TRABALHO CONJUNTO NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: PIBID E MAIS EDUCAÇÃO EM UMA ESCOLA RURAL

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1 ISSN TRABALHO CONJUNTO NA INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: PIBID E MAIS EDUCAÇÃO EM UMA ESCOLA RURAL Carine Cambri Moreira Instituto Federal Farroupilha- Campus São Borja carinecambri@hotmail.com Iane Ferreira Alves Instituto Federal Farroupilha- Campus São Borja ianeferreiraalves@hotmail.com Cristiane da Silva Stamberg Instituto Federal Farroupilha- Campus São Borja cristiane.stamberg@iffarroupilha.edu.br Rosangela Peixoto Ceretta Escola Estadual de Ensino Fundamental Franco Baglioni ropeixoto13@hotmail.com Resumo Essa proposta de pôster apresenta a experiência de licenciandas em Matemática em atuação na educação básica rural, nos programas Mais Educação e PIBID. Esse trabalho tem como objetivo a demonstração de um trabalho conjunto em uma escola rural, onde se realizam atividades relevantes e adaptadas ao meio rural, que interessem e incentivem os educandos, que colabore com a formação deles, sendo um auxílio e amparo ao ensino dos professores de todas as áreas do conhecimento que atuam na escola. Também ressaltamos a experiência obtida pelas licenciandas com o trabalho realizado, o conhecimento e compreensão que se adquire do meio escolar e docente e principalmente, por ser uma escola localizada no meio rural, a instrução da valorização deste meio, da escola e das crianças e jovens rurais. Por isso, que relatamos nossa vivência como oficineiras do Mais Educação e bolsistas do PIBID, simultaneamente. Efetuamos nosso trabalho sempre unindo os programas, as disciplinas, valorizando o meio social dos alunos, e sempre contamos com o apoio dos profissionais da escola, fizemos atividades diferenciadas com os alunos, que vão desde aulas teóricas de apoio aos conteúdos que estudam em sala de aula, até práticas o ar livre e jogos, sempre os incentivamos a examinar a assiduidade, a busca por maior conhecimento e a valorização da Educação Matemática e de sua escola.

2 Palavras-chave: educação rural; matemática; licenciatura. Introdução O ensino rural sempre precisou de um maior amparo para poder se desenvolver com maior qualidade estrutural e de ensino. As escolas rurais sempre enfrentam difíceis batalhas para conseguir obter melhorias, apoio e incentivo na sua educação, como corpo docente, funcionários, adaptações estruturais ao meio rural, entre outros. Conforme Etchebéhère Júnior e Barros (2009), as escolas nem sempre contém um ambiente estimulante para os alunos, são bem claras as deficiências do ensino público, porém para grande parte da população as deficiências encontradas são ainda maiores, como o caso da população de periferia e do campo. Na realidade, a escola rural mantém a organização do ensino dissociada do contexto, até os dias atuais. Muito pouco foi pensado e realizado, no sentido de privilegiar a identidade própria e a qualidade do ensino rural; o que tem sido feito é a sua adequação ao ensino urbano formal. (CARMO, 2011, p. 60) Assim, o ensino rural deve ser tratado com maior cautela, pois contém alunos que vivem na zona rural, com grande abrangência de diversidade social e familiar, e estes alunos contém grandes incógnitas e dúvidas, por morar na zona rural, por não ter boas condições de vida, e condições de acesso aos bens e serviços. Com essa realidade, a educação rural se torna ainda mais importante, e com intuito de dar a devida atenção aos alunos interioranos, que existe na Escola Estadual de Ensino Fundamenta Franco Baglioni, localizada no interior de São Borja, a junção de dois programas que auxiliam no ensino das crianças e adolescentes rurais, o Programa Mais Educação e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), e é a experiência de junção destes em uma escola rural que relatamos, através de bolsistas e oficineiras que trabalham unindo os programas, as disciplinas, as práticas pedagógicas, e sempre evidenciando a Educação Matemática nesse processo, para incluir o aluno à escola, e também a matemática ao gosto dele. 2

3 A união dos programas se traduz na experiência de aplicar o que analisamos com o PIBID em sala de aula, com a ajuda que damos aos alunos e à professora durante as aulas de matemática, na nossa oficina do Mais Educação que é o Apoio Pedagógico, sempre aplicamos aulas de reforço, não apenas de matemática, que envolvem os conteúdos que os alunos recebem, e sempre dinamizamos, fizemos jogos, aulas fora da sala de aula, onde os alunos se envolvem, discutem os assuntos, as hipóteses para resolver as atividades, os problemas. Buscamos o empenho dos alunos, a criticidade, a problematização deles, em relação à aula, aos assuntos abordados, ao meio em que vivem, assim busca-se uma educação que seja crítica, cuja característica central é a problematização dos conhecimentos. Problematizar implica discutir os conteúdos de forma a gerar indagações e não de forma enciclopédica e mecânica (PARANÁ, 2006, p. 30). Conhecendo os programas, os projetos e a realidade da escola rural Para iniciar, destacamos os conceitos e características dos programas em quais atuamos na escola rural, através desses princípios que seguimos nosso trabalho com os alunos do ensino fundamental da escola. O Programa Mais Educação quer evidenciar: [...] uma educação que busque superar o processo de escolarização tão centrado na figura da escola. A escola, de fato, é o lugar de aprendizagem legítimo dos saberes curriculares e oficiais na sociedade, mas não devemos tomá-la como única instância educativa. Deste modo, integrar diferentes saberes, espaços educativos, pessoas da comunidade, conhecimentos... é tentar construir uma educação que, pressupõe uma relação da aprendizagem para a vida, uma aprendizagem significativa e cidadã. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2014) Com os objetivos do Mais Educação, que buscamos nas oficinas do Apoio Pedagógico que gerenciamos, a integração e inclusão dos alunos, com eles estando em turno integral na escola, nas aulas, além de ensinar, de apoiar pedagogicamente, também devemos transmitir a eles saberes sociais, trabalhar práticas diferenciadas, fazê-los inclusos na sociedade atual e moderna, mesmo estando na zona rural. 3

4 Com o PIBID, trabalhamos a nossa formação, atuamos no PIBID Matemática do Instituto Farroupilha de São Borja, e no trabalho ajudamos a professora regente em sala de aula, elaboramos os jogos, as práticas pedagógicas matemáticas que passamos aos alunos, na maioria das vezes, nas oficinas do Mais Educação. E com a elaboração e utilização dessas práticas dentro de uma escola, realizamos os objetivos do PIBID, que se destaca: Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem. (CAPES, 2014) Com a realização das propostas e objetivos dos programas, na escola rural, nos incluímos ainda mais na realidade docente, escolar e profissional. De modo a enriquecer ainda mais o nosso ponto de vista de uma experiência desafiadora de iniciação à docência, que temos enquanto licenciadas, nos programas Mais Educação e PIBID, e podemos evidenciar a expansão de conhecimentos que estamos adquirindo para a realização de atividades extracurriculares, e consequentemente, o incentivo ao desenvolvimento social, cultural e erudito do aluno. A vivência escolar contribui também para uma maior abrangência de conhecimentos em relação aos métodos de ensino e aprendizagem, as melhores metodologias para utilizar em sala de aula, que de maneira inovadora podem estar vinculadas a um principal ponto de base que, conforme Ministério da Educação (2014), são os macrocampos, que estão subdivididos em: Acompanhamento Pedagógico; Educação Ambiental; Esporte e Lazer; Direitos Humanos em Educação; Cultura e Artes; Cultura Digital; Promoção da Saúde; Comunicação e Uso de Mídias; Investigação no Campo das Ciências da Natureza e Educação Econômica. Onde, com a utilização destes, todos os envolvidos são favorecidos com oficinas que visam dar apoio a um desenvolvimento mais somatório e satisfatório em turno integral do que o desenvolvimento geralmente obtido em aulas tradicionais, pois, as ferramentas utilizadas para o processo de ensino-aprendizagem do educando têm uma visão 4

5 mais lúdica e prazerosa tanto no Programa Mais Educação quanto no PIBID. Visto também que os docentes de suas respectivas áreas teriam mais tempo para elaborar e executar sua metodologia de ensino, individualmente e em ações multidisciplinares ou interdisciplinares. Em nossa realidade de atuação escolar, elaboramos as atividades com os alunos sempre unindo as áreas do conhecimento, e os professores efetivos da escola nos orientando em relação às dificuldades, dúvidas e anseios dos estudantes no dia-a-dia e durante as atividades, nós de maneira prática e lúdica, nos esforçamos para transmitir os conhecimentos aos alunos, saciando as incertezas dos discentes, enquanto conteúdos, vivências e valorização de seus entornos. Um exemplo dessa realidade é a gincana realizada com os educandos que exigiu grande envolvimento e tempo disponível de toda equipe docente da escola, e nela desenvolvemos atividades interdisciplinares, de conhecimentos gerais, sociais e culturais, e os alunos desenvolveram todos os preparativos com o apoio dos programas. Por estarmos inseridas no contexto matemático da educação, em nossos métodos de ensino, sempre incluímos a Educação em Matemática nas práticas ou teorias que cumprimos na escola. Para, além de buscarmos a qualidade do ensino, a assiduidade do educando, e a valorização e inclusão do meio rural, também possamos transmitir a importância do saber matemático na vida escolar, familiar e social do discente. Conclusões e resultados parciais A partir de nossa vivência, que se iniciou no início deste ano letivo, e estende-se até o final, na Escola Franco Baglioni, portadora de um pequeno corpo de discentes, docentes e funcionários, localizada no interior de São Borja, com todos os alunos do ensino fundamental da escola, em que a grande maioria destes educandos são moradores da zona rural e agregados do Movimento Sem Terra do município, já percebemos um grande 5

6 avanço em nossa aprendizagem como alunas em formação inicial, e também no processo cognitivo dos alunos. Realizamos gincana interdisciplinar, jogos pedagógicos e infantis, práticas ao ar livre de conteúdos matemáticos que fazem parte do currículo disciplinar dos alunos, auxílio aos professores e inserção na programação geral da escola. E no feitio dessas atividades, nos vimos bastante acolhidas e incentivadas, por ser um pequeno ambiente escolar, o que também nos facilitou na apresentação de nossas estratégias didáticas, de nossas atividades práticas, no depósito de confiança em nossas ações, na colaboração com matérias e ampliação de tempos e espaços no ambiente escolar. Os alunos recebem nossas propostas com certo receio, mas compreendem a atividade e realizam as ideias e estratégias com sucesso, mostram um grande interesse por alcançar a proposta e, expandem suas experiências estando dentro de realidade rural, pois pretendem ali permanecer e contribuir para o desenvolvimento de sua sociedade e escola, com o incentivo que recebem nos ensinamentos escolares. Porém, apresentam algumas dificuldades na realização das atividades propostas, como a interpretação textual e matemática, o raciocínio lógico, a relação entre temáticas propostas, entre outros, mas buscam suprir com esforço e dedicação. Para finalizar, relatamos que, apesar dos alunos apresentarem certas dificuldades na realização e desenvolvimento de conteúdos e atividades, buscamos promover um incentivo que sempre é bem aceito por eles, com o intuito de realizar e concluir as atividades com êxito. Referências CAPES. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Disponível em: Acesso em: 03/junho/

7 CARMO, Rosangela Branca do. Memórias e Representações de Pais do Meio Rural sobre a escola. Doutorado em Educação. Instituição de Ensino: Universidade Federal Fluminense, Biblioteca Depositária: BCG, ETCHEBÉHERÈ JÚNIOR, Lincon; BARROS, Sandra Silva de; Projetos de valorização do ensino rural e as políticas públicas. Pesquisa em Debate, edição especial, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plano de Desenvolvimento da Educação: Programa Mais Educação Passo a Passo Disponível em: Acesso em: 02/junho/2014. PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação do campo. Curitiba: SEED-PR,