Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Décima Quarta Câmara Cível

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Ayrton Santarém
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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL n.º 0418751-84.2008.8.19.

1 1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL n.º APELANTE: JORGE SOARES CHAIM APELADO: ESTADO DO RIO DE JANEIRO Relator: Desembargador EDSON SCISINIO DIAS APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO OBJETIVANDO REENQUADRAMENTO DO AUTOR COMO SERVIDOR PÚBLICO NO ÚLTIMO NÍVEL DO CARGO QUE OCUPAVA ANTES DE PASSAR PARA A INATIVIDADE. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. APOSENTADORIA NA CLASSE MAIS ALTA DA CARREIRA. EQUIPARAÇÃO DE PROVENTOS COM OS SERVIDORES DA ATIVA QUE OCUPAM A CLASSE MAIS ALTA DA CARREIRA. LEIS ESTADUAIS Nº 3893/02 E Nº 4620/05. VIOLAÇÃO DA PARIDADE DE VENCIMENTOS. 1. Se o servidor se aposentou na classe mais alta da carreira, tem direito à equiparação salarial aos servidores da ativa integrantes da classe mais elevada da referida carreira, em observância ao princípio da paridade (art. 40, 8º da CF e art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003); 2. Provimento do recurso para condenar o réu à revisão da aposentadoria do autor, a fim de que a mesma seja equiparada aos vencimentos de servidor ativo que ocupe a classe mais alta da carreira que era exercida pelo autor, bem como ao pagamento das diferenças que deixou de pagar.

2 2 RELATÓRIO E DECISÃO Trata-se de ação, pelo rito ordinário, ajuizada por JORGE SOARES CHAIM em face de ESTADO DO RIO DE JANEIRO, alegando que se aposentou em 16/06/2003, como Técnico Judiciário III (cujo cargo hoje, por força da Lei 4620/05, corresponde ao de analista judiciário), na classe única, índice 2000 (máximo da carreira na época). Sustenta que, em observância ao disposto no art. 40, 8º da CF, deveria ter sido reenquadrado, com o advento da Lei nº 3893/02 e da Lei 4620/05, na classe C, padrão 12, percebendo os proventos equivalentes ao valor do índice Pleiteia a revisão do seu benefício de aposentadoria (índice 2000), em razão das alterações introduzidas pela Lei 3893/02 e pela Lei 4620/05 bem como o pagamento das diferenças devidas. A sentença, às fls. 366/374, julgou improcedente o pedido inicial, condenando o autor ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, fixados em R$ 1.000,00 (mil reais). O autor interpôs recurso de apelação (fls. 375/413), reiterando os argumentos já exarados na exordial. Contrarrazões apresentadas às fls. 564/572. Manifestação da Douta Procuradoria de Justiça nas fls. 577/579, no sentido da falta de interesse no presente feito. É o relatório. Decido. O recurso merece provimento. O autor pretende a equiparação dos proventos de sua aposentadoria com os vencimentos do servidor da ativa que se encontre no topo da sua carreira.

3 3 No momento em que se aposentou, o autor pertencia à classe mais alta da carreira do cargo de técnico judiciário IIII, correspondente à classe C, vinculado ao índice Com o advento da Lei 3893/02, que dispôs sobre a unificação e a reestruturação dos quadros de pessoal e instituiu a carreira de serventuários do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, foram estabelecidos os índices 1400, 1600, 1800 e 2000, correspondentes às classes A, B, C e D. Posteriormente, a Lei 4620/05, transformou os técnicos judiciários juramentados em analistas judiciários, transformando os índices nos níveis A, B, e C e doze padrões (de 01 a 12), dos quais aqueles integrantes do antigo índice 2000, passariam ao nível C, padrão 12, máximo de carreira de analista judiciário, ficando os proventos do autor defasados em relação aos servidores da ativa reenquadrados na nova classe, em afronta ao princípio da paridade. De acordo com os artigos 40, 8º da CF e 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, fica assegurado o reajustamento dos benefícios para lhes preservar, em caráter permanente, o valor real, razão pela qual a modificação por reclassificação ou transformação do cargo em que se deu a aposentadoria do autor lhe permite pleitear a equiparação. Diante disso, não cabe a aplicação da Resolução nº 23/2002 do Órgão Especial do TJ/RJ, editada para regulamentar a Lei 3893/02, que manteve os inativos na mesma classe e índice em que se aposentaram, porquanto em afronta ao texto constitucional, garantidor do direito à paridade. Assim, é medida de rigor a revisão da aposentadoria do autor, a fim de que a mesma seja equiparada aos vencimentos de servidor ativo que ocupe a classe mais elevada da carreira que era exercida pelo autor, bem como ao pagamento das diferenças que deixou de pagar, acrescido de juros de mora de 6% ao ano (art. 1º-F da

4 4 lei 9494/97), a contar da citação (art. 219 do CPC), e de correção monetária, a partir da data do vencimento de cada parcela, imputandose ao réu, ainda, as custas, na forma do art. 17, 1º da Lei 3350/99, e os honorários advocatícios, estes fixados em R$ 1.000,00 (mil reais). Tribunal: Nesse sentido, confiram-se julgados deste Egrégio ADMINISTRATIVO. REVISÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA. VIOLAÇÃO DA PARIDADE DE VENCIMENTOS. SERVIDOR APOSENTADO NA CLASSE MAIS ELEVADA DA CARREIRA. NECESSÁRIO REENQUADRAMENTO FUNCIONAL PARA PRESERVAR A PARIDADE. Se o servidor se aposentou na classe mais elevada da carreira, tem direito à equiparação salarial ao servidor da ativa que também ocupe a classe mais alta da carreira. Correta a fixação dos juros em 0,5% ao mês, nos termos art. 1º-F da Lei 9.494/97.ART. 557 DO CPC.NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO RECURSO (Duplo Grau Obrigatório de Jurisdição , Des. Marco Aurélio Froes, Sexta Câmara Cível, j. em ). ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA DE SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL (OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) NA CLASSE MAIS ELEVADA DA CARREIRA, EM MOMENTO ANTERIOR À EDIÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/2003, QUE ALTEROU O ART. 40, 8º, DA CRFB/88. PEDIDO DE EQUIPARAÇÃO DE PROVENTOS COM OS SERVIDORES DA ATIVA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. APELAÇÃO. APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO DISPOSTA NO ART. 7º, DO MENCIONADO MANDAMENTO CONSTITUCIONAL, O QUE

5 5 AUTORIZA O AUTOR/APELADO A EXIGIR A OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA PARIDADE DE VENCIMENTOS, EM RESPEITO À SEGURANÇA DAS RELAÇÕES JURÍDICAS E AO DIREITO ADQUIRIDO. VERBA HONORÁRIA ADEQUADAMENTE FIXADA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO, CONFIRMADO O JULGADO IGUALMENTE EM REEXAME NECESSÁRIO. (Apelação Cível , Des. Mauro Dickstein, Décima Sexta Câmara Cível, j. em ) APELAÇÃO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR. APOSENTADORIA NA CLASSE MAIS ELEVADA DA CARREIRA. EQUIPARAÇÃO DE PROVENTOS COM OS SERVIDORES DA ATIVA QUE OCUPAM O TOPO DA CARREIRA. PRINCÍPIO DA PARIDADE.O servidor que se aposentou na classe mais elevada da carreira tem o direito de perceber rendimentos correspondentes aos percebidos pelos servidores da ativa que integram o nível mais alto da referida carreira, mormente se a lei posterior que promove o reenquadramento funcional constitui afronta ao princípio da paridade. Incidência do art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003. RECURSO PROVIDO (Apelação Cível , Des. Antonio Cesar Siqueira, Quinta Câmara Cível, j. em ) DIREITO ADMINISTRATIVO. EQUIPARAÇÃO DE PROVENTOS. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE QUE DEVE SER

6 6 MANTIDO. AUTOR APOSENTADO EM 1997 NA CLASSE C, ÍNDICE 1600, SÍMBOLOS ESTES QUE CORRESPONDIAM AO TOPO DA CARREIRA. LEI ESTADUAL 3893/2002 QUE CRIOU NOVAS CLASSES E ÍNDICES NO PODER JUDICIÁRIO ESTADUAL. RESOLUÇAO 23/2002 DO ÓRGÃO ESPECIAL DO TJRJ, MANTENDO OS APOSENTADOS NA MESMA CLASSE E ÍNDICE QUE SE APOSENTARAM, O QUE RESULTOU REDUÇÃO DOS SEUS PROVENTOS. ASSISTE DIREITO AO AUTOR DE PERCEBER RENDIMENTOS CORRESPONDENTES AOS RECEBIDOS POR AQUELES SERVIDORES QUE INTEGRAM O NÍVEL MAIS ALTO DA CARREIRA EM QUESTÃO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 7º DA EC 41/2003. REGRA DE TRANSIÇÃO. RECURSO CONHECIDO PARA NEGAR PROVIMENTO, ISENTANDO DE OFÍCIO O ESTADO AO PAGAMENTO DAS CUSTAS (Apelação Cível , Des. Siro Darlan de Oliveira, Décima Segunda Câmara Cível, j. em ) ADMINISTRATIVO - REVISÃO DE PROVENTOS SERVIDOR APOSENTADO NA CLASSE MAIS ELEVADA DA CARREIRA - REENQUADRAMENTO FUNCIONAL - VIOLAÇÃO DA PARIDADE DE VENCIMENTOS - JULGAMENTO ULTRA PETITA INOCORRÊNCIA. O servidor que se aposentou na classe mais elevada da carreira tem direito à equiparação salarial ao da ativa, mormente se a lei posterior que promove o reenquadramento funcional constitui afronta ao princípio da paridade. A observância, pelo magistrado, da ordem jurídica vigente ao tempo da apreciação do pedido não enseja julgamento ultra petita, aplicando-se à hipótese o art.

7 7 462 do CPC, posto que, quando da propositura da ação, a Lei Estadual nº 4.620/05 não existia no mundo jurídico. Improvimento do recurso (Apelação Cível , Des. José Geraldo Antonio, Sétima Câmara Cível, j. em 06/06/2007) Pelo exposto, com fulcro no artigo 557, 1º-A do Código de Processo Civil, decido no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO para condenar o réu à revisão da aposentadoria do autor, a fim de que a mesma seja equiparada aos vencimentos de servidor ativo que ocupe a classe mais elevada da carreira que era exercida pelo autor, bem como ao pagamento das diferenças que deixou de pagar, acrescida de juros de 6% ao ano, a contar da citação e correção monetária, a partir da data do vencimento de cada parcela. Condena-se, ainda, o réu ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes fixados em R$ 1.000,00 ( mil reais). Rio de Janeiro, 27 de maio de Relator

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