Aula 04 DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
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1 Turma e Ano: Master B Matéria /Aula: ECA Direito à educação em conjunto com a lei de diretrizes e bases, direito ao trabalho em comparação ao texto constitucional e consolidação das leis trabalhistas e prevenção geral e especial. Professora: Angela Silveira Monitora: Kathleen Feitosa Aula 04 DIREITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER O direito à educação é fundamental público subjetivo, de acordo com a Constituição Federal, e possui alguns princípios básicos, como a igualdade entre todos os alunos, oportunidade e garantia de acesso e permanência na escola. Nesse sentido, o direito à educação não se resume ao acesso à escola, mas também todos os instrumentos necessários ao seu desenvolvimento. Ressalta-se que o ECA não impediu a expulsão dos alunos do colégio. Na verdade, o que é vedado é o afastamento da criança à educação, entretanto, caso o colégio julgue necessário, a criança poderá sim ser desligada da instituição e inserida em outra. A escola apenas poderá se recusar a permanecer com aluno diante de sua conduta, sendo vedado o desligamento por fatos alheios ao aluno, como falta de pagamento de mensalidade, por exemplo 1. Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I igualdede de condições para acesso e permanência na escola; II direito de ser respeitado por seus educadores; III direito de constestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV direito de organização e participação em entidades estudantis; V acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. De acordo com a lei de diretrizes e bases, cada escola formulará seu próprio regulamento, elaborado em conjunto com os educadores que nela trabalham e a comunidade que por ela é atendida. 1 A escola pode se recusar a renovar a matrícula em caso de não pagamento, contudo, somente após o encerramento daquele ano letivo, a fim de diminuir os prejuízos ao aluno.
2 O Estado não pode arguir reserva do possível para negas à crianças e adolescentes acesso à educação, uma vez que se trata de direito público e subjetivo. É importante destacar o princípio da municipalização, segundo o qual, em um primeiro momento, o responsável pela garantia desse direito é o município. Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II progressiva extensão de obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequencia à escola. Os pais e responsáveis têm a obrigação de matricular os menores na escola, sob pena de incorrerem no art. 246/CP 2 abandono intelectual de incapaz. Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I maus-tratos envolvendo seus alunos; II reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III elevados níveis de repetência. A comunicação da escola ao Conselho Tutelar deve ser feita em tempo hábil a possibilitar a reintegração da criança no ambiente escolar, sem prejuízo do seu ano letivo, bem como permitir que o Conselho proceda com as atitudes necessárias ao suporte e acompanhamento dessa família. Essa comunicação, ainda, não é condição objetiva de procedibilidade porque é possível ingressar com ação de representação por descumprimento dos deveres do poder familiar 2 Art. 246/CP Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar: Pena detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
3 sem necessidade de comunicação prévia ao Conselho Tutelar, uma vez que não é ela quem caracteriza a omissão dos pais e sim os fatos. A educação inclui o ensinamento de valores culturais, artísticos e históricos da comunidade em que a criança está inserida, bem como o estímulo à cultura, ao esporte e ao lazer. DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO Só é permitido o trabalho do menor a partir de 16 anos e, expecionalmente, na condição de aprendiz a partir de 14 anos, sendo vedado qualquer tipo de trabalho a adolescentes menores que essa idade. O aprendiz para esses fins é entendido como aprendizado vinculado a curso técnico, de modo que a prática do aprendiz serve de complemento ao estudo teórico do curso profissionalizante. O trabalho dos menores de idade é regido pela CLT e não pelo ECA, como bem esclarece o art. 61: a proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem. Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. A bolsa de apredizagem, a que se refere o art. 64, é o equivalente ao salário do menor que, uma vez que não é trabalhador, não faz jus ao salário nesses termos, sendo o nome técnico correto bolsa. Já os direitos previdenciários citados no art. 65 dizem respeito a todos aqueles que não se referirem à aposentadoria! Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I noturno, realizado entre as vinte e duas horar de um dia e as cinco horas do dia seguinte 3 ; 3 Importante destacar que esse período abrange o deslocamento do menor até o local de trabalho e o regresso para casa.
4 II perigoso, insalubre ou penoso; III realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social 4 ; IV realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. No caso específico dos atores mirins, menores de 14 anos, é ponto pacífico que não se trata de trabalho e sim de participação em peças teatrais e programas, contudo, depende de autorização judicial através de alvará. Não há contrato de trabalho. Isso porque a arte imita fatos da vida, fazendo necessária a participação de crianças, desde que tomadas as devidas cautelas. O alvará é concedido por juiz da Vara da Infância e Juventude, mas há projetos de lei que propõem que a competência passe a ser do juiz do trabalho, o que a professora concorda, uma vez que esse magistrado está mais integrado com as relações de trabalho e seus possíveis abusos. DA PREVENÇÃO sociedade. Prevenção Geral 5 : obrigação solidária de todos os indivíduos e instituições da do adolescente. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e A Lei /14 ( lei da palmada ) visa estabelecer o que é excessivo no comportamento social de educação dos filhos. Fato é que a referida lei não revogou o art. 136/CP 6, mas sim estabeleceu o que é considerado excesso; apenas complementou o dispositivo que dava margem a interpretações subjetivas. Atenção: o parágrafo único do art. 18-B do ECA estabelece que as medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais, todavia, o Conselho não pode aplicar qualquer punição sem o devido processo legal. Art. 70-A, parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção. 4 Tais locais prejudiciais são determinados pela CLT. 5 Importante ler os artigos 70-A e 70-B, assim como os demais artigos do capítulo. 6 Art. 136/CP Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.
5 As regras de prevenção não são taxativas, mas sim exemplificativas, pois, visando atender o melhor interesse das crianças, é possível flexibilizar e importar outras regras que não as presentes no Estatuto. Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei. Prevenção Especial 7 A entrada da criança desacompanhada em estabelecimentos só é permitida no limite da classificação indicativa 8 do mesmo. No que se refere a eventos com classificação indicativa superior a do menor, é possível o ingresso desde que acompanhadas pelos responsáveis, haja vista que o poder familiar deixa a cargo dos pais o entendimento sobre o que é deve ser adequando ou não aos filhos. A proibição de entrada só permanece nos locais classificados para maiores de 18 anos, onde nem mesmo a presença dos responsáveis pode suprir a ausência de idade. Art. 75, parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável. Enquanto responsável, entende-se tanto a família natural quanto a família extensa, ou seja, adultos com quem a criança tem afinidade e é estabelecida uma relação de cuidado, ainda que momentâneo. Art. 78, parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. O TJ/RJ entende que, em que pese a equiparação feita pelo Código de Defesa do Consumidor, o distribuidor não pode ser responsabilizado em caso de desrespeito a essa determinação. 7 Importante ler os artigos do capítulo. 8 A portaria 368/2014 trata sobre as classificações indicativas.
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