PROJETO DE RELATÓRIO
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- Isaque Cordeiro Palmeira
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1 ACP-EU JOINT PARLIAMENTARY ASSEMBLY ASSEMBLEIA PARLAMENTAR PARITÁRIA ACP-UE Comissão dos Assuntos Políticos PROJETO DE RELATÓRIO sobre a diversidade cultural e os direitos humanos nos países ACP e na União Europeia Correlatores: Abdoulaye Touré (Costa do Marfim) e Davor Ivo Stier PARTE A: PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DR\ doc AP
2 ÍNDICE Página PÁGINA REGULAMENTAR... 3 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO... 4 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS (publicada separadamente) AP /8 DR\ doc
3 PÁGINA REGULAMENTAR Na sua reunião de 16 de março de 2014, a Mesa da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE autorizou a sua Comissão dos Assuntos Políticos a elaborar um relatório sobre a diversidade cultural e os direitos humanos nos países ACP e na União Europeia, nos termos do artigo 2.º, n.º 8, do seu Regimento. Na sua reunião de 29 de novembro de 2014, a Comissão dos Assuntos Políticos designou Davor Ivo Stier e Abdoulaye Touré (Costa do Marfim) correlatores. Durante as suas reuniões de... e..., a Comissão dos Assuntos Políticos analisou o projeto de relatório. Na última reunião, a comissão aprovou o projeto de proposta de resolução correspondente. Encontravam-se presentes no momento da votação:... A resolução foi entregue para aprovação em.... DR\ doc 3/8 AP
4 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO sobre a diversidade cultural e os direitos humanos nos países ACP e nos Estados-Membros da UE A Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, Reunida em..., em..., Tendo em conta o artigo 18.º, n.º 1, do seu Regimento, Tendo em conta o Acordo de Cotonu, assinado em 23 de Junho de 2000, em Cotonou, e as suas revisões assinadas no Luxemburgo, em 25 de Junho de 2005, e em Uagadugu, em 22 de junho de 2010, Tendo em conta a Resolução sobre o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância, aprovada pela Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, em 3 de abril de 2003, em Brazzaville, Tendo em conta a Resolução sobre os desafios para a integração democrática da diversidade étnica, cultural e religiosa nos países ACP e da UE, aprovada pela Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, em 9 de abril, em Praga, Tendo em conta a Resolução do Parlamento Europeu, de 10 de dezembro de 2013, sobre a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos, Tendo em conta a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (Carta de Banjul), adotada pela Assembleia da Organização da Unidade Africana em 27 de junho de 1981, Tendo em conta a Carta das Nações Unidas, assinada em 26 de junho de 1945, Tendo em conta a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial, adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 21 de dezembro de 1965, Tendo em conta o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 16 de dezembro de 1966, Tendo em conta o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 16 de dezembro de 1966, Tendo em conta a Convenção relativa às medidas a adotar para proibir e impedir a importação, a exportação e a transferência ilícitas da propriedade de bens culturais, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 14 de novembro de 1970, AP /8 DR\ doc
5 Tendo em conta o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 2008, Tendo em conta a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948, Tendo em conta a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 de dezembro de 1979, Tendo em conta a Declaração sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 18 de dezembro de 1992, Tendo em conta a Declaração do Milénio das Nações Unidas, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 8 de setembro de 2000, Tendo em conta a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 13 de setembro de 2007, Tendo em conta a Declaração de Viena e o Programa de Ação aprovados pela Conferência Mundial das Nações Unidas, em 23 de junho de 1993, Tendo em conta a Declaração de Durban e o Programa de Ação aprovados pela Conferência Mundial das Nações Unidas contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e outras formas conexas de intolerância, em 22 de setembro de 2011, Tendo em conta os princípios de cooperação cultural internacional, adotados pela Conferência Geral da UNESCO em 4 de novembro de 1966, Tendo em conta a Convenção sobre a proteção e a promoção da diversidade das expressões culturais, adotada pela Conferência Geral da UNESCO em 20 de Outubro de 2005, Tendo em conta a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, aprovada pela Conferência Geral da UNESCO em 2 de dezembro de 2001, Tendo em conta a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, adotada pela Conferência Especializada Interamericana sobre os Direitos do Homem em 22 de novembro de 1969, A. Considerando que os quase 200 países do mundo são pátria de cerca de 5000 grupos étnicos e que dois terços desses países possuem, no mínimo, uma minoria étnica ou religiosa de dimensão considerável; DR\ doc 5/8 AP
6 B. Considerando, por conseguinte, que todas as democracias têm de definir políticas que reconheçam explicitamente as diferenças culturais, garantindo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento do país, bem como a defesa e a proteção dos direitos do homem; C. Considerando que um enquadramento jurídico que reconheça a igualdade de direitos dos grupos étnicos, religiosos e linguísticos é essencial para a promoção da governação democrática, a definição de políticas multiculturais e o fomento do desenvolvimento humano; D. Considerando que a diversidade cultural constitui uma característica da maior parte dos países ACP e da União Europeia e tem vindo a crescer nas últimas décadas em consequência das forças da globalização; E. Considerando que a integração de culturas, religiões e línguas diversas representa um novo desafio para muitas sociedades, em especial na Europa e nos países ACP; F. Considerando que num mundo globalizado o respeito pela diversidade é ainda mais essencial, quer para os Estados, quer para a comunidade internacional, a fim de evitar os conflitos sociais, étnicos e religiosos; Aspetos políticos e jurídicos 1. Sublinha a importância do respeito e da observância dos instrumentos e estruturas jurídicos internacionais, regionais e inter-regionais, bem como o importante papel desempenhado pelos tribunais dos direitos humanos e pelo Tribunal Penal Internacional; 2. Frisa que os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente da nacionalidade, religião, crença, do local de residência, do género, da origem social ou étnica, da cor da pele ou do idioma, e que todos os seres humanos devem poder usufruir dos mesmos direitos, sem qualquer tipo de discriminação; 3. Salienta que os direitos humanos são universais, inalienáveis, indivisíveis e interdependentes e que a defesa, a proteção e a aplicação dos direitos humanos não podem assim ser interpretadas de formas diferentes conforme as diversas tradições culturais, étnicas ou religiosas; 4. Realça, portanto, que a diversidade cultural não pode ser invocada em caso de violação dos direitos humanos consagrados pelo Direito internacional e baseados no direito natural; 5. Insta todos os países ACP e os Estados-Membros da UE a aplicarem as convenções internacionais e regionais em matéria de direitos humanos que ratificaram, incluindo os instrumentos jurídicos específicos para a proteção dos direitos das minorias, e a elaborarem legislação eficaz e conforme às convenções internacionais; 6. Considera que, nos casos em que a diversidade deu origem a conflitos violentos ou ameaça gerar conflitos, devem ser previstos mecanismos de mediação permanentes, suscetíveis de controlar os conflitos antes da sua intensificação; AP /8 DR\ doc
7 7. Insta os governos dos países ACP e da União Europeia a associarem organizações da sociedade civil ao diálogo político; 8. Sublinha que a representação democrática dos grupos minoritários, bem como a sua capacidade de participar nos debates políticos, sociais e culturais, constituem fatores indispensáveis para assegurar a aplicação dos princípios democráticos e da boa governação; Diversidade cultural, desenvolvimento e direitos humanos 9. Constata que os direitos humanos e a diversidade cultural têm uma relação interdependente e são mutualmente benéficos para o desenvolvimento dos povos; 10. Reconhece, neste contexto, que, apesar de todo o ser humano ter direito à cultura, incluindo o direito de exercer e desenvolver as suas práticas e identidade culturais, os direitos culturais atingem o seu limite no momento em que infringem outros direitos humanos; frisa que, em conformidade com a legislação internacional, nenhum direito pode ser exercido em detrimento ou em violação de um outro; 11. Considera que os direitos humanos como a liberdade de religião, pensamento ou expressão desempenham um papel direto na promoção e proteção da diversidade cultural e que o exercício de tais direitos é encorajado por uma sociedade pluralista; 12. Exorta vigorosamente os países ACP e da União Europeia a agirem com prudência no que respeita à universalização unilateral das práticas de certos povos, visto que não devem ser impostos modelos de civilização a outros povos sob o pretexto da universalidade dos direitos humanos; 13. Verifica que existem diferentes políticas e soluções constitucionais para gerir a diversidade cultural; 14. Salienta particularmente que a igualdade de direitos entre homens e mulheres deve ser rigorosamente assegurada e que práticas prejudiciais, tais como a mutilação genital feminina, os casamentos precoces e forçados, o generocídio, nomeadamente o infanticídio ou o feticídio feminino, os crimes de honra ou a recusa de educação adequada às mulheres, devem ser proibidas e a respetiva violação severamente punida; Cooperação internacional e regional e política de desenvolvimento 15. Urge os países ACP e da União Europeia a desenvolverem modelos de Estado que garantam o respeito de todas as formas de diversidade; insta-os a respeitarem e promoverem os direitos humanos e a diversidade cultural; 16. Reitera o seu empenhamento em soluções multilaterais num contexto marcado pela incerteza a nível internacional e pelas diversas ameaças (tais como a homogeneidade cultural ou o choque de civilizações) que pesam sobre a coexistência pacífica e a compreensão mútua entre os povos e as culturas; DR\ doc 7/8 AP
8 17. Encarrega os seus copresidentes de transmitir a presente resolução às instituições da União Africana e da União Europeia, bem como ao Conselho ACP, às organizações de integração regional do Grupo ACP e ao Secretário-Geral das Nações Unidas. AP /8 DR\ doc
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