bucconidae Nystalus striatipectus rapazinho-do-chaco I M Nystalus chacuru joão-bobo I M Monasa nigrifrons chora-chuva-preto I M ICIFMES amphastidae amphastos toco tucano-toco M teroglossus castanotis araçari-castanho 5 6 icidae icumnus albosquamatus pica-pau-anão-escamado I B Melanerpes candidus bilro I B Veniliornis passerinus picapauzinho-anão I B 8 Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado I B 7 5 Colaptes campestris pica-pau-do-campo I B

59 Taxon (DEM, Família, Espécie) Celeus flavescens Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF I M Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca I B 6 Campephilus melanoleucus CIMIFMES Cariamidae pica-pau-de-cabeçaamarela pica-pau-de-topetevermelho I M Cariama cristata seriema C M FLCNIFMES Falconidae Caracara plancus carcará C B Milvago chimachima carrapateiro I B Herpetotheres cachinnans acauã C B Falco sparverius quiriquiri I B Falco femoralis falcão-de-coleira C B SITTCIFMES sittacidae ra ararauna arara-canindé F M rhopsittaca manilatus maracanã-do-buriti F M Diopsittaca nobilis maracanã-pequena F M 5 sittacara leucophthalmus periquitão-maracanã F B

60 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Eupsittula aurea jandaia-estrela F M Brotogeris chiriri F M lipiopitta xanthops* CE papagaio-galego F M mazona aestiva papagaio-verdadeiro F M SSEIFMES Thamnophilidae Thamnophilus doliatus choca-barrada I B Thamnophlius pelzeni choca-do-planalto I B Taraba major choró-boi I B Formicivora rufa papa-formiga-vermelho I B 5 Dysithamnus mentalis choquinha-lisa I M Herpsilochmus longirostris CE Dendrocolaptidae periquito-de-encontroamarelo chorozinho-de-bicocomprido I M Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde I M 6 6 Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-do-cerrado I M Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande I M Furnariidae Furnarius rufus joão-de-barro I B hacellodomus rufifrons joão-de-pau I M 60

61 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Synnalaxis albescens ui-pí I B Synnalaxis frontalis petrim I B ipridae ntilophia galeata CE soldadinho M 7 Neopelma pallescens fruxu-do-cerradão M 5 Tityridae Tityra cayana M achyramphus polychopterus caneleiro-preto B 5 5 achyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto M hynchocyclidae Leptopogon amaurocephalus cabeçudo I M Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta I M Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio I B Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-olho-de-ouro I M Tyrannidae Camptostoma obsoletum risadinha I B Elaenia flavogaster anambé-branco-de-rabopreto guaracava-de-barrigaamarela I B 6 6

62 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Suiriri suiriri suiriri-cinzento I M Myiopagis gaimardii maria-pechim I M Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta I M Myiopagis viridicata I M haeomyias murina bagageiro I B 5 5 Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata I B Myiarchus swainsoni irré B 6 Myiarchus ferox maria-cavaleira I B 7 7 Myiarchus tyrannulus I B Casiornis rufus caneleiro I M itangus sulphuratus bem-te-vi B Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro I B Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado B Megarynchus pitangua neinei B Myiozetetes cayanensis guaracava-de-cristaalaranjada maria-cavaleira-de-raboenferrujado bentevizinho-de-asaferrugínea I B Tyrannus melancholicus suiriri I B Tyrannus albogularis suiriri-de-garganta-branca I B 6 5 Tyrannus savana tesourinha I B 7 6 Empidonomus varius peitica I B 6

63 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Myiophobus fasciatus filipe I B yrocephalus rubinus verão I B 5 Gubernetes yetapa tesoura-do-brejo I B Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu I B Knipolegus lophotes maria-preta-de-penacho I B Xolmis cinereus primavera I B Xolmis velatus maria-branca I M 9 Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari I B Vireo chivi juruviara I B Corvidae Cyanocorax cristatellus CE gralha-do-campo M Hirundinidae rogne tapera andorinha-do-campo I B 0 0 ygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-decasa I B Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora I B Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco I B 5 Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra I B olioptilidae 6

64 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF olioptila dumicola balança-rabo-de-máscara I B Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira B 7 Turdus leucomelas sabiá-barranco B Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo I B Motacillidae nthus lutescens caminheiro-zumbidor I B asserellidae mmodramus humeralis tico-tico-do-campo G M rremon flavirostris tico-tico-de-bico-amarelo G M arulidae Geothlypis aequinoctialis pia-cobra I B 5 Basileuterus culicivorus pula-pula-barriga-branca I B Myiothlypis flaveolus canário-do-mato I M Myiothlypis leucophrys CE pula-pula-de-sobrancelha I M 8 Icteridae Icterus pyrrhopterus encontro M 5 Gnorimopsar chopi pássaro-preto B seudoleistes guirahuro chopim-do-brejo M Molothrus bonariensis chopim B 6

65 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Molothrus rufoaxillaris vira-bosta-picumã B Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul B Thraupidae Saltator similis trinca-ferro F B 9 Saltatricula atricollis CE bico-de-pimenta G M Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto F B 6 Cypsnagra hirundinacea bandoleta F Lanio cucullatus tico-tico-rei G B Lanio penicillatus pipira-da-taoca F M Tangara sayaca sanhaçu-cinzento F B Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro F B Tangara cayana saíra-amarela F M Neothraupis fasciata* cigarra-do-campo F M Dacnis cayana saí-azul F B 6 6 Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor F B Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto F B Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro G M Emberizoides herbicola canário-do-campo G B 7 6 Volatinia jacarina tiziu G B Sporophila plumbea patativa G M 6 Sporophila caerulescens coleirinha G M 65

66 Taxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular Classificação ontos de mostragem Campanhas CT S DF Sporophila leucoptera chorão G B Sporophila angolensis curió G B Fringillidae Euphonia chlorotica vivi F B bundância iqueza Diversidade H' Equabilidade J'

67 seguir são apresentadas as classificações das espécies registradas quanto à categoria trófica, dependência florestal e sensibilidade às alterações ambientais. CTEGIS TÓFICS Neste estudo foram obtidos registros de 9 espécies de aves insetívoras, 0 onívoras, frugívoras, 9 granívoras, carnívoras, piscívoras, 9 nectarívoras e quatro necrófagas (Quadro 09; Figura 07). grupo das aves insetívoras normalmente é o mais rico e abundante dentre os diferentes grupos tróficos de aves do Cerrado, assim como de ambientes florestais fragmentados e degradados (Motta Júnior, 990; Marini, 00). Mesmo em grandes maciços florestais, as aves insetívoras são as mais abundantes e o grupo mais rico em espécies, como na Floresta mazônica (Terborgh et al., 990) e na Mata tlântica (Willis, 979). Na área deste estudo a alta abundância e riqueza de aves insetívoras ocorrem tanto em função da presença de espécies de áreas abertas, quanto pela presença de aves insetívoras que vivem no sub-bosque de ambientes florestais, sendo estas muito sensíveis às perturbações ambientais, tornando-se menos abundantes e diversas em pequenos fragmentos florestais e áreas degradadas (Stouffer e Bierregaard, 995; Canaday, 997) (Foto ). Figura 07 iqueza de espécies de aves em cada categoria trófica, UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. 67

68 s aves onívoras utilizam diferentes itens alimentares, desde frutos, invertebrados e até mesmo pequenos vertebrados (Sick, 997). Desta forma, podem utilizar diferentes tipos de ambientes para forragear, inclusive aqueles antrópicos e perturbados, onde muitas outras espécies de aves tornam-se pouco abundantes (Motta-Júnior, 990; Johns, 99; Borges e Stouffer, 999). s aves frugívoras normalmente são mais susceptíveis à degradação ambiental, principalmente por serem mais dependentes de ambientes bem arborizados, onde a riqueza e abundância de árvores frutíferas são maiores (Bersier e Meyer, 99; Sick, 997). s aves frugívoras destacam-se como importantes agentes no processo de dispersão de sementes de diversas espécies de plantas, auxiliando na regeneração dos ambientes naturais. Vale ressaltar, no entanto, que as aves da família sittacidae são frugívoras predadoras de sementes, atuando no controle populacional de muitas espécies de plantas (Sick, 997) (Foto ). s aves granívoras estão representadas principalmente pelas famílias Columbidae, Thraupidae e asserellidae. Estas aves alimentam-se principalmente de sementes e grãos, com algumas espécies podendo tornar-se pragas em campos agrícolas e pastagens (Sick, 997; Marini, 00). s aves de hábitos carnívoros (gaviões, falcões e corujas) são naturalmente raras em comparação com outros grupos de aves, já que predadores tendem a ocupar grandes territórios e serem menos abundantes que suas presas, enquanto necrófagos são normalmente abundantes, mas representados por poucas espécies (Sick, 997). s aves piscívoras, malacófagas e nectarívoras (Foto ) são normalmente representadas por poucas espécies, dado o alto grau de especialização em suas dietas, aliado a natureza concentrada da distribuição dos recursos alimentares utilizados por elas. 68

69 Foto ica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros), espécie insetívora. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro de 0). Foto Jandaia-estrela (Eupsittula aurea), espécie frugívora. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). Foto Beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri serrirostris), espécie nectarívora. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). SENSIBILIDDE ÀS ETUBÇÕES MBIENTIS Neste estudo foram obtidos registros de espécies de baixa sensibilidade, 7 espécies de média sensibilidade e cinco espécies de alta sensibilidade às perturbações ambientais (Quadro 09; Figura 08; Fotos 5 e 6). Desta forma, a maioria das espécies de aves registradas durante o monitoramento pós-enchimento é comum em ambientes alterados, apresentando baixa sensibilidade às perturbações ambientais. Entre estas, ocorrem muitas espécies que podem ser consideradas comuns e generalistas, habitando especialmente áreas abertas, bordas de matas e áreas perturbadas. Destaca-se a ocorrência de um grande número de espécies na região que apresentam média sensibilidade às perturbações 69

70 ambientais, muitas das quais associadas a formações florestais estando sujeitas aos efeitos da perda de habitat e fragmentação florestal. Também ocorrem na região muitas espécies associadas a campos úmidos e brejos, ambientes ameaçados pela construção de hidrelétricas por serem frequentemente alagados com a formação de reservatórios. or fim, ocorrem na área quatro espécies com alta sensibilidade às perturbações ambientais, o mutum-de-penacho (Crax fasciolata), águia-cinzenta (U. coronata), araçari-castanho (teroglossus castanotis) e bandoleta (Cypsnagra hirundinacea). Figura 08 iqueza de espécies de aves de baixa, média e alta sensibilidade às perturbações ambientais, UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. 70

71 Foto 5 Tesoura-do-brejo (Gubernetes yetapa), espécie com baixa sensibilidade às perturbações ambientais: Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). Foto 6 Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus), espécie com baixa sensibilidade às perturbações ambientais. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). DEENDÊNCI DE MBIENTES FLESTDS Neste estudo foram obtidos registros de 96 espécies independentes de ambientes florestados, 6 espécies semidependentes e espécies dependentes destes ambientes (Silva, 995a) (Quadro 09; Figura 09; Fotos 7 e 8). Segundo Silva (995a; 997) a maioria das espécies de aves encontrada no Cerrado ocorre em ambientes florestais, sendo ao menos semidependentes de florestas. Entre as espécies de aves independentes de florestas, ocorrem na área principalmente aquelas comumente observadas em pastagens e áreas agrícolas, e diversas espécies associadas a ambientes úmidos, como brejos. Entre as aves semidependentes de florestas encontram-se muitas espécies que utilizam tanto áreas abertas quanto as bordas de florestas e cerrados fechados. s espécies dependentes de ambientes florestados normalmente são mais sensíveis às perturbações ambientais, pois não ocorrem com frequência fora de florestas e dificilmente atravessam longas distâncias em áreas abertas para se deslocar entre fragmentos florestais. Em função dessa dependência de habitat por parte de algumas espécies de aves, se faz necessária a conservação e reconexão das manchas remanescentes de matas estacionais, de Cerradão, Cerrado stricto sensu e veredas de buriti da região. Essa medida seria importante não só para as espécies de aves 7

72 mas também para mamíferos, répteis e anfíbios que possuem baixa capacidade de dispersão em matrizes inóspitas. Figura 09 - iqueza de espécies de aves independentes, semidependentes e dependentes de ambientes florestados, UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Foto 7 nu-preto (Crotophaga ani), espécie independente de ambientes florestados. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). Foto 8 Choca-do-planalto (Thamnophilus pelzeni), espécie dependente de ambientes florestados. Foto: Mauricio Neves Godoi. Campanha 8 (outubro 0). curva do coletor tendeu à estabilização (Figura 0) e a riqueza observada (0 espécies) correspondeu a 8,8% da riqueza estimada (Jack = espécies). Estes resultados indicam que o esforço amostral empregado foi suficiente para registrar a maior parte da 7

73 iqueza de espécies comunidade de aves das áreas com influência da UHE. orém, sempre podem ser encontradas novas espécies na medida em que mais esforço amostral é empregado. Nesta última etapa de campo, por exemplo, foram registradas sete novas espécies para a área de estudo iqueza observada iqueza estimada Número de amostras (áreas amostrais x amostragens por área) Figura 0 iqueza observada e estimada da avifauna na fase pós-enchimento nas áreas com influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. baixo são apresentados os dados de abundância e riqueza observada de espécies em cada área amostral (Tabela 0; Figura ). Em todas as áreas foram encontrados maiores valores de riqueza, abundância e diversidade de espécies na estação chuvosa, porém a equabilidade variou pouco entre as estações (Tabela 0). s áreas e apresentaram maior abundância e riqueza de espécies, com apresentando valores intermediários e baixos valores de riqueza e abundância. s áreas e apresentam grande diversidade de habitats, com áreas de Cerrado stricto sensu, matas aluviais e brejos, permitindo a ocorrência de muitas espécies típicas de florestas e áreas abertas, tanto secas quanto úmidas. diversidade de habitats, bem como a grande extensão de áreas de vegetação nativa preservadas, também explicam a grande diversidade de aves na área. Finalmente, a área apresentou baixa diversidade de 7

74 aves por se tratar de um fragmento pequeno e com baixa diversidade de habitats, sendo composto por Cerradão e Cerrado stricto sensu mais fechado. Tabela 0 arâmetros calculados a partir dos resultados obtidos durante as oito campanhas de monitoramento da avifauna (fase pós-enchimento) nas áreas com influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, Mato Grosso do Sul. Áreas amostrais Estação bundância iqueza Diversidade (H') Equabilidade (J') CHUV SEC TTL CHUV SEC TTL CHUV SEC TTL CHUV SEC TTL Figura - bundância e riqueza observada de espécies nas áreas amostrais utilizadas para o monitoramento da avifauna na fase pós-enchimento nas áreas com influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. 7

75 Em relação à similaridade, o Índice de Bray-Curtis demonstrou a formação de dois grupos: as áreas e (grupo ), bem como áreas e (grupo ) apresentaram maior índices de similaridade entre si (mais de 50%) (Figura ). s áreas e formam um grande bloco na paisagem, com grandes áreas de mata, cerradões, Cerrado stricto sensu, brejos e veredas. or ser uma única unidade de habitat natural, estas áreas amostrais podem ter grande similaridade em suas comunidades de aves. s áreas e também apresentaram alta similaridade, possivelmente por apresentarem muitas espécies generalistas em comum, especialmente àquelas que ocupam bordas de mata e Cerrado. Figura Similaridade das comunidades de aves entre as áreas amostrais utilizadas para o monitoramento da avifauna na fase pós-enchimento nas áreas com influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, Mato Grosso do Sul. presenta-se a seguir discussão sobre a ocorrência de espécies raras, endêmicas, ameaçadas de extinção, xerimbabos, cinegéticas registradas em todo monitoramento. ESÉCIES MEÇDS E ENDÊMICS Quatro espécies registradas na área são consideradas ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção: a ema (hea americana), o papagaio-galego (lipiopsitta xanthops) e a cigarra-docampo (Neothraupis fasciata) constam na categoria Quase ameaçada em nível global (Birdlife International, 009; IUCN, 0), enquanto a águia-cinzenta (Urubitinga coronata) é 75

76 considerada Em erigo em nível global (Birdlife International, 009; IUCN, 0) e Vulnerável no Brasil (Silveira e Straube, 008) (Quadro 09; Fotos 9 e 0). Estas quatro espécies são habitantes de ambientes savânicos, como campos e cerrados abertos, sendo a ema e o papagaio-galego abundantes na porção sul-mato-grossense da Bacia do lto io araná, enquanto a cigarra-do-campo e a águia-cinzenta parecem ser regionalmente raras (Godoi et al., 0; Godoi et al., 0). perda de habitats savânicos, em especial campestres, pode ser apontada como o principal fator de ameaça para estas espécies no Cerrado, aliado a coleta de ovos e filhotes, nos casos da ema e papagaio-galego, e abate por populações rurais em função da predação de animais de criação de pequeno porte, no caso da águia-cinzenta. Na área da UHE São Domingos a formação do reservatório acarretou perda de habitats para essas espécies, no entanto, a presença das mesmas durante o monitoramento pós-enchimento indica que a área de influência da UHE ainda é utilizada como habitat pelas populações. Foram registradas seis espécies endêmicas do Cerrado (Silva, 995b,c, 997): papagaiogalego (lipiopsitta xanthops) (Foto ), chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris), soldadinho (ntilophia galeata) (Foto ), gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus), bico-de-pimenta (Saltatricula atricollis) e pula-pula-de-sobrancelha (Myiothlypis leucophrys). Uma espécie é considerada endêmica da Mata tlântica (Goerck, 997; Brooks et al., 999): o surucuá-variado (Trogon surrucura). presença das espécies endêmicas do Cerrado aponta a prevalência deste domínio fitogeográfico na região, sendo todas estas espécies endêmicas relativamente comuns na área de estudo, assim como em outras regiões de Cerrado no Mato Grosso do Sul (Godoi et al., 0). presença de uma espécie endêmica da Mata tlântica evidencia a influência deste domínio sob a biogeografia do Cerrado, em especial sob as florestas estacionais e ripárias do Brasil central. 76

77 Foto 9 Águia-cinzenta (Urubitinga coronata), espécie campestre ameaçada de extinção registrada na primeira campanha de campo. Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto 0 Cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata), espécie savânica quase ameaçada de extinção registrada na quarta campanha de campo. Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto apagaio-galego (lipiopsitta xanthops), espécie endêmica do Cerrado e quase ameaçada em escala global registrada em quase todas as campanhas de campo. Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto Soldadinho (ntilophia galeata), espécie endêmica do Cerrado registrada em todas as campanhas de campo. Foto: Mauricio Neves Godoi. ESÉCIES CINEGÉTICS E XEIMBBS tenção especial deve ser dada à ocorrência de espécies cinegéticas (utilizadas como alimento), como o jaó (Crypturellus undulatus), inhambu-chororó (Crypturellus parvirostris), perdiz (hynchotus rufescens), codorna-amarela (Nothura maculosa), pato-do-mato (Cairina moschata), jacupemba (enelope superciliares), mutum-de-penacho (Crax fasciolata), ou visadas como animais de estimação, podendo inclusive, serem vítimas do tráfico de animais silvestres (xerimbabos), como a arara-canindé (ra ararauna) (Foto ), papagaio-galego (. xanthops), papagaio-verdadeiro (mazona aestiva) (Foto ), tucano-toco (amphastos 77

78 toco), sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola) e curió (Sporophila angolensis) (ENCTS, 0). maioria destas espécies tem sofrido uma nítida redução populacional em praticamente toda a sua área de distribuição em função de perda de habitat, mas também devido ao excesso de caça e coleta (Sick, 997; IUCN, 0). Foto rara-canindé (ra ararauna), espécie comumente capturada e vendida no tráfico de animais silvestres e registrada em todas as campanhas de campo na UHE São Domingos. Foto: Mauricio Neves Godoi. Foto apagaio-verdadeiro (mazona aestiva), espécie comumente capturada e vendida no tráfico de animais silvestres e registrada em quase todas as campanhas de campo da UHE São Domingos. Foto: Mauricio Neves Godoi. 5.. Comparações com os esultados do Monitoramento da Fase réenchimento e com os Estudos do EI Considerando os estudos do EI e dos monitoramentos das fases pré e pós-enchimento foram registradas 6 espécies de aves, pertencentes a 5 ordens e 5 famílias nas áreas de influência da UHE São Domingos (Quadro 0). No EI foram registradas 0 espécies, das quais sete exclusivas a este estudo. No monitoramento pré-enchimento foram registradas 5 espécies, com amostradas somente nesta fase, e no monitoramento pós-enchimento 0 espécies, sendo 5 registradas somente neste período (Quadro 0; Figura ). 78

79 Quadro 0 - Composição e abundância das espécies de avifauna registradas durante os estudos do EI, Monitoramento ré-enchimento e monitoramento pós-enchimento realizados nas áreas de influência da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Legenda: *Espécies ameaçadas de extinção, nível nacional e/ou global. Endemismo: CE (endêmicas do Cerrado), M (endêmicas da Mata tlântica). Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento HEIFMES heidae hea americana* ema X X X TINMIFMES Tinamidae Crypturellus undulatus jaó X X X Crypturellus parvirostris inhambu-chororó X X X hynchotus rufescens perdiz X X Nothura maculosa codorna-amarela X X X NSEIFMES natidae Cairina moschata pato-do-mato X X X mazonetta brasiliensis ananaí X X X Dendrocygna viduata irerê X X GLLIFMES Cracidae enelope superciliares jacupemba X X X Crax fasciolata mutum-de-penacho X X X 79

80 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento CICNIIFMES Ciconiidae Jabiru mycteria tuiuiú X SULIFMES halacrocoracidae halacrocorax brasilianus biguá X X nhingidae nhinga anhinga biguatinga X X ELECNIFMES rdeidae Tigrisoma lineatum socó-boi X X Butorides striata socozinho X X Bubulcus ibis garça-vaqueira X X X rdea cocoi garça-moura X X rdea alba garça-branca-grande X X Egretta thula garça-branca-pequena X X Syrigma sibilatrix maria-faceira X X X Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis coró-coró X X X Theristicus caudatus curicaca X X X CTHTIFMES 80

81 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Cathartidae Catharters aura urubu-de-cabeça-vermelha X X X Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela X X Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X X X Sarcoramphus papa urubu-rei X CCIITIFMES andionidae andion haliaetus águia-pescadora X ccipitridae Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza X Elanoides forficatus gavião-tesoura X Elanus leucurus gavião-peneira X X ccipiter striatus gavião-miudo X Ictinia plumbea sovi X X osthramus sociabilis gavião-caramujeiro X Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo X Heterospizias meridionalis gavião-caboclo X X X Urubitinga coronata* águia-cinzenta X upornis magnirostris gavião-carijó X X X Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco X X GUIFMES 8

82 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento allidae ramides cajaneus saracura-três-potes X X X orzana albicollis sanã-carijó X X Laterallus melanophaius sanã-parda X ardirallus nigricans saracura-sanã X CHDIIFMES Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero X X X ecurvirostridae Himantopus melanurus pernilongo-de-costas-branca X Jacanidae Jacana jacana cafezinho X X CLUMBIFMES Columbidae Columbina talpacoti rolinha-caldo-de-feijão X X X Columbina squammata fogo-apagou X X X Columbina picui rolinha-picui X Claravis pretiosa pararu-azul X atagioenas picazuro asa-branca X X X atagioenas cayennensis pomba-galega X X X Zenaida auriculata pomba-de-bando X X 8

83 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Leptotila verreauxi juriti-pupu X X Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira X CUCULIFMES Cuculidae iaya cayana alma-de-gato X X X Coccyzus melacoryphus papa-lagarta-acanelado X Crotophaga ani anu-preto X X X Guira guira anu-branco X X X Tapera naevia saci X STIGIFMES Strigidae Megascops choliba corujinha-do-mato X Glaucidium brasilianum caburé X thene cunicularia coruja-buraqueira X X X CIMULGIFMES Nyctibiidae Nyctibius griseus mãe-da-lua X Caprimulgidae ntrostomus rufus joão-corta-pau X X Chordeiles nacunda corucão X Hydropsalis albicollis bacurau X X X 8

84 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Hydropsalis torquata bacurau-tesoura X X DIFMES podidae Cypseloides senex taperuçu-velho X Tachornis squamata andorinhão-do-buriti X X Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal Trochilidae Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta X X haethornis pretrei rabo-branco-acanelado X X X Eupetomena macroura beija-flor-tesoura X X X ntracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta X Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho X Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho X X Thalurania furcata beija-flor-tesoura-verde X Hylocharis chrysura beija-flor-dourado X X mazilia fimbriata beija-flor-de-gargante-verde X X X TGNIFMES Trogonidae Trogon surrucura M surucuá-variado X Trogon curucui surucuá-de-barriga-vermelha X CCIIFMES 8

85 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento lcedinidae Megaceryle torquata martim-pescador-grande X X X Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno X X Chloroceryle amazona martim-pescador-verde X X X Momotidae Momotus momota udu-de-coroa-azul X X X GLBULIFMES Galbulidae Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva X X X Bucconidae Nystalus striatipectus rapazinho-do-chaco X Nystalus chacuru joão-bobo X X Monasa nigrifrons chora-chuva-preto X X ICIFMES amphastidae amphastos toco tucano-toco X X X teroglossus castanotis araçari-castanho X X X icidae icumnus albosquamatus pica-pau-anão-escamado X X Melanerpes candidus bilro X X Veniliornis passerinus picapauzinho-anão X X X 85

86 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado X X Colaptes campestris pica-pau-do-campo X X X Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela X X Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca X X X Campephilus melanoleucus pica-pau-de-topete-vermelho X X CIMIFMES Cariamidae Cariama cristata seriema X X X FLCNIFMES Falconidae Caracara plancus carcará X X X Milvago chimachima carrapateiro X X X Herpetotheres cachinnans acauã X X Micrastur semitorquatus falcão-relógio X Falco sparverius quiriquiri X X X Falco femoralis falcão-de-coleira X X SITTCIFMES sittacidae ra ararauna arara-canindé X X X rhopsittaca manilatus maracanã-do-buriti X X Diopsittaca nobilis maracanã-pequena X X X 86

87 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento sittacara leucophthalmus periquitão-maracanã X X Eupsittula aurea jandaia-estrela X X X Brotogeris chiriri periquito-de-encontro-amarelo X X X lipiopitta xanthops* CE papagaio-galego X X X mazona aestiva papagaio-verdadeiro X X X SSEIFMES Thamnophilidae Thamnophilus doliatus choca-barrada X X X Thamnophlius pelzeni choca-do-planalto X X Taraba major choró-boi X X Formicivora rufa papa-formiga-vermelho X X Dysithamnus mentalis choquinha-lisa X Herpsilochmus longirostris CE chorozinho-de-bico-comprido X X Dendrocolaptidae Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde X X Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-do-cerrado X X X Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande X X Campylorhamphus trochilirostris arapaçu-beija-flor X Furnariidae Furnarius rufus joão-de-barro X X X hacellodomus rufifrons joão-de-pau X 87

88 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Synnalaxis albescens ui-pí X X Synnalaxis frontalis petrim X X Certhiaxis cinnamomeus curutié X ipridae ntilophia galeata CE soldadinho X X Neopelma pallescens fruxu-do-cerradão X X Tityridae Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto X achyramphus polychopterus caneleiro-preto X X achyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto X hynchocyclidae Leptopogon amaurocephalus cabeçudo X Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta X X Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio X X Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-olho-de-ouro X X Tyrannidae Camptostoma obsoletum risadinha X X Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela X X X Suiriri suiriri suiriri-cinzento X Myiopagis gaimardii maria-pechim X Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta X X 88

89 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Myiopagis viridicata guaracava-de-crista-alaranjada X haeomyias murina bagageiro X X Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata X Myiarchus swainsoni irré X Myiarchus ferox maria-cavaleira X X X Myiarchus tyrannulus maria-cavaleira-de-raboenferrujado X X X Casiornis rufus caneleiro X X X itangus sulphuratus bem-te-vi X X X hilohydor lictor bentevizinho-do-brejo X Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro X X X Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado X Megarynchus pitangua neinei X X X Myiozetetes cayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea X X X Tyrannus melancholicus suiriri X X Tyrannus albogularis suiriri-de-garganta-branca X X Tyrannus savana tesourinha X Empidonomus varius peitica X Colonia colonus viuvinha X Myiophobus fasciatus filipe X yrocephalus rubinus verão X X 89

90 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento rundinicola leucocephala freirinha X X Gubernetes yetapa tesoura-do-brejo X X X Lathrotriccus euleri enferrujado X Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu X X Knipolegus lophotes maria-preta-de-penacho X Xolmis cinereus primavera X X Xolmis velatus maria-branca X X Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari X X X Vireo chivi juruviara X Corvidae Cyanocorax cristatellus CE gralha-do-campo X X X Hirundinidae rogne tapera andorinha-do-campo X X X ygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa X Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora X X X Tachycineta albiventer andorinha-do-rio X Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco X X X Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra X X Cantorchilus leucotis garrinchão-de-barriga-vermelha X 90

91 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Donacobiidae Donacobius atricapilla japacanim X olioptilidae olioptila dumicola balança-rabo-de-máscara X X X Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira X X X Turdus leucomelas sabiá-barranco X X Turdus amaurochalinus sabiá-poca X Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo X X X Motacillidae nthus lutescens caminheiro-zumbidor X asserellidae mmodramus humeralis tico-tico-do-campo X X X rremon flavirostris tico-tico-de-bico-amarelo X arulidae Setophaga pitiayumi mariquita X Geothlypis aequinoctialis pia-cobra X Basileuterus culicivorus pula-pula-barriga-branca X X Myiothlypis flaveolus canário-do-mato X X Myiothlypis leucophrys CE pula-pula-de-sobrancelha X 9

92 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Icteridae Cacicus cela xexéu X Icterus pyrrhopterus encontro X X Gnorimopsar chopi pássaro-preto X X X seudoleistes guirahuro chopim-do-brejo X X X Molothrus bonariensis chopim X X Molothrus rufoaxillaris vira-bosta-picumã X Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul X Thraupidae Coereba flaveola cambacica X X Saltator similis trinca-ferro X X Saltatricula atricollis CE bico-de-pimenta X X Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto X X Cypsnagra hirundinacea bandoleta X X Tachyphonus rufus pipira-preta X X amphocelus carbo pipira-vermelha X Lanio cucullatus tico-tico-rei X X Lanio penicillatus pipira-da-taoca X Tangara sayaca sanhaçu-cinzento X X X Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro X X X Tangara cayana saíra-amarela X X X 9

93 Táxon (DEM, Família, Espécie) Nome opular EI Monitoramento ré-enchimento Monitoramento ós-enchimento Neothraupis fasciata* cigarra-do-campo X aroaria coronata cardeal X Dacnis cayana saí-azul X X Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor X Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto X X Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro X X X Emberizoides herbicola canário-do-campo X X Volatinia jacarina tiziu X X X Sporophila plumbea patativa X X Sporophila caerulescens coleirinha X Sporophila leucoptera chorão X Sporophila angolensis curió X Fringillidae Euphonia chlorotica vivi X X iqueza Total

94 Figura - iqueza de espécies e número de espécies exclusivas de aves registradas no Estudo de Impacto mbiental (EI) e nos estudos de monitoramento pré-enchimento e pós-enchimento do reservatório da UHE São Domingos, instalada no io Verde, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Não houve variações significativas na riqueza de espécies de aves registradas por campanha de campo durante todos os estudos realizados com a avifauna da UHE São Domingos (Figura ). parentemente, a riqueza de espécies apresentou apenas pequenas flutuações temporais, sendo que estas podem ser decorrentes tanto de diferenças na detectabilidade das aves em função dos estudos terem sido conduzidos por diferentes pesquisadores, quanto em função de variações naturais da comunidade, decorrentes de aspectos bióticos ou abióticos. Dentre os aspectos abióticos destaca-se o aspecto climático. menor valor de riqueza observado, por exemplo, ocorreu na ª campanha do monitoramento pós-enchimento, quando as temperaturas pela manhã caíram abaixo dos 0 C, fazendo com que muitas espécies de aves reduzissem sua atividade, impossibilitando a detecção. 9

95 Figura - iqueza de espécies de aves registradas no Estudo de Impacto mbiental (EI) e nas campanhas de monitoramento pré-enchimento (É) e pós enchimento (ÓS) do reservatório da UHE São Domingos, municípios de Água Clara e ibas do io ardo, MS. Nos estudos realizados nas áreas de influência da UHE São Domingos antes do enchimento do reservatório foram registradas 0 espécies que não foram registradas posteriormente nos estudos pós-enchimento (Quadro 0). Estas espécies são: gavião-tesoura (Elanoides forficatus), gavião-caramujeiro (osthramus sociabilis), cafezinho (Jacana jacana), rolinhapicui (Columbina picui), corujinha-do-mato (Megascops choliba), joão-corta-pau (ntrostomus rufus), taperuçu-velho (Cypseloides senex), falcão-relógio (Micrastur semitorquatus), arapaçu-beija-flor (Campylorhamphus trochilirostris), cuturié (Certhiaxis cinnamomeus), bentevizinho-do-brejo (hilohydor lictor), viuvinha (Colonia colonus), freirinha (rundinicola leucocephala), enferrujado (Lathrotriccus euleri), andorinha-do-rio (Tachycineta albiventer), garrinchão-de-barriga-vermelha (Cantorchilus leucotis), japacanim (Donacobius atricapilla), sabiá-poca (Turdus amaurochalinus), mariquita (Setophaga pitiayumi), xexéu (Cacicus cela), cambacica (Coereba flaveola), pipira-preta (Tachyphonus rufus), pipira-vermelha (amphocelus carbo) e cardeal (aroaria coronata). maioria destas espécies é comum na Bacia do lto io araná (Godoi et al., 0) e podem não ter sido registradas na área após o enchimento da barragem por apresentarem comportamento errático e/ou migratório (E. forficatus, C. colonus e T. amaurochalinus) ou por não terem sido amostrados habitats adequados para sua ocorrência, como lagoas (J. 95

RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS

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