UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA Período: agosto de 2010 a julho de 2011 () PARCIAL ( x) FINAL RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): Trajetórias sociopolíticas de Sindicalistas da transamazônica e Sudeste Paraense Nome do Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra Titulação do Orientador: Pós-Doutor Faculdade: Não se aplica Unidade: Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural Laboratório: Não se aplica Título do Plano de Trabalho: Realização de entrevistas com dirigentes sindicais do sudeste paraense e revisões bibliográficas. Nome do Bolsista: Verônica Ferreira Freire Tipo de Bolsa: ( x ) PIBIC/CNPq ( ) PIBIC/CNPq-AF ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA-AF ( ) PIBIC/INTERIOR ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PARD ( ) PARD renovação ( ) PADRC ( ) Bolsistas PIBIC do edital CNPq 001/2007 RESUMO DO RELATÓRIO ANTERIOR (Alunos com bolsa renovada). Não se aplica

2 INTRODUÇÃO O estado do Pará configura-se em uma realidade muito tensa nos que se diz respeito à questão fundiária, envolvendo assim, muitos atores sociais e institucionais neste processo. E dentro deste processo de alta complexidade, uma das regiões que se apresenta com uma tensão maior neste sentido é a região do sudeste paraense. Esta região é marcada por um processo de ocupação territorial efetivada pela presença de migrantes de diversas regiões brasileiras. Ou seja, vieram para esta região pessoas de diversas etapas e trajetórias e com horizontes geográficos cheio de diversidades (Hébette, 2002). Nesta pluralidade de pessoas, a presença maior é de nordestinos que ansiavam por uma vida melhor para si e seus familiares. Estes nordestinos trazem a marca de sua origem e ainda hoje são apelidados pelos nomes de seus estados, como: Baiano, Mineiro, Gaúcho, etc. O que fez a região do sudeste paraense ser uma região de forte ocupação territorial foi a iniciativa do governo militar que em meados do século XX incentivou a abertura de rodovias nesta região, estimulou a exploração madeireira, a exploração também da mineração e as atividades agropecuárias com a criação de gado. Para o governo militar estas atitudes eram políticas de integração nacional e que deviam ser implantadas nesta região para o próprio desenvolvimento regional. Mas esse processo de ocupação ocorreu em meio a fortes tensões como já foi dito anteriormente. Foram inúmeros os conflitos ocorridos com camponeses e líderes sindicais e populares que aqui estavam. Estes camponeses foram muitas vezes expulsos das terras pela polícia, suas lideranças presas e maltratadas. Mesmo assim, estas lideranças se organizaram e resistiram forçando os poderes públicos a garantirem seu território, lutando por melhoria nas condições de vida e construindo suas bases para novas conquistas políticas. JUSTIFICATIVA A realização das biografias destas lideranças regionais é de suma importância para se entender a trajetória destes sindicalistas na luta frente às pressões sofridas por parte dos latifundiários e buscando a expansão das propriedades familiares. Esta biografia nos ajuda a compreender o papel político destes líderes sindicais na mobilização sobre os poderes públicos, tornando-se até prefeito dos camponeses (Hebette, 2002). OBJETIVOS O presente relatório consiste em apresentar as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto: Trajetórias sociopolíticas de Sindicalistas da Transamazônica e Sudeste Paraense, que venham contribuir para o aprofundamento e a compressão inovadora do estudo realizado no período de agosto de 2010 a julho de MATERIAIS E MÉTODOS: Não houve modificações. RESULTADOS: Para a realização das atividades, foram de início estabelecidos contatos entre eu enquanto bolsista (pesquisadora) e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Marabá como também com os coordenadores da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAFRI) da regional Sudeste Paraense, escritório sediado em Marabá, para que através desse contato fosse feito uma intermediação entre pesquisadora e os sindicalistas desta região de Marabá. Através destes contatos puderam ser realizadas algumas entrevistas com alguns sindicalistas, entre estes destaco: Francisco Ferreira de Carvalho (Chico da CIB), Maria de Jesus Lopes Noleto (D. Dijé), Crispim José dos Santos, Antônio de Souza Carvalho (Cajazeira), Antônio Rodrigues da Rocha (Antônio Mineiro), Atanagildo de Deus Matos (Gatão) e João Batista Delmondes.

3 Estas entrevistas foram realizadas em sua maioria em eventos promovidos pelo STTR de Marabá e pela FETAGRI regional onde estes sindicalistas acima citados estavam participando, como também na Feira da Agricultura Familiar de Marabá, já que há sindicalistas que usam deste espaço para vender a produção obtida em seus respectivos lotes. Foram realizadas entrevistas estruturadas, transcritas e transformadas em texto biográfico de cada um dos sindicalistas. Para um melhor conhecimento sobre a trajetória destes sindicalistas foram realizadas algumas leituras a respeito da importância dos movimentos sociais do campo, a política de ocupação da região do sudeste paraense e sobre as faces do campesinato no Pará. Entre estas leituras, destaco: HEBETTE, Jean; ALVES, Juliete Miranda; QUINTELA, Rosângela. Parentesco, vizinhança e organização profissional na formação da fronteira amazônica. In: No mar, nos rios e na fronteira: faces da campesinato no Pará / Jean Hebette, Sônia Barbosa Magalhães, Maria Cristina Maneschy (organizadores); prefácio de Maria Conceição D Incao. Belém:EDUFPA, 2002, p CASTRO, Edna. Territórios e lugares de identidade entre quilombolas no rio Bujaru. In: Coletividades locais e desenvolvimentos territorial na Amazônia / organizado por Pierre Teisserenc, Gilberto de Miranda Rocha, Sônia Magalhães e Gutemberg Armando Diniz Guerra. Belém: NUMA/UFPA, P MORGADO, Sulamita Cunha. Reescrevendo a vida para escrever e história de mulheres e homens que tecem o movimento social do campo no sudeste do Pará: Um olhar no PRONERA/PEDAGOGIA. Disponível em: Acesso: Maio de SCALABRIN, Rosemeri; ARAGÃO, Ana Lúcia Assunção. A política de ocupação e a resistência social: estudo de uma experiência na mesorregião sudeste do Párá. Disponível em: Acesso: maio de PUBLICAÇÕES Até presente momento não se produziu nenhuma publicação. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES a) Entrevista com dirigentes sindicais ainda não entrevistados para atualização das biografias; b) Transcrição das entrevistas; c) Redação das biografias inserindo as atualizações; d) Elaboração de publicação para evento de Iniciação Científica a ser realizado em Belém no mês de agosto/setembro; CONCLUSÃO Através das entrevistas realizadas com os sindicalistas anteriormente citados, podese entender que os sindicalistas que atuaram ou atuam na região do sudeste do Pará trazem em seu percurso um histórico de migração. São lideranças que saíram de seus locais de origem e principalmente da região nordeste para a Amazonia região em busca de melhores condições de vida para si e suas famílias. Essa melhoria de vida consistia em encontrar terra fértil (produtiva) para trabalhar no campo, como também darem continuidade às suas atividades sindicais. Alguns destes líderes sindicais já assumiam essa atividade política em seus locais originários e lá estavam sofrendo ameaças de morte por parte de fazendeiros da

4 região por fazerem o enfrentamento na luta pela conquista da terra. Este também foi mais um motivo que levou estas lideranças migrarem para o sudeste paraense. Alguns dentre os sindicalistas entrevistados ao chegarem a esta região travaram a luta pela conquista de um lote de terra da reforma agrária e obtiveram, tiveram uma fluente atuação na liderança sindical, mas ao aposentar-se não deram continuidade a esta atividade política. Outros e em sua maioria conquistaram sua terra, atuaram e ainda continuam atuando nas atividades sindicais, fazendo o enfrentamento, rodeado muitas vez por fortes tensões com fazendeiros e projetos desenvolvimentistas que prejudicam e impedem a subsistência e permanência dos sujeitos do campo em seus respectivos lotes de terras. Estes líderes sindicais assumem uma militância de suma relevância para os sujeitos sociais do campo e para a região do sudeste paraense como um todo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HEBETTE, Jean; ALVES, Juliete Miranda; QUINTELA, Rosângela. Parentesco, vizinhança e organização profissional na formação da fronteira amazônica. In: No mar, nos rios e na fronteira: faces da campesinato no Pará / Jean Hebette, Sônia Barbosa Magalhães, Maria Cristina Maneschy (organizadores); prefácio de Maria Conceição D Incao. Belém: EDUFPA, 2002, p CASTRO, Edna. Territórios e lugares de identidade entre quilombolas no rio Bujaru. In: Coletividades locais e desenvolvimentos territorial na Amazônia / organizado por Pierre Teisserenc, Gilberto de Miranda Rocha, Sônia Magalhães e Gutemberg Armando Diniz Guerra. Belém: NUMA/UFPA, P MORGADO, Sulamita Cunha. Reescrevendo a vida para escrever e história de mulheres e homens que tecem o movimento social do campo no sudeste do Pará: Um olhar no PRONERA/PEDAGOGIA. Disponível em: Acesso: Maio de SCALABRIN, Rosemeri; ARAGÃO, Ana Lúcia Assunção. A política de ocupação e a resistência social: estudo de uma experiência na mesorregião sudeste do Párá. Disponível em: Acesso: maio de DIFICULDADES A maior dificuldade enfrentada por mim enquanto pesquisadora foi o contato com os lideres sindicais que deviam ou devem ser entrevistados. Alguns se dispersaram em várias cidades da região sudeste, outros residem em lotes muitos distantes da cidade e outros ainda não tem um contato freqüente com a cidade nem com o STTR e nem com a FETAGRI regional Marabá. PARECER DO ORIENTADOR A discente vem desenvolvendo as atividades a contento, cumprindo o cronograma principalmente no que concerne à familiarização com a literatura pertinente. As dificuldades relatadas são decorrentes da forte mobilidade espacial deste tipo de militante que estamos tentando acompanhar. A discente deve ser mantida em sua bolsa para prosseguir nos objetivos da pesquisa. INFORMAÇÕES ADICIONAIS DATA: 07/08/2011

5 ASSINATURA DO ORIENTADOR ASSINATURA DO ALUNO