Entendendo e Superando Perdas. Um olhar biológico, social, cultural, psicológico e religioso. Igreja Vidas Restauradas 14/09/2018

Transcrição

1

2 Entendendo e Superando Perdas Um olhar biológico, social, cultural, psicológico e religioso. Igreja Vidas Restauradas 14/09/2018

3 O que de fato significa perder algo ou alguém?

4 Parkes (1998) e Bromberg (2000) explicam que o luto é uma reação normal em resposta a um stress devido ao rompimento de uma relação significativa. Segundo Parkes (1998), o luto é a expressão do descontentamento para a privação e perda de alguma pessoa, ou objeto, considerado essencial e que fora anteriormente oferecido. Nesta representação, estão envolvidas duas personagens: uma que é perdida e a outra que lamenta esta falta.

5 David sentiu-se desesperado ao saber da morte de seu filho - 2 Samuel:18:32-33 "Então perguntou o rei ao cuchita: Vai bem o mancebo Absalão? Respondeu o cuchita: Sejam como aquele mancebo os inimigos do rei meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazerem mal. Pelo que o rei ficou muito comovido e, subindo à sala que estava por cima da porta, pôs-se a chorar; e andando, dizia assim: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!"

6 Durante a vida, naturalmente espera-se que ocorram fatos que precisam ser elaborados como luto. Quais são estes momentos?

7 - Nascer. - Ir à escola. - Puberdade. - Adultez. - Sair da casa dos pais. - Perder um emprego. - Adoecer. - Divórcio. - Morte de um ente querido. - Senescência. - Perder autonomias.

8 As pessoas lidam da mesma forma quando perdem algo ou alguém?

9 Não. E isso acontece porque somos diferentes!

10 Aspectos biológicos, socio-familiares, culturais, psicológicos e religiosos interferem na velocidade, qualidade e sucesso no processo de recuperação diante de uma perda importante.

11 Aspectos biológicos: Consideremos que somos compostos 3 partes corpo, alma e espírito.

12 Aspectos biológicos: Assim tanto quanto a alma e o espírito, o corpo (definir) interfere no modo como nos comportamos e lidamos com situações diversas. Por isso é fundamental cuidar do corpo como cuidamos da nossa casa (metaf), cuidar do que comemos, do que bebemos e até do que pensamos todos os dias. Lidar melhor e se recuperar com mais rapidez de situações que envolvem perdas depende de aspectos genéticos, tanto quanto da promoção de atitudes saudáveis durante a vida (próximo slide). Um cérebro bem ou mal cuidado tanto na sua estrutura (hábitos alimentares, cigarro, álcool, drogas e sedentarismo), quanto nos programas básicos e programas mais sofisticados de processamento, terá melhor ou pior desempenho funcional resultando em melhor ou pior oportunidade de recuperação diante de perdas substanciais.

13

14 Aspectos sociofamiliares: Pessoas que desenvolvem-se e vivem em ambientes com mais recursos de educação*, saúde e apoio social* e familiar em geral recuperam-se melhor e mais rápido de uma perda substancial.

15

16 Aspectos culturais: São importantes na constituição dos hábitos, referências e valores pessoais. Um exemplo é que pessoas provenientes de países de língua anglo-saxônica recuperam-se mais rapidamente de uma perda importante quando comparados com aqueles de origem latina. Um ano e dois anos em média, respectivamente.

17 Aspectos psicológicos: Importantes para a estruturação em nosso aparelho psíquico do significado, significante e sentimento de pertencimento (metaf). Este processo inicia-se na concepção ou mesmo antes dela. Na ausência do objeto perdido surge um vazio existencial, uma perda de sentido e um sentimento de não pertencimento.

18 Fases habituais de um luto (John Bowlby, 2002; 2006): - Fase de entorpecimento. - Fase de anseio e busca da figura perdida. - Fase de desorganização e desespero. - Fase de reorganização.

19 Fase de entorpecimento: Pode durar de algumas horas a uma semana e pode ser interrompida por explosões de aflição e/ou raiva extremamente intensas. Nesta fase, a pessoa se sente chocada e incapaz de aceitar a noticia da perda (NEGAÇÃO e PROJEÇÃO). Alguns pacientes tendem a apresentar crises de ansiedade defusional (perdem o chão e tem uma sensação pessoal, solitária e desesperadora de morte iminente).

20 Fase de anseio e busca da figura perdida: Dura de alguns meses a anos. Neste momento, se começa a registrar a realidade da perda, levando a crises de desanimo e aflição. Quase sempre, há uma grande inquietação, insônia e preocupação com a pessoa perdida, combinada com um sentimento de sua presença concreta e, uma tendência a interpretar sons e sinais como indícios que esta voltou (BARGANHA). Momento complicado para o cristão (explicar, próx slide).

21

22 Fase de desorganização e desespero: Neste momento, o enlutado reconhece a imutabilidade da perda (RESIGNAÇÃO), e que não poderá recuperar a pessoa perdida, vivenciando uma desmotivação pela vida. Como é necessário que a pessoa deixe para trás certos padrões de relacionamento, é quase inevitável, que esta se sinta desesperada pelo fato de que nada pode ser salvo, tornando-se deprimida e apática (DEPRESSIVA). Porém, se tudo ocorrer bem, nesta fase o individuo poderá avaliar a situação em que se encontra, e examinar as maneiras de enfrentá-la.

23 Fase de reorganização (em maior ou menor grau): Finalmente, há uma reorganização da depressão e da desesperança. E com uma maior tolerância (RESILIÊNCIA), às mudanças sofridas, por meio da RENÚNCIA, a pessoa torna possível o investimento afetivo em novos objetos (REPARAÇÃO).

24 Rando (2000) indica pontos que precisam ser completados para acomodar a perda de modo saudável: Reconhecer a perda: admitir e entender. Reagir à separação: experimentar a dor, o sofrimento, sentir, identificar, aceitar e dar alguma forma de expressão. Recordar e reexperienciar a pessoa perdida e o relacionamento: rever e lembrar realisticamente e reviver sentimentos. Abandonar os velhos apegos em relação ao objeto perdido. Reajustar para se mover readaptativamente em direção ao mundo novo sem esquecer o velho: desenvolver um novo relacionamento com o falecido, formar uma nova identidade. Reinvestir.

25 Tudo o que conhecemos e amamos um dia morre. Onde há vida há morte e vice-versa. Essa é a ordem do Universo. E há beleza nisso. Graziela Gilioli

26 Como é que somos capazes de nos iludir durante a vida toda acreditando que a morte é sempre um assunto para não se pensar, como se fosse algo de menor importância perto da vida? Graziela Gilioli

27 Por que não usar nossa capacidade de sermos felizes, por escolha? Ser feliz é uma decisão difícil, mas nos ajuda a conviver com as dores mais profundas que nos acompanham durante a vida toda. Graziela Gilioli

28 CONTIDO, CONTINENTE, SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE, PERTENCIMENTO E SENTIDO EXISTENCIAL. A FIGURA MATERNA É FUNDAMENTAL NO DESENVOLVIMENTO DAS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA A RESOLUÇÃO DO LUTO.

29 DEUS É O CONTINENTE. NÓS SOMOS O CONTEÚDO E PODEMOS ESCOLHER ABRAÇAR À DEUS E SEGUIR EM FRENTE COM A DISPOSIÇÃO DA RECUPERAÇÃO E RESOLUÇÃO DO LUTO, ATRAVÉS DA FÉ, DA RESIGNAÇÃO, DA RESILIÊNCIA, DA RENUNCIA, DA REPARAÇÃO E DO REINVESTIMENTO EM NOVAS RELAÇÕES.

30 APOIAR, CUIDAR E SER COMPASSIVO É MAIS QUE DEVER, É A FUNÇÃO ALTRUÍSTICA PRIMORDIAL DA FAMÍLIA E DE TODO SER HUMANO PARA COM AQUELE QUE SOFRE.

31 TENHA FÉ. TUDO QUE DEUS FAZ ENVOLVE UM PROPÓSITO MESMO QUE NUNCA VENHAMOS DESCOBRIR, COMO ACONTECEU COM JÓ.

32 SOMOS FRUTO DAQUILO QUE NÃO SE VÊ. ANDAMOS PELA FÉ, NÃO PELO QUE SE VÊ.

33

34