FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA. Flávia Cristina Tremea. Prevalência de lesões periapicais observadas em radiografias panorâmicas

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1 1 FACULDADE MERIDIONAL IMED ESCOLA DE ODONTOLOGIA Flávia Cristina Tremea Prevalência de lesões periapicais observadas em radiografias panorâmicas PASSO FUNDO 2016

2 2 Flávia Cristina Tremea Prevalência de lesões periapicais observadas em radiografias panorâmicas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pela acadêmica de Odontologia Flávia Cristina Tremea, da Faculdade Meridional - IMED, como requisito indispensável para a obtenção de grau em Odontologia. PASSO FUNDO 2016

3 3 Flávia Cristina Tremea Prevalência de lesões periapicais observadas em radiografias panorâmicas Professora orientadora: Prof. Ms. Flávia Baldissarelli Marcon PASSO FUNDO 2016

4 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais Marisete e Luiz Tremea, e ao meu irmão Luís Fernando indispensáveis em minha vida pelo incentivo e apoio de sempre. Vocês são meu porto seguro, amo vocês! E ao meu namorado Pedro por sempre me ajudar nos momentos em que precisei, sendo compreensivo comigo. E a Deus, por me acolher em cada minuto de meus dias, me dando sempre mais forças para lutar e vencer meus propósitos na vida.

5 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os professores que nos auxiliaram no decorrer do curso, pelos ensinamentos proposto e dedicação. Agradeço em especial a minha orientadora Flávia Baldissarelli Marcon, que me auxiliou na elaboração deste trabalho, demonstrando paciência e compreensão, sendo assim de suma importância.

6 6 A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. Érico Verissímo.

7 7 APRESENTAÇÃO Acadêmica Nome: Flávia Cristina Tremea Celular: (54) Área de Concentração: Clínica odontológica Linha de Pesquisa: Epidemiologia em saúde bucal

8 8 RESUMO O presente trabalho teve como objetivo fazer um levantamento epidemiológico da prevalência de lesões periapicais radiolúcidas numa amostra de 107 radiografias panorâmicas, de pacientes atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Foram incluídos pacientes que possuíam radiografias panorâmicas realizadas no ano de 2015 e com o termo de Consentimento Livre e Esclarecido devidamente assinado. A coleta de dados foi feita através dos prontuários bem como, laudos e radiografias panorâmicas. Os critérios avaliados foram: presença de lesão periapical visível radiograficamente, gênero do paciente, idade, número total de dentes, elemento dentário, arcada e número de tratamentos endodônticos. Os dados foram organizados e comparados. Os resultados demonstraram que 53,3% dos laudos radiográficos apresentaram lesão periapical. A maioria das lesões encontrava-se em maxila, com 58,5% das ocorrências e os elementos dentários mais acometidos foram o 22 e 26. Concluiu-se que as lesões periapicais foram mais frequentes em mulheres na arcada superior e nos dentes incisivos laterais e primeiros molares superiores. Palavras-chave: Necrose da polpa dentária. Periodontite Periapical. Doenças Periapicais.

9 9 ABSTRACT This study aimed to do an epidemiological survey of the prevalence of periapical radiolucent lesions in a sample of 107 panoramic radiographs of patients attending the Course in Dentistry at the Southern College / IMED. Patients were included who had panoramic radiographs taken in 2015 and the term of consent form signed. Data collection was done through the medical records as well as reports and panoramic radiographs. The evaluated criteria were: presence of apical periodontitis visible radiographically, the patient's gender, age, total number of teeth, tooth, arcade and number of endodontic treatments. Data were organized and compared. The results showed that 53.3% of radiographic reports showed apical periodontitis. Most of the injuries was in the jaw, with 58.5% of cases and the most affected dental elements were 22 and 26. It was concluded that the periapical lesions were more common in women in the upper and the lateral incisors and first molars. Key Words: Dental Pulp Necrosis.Periapical Periodontitis. Periapical Diseases.

10 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Porcentagem de Radiografias panorâmicas com lesão periapical Figura 2 Porcentagem de Radiografias panorâmicas por gênero Figura 3 Mulheres com presença de lesão e sem presença de lesão Figura 4 Homens com presença de lesão e sem presença de lesão Figura 5 Porcentagem de presença de lesão nas arcadas dentárias... 30

11 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA OBJETIVOS OBJETIVOS GERAIS OBJETIVOS ESPECÍFICOS METODOLOGIA DELINEAMENTO E AMOSTRA DO ESTUDO COLETA DE DADOS Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão PROCEDIMENTOS ANÁLISE DOS DADOS QUESTOES ÉTICAS RESULTADOS DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS APENDICES ANEXOS... 39

12 12 1 INTRODUÇÃO Uma infecção na polpa dentária induz a uma resposta inflamatória, que acarretará destruição e contaminação da polpa dentária, por sua vez ocasionando uma periodontite periapical (LORENA; SILVA; SOBRAL, 2012). As alterações patológicas apicais são consequentemente vindas da inflamação da polpa dental. Estímulos nocivos da cavidade pulpar atingem a região periapical, podendo ocasionar dois tipos de inflamação periapical, a aguda ou crônica (CUNHA et al., 2008). A ocorrência da necrose pulpar pode ocorrer devido a fatores químicos, físicos e principalmente bacteriológicos, dependendo das condições de defesa da polpa e do agente agressor. As lesões periapicais associadas à necrose pulpar resultam dos mesmos fatores etiológicos, contudo, a necrose somente resultará em patologia periapical quando não tratada precocemente (SIQUEIRA et al., 2012). A instalação de infecção na polpa dentária leva microrganismos no sentido apical do dente, de forma a invadir e colonizar os tecidos periapicais iniciando a periodontite, destruindo osso alveolar e promovendo a reabsorção radicular (SIQUEIRA et al., 2012). Depois de instalada a infecção, o tratamento da necrose pulpar deve ser realizado, e esse consiste em uma ou múltiplas sessões, onde serão utilizados instrumentos endodônticos para o preparo químico-mecânico dos canais radiculares associada à ação das soluções químicas auxiliares, e medicação intracanal em caso de múltiplas sessões, com consequente obturação do sistema de canais radiculares e posterior blindagem através do procedimento restaurador (SIQUEIRA et al., 2012).

13 13 Em função das lesões periapicais não estarem relacionadas diretamente com a presença de dor, inúmeras vezes essas são encontradas em exames radiográficos de rotina. Por isso, esse estudo tem como objetivo verificar em radiografias panorâmicas, e em laudos, a ocorrência de lesões periapicais, no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED, no município de Passo Fundo RS, assim determinando a prevalência das lesões nas arcadas dentárias.

14 14 2 REVISÃO DE LITERATURA Capelli et al., em 1991, compararam as radiografias panorâmicas e o conjunto periapical completo através de um levantamento bibliográfico. Verificaram qual delas atendia as necessidades básicas do clínico geral, permitindo uma maior facilidade de se complementar o diagnóstico, que apresentasse praticidade e um baixo custo. Foi verificado que as radiografias panorâmicas apresentam menor dose de radiação, menor custo para o paciente e menor tempo para a sua obtenção. Segundo os autores, apresenta como indicação ainda, quando houver necessidade de uma visão mais ampla da região bucomaxilofacial como no diagnóstico, nas avaliações de patologias, nas intervenções cirúrgicas, no planejamento protético, para diagnóstico e acompanhamento em Ortodontia e Odontopediatria, e em avaliações epidemiológicas. Por ser uma tomada extra-oral, é indicada também para casos de trismos, imobilizações e para pacientes que não permitem tratamento. O conjunto intrabucal mostrou-se superior à panorâmica na detecção de lesões periapicais, cáries proximais e interpretações periodontais. É indicada sempre que houver necessidade de um maior detalhamento. A precisão de diagnóstico da radiografia digital para a detecção de pequenas lesões periapicais, experimentalmente feitas, foi comparada com a do filme E-speed. As cavidades foram confeccionadas com brocas nas regiões de molares e pré-molares de seis mandíbulas humanas secas e livres de doença periapical. No total, houve 20 imagens de raízes com lesões de diferentes tamanhos e 16 imagens de raízes sem lesão. As resoluções de alto e baixo contraste dos sistemas de imagem também foram comparados. Para avaliar a precisão do diagnóstico, a região periapical das mandíbulas humanas secas foi analisada por sete observadores. A resolução de alto contraste do sistema digital foi inferior, mas a resolução de baixo contraste foi comparável à do filme E-speed. Para a precisão do diagnóstico nenhuma diferença significativa foi observada. Com o estudo, os autores concluíram que a qualidade das imagens digitais é comparável à da película E-speed para a

15 15 detecção de lesões periapicais ósseas (KULLENDORFF; NILSSON; ROHLIN, 1996) O objetivo deste estudo foi comparar filme D-speed, filme E-speed, e o sistema Digora Soredex em relação à detecção de doença perirradicular. As imagens radiográficas de 100 mandíbulas de cadáveres foram realizadas com os diferentes filmes. Cada conjunto de 100 imagens foi interpretado por quatro observadores, com 30 dias de distância de cada uma das três sessões de visualização das imagens. A presença ou ausência da reabsorção óssea perirradicular foi determinada por exame histológico das amostras. A avaliação do observador foi comparada com os achados histológicos. Após as análises, observou-se que não houve diferença significativa no desempenho do diagnóstico entre as três técnicas radiográficas. Os autores concluíram que nenhuma técnica de imagem é um bom indicador de doença como determinado pela análise histológica. Nas condições deste estudo, determinou-se que o filme D-speed, filme E-speed e o Digora Soredex foram modalidades de imagens de diagnóstico equivalentes no que diz respeito à detecção de reabsorção óssea perirradicular patológica. Ainda, que nenhuma técnica previsivelmente indicou reabsorção inflamatória (HOLTZMANN et al., 1998). Em um estudo realizado nas clínicas odontológicas do Centro Universitário de Lavras/MG, propôs-se um levantamento epidemiológico dos tratamentos endodônticos executados, para analisar a eficácia desses tratamentos em dentes que possuíam lesões periapicais, através de radiografias, analisando o índice de sucesso obtido. Na metodologia empregada foram analisados prontuários, nos anos de 2001 a 2004 que receberam tratamento endodôntico, num total de 340 pacientes. Desses, foram selecionados 80 casos que haviam tido o diagnóstico clínico e radiográfico de necrose pulpar com lesão periapical. Foi realizado acompanhamento radiográfico, dos 80 pacientes, somente 47 retornaram para a realização da tomada radiográfica. No exame radiográfico observaram e compararam a radiografia do término do tratamento e a realizada após o período de acompanhamento. Foi concluído que a regressão das lesões periapicais obteve a

16 16 maior taxa de sucesso com 36 meses do tratamento (PEREIRA; CARVALHO, 2008). Cunha et al., 2008, avaliaram a concordância e a acurácia no diagnóstico do periápice de molares e pré-molares portadores ou não de doença periapical a partir da análise de imagens digitais indiretas, onde dois grupos de alunos de pós-graduação, nas áreas de Endodontia e Radiologia, em uma Clínica Odontológica de Porto Alegre selecionaram quarenta radiografias periapicais com necrose pulpar. A análise das imagens foi realizada por dez alunos de pósgraduação em Radiologia Odontológica e Imaginologia e dez em Endodontia. Os resultados obtidos foram analisados quanto à acurácia, sensibilidade e especificidade das avaliações dos dois grupos. A reprodutibilidade intra-examinador foi avaliada quanto à porcentagem de concordância para os dois grupos. Concluiuse que na média dos grupos, os alunos de Endodontia apresentaram capacidade semelhante aos de Radiologia na compreensão da ausência de lesão quando esta não estava presente, porém obtiveram menos capacidade de identificar as lesões periapicais presente. Estrela et al., 2008, avaliaram a precisão de métodos de imagem para detecção de periodontite apical. Imagens de uma amostra de 888 exames de pacientes com infecção endodôntica (1508 dentes), incluindo tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) e radiografias panorâmicas e periapicais foram selecionadas. Sensibilidade, especificidade, valores preditivos, e precisão das radiografias periapicais e panorâmicas foram calculados. As características operacionais do receptor Análise (ROC) ou Curva ROC foi realizada para avaliar o diagnóstico de precisão das imagens panorâmicas e periapicais. O predomínio da periodontite apical foi significativamente maior com CBCT. No geral, a sensibilidade foi de 0,55 e 0,28 para periapical e radiografias panorâmicas, respectivamente. A periodontite apical foi corretamente identificada com os métodos convencionais. A CBCT provou ser precisa para identificar periodontite apical.

17 17 Com o objetivo de verificar radiograficamente a qualidade do tratamento endodôntico e da restauração relacionando esta com a região periapical, em pacientes atendidos na Clínica Odontológica da PUC - Minas Gerais foram avaliados 603 prontuários de pacientes que haviam sido submetidos à radiografia periapical de todos os elementos dentais presentes em boca, sendo utilizados 1006 dentes tratados endodonticamente. Os dentes foram agrupados de acordo com a qualidade radiográfica do tratamento endodôntico, bem como a qualidade da restauração coronária. Os resultados do estudo mostraram que ambos os procedimentos são de grande importância para o sucesso do tratamento. Foi concluído que uma adequada restauração depois de um adequado tratamento endodôntico resultou em 90,79% de sucesso, enquanto que uma restauração inadequada com tratamento endodôntico inadequado resultou em 14,13% de sucesso (VIDIGAL et al., 2010). O estudo teve como propósito avaliar prontuários odontológicos aonde realizou atendimento clínico a pacientes no período do segundo semestre de 2007 e primeiro semestre do ano de 2008, no Departamento de Odontologia do Centro de Ciências Biológicas e da saúde, da Universidade Estadual da Paraíba. Sendo analisados 73 prontuários destes, foram utilizados 49 prontuários. A coleta de dados foi um formulário elaborado para este fim. Os resultados das hipóteses diagnósticas pelos alunos foram pulpite reversível (2%), pulpites irreversíveis (16,3%), necroses sem rarefação óssea periapical (12,2%) e necroses com rarefação periapical (69,4%). Foram identificados possíveis erros nas hipóteses diagnósticas, sendo elaboradas pelos autores: (22,4%) pulpites irreversíveis, 5 (10,2%) pulpites reversíveis, 33 (67,3%) necroses. Pode-se concluir que em 71,4% dos casos houve concordância entre a hipótese diagnóstica pelos alunos e a feita pelos autores (SANTOS et al., 2011). Com o objetivo de avaliar através da técnica imuno-histoquímica da metaloproteinase-9 (MMP-9) em doenças periapicais, foram selecionadas amostras de lesões periapicais emblocadas em parafina aptas à técnica Imuno-histoquímica.

18 18 Dos casos avaliados, 26 eram granulomas periapicais e 21 eram cistos radiculares, provenientes do Laboratório de Patologia Bucal da FOP (UPE). Os resultados obtidos dos 47 casos pesquisados de lesões periapicais, quanto à raça, o maior número de casos foi detectado entre os indivíduos da raça branca, seguindo da raça negra, e quanto ao sexo, mostraram que o sexo feminino teve maior índice de ocorrência, do que o sexo masculino. No aspecto radiográfico as lesões tinham mais o padrão radiolúcido, do que radiopaco. Em relação à imuno-histoquímica da MMP- 9 em lesões periapicais, 19 cistos e 25 granulomas foram exibidos em intensidades variadas. Pode-se concluir que nas lesões periapicais a presença de MMP-9 parece contribuir para o processo de desenvolvimento e manutenção dos cistos e granulomas periapicais (LORENA; SILVA; SOBRAL, 2012). O objetivo do estudo foi avaliar clínica e radiograficamente o reparo ósseo de lesões periapicais crônicas nos tratamentos endodônticos executados por alunos da Faculdade de Odontologia UNESP, no período de 2009 e Foram selecionados 100 prontuários de pacientes que receberam tratamento endodôntico 52, do gênero feminino e 48 do gênero masculino, realizado com período de oito a 11 meses. A medicação intracanal, empregada foi sob a forma de pasta de hidróxido de cálcio. Após duas semanas esta foi removida, sendo realizada a obturação dos canais radiculares. Após o período de oito a 11 meses, os pacientes retornaram para fazer o controle pós-operatório através de radiografias. Nos resultados foi observado que 78,46% dos casos obteve sucesso e 21,53% insucesso. Foi concluído que houve grande sucesso no reparo das lesões periapicais tratadas endodonticamente (NERY et al., 2012). Uma revisão sistemática avaliou a precisão do diagnóstico pelos métodos radiográficos para indicar presença e ausência de lesões periapicais e as mudanças ao longo do tempo das mesmas. Uma busca eletrônica foi realizada, incluindo a base de dados PubMed, Embase e CENTRAL, a partir de janeiro de 1950 a junho de Todos os idiomas foram aceitos desde que houvesse um resumo em Inglês. Os termos buscados foram tomografia computadorizada de feixe cônico

19 19 (CBCT), radiografia panorâmica, doenças periapicais, doenças pulpares, a sensibilidade e especificidade", "receptor de características operacionais (ROC), Endodontia e radiografia dentária". Os resumos e artigos foram avaliados por dois revisores de forma independente. O artigo foi lido de forma integral se, pelo menos, um dos dois revisores consideravam o resumo ser potencialmente relevante. Ao todo, 181 artigos foram lidos na íntegra. Vinte e seis estudos preencheram critérios estabelecidos para a inclusão. Não houve evidência suficiente de que a técnica radiográfica digital foi tão precisa quanto à técnica com o filme convencional. O mesmo se aplicou para a CBCT. As técnicas periapicais digitais e de película tiveram uma capacidade limitada para mostrar lesões pequenas, mas uma elevada capacidade para identificar condições normais periapicais. Já a CBCT foi mais sensível e mostra lesões menores, mais facilmente do que a radiografia periapical (PETERSSON et al., 2012). O estudo teve como objetivo comparar a prevalência de periodontite periapical em dentes com necrose pulpar não tratatados endodonticamente vistos em radiografias periapicais e Tomografia Cone Beam. Foram incluídos no estudo pacientes encaminhados para a Universidade Internacional de Catalunya, Espanha, no período de janeiro de 2011 e abril de 2012, sendo avaliados 420 pacientes. O diagnóstico clínico da doença pulpar teve como base em sinais clínicos e sintomas, testes de percussão, palpação e radiografias periapicais, necrose pulpar foi avaliada pelo teste térmico ao frio, sendo as radiografias periapicais digitais e imagens de TCCB avaliadas em seis sessões separadas. Como resultados obtidos de 161 dentes, 15 foram diagnosticados com necrose pulpar, 50 com periodontite apical inicial, 55 com periodontite apical crônica, 16 com abcesso apical agudo e 25 com abcesso apical crônico. No geral, os resultados mostraram que a Tomografia Computadorizada Cone-Beam detectou mais lesões radiolúcidas do que radiografias periapicais. Pode-se concluir que a TCCB detectou 18,8% a mais que a Radiografia Periapical Digital (ABELLA et al., 2014).

20 20 Este estudo teve como objetivo detectar reabsorção radicular apical associada à lesão periapical utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e tomografia computadorizada Cone Beam. Foram avaliados 88 ápices radiculares de 52 dentes de 14 pacientes que extraíram os dentes por diferentes motivos, sendo submetidos a uma anamnese completa, história médica/odontológica, exames clínico e radiográfico. Os dentes selecionados apresentavam grande perda de estrutura dental devido à cárie e lesões peripaicais associada à infecção dos canais radiculares. A Tomografia Computadorizada foi obtida para diagnosticar as alterações periapicais que se mostraram complexas ou duvidosas, sendo assim avaliada a presença ou ausência de reabsorção radicular apical. A associação de reabsorção radicular com infecção do canal radicular e periodontite apical foi estabelecida em 61,4% dos casos utilizando a Microscopia Eletrônica de Varedura e menos da metade dos casos utilizando Tomografia Computadorizada Cone Beam (ESTRELA et al., 2014). O objetivo do estudo foi testar a capacidade da Radiografia Periapical e Tomografia Computadorizada Cone Beam em determinar a presença/ausência de lesões periapicais e examinar as medições volumétricas de lesões periapicais com exames tomográficos. Foram utilizadas 15 mandíbulas humanas secas fornecidas pelo Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Pequim, China. Foram realizadas extrações de 63 dentes nas mandibulas, criando defeitos ósseos, para imitar lesões ósseas periapicais. As lesões foram examinadas com Radiografia Periapical e Tomogradia Computadorizada Cone Beam e a presença/ausência de lesão periapical foi observada. Foi concluído que a tomografia Computadorizada Cone Beam foi mais precisa do que a Radiografia Periapical na identificação de lesões periapicais (LIANG et al., 2014). Com o objetivo de avaliar a prevalência de periodontite apical que é uma condição multifatorial podendo ser originada de uma polpa necrótica ou um tratamento endodôntico mal tratado, utilizando como pesquisa uma população urbana brasileira de acordo com sexo, idade, grupo e tipo de dente. Os dados foram coletados de

21 pacientes, destes contendo 738 do sexo feminino, e 388 do sexo masculino, atendidos por alunos da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, entre Março de 2000 e Dezembro Para a coleta foram utilizados processos clínicos contendo histórias médicas e odontológicas, exames odontológicos e radiografias periapicais. Os resultados mostraram que de pacientes (Número total de dentes avaliados = ), determinou-se que dentes já tinham recebido tratamento de canal, dos quais 293 apresentaram lesão radiolúcida. No total, dentes eram candidatos para encaminhamento para tratamento endodôntico, das quais apresentaram lesão radiolúcida. Foi concluído que as mulheres com idade entre anos possuíam mais periodontite apical que os homens, e os dentes frequentemente mais afetados foram incisivos centrais e laterais superiores (BERLINCK et al., 2015).

22 22 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVOS GERAIS O objetivo da pesquisa foi investigar a ocorrência de lesões periapicais observadas nas radiografias panorâmicas, de pacientes atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED, no ano de OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar em Rx panorâmico: O gênero do paciente; Idade; Número total de dentes; Presença de lesão periapical visível radiograficamente; O elemento dentário com lesão periapical e arcada; Número total de tratamentos endodônticos.

23 23 4 METODOLOGIA 4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO E AMOSTRA DOS DADOS Estudo com abordagem qualitativa, cujo delineamento descritivo e observacional. Na amostra foram compostas radiografias panorâmicas realizadas no ano de 2015, e laudos radiográficos de 107 pacientes (55 do sexo feminino e 52 do sexo masculino) atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. 4.2 COLETAS DE DADOS Os dados foram obtidos através de radiografias panorâmicas, e laudos radiográficos dos pacientes atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Foram avaliados conforme as condições periapicais, se possuíam ou não lesão, em relação ao gênero do paciente, idade, número total de dentes, elemento dentário com lesão periapical, arcada, e número de tratamentos endodônticos, onde estes foram catalogados em um quadro (APÊNDICE A) CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Os pacientes incluídos no estudo deveriam apresentar Radiografia Panorâmica atualizada do ano de 2015, atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Entretanto, só participaram do estudo as radiografias panorâmicas de pacientes que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B).

24 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Não fizeram parte do estudo os pacientes com arcada decídua e mista, além dos pacientes que não possuíam Radiografia Panorâmica do ano de PROCEDIMENTOS As 107 radiografias panorâmicas foram revistas individualmente, por um único observador, com o auxílio de um negatoscópio, a fim de verificar a existência ou não de lesões periapicais. Sendo coletados os dados referentes à presença de lesão periapical, gênero do paciente, idade, número total de dentes, presença de lesão periapical visível radiograficamente, elemento dentário com lesão periapical, arcada, e número de tratamentos endodônticos, onde estes foram catalogados em um quadro. 4.5 ANÁLISES DOS DADOS Após, selecionados e incluídos na pesquisa, todas as radiografias panorâmicas passaram por uma análise minuciosa, sendo analisadas como variáveis dependentes as lesões periapicais e variáveis independentes o gênero, idade, número total de dentes, arcada e número de tratamentos endodônticos. Assim sendo, foi realizada a porcentagem de cada dado avaliado.

25 QUESTÕES ÉTICAS Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional/ IMED do Curso de Odontologia, pelo processo número (ANEXO A). O início da coleta dos dados ocorreu após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

26 26 5 RESULTADOS O total de radiografias panorâmicas avaliadas nesse estudo foram 107 do ano de Os resultados podem ser observados a seguir. Em relação à presença de lesão periapical visível radiograficamente das 107 radiografias avaliadas, 53,3% apresentavam imagem radiolúcida sugestiva de lesão como apresentado na figura 1. Presença de Lesão 46,7% 53,3% Com lesão Sem lesão Figura 1- Porcentagem de Radiografias Panorâmicas com lesão periapical.

27 27 Com relação ao gênero das radiografias panorâmicas avaliadas 51,4% eram pacientes do sexo feminino e 48,6% do sexo masculino. Gênero 48,6% 51,4% Feminino Masculino Figura 2- Porcentagem de Radiografias Panorâmicas por gênero.

28 28 A presença de lesão periapical levando em consideração os pacientes do sexo feminino foi de 54,5%. Mulheres 45,5% 54,5% Feminino com lesão Feminino sem lesão Figura 3- Mulheres com presença de lesão periapical e sem presença de lesão.

29 29 A presença de lesão periapical levando em consideração os pacientes do sexo masculino foi de 51,9%. Homens 48,1% 51,9% Com lesão Sem lesão Figura 4- Homens com presença de lesão periapical e sem presença de lesão.

30 30 Dos 135 casos de dentes com lesão periapical, esses foram mais frequentemente encontrados na arcada superior com 58,5%. Arcadas 41,5% 58,5% Superior Inferior Figura 5- Porcentagem de presença de lesão periapical nas arcadas dentárias. Avaliando os elementos dentários, os mais acometidos por lesão periapical foram: o 22 e o 26, os quais apareceram 13 vezes. Após seguiu-se: o 16 com 8 vezes, o 12 com 7 vezes. Dos elementos dentários avaliados radiograficamente, 135 apresentaram lesão periapical, representando 5,6% dos casos. Dos elementos dentários avaliados radioraficamente, 132 eram dentes com tratamento endodôntico, representando 5,48% dos casos. A amostra foi composta por indivíduos com idade entre 13 à 66 anos. A maior parte da amostra que apresentou lesão periapical tinha entre 45 e 55 anos de idade.

31 31 6 DISCUSSÃO A periodontite apical é uma condição multifatorial complexa originada a partir de uma polpa necrótica infectada ou uma falha endodôntica. É de desenvolvimento assintomático, e o prognóstico é tipicamente menos favorável quando é detectado tardiamente. Estudos sobre a prevalência de periodontite apical em diferentes países têm revelado que a periodontite apical é um problema generalizado de saúde bucal podendo comprometer a saúde sistêmica (BERLINCK et. al, 2015). A periodontite apical se difere em inicial e crônica, a inicial é causada por microrganismos e seus subprodutos invadindo os tecidos periapicais através do canal radicular, podendo ser induzida por trauma, instrumentação mal feita, produtos químicos ou materiais endodônticos. Os sintomas clínicos são dor, sensibilidade dentária, e em alguns casos extrusão do dente. Se os agentes não são removidos, a lesão incial se tornará crônica, o que a difere da inicial é que se torna assintomática, o que muitas vezes leva o paciente a não procurar ajuda profissional, pois não há dor (COHEN, HARGREAVES, 2007). A infecção do canal radicular após a necrose pulpar segue um percurso em sentindo apical, capaz de induzir a inflamação periapical, este processo pode levar a destruição dos tecidos periapicais e induzir a reabsorção e perda radicular. A perda dessas estruturas ocorre devido a atividades das células de defesa em eliminar os microrganismos que estão infectanto a polpa, sendo assim a peripodontite periapical é a resposta imune do hospedeiro contra os microrganismos vindos do canal radicular (ESTRELA et al., 2014). A maioria das células que participam na defesa periapical são as células recrutadas do sistema imune como neutrófilos/leucócitos, linfócitos e macrófagos. A função dos leucócitos é localizar e destruir os microrganismos invasores, os linfócitos possuem papel na inflamação e imunidade, os macrófagos possuem várias funções como morte dos microrganismos por fagocitose, retirada das células mortas e seus

32 32 componentes, vigilância imunológica pela captura de antígenos, entre outros (COHEN, HARGREAVES, 2007). Um evento que ocorre na periodontite periapical é a destruição óssea e dos tecidos dentários, os osteoclastos são células efetoras neste processo, oriundos da medula óssea, já os osteoblastos são responsáveis pela sintese e mineralização do osso, ou seja, formação óssea (COHEN, HARGREAVES, 2007). Em função de a lesão periapical ser uma lesão silenciosa objetivou-se através desse estudo descritivo do tipo quantitativo descrever a prevalência de lesões periapicais em uma população brasileira, utilizando radiografias panorâmicas e laudos radiográficos. A população descritada nesse estudo representa uma amostra de conveniência do Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/ IMED. Sabe-se que a radiografia panôramica fornece informações úteis nos diagnósticos, porém fazer um diagnóstico definitivo baseado somente nas interpretações radiográficas pode levar a uma interpretação errônea e a um tratamento equivocado. O diagnóstico deve estar associado a exames clínicos como coloração dental, palpação apical, testes de percussão, testes de vitalidade entre outros (COHEN, HARGREAVES, 2007). Foram analisadas 107 radiografias panorâmicas e laudos radiográficos, diferentemente do estudo de Steinhorst, em 2012, em que foram avaliados apenas os laudos das radiografias panorâmicas. Em outro estudo, não houve utilização da radiografia panorâmica, empregou-se a Tomografia Computadorizada Cone-beam que apresentou-se mais precisa do que a Radiografia Periapical na identificação de lesões periapicais (LIANG et al., 2014) de acordo com o estudo de Abella et al., 2014, em que também empregou Tomografia Computadorizada Cone-beam e radiografias periapicais, além de testes clínicos.

33 33 Através da análise radiográfica e laudos radiográficos de 107 pacientes (número total de dentes = 2.409), determinou-se que 132 dentes (5,48%) já tinham recebido tratamento endodôntico e 135 (5,6 %) apresentaram presença de lesão periapical radiolúcida. No estudo de Abella et al., 2014, das patologias estudadas a mais frequentemente encontrada foi a periodontite apical crônica. A amostra continha 107 radiografias panorâmicas, semelhante ao estudo de Nery et al., 2012, onde 100 prontuários foram avaliados contendo maior número de mulheres, de acordo também com Lorena; Silva; Sobral, Dos 135 casos de dentes com lesão, esses foram mais frequentemente na arcada superior, com 58,5%, de acordo com Bacaltchuk et al. (2005) onde a maxila mostrou-se a arcada mais atingida. A presença de radiolucência periapical foi maior no sexo feminino (54, 5%) do que do sexo masculino (51,9%), embora haviam muito mais mulheres nesta amostra do que homens estando de acordo com o estudo de Berlinck et al., Os resultados deste estudo indicaram que os elementos dentários que apresentaram mais frequentemente lesão periapical foram 22 e 26, ambos aparecendo 13 vezes, seguindo dos elementos 16 e 47. Entretanto, no trabalho de Steinhorst, em 2012, as lesões periapicais foram mais frequentes no primeiro molar inferior, e seguidos do incisivo lateral superior. Já no estudo de Berlinck et al., 2015, os elementos dentários mais afetados foram os incisivos centrais e os laterais superiores. O número de indivíduos com idade entre anos foi mais elevada do que para outros grupos de idade, sendo que as idades variavam entre 13 à 66 anos de idade, destes que possuíam lesão periapical.

34 34 7 CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa e conforme a metodologia empregada pode-se concluir que: em 53,3% das radiografias panorâmicas examinadas constatou-se a presença de lesão periapical; dos elementos dentários avaliados radiograficamente, 135 apresentaram lesão periapical, representando 5,6% dos casos; com maior frequência nos incisivos laterais superiores e primeiros molares superiores; maior frequência de lesão periapical ocorreu em indivíduos do sexo feminino e na arcada superior.

35 35 REFERÊNCIAS ABELLA, F. et al. An evaluation of the periapical status of teeth with necrotic pulps using periapical radiography and cone-beam computed tomography. Int. Endod. J., Oxford, v. 47, p , BACALTCHUK, M. et al. Avaliação da prevelência de lesões periapicais examinadas no laboratório de patologia bucal da FO-PUCRS nos anos de 1973, 1983, 1993 e Rev. Odonto. Ciênc., Porto Alegre, v. 20, n. 50, p Out/dez BERLINCK, T. et al. Epidemiological evaluation of apical periodontitis prevalence in an urban Brazilian population. Braz Oral Res., São Paulo, v. 29, n. 1, p. 1-7, CAPELLI, J. et al. Avaliação de interesse clínico entre a radiografia panorâmica e o conjunto periapical aplicado à clínica odontológica. Rev. Inst. Ciênc. Saúde., v. 9, n. 2, p , jul-dez COHEN, S. HARGREAVES, K. Caminhos da Polpa. Elseviers Editora Ltda. Rio de Janeiro, p , CUNHA, F. S. et al. Variabilidade intra e interobservador no diagnóstico Radiográfico de lesões periapicais de origem inflamatória. Robrac., Goiânia, v. 17, n. 44, p , ESTRELA, C. et al. Accuracy of cone beam computed tomography and panoramic and periapical radiography for detection of apical periodontitis. JOE., v. 34, p , ESTRELA, C. et al. Detection of Apical Inflammatory Root Resorption Associated with Periapical Lesion Using Different Methods. Braz. Dent. J. Ribeirão Preto. v. 25, n. 5, p , HOLTZMANN et al. Storage-phosphor computed radiography versus film radiography in the detection of pathologic periradicular bone loss in cadavers.. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod. v. 86, p. 90-7, KULLENDORFF, B.; NILSSON, M.; ROHLIN, M. Diagnostic accuracy of direct digital dental radiography for the detection of periapical bone lesions: overall comparison between conventional and direct digital radiography. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod. v. 82, p , 1996.

36 36 LIANG, Y. H. et al. Detection and measurement of artificial periapical lesions by cone-beam computed tomography. Int. Endod. J., Oxford, v. 47, p , LORENA, R. P. F.; SILVA, L. P.; SOBRAL, A. P. V. Estudo da Expressão Imuno- Histoquímica da Metaloproteinase em Lesões Periapicais. Rev. Fac. Odontol, Porto Alegre, v. 53, n. 1, p. 5-9, jan./abr NERY, M. J. et al. Estudo longitudinal do sucesso clínico-radiográfico de dentes tratados com medicação intracanal de hidróxido de cálcio. Rev. Odontol. UNESP, Marília, v. 41, n. 6, p , nov/dez PEREIRA, C. V.; CARVALHO, J. R. Prevalência e eficácia dos tratamentos endodônticos realizados no Centro Universitário de Lavras, MG - uma análise etiológica e radiográfica. RFO UPF.,Passo Fundo v. 13, n. 3, p , set/dez PETERSSON, A. et al. Radiological diagnosis of periapical bone tissue lesions in endodontics: a systematic review. Int. Endod. J., Oxford, v. 45, p , SANTOS, K. S. A. et al. Concordância diagnóstica em Endodontia em clínicas odontológicas. RGO., Porto Alegre, v. 59, n. 3, p , jul/set SIQUEIRA, J. F. J. et al. Princípios biológicos do tratamento endodôntico de dentes com polpa necrosada e lesão perirradicular. Rev. Bras. Odontol., Rio de Janeiro, v. 69, n. 1, p. 8-14, jan./jun STEINHORST, C. A. Estudo Retrospectivo de Lesões Periapicais em Laudos de Radiografias Panorâmicas. Passo Fundo: IMED, Monografia, Faculdade Meridional/IMED, Passo Fundo, VIDIGAL, B. C. L. et al. Condição periapical e sua correlação entre a qualidade das restaurações coronárias e a obturação do sistema de canais radiculares na população de Belo Horizonte/MG. Rev. Bras. Odontol., Rio de Janeiro, v. 6 7, n. 2, p , jul./dez

37 37 APÊNDICE A Nome do Gênero/ N total Mês / Ano da Presença de Elemento que Dentes com paciente Idade de Radiografia lesão sugere lesão TTO dentes Panorâmica Periapical periapical/ Endodôntico arcada

38 APÊNDICE B 38

39 ANEXO A 39

40 40

41 41

42 42

43 43 ARTIGO CIÊNTIFICO PREVALÊNCIA DE LESÕES PERIAPICAIS OBSERVADAS EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS PREVALENCE OF PERIAPICAL LESIONS OBSERVED IN PANORAMIC RADIOGRAPHS Flávia Cristina Tremea Acadêmica da Faculdade Meridional/IMED Flávia Baldissarelli Marcon Discente da Faculdade Meridional/IMED Endereço: Av. Júlio Borella 310, ap. 102 Cidade: Marau RS, Brasil Cep: Celular: (54) Resumo O presente trabalho teve como objetivo fazer um levantamento epidemiológico da prevalência de lesões periapicais radiolúcidas numa amostra de 107 radiografias panorâmicas, de pacientes atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Foram incluídos pacientes que possuíam radiografias panorâmicas realizadas no ano de 2015 e com o termo de Consentimento Livre e Esclarecido devidamente assinado. A coleta de dados foi feita através dos prontuários bem como, laudos e radiografias panorâmicas. Os critérios avaliados foram: presença de lesão periapical visível radiograficamente, gênero do paciente, idade, número total de dentes, elemento dentário, arcada e número de tratamentos endodônticos. Os dados foram organizados e comparados. Os resultados demonstraram que 53,3% dos laudos radiográficos apresentaram lesão periapical.

44 44 A maioria das lesões encontrava-se em maxila, com 58,5% das ocorrências e os elementos dentários mais acometidos foram o 22 e 26. Concluiu-se que as lesões periapicais foram mais frequentes em mulheres na arcada superior e nos dentes incisivos laterais e primeiros molares superiores. Palavras-chave: Necrose da polpa dentária. Periodontite Periapical. Doenças Periapicais. Abstract This study aimed to do an epidemiological survey of periapical lesions visualized in 107 panoramic radiographs in patients treated at the Dental School South School / IMED. Patients were included who had panoramic radiographs taken in the years 2015 and the term of consent form signed. Data collection was done through the medical records as well as reports and panoramic radiographs. The criteria evaluated were: the patient's gender, age, total number of teeth, presence of radiographically visible periapical lesions, tooth, arcade and number of endodontic treatments. Data were organized and compared. The results showed that 53.3% of radiographic reports showed apical periodontitis. Most of the injuries was in the jaw, with 58.5% of cases and the most affected tooth was 22 and 26. It was concluded that the periapical lesions were more common in women in the upper jaw and teeth left lateral incisors and first left molar. Key Words: Dental Pulp Necrosis.Periapical Periodontitis. Periapical Diseases

45 45 Introdução Uma infecção na polpa dentária induz a uma resposta inflamatória, aonde acarretará em destruição e contaminação dos canais radiculares, por sua vez ocasionando uma periodontite periapical (1). As alterações patológicas apicais são consequentemente vindas da inflamação da polpa dental. Estímulos nocivos da cavidade pulpar atingem a região periapical, podendo ocasionar dois tipos de inflamação periapical, a aguda ou crônica (2). A ocorrência da necrose pulpar pode ocorrer devido a fatores químicos, físicos e principalmente bacteriológicos, dependendo das condições de defesa da polpa e do agente agressor. As lesões periapicais associadas à necrose pulpar resultam dos mesmos fatores etiológicos, contudo, a necrose somente resultará em patologia periapical quando não tratada precocemente (3). A instalação de infecção na polpa dentária, leva microrganismos no sentido apical do dente, de forma a invadir e colonizar os tecidos periapicais iniciando a periodontite, onde vai destruindo osso alveolar e promovendo a reabsorção radicular (3). O tratamento da necrose pulpar pode ser realizado em uma ou múltiplas sessões, onde serão utilizados instrumentos endodônticos para o preparo químico-mecânico dos canais radiculares associada à ação das soluções químicas auxiliares, e medicação intracanal em caso de múltiplas sessões com consequente obturação do sistema de canais radiculares e posterior blindagem através do procedimento restaurador (3). Em função das lesões periapicais não estarem relacionadas diretamente com a presença de dor, inúmeras vezes essas são encontradas em exames radiográficos de rotina. Por isso, esse estudo teve como objetivo verificar em radiografias panorâmicas, e em laudos, a ocorrência de lesões periapicais, no Curso de

46 46 Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED, no município de Passo Fundo RS, assim determinando a prevalência das lesões nas arcadas dentárias. Metodologia Delineamento do estudo e amostra dos dados Estudo com abordagem quantitativa, cujo delineamento descritivo e observacional. Na amostra foram compostas radiografias panorâmicas realizadas no ano de 2015, e laudos radiográficos de 107 pacientes (55 do sexo feminino e 52 do sexo masculino) atendidos na Escola de Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Coletas de dados Os dados foram obtidos através de radiografias panorâmicas, e laudos radiográficos dos pacientes atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/ IMED. Foram avaliados conforme as condições periapicais, se possuíam ou não lesão, em relação ao gênero do paciente, idade, número total de dentes, elemento dentário com lesão periapical, arcada, e número de tratamentos endodônticos, onde estes foram catalogados em um quadro. Critérios de inclusão Os pacientes incluídos no estudo deveriam apresentar Radiografia Panorâmica atualizada do ano de 2015, atendidos no Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED. Entretanto, só participaram do estudo as radiografias panorâmicas de pacientes que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

47 47 Procedimentos As 107 radiografias panorâmicas foram revistas individualmente, por um único observador, com o auxílio de um negatoscópio, a fim de verificar a existência ou não de lesões periapicais. Sendo coletados os dados referentes à presença de lesão periapical, gênero do paciente, idade, número total de dentes, presença de lesão periapical visível radiograficamente, elemento dentário com lesão periapical, arcada, e número de tratamentos endodônticos, onde estes foram catalogados em um quadro. Questões éticas O projeto de pesquisa foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional/IMED pelo processo número , aonde o coordenador de Clínicas do Curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/IMED assinou o Termo de Autorização de Arquivos de Dados. O início da coleta dos dados ocorreu após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

48 48 Resultados Após, selecionados e incluídos na pesquisa, todas as radiografias panorâmicas passaram por uma análise minuciosa, sendo analisadas como variáveis dependentes as lesões periapicais e variáveis independentes o gênero, idade, número total de dentes, arcada e número de tratamentos endodônticos, sendo realizada a porcentagem de cada dado avaliado. As radiografias panorâmicas avaliadas nesse estudo foram um total de 107 do ano de Os resultados podem ser observados a seguir. Presença de Lesão 46,7% 53,3% Com lesão Sem lesão Figura 1- Porcentagem de Radiografias Panorâmicas com lesão periapical. Gênero 48,6% 51,4% Feminino Masculino Figura 2- Porcentagem de Radiografias Panorâmicas por gênero.

49 49 Mulheres 45,5% 54,5% Feminino com lesão Feminino sem lesão Figura 3- Mulheres com presença de lesão periapical e sem presença de lesão. Homens 48,1% 51,9% Com lesão Sem lesão Figura 4- Homens com presença de lesão periapical e sem presença de lesão.

50 50 Arcadas 41,5% 58,5% Superior Inferior Figura 5- Porcentagem de presença de lesão periapical nas arcadas dentárias. Avaliando os elementos dentários, os mais acometidos por lesão periapical foram: o 22 e o 26, os quais apareceram 13 vezes cada. Após seguiu-se: o 16 com 8 vezes, o 12 com 7 vezes. Dos elementos dentários avaliados radiograficamente, 135 apresentaram lesão periapical, representando 5,6% dos casos. Dos elementos dentários avaliados radioraficamente, 132 eram dentes com tratamento endodôntico, representando 5,48% dos casos. A amostra foi composta por indivíduos com idade entre 13 à 66 anos. A maior parte da amostra que apresentou lesão periapical tinha entre 45 e 55 anos de idade. Dos 135 casos de dentes com lesão periapical, esses foram mais frequentemente encontrados na arcada superior. 41,5%

51 51 Discussão A periodontite apical é uma condição multifatorial complexa originada a partir de uma polpa necrótica infectada ou uma falha endodôntica. É de desenvolvimento assintomático, e o prognóstico é tipicamente menos favorável quando é detectado tarde. Estudos sobre a prevalência de periodontite apical em diferentes países têm revelado que a periodontite apical é um problema generalizado de saúde bucal podendo comprometer a saúde sistêmica (4). A periodontite apical se difere em incial e crônica, a inicial é causada por microrganismos e seus subprodutos invadindo os tecidos periapicais através do canal radicular, podendo ser induzida por trauma, instrumentação mal feita, produtos químicos ou materiais endodônticos. Os sintomas clínicos são dor, sensibilidade dentária, e em alguns casos extrusão. Se os irritantes não são removidos, a lesão incial se tornará crônica, o que a difere da inicial é que se torna assintomática, o que muitas vezes leva o paciente a não procurar ajuda profissional, na ausência de dor (5). A infecção do canal radicular após a necrose pulpar segue um percurso em sentindo apical, capaz de induzir a inflamação periapical, este processo pode levar a destruição dos tecidos periapicais e induzir a reabsorção e perda radicular. A perda dessas estruturas ocorre devido a atividades das células de defesa em eliminar os microrganismos que estão infectanto a polpa, sendo assim a peripodontite periapical é a resposta imune do hospedeiro contra os microrganismos vindos do canal radicular (6). A maioria das células que participam na defesa periapical são as células recrutadas do sistema imune como neutrófilos/leucócitos, linfócitos e macrófagos. A função dos leucócitos é localizar e destruir os microrganismos invasores, os linfócitos possuem papel na inflamação e imunidade, os macrófagos possuem várias funções como

52 52 morte dos microrganismos por fagocitose, retirada das células mortas e seus componentes, vigilância imunológica pela captura de antígenos, entre outros (5). Um evento que ocorre na periodontite periapical é a destruição óssea e dos tecidos dentários, os osteoclastos são células efetoras neste processo, oriundos da medula óssea, já os osteoblastos são responsáveis pela sintese e mineralização do osso, ou seja, formação óssea (5). Em função de a lesão periapical ser uma lesão silenciosa objetivou-se através desse estudo descritivo do tipo quantitativo descrever a prevalência de lesões periapicais em uma população brasileira, utilizando radiografias panorâmicas e laudos radiográficos. A população descritada nesse estudo representa uma amostra de conveniência do curso de Graduação em Odontologia da Faculdade Meridional/ IMED. A Radiografia Panôramica fornece informações úteis nos diagnósticos, porém fazer um diagnóstico definitivo baseado somente nas interpretações radiográficas pode levar a uma interpretação errônea e a um tratamento equivocado. Portanto, o diagnóstico deve estar associado a exames clínicos como coloração coronária, palpação apical, testes de percussão, testes de vitalidade entre outros (5). Foram analisadas 107 radiografias panorâmicas e laudos radiográficos, diferentemente do estudo de Steinhorst(11), em que foram avaliados apenas os laudos das radiografias panorâmicas. Em outro estudo, empregou-se a Tomografia Computadorizada Cone Beam que apresentou-se mais precisa do que a Radiografia Periapical na identificação de lesões periapicais Liang et al.(7), de acordo com o estudo de Abella et al.(8), em que também empregou Tomografia Computadorizada Cone Beam e radiografias periapicais, além de testes clínicos. Através da análise radiográfica e laudos radiográficos de 107 pacientes (número total de dentes = 2.409), determinou-se que 132 dentes (5,48%) já tinham recebido