TRABALHADOR AUTÔNOMO

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1 Página1 Curso/Disciplina: Reforma Trabalhista (Direito e Processo do Trabalho) Objetivo Aula: 09 Professor(a): Rogério Renzetti Monitor(a): Ana Cristina Aquino Aula nº 09 TRABALHADOR AUTÔNOMO O trabalhador autônomo encontra-se regulamentado no art. 442-B e seus parágrafos. É uma relação de trabalho. O ponto diferencial entre o empregado da CLT e o autônomo é que o autônomo é o empregador dele mesmo, ou seja, não se subordina a ninguém. Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3 º desta Consolidação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) 5º Motoristas, representantes comerciais, corretores de imóveis, parceiros, e trabalhadores de outras categorias profissionais reguladas por leis específicas relacionadas a atividades compatíveis com o contrato autônomo, desde que cumpridos os requisitos do caput, não possuirão a qualidade de empregado prevista o art. 3º. O 5º do art. 442-B, da CLT, trata das atividades ligadas a autônomo e que não preenchem o SHOP. A subordinação jurídica é o principal requisito que diferencia o empregado do autônomo. 6º Presente a subordinação jurídica, será reconhecido o vínculo empregatício. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017). Aplica-se, contudo, o princípio da primazia da realidade a verdade dos fatos prevalece sobre a verdade formal (meramente documental).

2 Página2 CONTRATO INTERMITENTE Alterna-se atividade com inatividade. Períodos trabalhando e períodos não trabalhados. Está previsto no art. 443, da CLT: Art O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº , de ) O próprio legislador conceitua o contrato intermitente no 3º deste artigo: 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. (Incluído pela Lei nº , de ). Não existe a habitualidade, mas mesmo assim configura-se a relação de emprego. Em que pese a alternância de períodos, prejudicando-se a habitualidade, reconhece-se o vínculo empregatício, exceto ao aeronauta. Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. (Incluído pela Lei nº , de 2017) Este artigo começa a apresentar o formalismo. O contrato de trabalho intermitente tem que ser escrito, registrado na CTPS.

3 Página3 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. (Incluído pela Lei nº , de 2017) O empregador tem o prazo de 3 dias corridos de antecedência para convocar o empregado, por qualquer meio eficaz de comunicação, para prestação de serviços. Presume-se a recusa diante do silêncio, ultrapassado o prazo de 24h. A recusa da oferta não descaracteriza o contrato intermitente, eis que não afasta a subordinação. 6º Na data acordada para o pagamento, observado o disposto no 11, o empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas: (Redação dada pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Data acordada ao pagamento tudo agora é acordo entre as partes. Trouxe a MP 808 uma autonomia gritante para negociações entre empregado e empregador. 11. Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o 6º não poderá ser estipulado por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Dependendo do período da convocação, não se aplica a regra do 6º. Todas as parcelas devem estar devidamente discriminadas no recibo de pagamento, conforme previsto no 7º do art. 452-A, da CLT: 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº , de 2017).

4 Página4 O empregado, nesta hipótese, tem direito às férias, sem ser convocado neste período, em observação ao art. 134, 1º e 2º, da CLT, hipótese em que poderá fracionar o período de férias a ser gozado. O art. 452-B, CLT, reforça os requisitos e o mútuo consentimento o que pode vir a trazer prejuízos ao empregado. Art. 452-B. É facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente: (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) O art. 452-C explica o que é o período de inatividade, já que no trabalho intermitente tenho atividade e inatividade. O período de inatividade é o período em que o empregado não foi convocado e está inativo, parado: Art. 452-C. Para fins do disposto no 3º do art. 443, considera-se período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente haja sido convocado e tenha prestado serviços nos termos do 1º do art. 452-A. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Durante o período de inatividade o empregador pode prestar serviços a outros tomadores de serviço. A exclusividade não é um requisito para a relação de emprego. Período de inatividade não é contado como tempo de serviço ou à disposição do empregador. Não é remunerado. Art. 452-D, da CLT. Artigo interessante. Há um prazo. Se em um ano, nada mais acontece, o contrato é rescindido de pleno direito. Um ano sem convocação, sem prestação de serviço: Art. 452-D. Decorrido o prazo de um ano sem qualquer convocação do empregado pelo empregador, contado a partir da data da celebração do contrato, da última convocação ou do último dia de prestação de serviços, o que for mais recente, será considerado

5 Página5 rescindido de pleno direito o contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017) Art. 452-E, da CLT. O art. 482, da CLT, traz as hipóteses de justa causa. Faltas graves praticadas pelo empregado. Já o artigo 483, da CLT, traz a hipótese de rescisão indireta, que é quando o empregador comete uma falta grave. Ressalvadas estas hipóteses, havendo rescisão contratual, são direitos do empregado, nestas hipóteses: metade do aviso prévio indenizado; indenização sobre o saldo de FGTS, que neste caso é de 20%; e na integralidade, as demais verbas trabalhistas. Além dos 20% da multa sobre o FGTS, você pode levantar 90% dos depósitos do FGTS. Contudo, a extinção do contrato intermitente não dá direito ao seguro desemprego. No art. 452-G, CLT, temos uma regra intertemporal até 31 de dezembro de 2020, o empregado demitido em contrato por prazo indeterminado, não pode prestar serviços na modalidade intermitente pelo período de 18 meses, ao mesmo empregador. Art. 452-G. Até 31 de dezembro de 2020, o empregado registrado por meio de contrato de trabalho por prazo indeterminado demitido não poderá prestar serviços para o mesmo empregador por meio de contrato de trabalho intermitente pelo prazo de dezoito meses, contado da data da demissão do empregado. (Incluído pela Medida Provisória nº 808, de 2017)