Ester Galli. Department of Industrial Ecology KTH- Royal Institute of Technology Estocolmo - Suécia

Transcrição

1 Ester Galli Department of Industrial Ecology KTH- Royal Institute of Technology Estocolmo - Suécia esterg@kth.se

2 Objectivos Metodologia Produção e expansão do etanol Controvérsias internacionais Corte manual x corte mecanizado Discussão

3 1. Apresentar controversias internacionais relacionados com a expansão do produção de etanol. 2. Discutir a situação dos cortadores de cana no novo contexto da produção de etanol.

4 O estudo de conflitos requer : a. definição das partes envolvidas b. entendimento da visão das partes em relação às questões conflitantes Estudo de caso com base em entrevistas, observações diretas, participação em seminários, congressos e workshops bem como dados da literatura.

5 Produção (hoje) Brasil 20 millhões de litros Global 50 milhões de litros (20 milhões no Brasil, 26 USA, 4 EU e outros) Perspectiva de expansão (2025) Brasil 10o milhões de litros Equivalência 50% do consumo de gasolina no Brazil 3% do consumo global de gasolina Equivalência 5 % do consumo global de gasolina

6 Evolução da área plantada com cana de açúcar no Brasil millions of hectares

7 Controvérsia Emissão de gases de efeito estufa (principalmente CO2) Biodiversidade Segurança alimentar Condições de trabalho dos cortadores de cana e desemprego Relacionado Desmatamento Queimada da cana Desmatamento Mudança no uso da terra Corte manual da cana x corte mecanizado

8

9

10

11 1. Diminui a emissão de poluentes no ar que ocorre durante as queimadas da cana (black snow fuligem preta) a) Saúde pública - problemas respiratórios nas populaçoes das comunidades vizinhas b) Incômodo devido à sujeria causada pelas emissões do material particulado. 2. Diminui as más condições de trabalho decorrentes do corte manual da cana 3. Diminui as emissões dos gases de efeito estufa relativas às queimadas da cana 4. Aumenta a productividade no corte

12 Aumento do desemprego em uma população de baixa renda, baixa escolaridade e sem capacidade para desenvolver outras atividades, apesar da grande capacidade para o corte de cana

13 Trabalho sob calor intenso a céu aberto. Ritmo de trabalho intenso a produtividade da forca de trabalho aumentou nos últimos anos; passou de 3 tons por dia de trabalho a 12 ou mais tons. Trabalho com movimentos repetitivos

14 1. Dores nas costas, nas pernas e outras partes do corpo. 2. Lesões nos braços e pernas por esforços repetitivos. 3. Doenças do sistema respiratório superior devido a inalação de partículas e fumaça negra. 4. Desidratacão

15 1. Causam disconforto, acidentes e doenças 2. Inadequados ao tamanho do trabalhador e às atividades desenvolvidas.

16 Corte mecanizado Não tem queima da cana Corte manual Queima da cana antes do corte Capital intensivo, emprega menos trabalhadores, porém mais qualificados Melhor condiões de trabalho Melhor remunerados Mão de obra intensiva cortadores de cana; 46% completou o curso elementar comparado com a média nacional de 18%; menos de 1% tem o curso ginasial completo; Em media eles têm 31 anos de idade. Salário baixo se considerar as condicões duras de trabalho sob calor intenso na maioria das regiões, no entanto são bem pagos quando comparados com outras categorias de trabalhadores rurais. Pagamento por produção (tons de cana cortada por dia de trabalho).

17 75% dos cortadores de cana do estado de São Paulo vêem de regiões mais pobres do país. O trabalho é árduo, mais é como podemos nos sustentar e dar sustento para nossas famílias que ficam em casa e contam com o nosso salário mensal. Nós temos um pequeno pedaco de terra mas não podemos tirar nosso sustento de lá: cortar cana durante 8/9 meses por ano é o que nos dá a subsistência. Desde dos anos 60s os homens dessa região (Vale do Jequitinhonha) vão para São Paulo para ganhar a vida; o que vai acontecer agora que as máquinas vão nos substitutir. As máquinas estão tirando nosso trabalho. Nós não sabemos o que vai acontecer com nós.

18 Pressão de comunidades vizinhas, de movimentos sociais e ambientais. Menos corte manual implica em menos trabalho na agricultura. Maior pressão para os restantes dos cortadores para aumentar a produtividade.

19 Usinas produtoras de açúcar e etanol Governador e secretaria do meio ambiente. Movimentos ambientalistas Movimentos sociais, ministério público e ministério do trabalho Cortadores de cana Atender a demanda dos movimentos ambientais e sociais Atender a demanda dos ambientalistas e das comunidades vizinhas Reduzir a emissão de CO2 devido às queimadas Diminuir as condições inadequadas de trabalho dos cortadores de cana Perda do emprego

20 Movimentos ambientalistas Reduzir emissão de CO2 Reduzir as queimadas Reduzir poluição ambiental, fuligem negra Conversão para corte mecanizado Desemprego entre os cortadores Comunidades vizinhas Melhor as condicões de trabalho Condições inadequadas de trabalho dos cortadores de cana Movimentos sociais, ministério do trabalho, ministério público e universidades

21 A pressão (inter)nacional para a eliminação das queimadas e das condições inadequadas de trabalho é enorme c0rtadores de cana serão afetados pela conversão do corte manual para o mecanizado. O corte manual é a subsistência de centenas de milhares de famílias O corte mecanizado requer uma força de trabalho mais qualificada portanto os cortadores de cana não serão aproveitados. Menor número de trabalhadores e aumento do desemprego são estimados durante as colheitas da cana, o que pode gerar um problema social.

22 Obrigada pela atenção