PROJETO DE RELATÓRIO

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1 ACP-EU JOINT PARLIAMENTARY ASSEMBLY ASSEMBLEE PARLEMENTAIRE PARITAIRE ACP-UE Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente ACP-EU/ /A/ PROJETO DE RELATÓRIO O papel do desporto como elemento facilitador da educação e da erradicação da pobreza Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente Correlatores: Abderahmane Marrakchy (Mauritânia) Teresa Jimenez-Becerril Barrio (Parlamento Europeu) PARTE A: PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DR\ docx AP v01-00

2 DR_Assemblies ÍNDICE Página PÁGINA REGULAMENTAR...3 PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO...4 EXPOSISÇÃO DE MOTIVOS (publicada separadamente) AP v /9 DR\ docx

3 PÁGINA REGULAMENTAR Na sua reunião de 12 de junho de 2016, em Windhoek (Namíbia), a Mesa da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE autorizou a sua Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente a elaborar um relatório, nos termos do artigo 2.º, n.º 8, do seu Regimento, sobre o papel do desporto como elemento facilitador da educação e da erradicação da pobreza. Na sua reunião de 23 e 24 de março de 2017, a Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente designou corelatores Abderahmane Marrakchy (Mauritânia) e Teresa Jimenez-Becerril Barrio (Parlamento Europeu). A Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente examinou o projeto de relatório nas suas reuniões de de março de 2017 e de 17 de junho de Nesta última reunião colocou à votação o projeto de resolução que o acompanha. Encontravam-se presentes no momento da votação: A resolução foi apresentada para aprovação na sessão plenária de 21 de junho de DR\ docx 3/9 AP v01-00

4 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO O papel do desporto como elemento facilitador da educação e da erradicação da pobreza A Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, Reunida em Malta, de 19 a 21 de junho de 2017, Tendo em conta o Acordo de Parceria entre, por um lado, os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, e, por outro, a Comunidade Europeia e os seus Estados- Membros, assinado em Cotonu, em 23 de junho de 2000 ("Acordo de Cotonu"), e as ulteriores revisões a esse acordo aprovadas em 2005 e , Tendo em conta a Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de junho de 2003, sobre as mulheres e o desporto 2, Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 22 de abril de 2004, sobre o respeito dos direitos de trabalho fundamentais na produção de artigos de desporto para os Jogos Olímpicos 3, Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 13 de novembro de 2007, sobre o papel do desporto na educação 4, Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 8 de maio de 2008, sobre o Livro Branco sobre o Desporto 5, Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 19 de fevereiro de 2009, sobre a economia social 6, Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 2 de fevereiro de 2017, sobre uma «Abordagem integrada da política do desporto: boa governação, acessibilidade e integridade» 7, Tendo em conta a Declaração do Parlamento Europeu, de 16 de dezembro de 2010, sobre o apoio reforçado da União Europeia aos desportos de base 8, Tendo em conta o Livro Branco da Comissão sobre o Desporto (COM(2007)0391), Tendo em conta a comunicação da Comissão, de 22 de dezembro de 2005, intitulada 1 JO L 287 de , p JO C 68 E de , p JO C 104 E de , p JO C 282 E de , p JO C 271 E de , p JO C 76 E de , p Textos aprovados, P8_TA(2017) JO C 169 E de , p AP v /9 DR\ docx

5 «Ação comunitária no âmbito da educação pelo desporto: dar continuidade às realizações do AEED 2004» (COM(2005)0680), Tendo em conta o Memorando de Entendimento para fazer do futebol uma força de desenvolvimento nos países ACP (África, Caraíbas e Pacífico), assinado em 2006 pela Comissão e pela FIFA, Tendo em conta as Conclusões do Conselho, de 18 de novembro de 2010, sobre o papel do desporto como fonte e motor de uma inclusão social activa 1, Tendo em conta a Declaração de Punta del Este, de dezembro de 1999, e a Mesa Redonda da UNESCO sobre jogos e desportos tradicionais, que abordam o reconhecimento dos jogos e dos desportos tradicionais como parte do património imaterial e símbolo de diversidade cultural, Tendo em conta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotados na Cimeira das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 25 de setembro de 2015, Tendo em conta o documento intitulado «Transformar o nosso mundo: a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável», adotado em setembro de 2015 Tendo em conta a resolução adotada pela Assembleia-Geral da ONU, em 16 de dezembro de 2016, intitulada «O desporto como meio para promover a educação, a saúde, o desenvolvimento e a paz», Tendo em conta o artigo 18.º, n.º 1, do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Sociais e do Ambiente (ACP- UE/ xxx.xxx vxx-xx), A. Considerando que o direito ao desporto e à educação física foi reconhecido como um direito fundamental para todos e gradualmente incorporado nas principais declarações sobre direitos humanos; B. Considerando que o desporto é um poderoso instrumento social, capaz de reunir pessoas com diferentes origens étnicas, culturais, religiosas, linguísticas e socioeconómicas; C. Considerando que a atividade física constitui um elemento essencial de uma educação de qualidade e torna as escolas mais atrativas, nomeadamente para as crianças marginalizadas e a juventude; D. Considerando que o direito das crianças de jogar e de desfrutar de atividades desportivas é fundamental para a sua saúde e para o seu desenvolvimento físico e pessoal; E. Considerando que o desporto pode ser uma resposta eficaz à violência e ao extremismo nas zonas urbanas e nas regiões rurais pobres, onde vive a maioria das pessoas dos 1 JO C 326 de , p. 5. DR\ docx 5/9 AP v01-00

6 países em desenvolvimento; F. Considerando que as atividades desportivas podem desenvolver competências de liderança nos jovens e a sua familiarização com normas sociais positivas, e ajudá-los a recuperarem a autoestima; G. Considerando que as receitas geradas pelas atividades e pelos eventos desportivos, se distribuídas de forma equitativa pela cadeia de valor, podem gerar emprego em carreiras relacionadas com o desporto, formação e campanhas; H. Considerando que a prestação de assistência em domínios relacionados com a organização de eventos desportivos, como a restauração e instalações de alojamento, poderá facilitar a diversificação de atividades geradoras de rendimentos; I. Considerando que o desporto pode ser utilizado como um meio para a ajuda humanitária, em especial em termos de tratamento de traumas psicológicos; J. Considerando que o desporto pode contribuir para veicular uma imagem positiva dos países em desenvolvimento, e os eventos desportivos podem criar enormes oportunidades para aumentar a sensibilização para o potencial dos países ACP; K. Considerando que o desporto pode desempenhar um papel importante na luta contra o racismo e a discriminação; L. Considerando que o desporto, enquanto meio de comunicação, se pode tornar um poderoso instrumento de mobilização de fundos; M. Considerando que a participação ativa dos países em desenvolvimento nos Jogos Olímpicos e noutros eventos desportivos internacionais é essencial para criar sociedades inclusivas e equitativas; N. Considerando que o desporto é um instrumento fundamental para a inclusão social e para a promoção de valores humanos de respeito mútuo, o trabalho em equipa, a justiça, a igualdade, a transparência, a imparcialidade e a amizade; O. Considerando que os valores veiculados pelo desporto contribuem para desenvolver os conhecimentos, a motivação, as competências e a disponibilidade para empreender um esforço individual; P. Considerando que as atividades desportivas podem contribuir para desenvolver o turismo a nível local ou regional e para criar postos de trabalho; 1. Insta a União Europeia a promover a utilização do desporto no âmbito da sua política de desenvolvimento e a promover esforços para apoiar o desenvolvimento de políticas nacionais inclusivas, que abordem as necessidades e aspirações, em particular dos jovens, e a prestar mais atenção às atividades físicas e desportivas nas estratégias setoriais pertinentes; 2. Assinala que a União Europeia segue uma abordagem de longo prazo, global e de elevado impacto, destinada a apoiar os beneficiários na via da educação, da formação e AP v /9 DR\ docx

7 do emprego, no intuito de garantir meios de subsistência sustentáveis; destaca a necessidade, neste contexto, de alargar o âmbito de aplicação de ações específicas que apoiem o desporto; 3. Recorda que a boa governação deve ser uma condição para a autonomia das organizações desportivas, em conformidade com os princípios de transparência, responsabilização, igualdade de oportunidades, inclusão social, democracia e inclusão adequada das partes interessadas; 4. Realça a necessidade de uma política de tolerância zero no que diz respeito à corrupção e a outros tipos de crimes no desporto; sublinha que a aplicação dos princípios de boa governação no desporto, paralelamente ao acompanhamento, à supervisão e a instrumentos jurídicos adequados, constitui um elemento essencial que contribui para erradicar a corrupção e outras práticas ilícitas; 5. Insta os países ACP e os Estados-Membros da UE a que incluam atividades de educação física e desportiva nos currículos e a que apoiem as atividades com uma infraestrutura e metodologia adequadas; 6. Convida os Estados-Membros a reforçarem o papel do desporto nas suas políticas e planos de desenvolvimento estratégicos nacionais; 7. Convida a Comissão, em particular, a uma melhor integração do desporto nos setores essenciais da ajuda ao desenvolvimento; 8. Recorda que o desporto pode ser de baixo custo e utilizar recursos localmente disponíveis; insta, por conseguinte, os países ACP a promoverem a constituição de organizações desportivas locais; encoraja as autoridades locais a garantirem o acesso a atividades físicas e a desenvolverem infraestruturas desportivas; 9. Realça o papel do desporto na integração e na inclusão dos grupos desfavorecidos; sublinha a importância da educação através do desporto e o potencial do fenómeno desportivo para ajudar a encaminhar os jovens socialmente vulneráveis; reconhece a importância do desporto amador na prevenção e na luta contra a radicalização e incentiva iniciativas a este respeito; 10. Apela às partes para que reforcem e alarguem os programas de desporto e de atividade física após a escola; 11. Destaca a necessidade de promover os direitos das pessoas com deficiência, apoiando as atividades desportivas e através de campanhas públicas e torneios desportivos; insta os países ACP e os Estados-Membros da UE a aplicarem programas de desporto inclusivos para pessoas com deficiência, começando na escola; salienta que as pessoas com deficiência devem ter igual acesso a todas as instalações desportivas, a pessoal de apoio adequado, a transportes e a outros serviços; 12. Observa o enorme potencial do desporto enquanto fator de inclusão social; exorta, por isso, à criação de eventos desportivos ad hoc, com o objetivo de melhorar a inclusão social das mulheres e das crianças, dos idosos, das pessoas com deficiência e das DR\ docx 7/9 AP v01-00

8 minorias étnicas/culturais; 13. Insta os países ACP e os Estados-Membros da UE a encorajarem desportos tradicionais através da conceção de programas ambiciosos nesta matéria; 14. Insta a Comissão e os Estados-Membros da UE, tendo em conta o compromisso de «não deixar ninguém para trás», que teve lugar de destaque nos debates sobre a Agenda 2030, a incluírem o desporto em agendas para o desenvolvimento e a torná-lo um tema do diálogo com os países parceiros; 15. Toma nota dos efeitos psicológicos positivos das atividades desportivas utilizadas na ajuda humanitária e em operações de socorro; insta, por conseguinte, todos os intervenientes pertinentes dos ACP e da UE a incluírem uma dimensão desportiva nas suas estratégias de assistência humanitária; 16. Observa que a indústria do desporto altamente rentável poderia envolver-se mais nas atividades de desenvolvimento social, como uma combinação estruturada de atividades desportivas com a educação, competências de vida, serviços de saúde e prestação de cuidados; insta, por isso, os países ACP e os Estados-Membros da União Europeia a negociarem programas com a indústria do desporto, seguindo o exemplo do Memorando de Entendimento assinado em 2006 pela Comissão e pela FIFA; 17. Insta as partes a desenvolverem programas de mobilidade UE-ACP e medidas adequadas para jovens atletas amadores e para treinadores, de forma a poderem aprender novos métodos de treino; solicita que os acordos de facilitação de vistos façam parte integrante dos programas de mobilidade; 18. Encoraja as autoridades locais a trabalharem em conjunto e com outros setores, a fim de desenvolverem iniciativas desportivas aos níveis transfronteiriço e regional; 19. Regista a falta de pessoal qualificado, especializado em atividade física, nos países ACP; insta, por conseguinte, a Comissão a prestar assistência especializada e a promover regimes de mobilidade entre os países ACP e os Estados-Membros da UE, a fim de formar professores qualificados em desporto; 20. Destaca a importância de promover acordos de «carreira dupla», que permitam aos atletas conciliar a sua carreira desportiva com a educação e o trabalho, bem como enveredar por uma nova carreira profissional quando põem termo à sua carreira desportiva; 21. Convida a Comissão a apoiar a recolha de dados e a investigação, a fim de avaliar o impacto positivo do desporto no desenvolvimento e na inclusão social; 22. Convida os Estados ACP e os Estados-Membros da UE, em que o mesmo tipo de desporto é de grande importância, a celebrarem acordos bilaterais sobre assistência técnica e o intercâmbio de atletas e de conhecimentos especializados; 23. Encarrega os seus copresidentes de transmitirem a presente resolução ao Conselho de Ministros ACP-UE, ao Parlamento Europeu, à Comissão Europeia, ao Conselho AP v /9 DR\ docx

9 Europeu, à União Africana, ao Parlamento Pan-Africano, aos parlamentos regionais e nacionais dos países ACP, aos Estados-Membros e às organizações regionais dos países ACP. DR\ docx 9/9 AP v01-00