RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA Período : Agosto/2015 a Janeiro/2016 (x) PARCIAL ( ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): IMPACTO E ADAPTAÇÃO DO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA AMAZÔNICA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO ESTUÁRIO PARAENSE Nome do Orientador: Edson José Paulino da Rocha Titulação do Orientador: Doutor em Meteorologia Faculdade: Meteorologia Instituto/Núcleo: Geociências Laboratório: Laboratório de Estudos e Modelagens Hidroambientais Título do Plano de Trabalho: CARACTERIZAÇÃO DE CICLOS DE OCORRÊNCIA DE ENCHENTES E SECAS EM AMBIENTES RIBEIRINHOS AMAZÔNICOS Nome do Bolsista: José Felipe Gazel Menezes Tipo de Bolsa : ( x ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq AF ( ) PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( ) PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT 1

2 INTRODUÇÃO A caracterização de ciclos de ocorrência de enchentes e secas em ambientes ribeirinhos amazônicos é vital, pois identifica-se ao longo das margens dos rios, núcleos de ocupação populacional, trazendo assim uma importância social, econômica e impactos ambientais à região amazônica. Assim, é necessário o conhecimento do regime de enchentes na região, por se tratar de uma área de onde o regime de precipitação é bem definido, de maneira geral, prevenir e auxiliar no convívio social com o ambiente. JUSTIFICATIVA Com o objetivo de produzir estudos sistemáticos sobre monitoramento e detecção de mudanças climáticas a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabeleceu em conjunto com o CCl/CLIVAR a Equipe de Especialista em Detecção, Monitoramento e Índices de Mudanças Climáticas (Expert Team on Climate Change Detection, Monitoring and Índices - ETCCDMI) com o conselho que monitora índices climáticos. Segundo publicação de Frich et al (2002), o ETCCDMI identificou regiões fundamentais para promover estudos sobre mudanças climáticas: o Caribe, América do Sul e Central, África e Ásia Central e Oeste. Existem trabalhos que utilizam índices de variabilidade climática, em escala global, para estudar os efeitos dos fenômenos planetários em variáveis hidrometeorológicas (MOLION; MORAES, 1987; BARBOSA et al, 2004; ANDREOLI et al, 2007), local e regional (MEDEIROS; MOLION, 2002), no âmbito de bacias hidrológicas (DA SILVA, 2003). Marengo et al (2011) mostraram que estudos recentes realizados pelo INPE e MOCH (Met Office Hadley Center) e videnciaram que existe a possibilidade de haver um aumento substancial da temperatura e queda significativa da precipitação pluvial em grandes áreas do Brasil, inclusive na Amazônia. Como assinala Tucci (1993) e Santos (2008) a variabilidade fluviométrica, ou seja, a subida (cheia) e descida (vazante) dos rios amazônicos são influenciadas diretamente pela distribuição espacial da precipitação na bacia hidrográfica. Sendo a variabilidade da precipitação interanual depende do ENOS - El Niño-Oscilação Sul (KOUSKY et al, 1984; ACEITUNO, 1988; MARENGO, 1993; MARENGO; HASTENRATH, 1993; LIEBMANN; MARENGO, 2001), bem como das fases do gradiente meridional inter-hemisférico de anomalias de temperatura da superfície do mar do Oceano Atlântico intertropical (DE SOUZA et al. 2000). Assim, tendo-se um melhor conhecimento sobre a influencias das alterações climáticas na variabilidade da precipitação regional também é condizente a uma maior compreensão da variabilidade regional do nível ou vazão na bacia Amazônica, especialmente as frequentes enchentes, como a ocorrida em

3 (QUINTAIROS, 2012) e secas severas, como a de 2005 (MARENGO et al, 2008). As condições meteorológicas e hidrológicas propiciam a ocorrência de enchentes (TUCCI, 2006), que são decorrentes de eventos naturais de precipitações pluviométricas, geralmente, intensas e com duração suficiente para ultrapassar a capacidade natural de drenagem dos cursos de água (SILVA, 2006). Porém, além da precipitação, outro fator associado à ocorrência das enchentes são as características da bacia hidrográfica (CONTIJO, 2007). Nas últimas décadas na Bacia Amazônica, ocorrência de extremos hidrológicos tem sido mais frequente, destaque para a enchente de 2009 e seca de 2005 (MARENGO et al, 2008; MARENGO, 2009; QUINTAIROS, 2012), onde significativos prejuízos foram constatados. Alguns órgãos nacionais e regionais disponibilizam informações, de previsão hidroclimática de tempo e clima, através de boletins. Esses auxiliam a Secretaria de Defesa Civil, na tomada de decisão com o objetivo de minimizar os danos e prejuízos aos municípios que sofrem periodicamente pelos os eventos hidrológicos (enchentes e secas). Entretanto, estudos relacionados à periocidade e frequência, dos eventos extremos relacionados aos índices climáticos, para rios Amazônicos ainda são limitados. OBJETIVOS Objetivo geral: Identificar ciclos de ocorrência de enchentes e secas e sua frequência ao longo do tempo, nas bacias hidrográficas da região de Abaetetuba/PA. Objetivos Específicos: Identificar as bacias hidrográficas que drenam a região de Abaetetuba/PA. Caracterizar a precipitação pluviométrica da região, considerando sua variabilidade e resposta aos eventos climáticos. Estimar a relação chuva x vazão e o efeito cumulativo das marés. MATERIAIS E MÉTODOS: a) Áreas de estudo: A área de estudo é representada pelas bacias de drenagem em direção ao estuário Amazônico e localizadas no município de Abaetetuba/PA (Figura 1). b) Base de dados: Níveis Fluviométricos médios diários, disponibilizado para download no Banco de Dados Hidrometeorológicos da Agência Nacional de Água (ANA). Período dos dados de 1980 a 2013; - Precipitação Total diária fornecida pelo Instituto Nacional de Meteorologia 3

4 (INMET). Período dos dados de 1980 a 2013; - Precipitação Total diária obtida pelo Climate Prediction Center/NOAA para o período entre ; - Tábuas de maré disponibilizadas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN): disponibilizadas pelo site de 2005 a 2013; e a serem solicitadas para a sede localizada no Rio de Janeiro de 1980 a c) Análise e tratamento dos dados: As precipitações médias mensais, acumulados anuais, mediana e quartis do período de análise serão obtidas através de análises estatísticas empregando o programa Statistica 8.0. Na análise da série será empregada a distribuição de frequências de agrupamentos de dados em classes na forma de frequência absoluta (ft). Na avaliação do comportamento de tendência será adotada a análise de regressão linear, considerando f (X,Y); e um intervalo de confiança em torno de 95%. O limite inferior e superior do intervalo de confiança definem a região de confiança em torno da reta de regressão. A anomalia anual da precipitação será analisada, tomando-se como positiva a precipitação observada que excedeu o valor da média mais o desvio padrão do período e negativa a precipitação que obtiveram valores menores que a média menos o desvio padrão. Portanto, considera-se que as observações normalmente podem oscilar no intervalo limitado pela precipitação média mais ou menos o desvio padrão, e valores acima ou abaixo deste limite seriam considerados anomalias. Os dados de estimativa do comportamento das vazões será avaliado a partir da relação entre a área da bacia e a precipitação pluviométrica incidente (vazão de referência). A partir da vazão de referência será avaliada a relação cota x vazão. A curva de distribuição obtida (média mensal) será comparada com o efeito com a variabilidade máxima e mínima obtidas pelas marés para o mesmo período.. 4

5 Figura 1: Área de Abaetetuba, Local do estudo. RESULTADOS Os resultados que estão sendo obitidos a partir da ánalise dos dados coletados, no final do estudo será possivel caracterirar as áreas suscetiveis a enchentes e secas na região de Abaetetuba. Basicamente esta primeira etapa foi para aquisição de dados e revisão bibliográfica. Na próxima etapa do plano de trabalho todos os dados de marés que já estão em um banco de dados serão aplicados a metodologia apresentada no mesmo, assim chegando aos resultados proposto no plano de trabalho. 5

6 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS PRÓXIMOS MESES: Os dados de precipitação foram coletados da Estação pluviométrica de Abaetetuba (ANA) e estão em fase de elaboração de estatísticas (médias, desvios padrões, anomalias e coeficientes de variação) para analise dos padrões de variações anuais, interanuais e futuramente discussão de resultados. Está sendo feito as analises estatísticas dos dados de marés, visando identificar os padrões de oscilações diárias (maré diária), oscilações associadas a fases da lua (maré de ciclo lunar) e as oscilações sazonais (ciclo hidrológico do Amazonas). Os resultados serão uteis para a analise da vazão hidrológica do Amazonas observado em Abaetetuba. CONCLUSÃO: Os dados após analisados irão gerar uma boa distribuição espacial das áreas de ocorrências de enchentes e secas, sobre tudo, as regiões de maior risco para a cidade de Abaetetuba. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FROTA, C. D. et al. Estudos de transporte e logística na Amazônia. Novo Tempo, Manaus CHRISTOFOLETT, A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas. Notícia Geomorfológica, v. 18, n. 9, p , COVA, B. F. Experiência de plantio consorciado com comunidades tradicionais na Amazônia oriental (rio Trombetas). In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, 5, 2011, Belém. Anais... Belém: UFPA, MARENGO, José A. Mudanças climáticas, condições meteorológicas extremas e eventos climáticos no Brasil. In: Mudanças climáticas e eventos extremos no Brasil. [2010?] ROCHA, P. C. Indicadores de Alteração Hidrológica no Alto Rio Paraná: Intervenções Humanas e Implicações na Dinâmica do Ambiente Fluvial. Sociedade & Natureza, v. 22, p , SPINELLI, K.; MENDONÇA, M. BONETTI, C. V. D. H. C. Eventos extremos mensais e a ocorrência de inundações e estiagens na bacia Rio do Peixe - Santa Catarina. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA, 10, 2012, Manaus. Anais... Manaus: SBMET,

7 PARECER DO ORIENTADOR: Manifestação do orientador sobre o desenvolvimento das atividades do aluno e justificativa do pedido de renovação, se for o caso. O discente neste primeiro semestre concentrou-se na aquisição de dados necessários ao desenvolvimento de seu plano de trabalho e, somente agora começou a gerar os resultados estáticos para as analises das variabilidades climáticas associadas ao regime hidrológico da bacia quanto a precipitação e vazão do rio. Estas analises serão feitas considerando as oscilações das marés observadas na foz do Amazonas. O modelo chuva vazão a ser utilizado, ainda esta sendo desenvolvido e envolvera os padrões de variabilidades observados no regime hidrológico e sua interação com as oscilações de marés do oceano Atlântico observadas em Abaetetuba. DATA : / / ASSINATURA DO ORIENTADOR 7