RESÍDUOS SÓLIDOS EM BARRA DO GARÇAS (MT): Uma Problemática Ambiental Urbana
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- Alana Santana Cavalheiro
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1 1 Belarmino Ferreira dos Santos Neto Universidade Federal de Mato Grosso Magno Silvestri Universidade Federal de Mato Grosso RESÍDUOS SÓLIDOS EM BARRA DO GARÇAS (MT): Uma Problemática Ambiental Urbana 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como tema a problemática ambiental urbana originada dos resíduos sólidos na cidade de Barra do Garças, Estado de Mato Grosso, objetivando fazer uma reflexão sobre a relação do município de Barra do Garças com as políticas públicas nacionais e locais de resíduos sólidos, destacando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010, bem como a forma com a qual o poder público local vem se posicionando frente aos problemas desta ordem, se a coleta obedece a alguma prerrogativa seletiva, quais são as formas de zoneamento para a coleta e qual é o tipo de tratamento que se dá a esses resíduos coletados, e ainda se Barra do Garças dispõe de algum mecanismo que permita a reciclagem de resíduos sólidos. Dentre os procedimentos metodológicos, foi realizada uma pesquisa qualitativa, que busca qualificar e relacionar o quantitativo de resíduos sólidos coletados e tratados no contexto socioeconômico e político de Barra do Garças, por meio de uma análise crítica socioespacial. Os resultados foram alcançados de maneira dedutiva, com pesquisas bibliográficas, visitas in loco no aterro sanitário utilizado pelo município, além de entrevistas semi-estruturadas com os responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos no município tanto na esfera governamental quanto na empresa consorciada para o serviço e também com a representação da empresa de reciclagem da cidade, além de breve análise da legislação que se refere á Política Nacional de Resíduos Sólidos.
2 Assim, destaca-se primeiramente, o papel das discussões relativas ao meio ambiente, que ganharam notoriedade no Brasil a partir da Rio A questão ambiental deve ser compreendida como produto da intervenção da sociedade sobre a natureza, e não apenas como problemas relacionados com a natureza. Esta problemática é visível por meio de vários outros problemas[...] e deve ser compreendida, também como produto da atuação global da sociedade e não apenas de uma fração de classe ou gênero. E para compreendê-la, é necessário analisar a produção e o consumo do e no espaço (RODRIGUES, 1998, p. 101). Nesta conferência, foram aprovados importantes documentos, entre eles a Agenda 21. Que conforme Kinasz e Werle (2007, p.16) [...] traz questões do gerenciamento de resíduos sólidos e esgotos, apontando para o enfrentamento do problema, corroborando com as discussões sobre a necessidade de redução, reutilizarão, reciclagem e destinação adequada dos resíduos sólidos. A geração de resíduos sólidos é uma preocupação antiga, conforme relata Mousinho (2005, p. 75): Os primeiros agrupamentos humanos não tinham estratégias para lidar com os resíduos, simplesmente porque os escassos recursos disponíveis eram consumidos quase que integralmente, sem deixar sobras. Além disso, em função de sua natureza nômade, não havia como acumular lixo a ponto de causar transtornos. A fixação das populações humanas trouxe um aumento da concentração de pessoas e também de atividades geradoras de resíduos, tornando evidente a necessidade de gerenciar o problema. No ano de 500 d.c. foi inaugurado em Atenas o primeiro depósito municipal de lixo no ocidente. No século 14, Inglaterra e França já enfrentavam o descarte de resíduos como uma questão de saúde pública e segurança. Mas é somente em 1840 que as condições insalubres são vistas como incômodo e a população cobra soluções do governo: o mundo ocidental entra na Idade do Saneamento. O processo histórico e o atual contexto do debate socioambiental, que se insere a problemática do lixo, enquanto problema urbano em todo o planeta, que emergem preocupações e provocam mudanças políticas e práticas ao encarar esta questão ambiental. Pois ainda, não se encontram medidas eficazes para impulsionar políticas e métodos de coleta, destinação final e reciclagem dos resíduos sólidos, que possam se
3 3 aproximar dos debates sobre a sustentabilidade e/ou desenvolvimento sustentável. No caso do Brasil, em especial, esta iniciativas ainda são pormenorizadas e caminham lentamente para o enfrentamento do problema. A partir da instituição da PNRS, que tramitou no Congresso Nacional durante vinte anos até ser aprovada em 2010, o Brasil passa a ter uma regulamentação voltada exclusivamente para os resíduos sólidos. Nesta política são definidas metas, classificações, responsabilidades de cada parte, os planos de resíduos sólidos, entre outras importantes iniciativas que devem ser respeitadas pelas unidades federativas e pelos municípios. 2 ÁREA DE ESTUDO O município de Barra do Garças, fundado em 15 de setembro de 1948, está situado na porção sudeste do estado de Mato Grosso, banhado pelos rios Garças e Araguaia na divisa com o Estado de Goiás, na latitude 15º53'24" S e longitude 52º15'24" WGr, estando a uma altitude de 318 m, tem área de 9.078,983 Km² e população de habitantes. (SEPLAN, 2010). Apresenta IDH de 0,791 conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Barra do Garças é polo regional da região IV Leste de planejamento, conforme a Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN-MT). E de acordo com o IBGE situa-se na microrregião Médio Araguaia e na mesorregião Nordeste de Mato Grosso. A economia do município, por sua vez, é baseada no setor terciário, tendo os serviços a maior porcentagem no PIB municipal, seguido pela indústria e por último a agropecuária. Cidade de porte médio, Barra do Garças tem se tornado um polo turístico devido as praias dos rios Garças e Araguaia, as cachoeiras das serras da região, e outros atrativos naturais como o Parque Estadual da Serra Azul e o Parque Municipal das Águas Quentes, se tornando no mês de julho palco de festas e atrações culturais devido a temporada de praias da região.
4 4 Além de polo turístico, é também um polo educacional, onde se instalaram nas últimas décadas várias instituições de ensino. Dentre elas, o campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT), o que dinamizou significativamente as relações de produção e consumo no município e trazendo muitos estudantes de diversas regiões do país. 3 O BRASIL E A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Em pesquisas recentes sobre o saneamento básico no Brasil, ficam evidenciadas realidades assustadoras quanto aos indicadores relativos a resíduos sólidos, no entanto podem observar alguns avanços. No ano 2000, apenas 39,6% dos resíduos eram destinados aos aterros (controlados ou sanitários), e em 2008, esse número passou para 50,2%, conforme IBGE (2002 e 2010). Estes avanços devem ser avaliados diante da nova legislação que se apresenta, pois mesmo as pesquisas sobre os resíduos sólidos ainda carecem de maior atenção e especificidade. E nesse sentido, a PNRS deverá dar sequencia a outras perspectivas e ferramentas para o poder público para a avaliação do tema. A PNRS reúne um conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações que deverão ser adotadas pelos governos, na esfera da União, Estados e Municípios, e/ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Estas, integrando a Política Nacional do Meio Ambiente, e articulando-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, de Saneamento Básico, e as que tratam dos Consórcios Públicos. Trata-se de uma política atualizada, que traz ampla discussão e propostas para o enfrentamento dos problemas ambientais no âmbito da geração e da gestão de resíduos sólidos. Institui ainda a responsabilidade compartilhada entre geradores e responsáveis pelo serviço de coleta e manejo, e ainda define metas importantes, a exemplo da extinção de todos os lixões do Brasil até 2014.
5 5 A PNRS foi aprovada pela Lei n , de 02 de agosto de 2010, que tem como objetivo, bem como diretrizes relativas a gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2010). O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, é tido como condição para o acesso aos recursos da união, ou os recursos por ela controlados destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade, isto é, os municípios que quiserem receber estes benefícios devem estar de acordo com a presente regulamentação. Associado a programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos, programas e ações para a participação das cooperativas ou associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, ganharam evidência na nova PNRS. Destaca-se ainda o incentivo a mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010). A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é outro avanço da PNRS, viabilizando interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis (BRASIL, 2010). Outra importante medida prevista na PNRS é a extinção dos lixões e a implantação da disposição final de resíduos sólidos, ambientalmente adequada, o que não vem ocorrendo em grande parte dos municípios brasileiros, que continuam depositando seus resíduos sólidos de forma desordenada em lixões, sem coleta seletiva, sem reciclagem e sem nenhum tipo de gestão desse material, inclusive dos considerados perigosos
6 6 4 BARRA DO GARÇAS E CONTEXTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS O município de Barra do Garças tem sua política sobre os resíduos sólidos previstas no Código de Postura, de abril de 2010, portanto anterior à PNRS. Nele ficam previstas as formas com a qual o município trata seus resíduos sólidos. Quanto à higiene das vias, praças e logradouros púbicos, o Código de Postura prevê que será realizada pela Prefeitura ou por concessionária autorizada, que durante a pesquisa em 2013 estava concedida a empresa PSG Ambiental. Já a limpeza dos passeios e sarjetas fronteiriças aos prédios fica na responsabilidade dos moradores dos mesmos, devendo ser realizada em horário de pouco movimento (BARRA DO GARÇAS, 2010, p.4) A periodicidade das coletas deve ser predefinida. Para fins de cumprimento do disposto sobre o lixo, fica definido o seguinte: Não serão considerados como lixo, os resíduos industriais, de oficinas, os restos de materiais de construção, ou entulhos provenientes de obras ou demolições, os resíduos resultantes da poda de jardins, folhas, galhos de árvores, troncos e congêneres, as matérias excrementícias, os quais serão removidos à custa dos proprietários ou inquilinos. (BARRA DO GARÇAS, 2010, p. 5). Já os resíduos hospitalares, estes devem ser incinerados e suas cinzas dispostas em recipiente metálico fechado, sendo coletadas e transportadas até o aterro sanitário pelo órgão de limpeza público da prefeitura em veículo exclusivo e apropriado, onde será depositado e imediatamente coberto. O aterro sanitário está determinado no Código de Postura, como responsabilidade da Prefeitura Municipal, respeitando a legislação ambiental. A situação de Barra do Garças no que diz respeito a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos está distante do ideal previsto na nova política. Os resíduos são dispostos aleatoriamente no aterro sem que sejam selecionados, o que
7 7 impossibilita em maior grau a reciclagem desse material e até mesmo dificulta a ação dos catadores que sobrevivem da venda desses resíduos recicláveis. Quanto às soluções consorciadas para gestão de resíduos sólidos, conforme previsto na PNRS, Barra do Garças ainda não participa e nem manifesta interesse de participar. Em relação ao Plano de Resíduos Sólidos, seja municipal, intermunicipal, ou de aglomeração urbana, o município não dispõe de nenhum destes. Ressalvando que toda a legislação pertinente a resíduos sólidos e saneamento básico está disposta no Código de Postura do Plano Diretor de Barra do Garças, não estabelecendo, portanto, metas ou qualquer tipo de critérios previstos na PNRS. A ausência de um Plano de Resíduos Sólidos para o município configura-se numa desatualização política e de falta de interesse sobre o tema, o que acarreta em ações desordenadas e paliativas sobre o problema. 4.1 Coleta, Destinação e Reciclagem dos Resíduos Sólidos em Barra do Garças Conforme dados da Secretaria Municipal de Urbanização e Paisagismo, são coletados no município de Barra do Garças diariamente em média 70 toneladas de lixo urbano, o que seria uma média de 1,23 kg de lixo/habitante por dia, estando pouco acima da média nacional que é de 1,1kg. Sendo que 100% desse total é destinado ao aterro sanitário não passando por nenhum processo de seleção ou reciclagem. A setorização da coleta de lixo em Barra do Garças, ocorre três vezes por semana na maioria dos bairros, sendo que apenas em três deles, incluindo o centro ocorre diariamente e nos três distritos do município, apenas aos domingos, de acordo com dados obtidos na empresa responsável pela coleta e gestão de resíduos sólidos. No aterro utilizado pelo município os resíduos não têm recebido nenhum tipo de tratamento adequado e estão sendo lançado nas valas sanitárias de maneira aleatória e desordenado, o que se percebe é que o aterro tem se caracterizado em um lixão, retrocedendo avanços políticos sobre o tema. A Figura 1 mostra a situação dos resíduos que foram deixados a céu aberto e que agora estão sendo colocados dentro de uma vala
8 8 sanitária, medida simplesmente paliativa para o problema. A Figura 2 mostra a realidade do aterro sanitário do município, onde grande parte parte dos resíduos estão a céu aberto atraindo a presença de aves. Figura 1 - Resíduos a céu aberto dentro da vala sanitária Figura 2 - Resíduos a céu aberto no aterro No atual aterro está sendo construída a última vala, com previsão de tempo de uso de aproximadamente um ano e meio, evidenciando a limitação no aproveitamento do atual aterro. A recuperação do aterro atual e a adequação a nova legislação remeteria a investimentos imentos altos. Nesse sentido a prefeitura sinaliza com a possibilidade de aquisição de nova área e a construção do novo aterro. O aterro tem reservado valas específicas para resíduos hospitalares, como na Figura 3,, e também para provenientes de construção civil e entulhos. Outro espaço destina-se destina se ainda para vasilhames de agrotóxicos, classificados como resíduos perigosos, como se observa na Figura 4. Figura 3 - Trabalhadores da prefeitura utilizando a geomenbrana no aterro do município Figura 4 - Depósito de vasilhames de agrotóxicos
9 9 No conurbado urbano de Barra do Garças, que envolvem ainda os municípios de Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO) algumas empresas de iniciativa privada trabalham com a coleta e venda de produtos recicláveis, porém, nenhuma tem parceria com o poder público, esses resíduos são fornecidos por catadores com baixa renda que fazem o trabalho de coletar e vender os resíduos para essas empresas, que por sua vez os vendem para as fábricas de grandes centros urbanos como em Goiânia (GO). Uma dessas empresas é a Reciclar, localizada no município de Aragarças-GO, que faz divisa com Barra do Garças (MT). A empresa declarou que compram resíduos dos catadores e também de mercados, escolas, igrejas e outras instituições e vendem para as fábricas uma média de 150 toneladas por mês. A coleta de resíduos no aterro de Barra do Garças dobrou a vida útil das valas sanitárias. As imagens das Figuras 5 e 6 mostram os resíduos separados no aterro dentro dos bags para serem aproveitados pela empresa Reciclar. Figura 5 - Resíduos recicláveis em bags no aterro Figura 6 - Resíduos recicláveis na empresa Reciclar
10 10 Além da empresa Reciclar, existem outras empresas que trabalham com a compra e venda de resíduos sólidos recicláveis, porém nenhuma delas atua retirando materiais do aterro diretamente, elas simplesmente compram dos catadores, que não mantém nenhum vínculo empregatício com elas, sendo algumas delas especializadas em alguns tipos de resíduos, como metais e PET 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A reflexão exposta sobre a realidade de Barra do Garças a respeito dos resíduos sólidos, é mais uma das situações encontradas na grande maioria dos municípios brasileiros. Os vazadouros ou mesmo aterros normalmente se localizam com certa distância das áreas de circulação da população das áreas urbanas, e são poucos os cidadãos que se interessam em conhecer a situação da gestão de resíduos sólidos em seu município. Tornando-se um tema pouco debatido pela sociedade e consequentemente de pouco importância para uma grande parte da classe política, não sendo prioridade no planejamento e orçamento municipal, pois o tema ainda não traz grande atenção aparente nas reivindicações da sociedade ao poder público. Afinal a sociedade não está de olho no lixo, pelo contrário, ela o quer distante. A grande maioria dos cidadãos não se preocupa com o destino final do seu lixo. A sociedade brasileira não foi educada a pensar nisto, que pesem os grandes
11 11 programas de educação ambiental hoje, mais pujantes nos sistemas de ensino no país, mas ainda longe do ideal de realização, frente às demandas dos padrões de produção e consumo. A sociedade não é acostumada a pensar no seu próprio lixo para além da lixeira, muitas vezes nos remetendo a reflexão de que o final do lixo é a lixeira, já que todo o restante do processo se desenvolve longe das vistas de quem o gera os resíduos. Não se observa quem veio buscar o lixo, ou para onde irão levá-lo, e muito menos se irão reutilizar, reciclar, reaproveitar, aterrar ou simplesmente joga-lo num lixão. Porém, a gestão dos resíduos, enquanto questão socioambiental de saneamento básico é também uma questão de saúde pública, de limpeza das cidades, e ainda uma possibilidade de geração de renda, como ficou perceptível nesta pesquisa. Ao longo deste trabalho fica notório o quanto ainda é necessário trabalhar para adequar a gestão dos resíduos sólidos de Barra do Garças à PNRS. Não resta dúvida que Barra do Garças não está sozinha no enfrentamento desta problemática ambiental urbana, mas também a maioria dos municípios brasileiros não estão conseguindo se adequar à PNRS no tempo determinado. Em Barra do Garças não são encontrados pontos de recolhimento de resíduos sólidos perigosos, nota-se que eles são descartados aleatoriamente no aterro, sendo ele, neste caso o destino final dos demais variados tipos de resíduos. Nota-se que muito se precisa avançar para estar em conformidade com a PNRS no que diz respeito a responsabilidade compartilhada. Para estar adequada a PNRS e às condições ideais de gestão de seus resíduos sólidos, Barra do Garças demanda criar o plano municipal de gestão de resíduos sólidos e começar a pensar de uma maneira mais estratégica e efetiva à solução dos problemas que estão postos. Fomentar a educação ambiental nas escolas municipais, estruturar a coleta seletiva no município. Investir na recuperação do aterro, na criação de parcerias com empresas de reciclagem, enfim, em todo o processo de gestão e tratamento de resíduos sólidos. Os projetos da atual gestão do município para a solução destes problemas parecem não ser o suficiente para o enfrentamento decisivo da problemática. É
12 12 necessário priorizar a questão. É necessário atuar desde a sensibilização para a redução da geração de lixo, quanto potencializar a coleta seletiva e corrigir as falhas na disposição final desses resíduos. Criar e/ou incentivar cooperativas de catadores, o que parece ainda distante da atual realidade, mas que pode ser uma grande oportunidade de emprego e inclusão no mercado de trabalho para uma parte da população local. Haja visto as experiências de sucesso em outros municípios brasileiros. REFERÊNCIAS BARRA DO GARÇAS. Código de Postura. Lei Complementar nº 127, de abril de Barra do Garças: Prefeitura municipal, BRASIL. Lei nº , de 02 de agosto de Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; [...]. Brasília, DF, 3 ago Disponível em: < Acesso em: 09 abr IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico Rio de Janeiro: IBGE, IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico Rio de Janeiro: IBGE, KINASZ, T. R.; WERLE, J. S. Degradação Ambiental: Um estudo sobre a produção de resíduos sólidos no Brasil e nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande MT. Cuiabá: Revista Mato-Grossense de Geografia. ano 12, n. 11, EdUFMT, MOUSINHO, P. Varrendo a Solução para Debaixo do Tapete. In: TRIGUEIRO, A. (Coord.). Mundo Sustentável: abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação. Editora Globo, RODRIGUES, A. M. Produção e Consumo do e no Espaço: Problemática Ambiental Urbana. São Paulo: Hucitec, SEPLAN. Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso. Cuiabá: Seplan-MT, 2010.
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